Tese do “voto útil” encobre os graves erros da campanha de Manuela

De tanto ser repetida na imprensa, a tese difundida pelo PMDB, de que a derrota de Germano Rigotto em 2006 se deveu ao “voto útil”, ganhou foros de verdade.
De acordo com essa versão, para alijar o PT, muitos eleitores de Rigotto descarregaram votos em Yeda Crusius, porque seria mais fácil derrota-la no segundo turno. Erraram a mão e a reeleição de Rigotto que, segundo todas as previsões era garantida, foi por água abaixo.
Agora novamente ganha status de verdade a interpretação de que foi o “voto útil” que tirou Manuela D´Avila da disputa em Porto Alegre. Muitos eleitores de Fogaça, temendo o fenômeno da jovem deputada, teriam votado em Rosário porque será mais fácil derrotá-la no segundo turno.
Aplicada ao que ocorreu em 2006, a tese do “voto útil” descartou a hipótese mais realista, de que a a derrota tenha sido resultado de um julgamento do governo Rigotto, que foi um governo de aparências, financeiramente irresponsável, que se projetou por uma grande sustentação midiática.
Aplicada à eleição do último domingo , a tese do “voto útil” deixa de lado a possibilidade de que o revés que Manuela e seus aliados sofreram é resultado de graves erros cometidos pela candidata, desde a sua política de alianças, até o seu discurso inspirado no “Lulinha paz e amor”, passando pela concepção marqueteira de sua campanha, entregue a uma agência baiana, cujo nome – Lay Out – já diz quase tudo.

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