Reforma do auditório Araújo Viana pode incluir garagem subterrânea no parque

Pelo termo de permissão assinado em maio de 2007 entre a Prefeitura de Porto Alegre e a Opus Promoções, vencedora da licitação, a empresa deveria “concluir a reforma do auditório Araújo Viana em 18 meses, prorrogáveis mediante concordância das partes”.
O projeto de reforma começou a ser feito pelo escritório do arquiteto Moacyr Moojen Marques, autor do projeto original do auditório (com Luiz Carlos Fayet, já falecido). Já estaria pronto, mas o “Estudo de Viabilidade Urbanística”, indispensável para começar a obra, não foi encaminhado à Secretaria de Obras. Moojen disse no mês passado que estava “finalizando alguns pontos” (Já Bom Fim, 389).
Nesta quinta-feira, 18, o secretário da Cultura, Sérgius Gonzaga e os arquitetos Moojem e Sérgio Marques deram uma entrevista coletiva sobre o andamento da reforma.
Notas nos jornais chegaram a informar que seria apresentado o projeto. Não foi. Os arquitetos informaram que ainda faltam detalhamentos, dando a entender que o trabalho estava parado porque ainda não existia um contrato para execução do projeto.
O contrato entre os arquitetos e a Opus foi assinado um dia antes, na quarta-feira, 17.
O site da prefeitura anunciou que “Reforma do Araújo Viana pode começar em 60 dias” e que “em 18 meses a reforma que dará um teto definitivo e climatização ao Auditório Araújo Vianna deverá estar pronta”. “A estimativa é de que no final de 2009 a obra deverá estar concluída”.
O secretário Sergius Gonzaga informou que “um grupo interdisciplinar de trabalho, envolvendo as secretarias de Planejamento (SPM), de Meio Ambiente (Smam) e Obras e Viação (Smov), será formado para dar agilidade ao Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU), tão logo o detalhamento do projeto seja entregue pelos arquitetos”.
“A partir deste momento, estimado em torno de 60 dias, a obra estrutural poderá ser iniciada”.
”Sobre o prazo decorrido entre a assinatura do contrato que legalizou a licitação e a autorização para o início da obra, o arquiteto Moacyr Moojen Marques explicou que a empresa vencedora sugeriu várias melhorias que ultrapassam as exigências originais”.
“A licitação prevê um esqueleto. A empresa que vai utilizar o local pode perfeitamente incluir melhorias que julga fundamentais. Será, por exemplo, aumentado o palco, que ocupará também o antigo fosso para a orquestra. Os camarins serão ampliados, será incluída uma área para as pausas nos espetáculos, com cafeteria, e haverá um tratamento acústico bem mais elaborado. Isso tudo acrescentará pelo menos mais R$ 3 milhões a custo original, que era R$ 7 milhões. Essa demora inicial é normal, basta ver outras grandes obras do gênero na cidade”, explicou Marques, que já foi secretário municipal de Obras e Viação.
Estacionamento subterrâneo
“Marques acrescentou que está sendo estudado e será oferecido um pré-projeto que contemple o impacto do estacionamento de carros sobre o entorno do Araújo Vianna em dias de espetáculo”.
“Foi aventada a possibilidade de nova licitação, em forma de Parceria Público-Privada (PPP), para construção de um estacionamento subterrâneo no Parque Farroupilha”.
Sergius Gonzaga advertiu que é antes é necessário fazer um estudo ambiental e um debate público sobre essa alternativa.(Com reportagem de Helen Lopes)
Histórico
O auditório Araujo Vianna encontra-se interditado desde o início de 2005. Sua cobertura de lona, construída em 1996, expirou em 2002, quando laudo técnico da Smov apontou risco de segurança.
A reforma da antiga cobertura móvel tornou-se inviável em meados de 2006, quando o Ministério Público deu ganho de causa a uma ação dos moradores do Bairro Bom Fim, determinando o completo isolamento acústico do local. A medida inviabilizou estudos que estavam sendo realizados para sua reforma e elevou o custo de uma revitalização para R$ 7 milhões. Isso equivale a três anos do orçamento da SMC para recuperação patrimonial, representando despesa inviável para o Município.
A solução encontrada foi oferecer a parceiros privados, por meio de licitação pública editada em fevereiro de 2007 e vencida pela empresa porto-alegrense Opus Produções, um aluguel compartilhado. Em troca da reforma, a empresa ocupará o auditório 274 dias por ano e os outros 91 dias serão usados pela prefeitura. Esses três meses representam três vezes mais do que a média de uso do auditório, que permanecia fechado cerca de 11 meses por ano, segundo medição realizada entre a reabertura em 1992 e a interdição do local em 2005. Depois de dez anos de compartilhamento, a prefeitura retomará o controle completo.(Da assessoria de imprensa)

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