Vitória de Tarso abre nova era na política gaúcha

A eleição de Tarso Genro representa uma mudança histórica na política do Rio Grande do Sul. Não só pelo ineditismo da vitória no primeiro turno.
A maneira como foi construída a candidatura, a habilidade com que foi conduzida a campanha, a postura do candidato em seus movimentos para dentro e para fora do partido…
Está bem sinalizado o caminho para a reconstrução do projeto político do PT gaúcho, que se extraviou com o governo de Olivio Dutra e as sucessivas derrotas em Porto Alegre.
O projeto petista a partir da vitória de Tarso se reconstrói em bases mais amplas, com uma inserção mais consistente no plano nacional. E vai se expressar num projeto de desenvolvimento regional endógeno, cujas linhas centrais já foram explicitadas na campanha: respeito à diversidade regional, valorização da base produtiva local, nova política de incentivos, descentralização e participação.
Por fim e não menos importante a ascenção de um novo projeto político permitirá desalojar grupos e grupelhos partidários que se enquistaram na máquina pública e fizeram dela um puro e simples mecanismo de reprodução de seu poder.
É nesses pontos que se localizam os nichos de corrupção, que de tempos em tempos rendem escândalos. Com exceção do hiato do governo Olívio Dutra, esses grupos se revezam há mais de três décadas no poder.
A derrocada do PMDB no Estado é um fator que vai favorecer esta mudança.

0 comentário em “Vitória de Tarso abre nova era na política gaúcha”

  1. Parabéns aos gaúchos por essa vitória ao mesmo tempo surpreendente (pela amplitude) e importante. Enquanto isso, aqui em SP é uma ressaca (moral) braba. Êta povinho sem vergonha, o paulista.
    abraços

  2. Os meus cumprimentos ao bravo povo gaúcho.Mudar é sempre muito saudável . A vitória do Tarso revela a altivez desse povo que luta por algo mais,por conquistas inéditas,como foi a luta por “terra para trabalhar” e viver melhor. Orgulho-me de ter vivido
    o período históricos de 1983 a 1987 no Rio Grande Do Sul.Sou gaúcha de corção! Parabéns !

  3. Torço pelo Tarso mas com um pé atrás. Remanescente do PT original,
    ele representa a maior esperança de resgate de um partido que perdeu o senso ético desde que foi invadido por milhares de “ativistas” fisiológicos, carreiristas e oportunistas. Ele vai ter de rebolar para tocar o governo sob pressão de tantos aliados de momento, de ontem e de anteontem. E corre o risco de ficar na contramão da História, tendo de governar o RS sob um presidente tucano. Não subestimemos o poder de aglutinação da Direita com seu discurso moralista e de oposição.
    Tampouco desprezemos o risco de soberba federal. Fora o caso de
    Lula na presidência e de um ou outro governador ou prefeito, muitos mandatários petistas costumam perder na reta final, como aconteceu com Olivio no RS, Zeca no MS e Marta em Sampa. Isso sem falar do caso emblemático do capixaba Vitor Buaiz, o primeiro governador petista (1995-98), obrigado a desfiliar-se do PT em 1997 por conversar com o então presidente FHC.

  4. Pô que visão mais tacanha de que no governo Olívio o PT gaúcho se extraviou. É bom lembrar que em 2002 houve um racha histórico interno que levou a derrota de Tarso. Felizmente, com volta de Olívio, foi possível novamente unificar a militância e o partido para a expressiva vitória em 2010. Tarso também teve importância fundamental em concilicar as vertentes internas com os atores políticos de outras agremiações. Vamos com calma nas simplificações.

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