O quadro que se desenha quando falta uma semana para as eleições tem no centro a pergunta que não cala: o eleitor gaúcho vai quebrar o tabu e reeleger o governador?
Esta pergunta parecia respondida até o fim da semana passada.
O governador Tarso Genro e sua principal rival, Ana Amélia Lemos, vinham desde o início das pesquisas com índices quase em paralelo, com uma diferença em torno dos dez pontos a favor da senadora.
Numa derrota com dez pontos de diferença, estaria dada a resposta. Não eliminava, claro, as chances do governador no segundo turno, mas elas seriam muito reduzidas, com certeza.
De repente, porém, como divulgou o Datafolha na sexta-feira passada, um movimento inusitado de sentido duplo: ele subiu, ela caiu. A vantagem de dez pontos se evaporou em uma semana.
O primeiro efeito disso já se podia ver neste domingo no Brique da Redenção. Animada, a militância petista foi às ruas, como há muito não se via. “Um, dois, três…quatro cinco mil…Tarso no Rio Grande e a Dilma no Brasil” era o refrão que ecoava.
Não é difícil imaginar o efeito contrário no comitê da senadora Ana Amélia. A confiança e até a arrogância de uma candidatura imbatível (predestinada, quem sabe), dá lugar à incerteza.
A situação se torna mais inquietante quando se examina o desempenho do ex-prefeito Ivo Sartori, que se diz “candidato do Rio Grande” . É o único dos três primeiros que tem um crescimento constante ao longo da campanha.
Chegou aos 18%, enquanto os dois favoritos estão empatados em 31%.
Não é de modo algum inédito nas eleições do Estado, o terceiro que atropela na hora da chegada.
Se o antipetismo que hoje se abriga na candidatura Ana Amélia se sentir inseguro e decidir migrar à ultima hora, quem chega lá é o “gringo”.
É, óbvio, o pior cenário para Ana Amélia, no primeiro turno.
É o pior cenário também para Tarso Genro, no segundo turno.
A menos que o eleitor gaúcho decida mesmo, depois de 32 anos, reeleger um governador.