Foi aprovado às pressas pela câmara de vereadores do Recife – e sancionado no mesmo dia pelo prefeito, Geraldo Júlio (PSB) – o projeto que permite a construção de 13 torres de 18 andares na zona do antigo cais da capital pernambucana, que será demolido.
A oposição se retirou do plenário e o projeto foi aprovado por 22 votos a zero na primeira votação e por 23 votos na segunda, após passar pelas comissões da Casa.
O projeto é polêmico e enfrenta resistência de um movimento denominado Ocupe Estelita, referência ao Cais José Estelita, área histórica do Recife onde serão erguidos os prédios.
Após a votação de emergência no Legislativo, que não previu a apreciação em plenário na agenda pública da Casa, o prefeito, que estava em São Paulo, sancionou imediatamente a decisão.
A pressa decorre de uma Ação Civil Pública que ao Ministério Público estava preparando para rever o projeto denominado Novo Recife.
Sessão tumultuada
A sessão na Câmara, que ocorreu na segunda-feira, 4, foi tumultuada e a polícia teve que intervir para conter os manifestantes. O batalhão de choque foi convocado para o local. Os manifestantes cercaram o prédio e tentavam impedir a saída dos vereadores depois da votação.
O prédio da Câmara foi fechado durante a votação, apenas alguns manifestantes ocuparam as galerias e bateram boca vereadores. Eles chegaram a jogar um chinelo no plenário.
“Quando decidimos fechar as portas um grupo de pessoas já havia entrado. Por precaução, por segurança, não permitimos que mais ninguém entrasse”, disse o presidente, Vicente André Gomes (PSB).
As manifestações continuaram nesta terça-feira (5) com passeatas pela cidade e a ocupação da área, que abrange três cais do antigo porto. Cerca de 500 manifestantes estariam no local.
No grupo Direitos Urbanos, no Facebook, os manifestantes pedem que simpatizantes levem água, comida e lençóis.