Matheus Chaparini
O primeiro ato do Bloco de Luta pelo Transporte Público em Porto Alegre terminou com correria, explosões de bombas e prisões no centro de Porto Alegre.
Segundo a Brigada Militar, dois homens foram presos e um adolescentes apreendido, sob alegação de dano ao patrimônio.
A manifestação se concentrou na esquina democrática, de onde a caminhada partiu em torno das 19h.
O alvo do protesto é o reajuste da passagem de ônibus de Porto Alegre, que ainda ainda não foi definido. As empresas de ônibus pedem um aumento de 14,6%, de R$ 3,75 para R$ 4,30.

Centenas de pessoas seguiram em caminhada pelas ruas do centro com faixas e bandeiras do PSOL, PSTU, MLB, Resistência Popular e diversos partidos e organizações que compõe o bloco.
Os manifestantes entregavam panfletos para motoristas e pedestres e cantavam “eta eta eta, se passagem aumentar vou ter que pular a roleta”, em ritmo de Caetano Veloso. A EPTC vinha à frente da marcha, abrindo o caminho, e a Brigada Militar, às costas.
O trajeto seguiu por Salgado Filho, Dr. Flores, Terminal de ônibus do Camelódromo, Senhor do Passos, Otávio Rocha, chegando à frente da Prefeitura, onde grande efetivo do Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar e da Guarda Municipal protegiam a sede do poder municipal. Dali, o grupo começou a subir a avenida Borges de Medeiros.
Durante o percurso, alguns manifestantes picharam mensagens de protesto nos muros. Quando a marcha passou pela Otávio Rocha, uma bolinha de gude arremessada de um estilingue de um manifestante rompeu a vidraça do Bradesco.
Uma agência do Banrisul e uma loja do MC Donald’s tiveram vidros quebrados por marteladas. Quando a caminhada subia a Borges de Medeiros, dois jovens quebraram vidros da agência do banco Itaú, na esquina com a rua da Praia. Foi o estopim que desencadeou a ação da Brigada.

Quatro ou cinco bombas de gás lacrimogênio foram arremessadas por trás, caindo no meio da manifestação, longe dos envolvidos na depredação. A correria foi geral. O grupo se dividiu para os dois lados pela Rua dos Andradas. Uma senhora com dificuldade de locomoção passava pelo local e foi afetada pelo efeito do gás. Funcionários de uma loja próxima acolheram.
Os manifestantes chegaram a se reagrupar, já reduzidos a não mais do que cem, na esquina das avenidas Borges de Medeiros e Salgado Filho. O efetivo policial, com viatura, cavalos e homens a pé, parecia crescer à medida que reduzia o tamanho do protesto. Um grupo de manifestantes prestou socorro a uma jovem ferida na perna por um estilhaço de bomba e a um homem desorientado pelas explosões.

A Brigada ainda arremessou mais duas bombas e investiu novamente contra o grupo, que dispersou. Vendedores de fruta com bancas próximas protestaram contra a ação. “Aqui tem criança, isso é covardia”, exclamou uma moça.
Por volta das 20h, quando a esquina democrática não reunia mais do que 30 pessoas, entre manifestantes, imprensa e transeuntes, nova investida.
Um grupo de policiais atacou com chutes e cassetadas um pequeno grupo de manifestantes. Na sequência, um jovem foi perseguido por três brigadianos, caiu no chão, levou cassetadas e foi detido.
Os últimos efetivos policiais se retiraram sob aplausos e comentários irônicos dos que ainda permaneciam no local. Uma senhora disparou: “a sociedade está correndo um grande perigo nas mãos desses caras. E chamam isso segurança pública.” Um homem mais exaltado criticava a ação da polícia e gritava estatísticas da violência: “mais de 200 assassinatos na região metropolitana só em janeiro. Onde estava o BOE?”

Vidros quebrados, bombas e prisões no protesto contra o aumento da passagem
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