Ressaca

Num momento de crise profunda todas as expectativas de um país sem rumo se concentram nas eleições marcadas para 7 de outubro.
Em princípio, todo o poder político estará em disputa.
Do presidente da República, passando por dois terços dos senadores, todos os deputados federais, deputados estaduais e governadores. Todos estarão, teoricamente, sob o crivo do voto.
É uma eleição cheia de paradoxos.
O nome mais citado nas pesquisas de intenção de voto não estará nas urnas. Estará na cadeia.
Da cadeia, ele terá uma influência decisiva na escolha do novo presidente.
Assim como, também da cadeia, outras influências (de Eduardo Cunha, por exemplo) poderão ser decisivas na composição do congresso.
É a eleição em que a população mais espera renovação, mas é a que menos chance dá às caras novas.
Pelo que dizem as pesquisas, o eleitor irá às urnas disposto a varrer os corruptos, mas a maioria acabará votando inocentemente num deles, pois esta será provavelmente a eleição com o maior número de corruptos candidatos, em tempos recentes.
No Rio de Janeiro, que é de certo modo um espelho do Brasil, cinco dos candidatos ao governo do Estado respondem a processos por corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação  de impostos. Um deles, Anthony Garotinho, já esteve preso três vezes por compra de votos.
Ou seja, essa eleição de tantas e tamanhas expectativas tem tudo para ser uma grande frustração nacional. Imprevisível será a ressaca.

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