A Folha escorregou num vil sensacionalismo (“a doença infantil do jornalismo”, como dizia o velho Carrazzoni), com aquela foto sugerindo um tiro no peito do Lula.
A fotógrafa Gabriela Biló não precisa justificar seu trabalho, é muito bom. Mas o editor não tem como justificar o seu. Uma foto retocada, de dez dias depois dos acontecimentos que a propiciaram, ilustrando uma matéria sobre a entrevista que Lula deu, na véspera, à Natuza Nery, na Globo News.
Só o ressentimento, por Lula ter falado à Globo e não à Folha, pode justificar aquela foto naquele lugar. Sem falar na manchete: “No foco de Lula, presença militar é recorde”. Como diria o Belmiro Southier: “OPN (obrigado por nada)”.
O pior é que o escorregão da Folha não é um acidente, é um sintoma. Mas aí já é outro artigo.