PP suspende reunião da executiva

Elmar Bones e Naira Hofmeister
O feriado de quinta-feira e o ponto facultativo, na sexta, nas repartições públicas, serviram para esfriar o ambiente político no Estado, em ebulição desde quarta-feira, quando o governo sofreu um revés sem precedentes ao ter o seu plano de ajuste fiscal rejeitado por 34 votos a zero.
Conforme anunciado pela secretária de Cultura, Mônica Leal, “o feriadão foi providencial para esfriar a cabeça e pensar com calma nos próximos desdobramentos”. De fato, depois de quatro dias de recesso público, o partido da secretária que está no centro da crise, divulgou uma nota na manhã desta segunda-feira, 19 de novembro, cancelando a reunião da executiva estadual que definiria a saída definitiva da base governista.
O texto é assinado pelo presidente estadual do partido, Jerônimo Goergen, e admite as dificuldades que os progressistas enfrentam para se manter nos cargos estaduais desde a votação na Assembléia. Sublinha, porém, que “a proporção dos acontecimentos gerou conflitos desnecessários e menores”.
Com quatro secretarias e uma dezena de cargos importantes no primeiro escalão do governo, o partido foi o principal alvo das queixas da governadora, que no momento de maior tensão, logo depois da derrota, falou até em “traição”.
Cinco representantes do PP (Adolfo Brito, Leila Fetter, João Fischer, Mano Changes e Francisco Appio), garantiram o quórum mínimo de 28 deputados para que houvesse a votação, contrariando a orientação do Palácio Piratini, que pretendia adiar a decisão para negociar mudanças e assim viabilizar a aprovação do pacote. Na hora da votação, os oito integrantes da bancada progressista estavam em plenário e votaram contra o governo.
Três dos quatro secretários indicados pelo PP (Pedro Westphalen, de Ciência e Tecnologia, João Carlos Machado, da Agricultura, Celso Bernardi, de Relações Insitucionais), além do presidente do IPE, Otomar Vivian, colocaram os cargos à disposição na última semana.
Apenas a secretária Mônica Leal, que se considera da “quota pessoal da governadora” dá sinais que fará um movimento contrário, permanecendo no governo e se afastando do partido. Na manhã dessa segunda-feira, Mônica cancelou um compromisso no Instituto de Educação, onde participaria da solenidade de inauguração de três telas restauradas.
Íntegra da nota do Partido Progressista
“Crise entre aliados exige espírito público e grandeza política”.
O episódio da votação do plano de recuperação do Estado, na quarta-feira da semana passada, acabou gerando dificuldades nas relações entre o PP e o Governo do Estado.
A proporção dos acontecimentos, entretanto, gerou conflitos desnecessários e menores do que o papel que os gaúchos esperam de seus agentes políticos, responsáveis que são pela geração de serviços públicos essenciais à sociedade.
O Governo do Estado tem um desafio imensamente maior a enfrentar em nome da verdadeira “base aliada”, que são todos os gaúchos.
É por isso que interesses e vaidades pessoais precisam ser deixadas de lado. O mesmo se refere a transferência de responsabilidades.
O momento exige que cada um avalie seus atos e assuma sua parcela de culpa no episódio do dia 14 de novembro.
A governadora Yeda Crusius, num ato de grandeza, sinaliza que a hora é de prudência e calma, o que reforça ainda mais nosso compromisso com o Estado.
É por isso que, em nome do Rio Grande, faço um apelo pela unidade. A superação das dificuldades do Rio Grande do Sul exige um esforço de todos.
O PP, com humildade, irá retirar lições positivas do episódio para levar adiante aquela que é a razão de ser da política: construir democraticamente uma sociedade justa e harmônica. É preciso que todos, governo, poderes estaduais e federal, partidos aliados e de oposição façam o mesmo.
Somados a esta consciência da importância do momento estão os gestos oferecidos pela governadora Yeda Crusius, dando conta da importância da presença do PP no esforço coletivo para encontrar saídas que possibilitem a recuperação das finanças do Estado.
Governos passam e o Rio Grande permanece. Por isso a hora é de união e de diálogo.
Foi em nome desse objetivo e da preservação da unidade que determinamos o cancelamento da reunião da Executiva do Diretório Estadual, marcada para a tarde desta segunda-feira.
Porto Alegre, 19 de novembro de 2007
Jerônimo Goergen
Presidente Estadual do PP

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