Em 20 de novembro celebramos o Dia da Consciência Negra e para marcar a data, as instituições da Secretaria da Cultura (Sedac) prepararam uma programação especial para este mês.
Oficinas, rodas de conversa, intervenções, exposições e espetáculos de música e teatro estão entre as atividades promovidas pelo Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul (AHRS), Biblioteca Pública do Estado (BPE), Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), Multipalco Eva Sopher, Museu da Comunicação Social Hipólito José da Costa (MuseCom) e Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa).
Já a partir de terça-feira (4/11), o Multipalco Eva Sopher e o Museu de História Julio de Castilhos promovem a exposição “Faces do Pampa”, que enaltece a identidade negra gaúcha e lembra que o pampa também é negro. No Teatro Oficina Olga Reverbel, a cantora Loma sobe ao palco na quinta-feira (6/11), para o último Mistura Fina do ano.
Nas semanas seguintes tem aula aberta sobre Oliveira Silveira e performance que convida pessoas negras a refletirem sobre a desigualdade no acesso ao tempo e ao descanso – ambas na CCMQ. E ainda: oficina sobre os registros das populações negras a partir de documentos históricos e práticas pedagógicas, no AHRS; BPE + Música com Jessie Jazz, na Biblioteca Pública; espetáculo infantil no Multipalco, exposição fotográfica no MuseCom e concerto da Ospa.
A programação completa das instituições da Sedac para o Novembro Negro você encontra aqui.
A celebração do Dia da Consciência Negra em nível nacional, a partir de 2023, contribuiu para um olhar mais atento e cuidadoso da sociedade às questões relacionadas ao povo preto. A efeméride deu mais visibilidade à data e promoveu uma reflexão mais profunda e abrangente em todo o País sobre a história da população negra, a resistência à escravidão e o combate ao racismo estrutural. Além, é claro, de estimular a implementação de ações de promoção à igualdade de oportunidades, empoderamento, reconhecimento e reparação histórica.
“Reconhecer a importância da cultura africana e afro-brasileira para nossa música, dança, culinária, linguagem, hábitos, costumes e religião é uma forma de reconhecer a riqueza e a diversidade do patrimônio cultural brasileiro e gaúcho. Patrimônio que reflete a história, a resistência e a resiliência do povo negro. Legado que possibilita o desenvolvimento de uma cultura plural e vibrante, e que temos o dever de fomentar, incentivar e divulgar”, destaca o secretário da Cultura, Eduardo Loureiro.
Sobre o Dia da Consciência Negra
O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro como forma de valorização da cultura e da identidade afro-brasileira por meio de ações de enfrentamento ao racismo e do debate sobre a escravidão no Brasil e o racismo estrutural da sociedade. A data foi criada em Porto Alegre, em 1965, por intelectuais do Grupo Palmares. O movimento escolheu o 20 de novembro em homenagem à data da morte de Zumbi dos Palmares, um símbolo da resistência e da luta pela liberdade. A efeméride também é dedicada a reconhecer as contribuições da população negra à formação do Brasil e reforça a necessidade de valorizar a diversidade étnica e cultural do País.
Em dezembro de 2023, a data foi oficializada como feriado nacional. Até então, municípios e estados seguiam leis próprias para suspender as atividades.
Cerca de 900 m² de muros e fachadas serão revitalizados pelas artistas do projeto Ação Artística de Recuperação do RS – Ação Hip Hop
Com o objetivo de levar a arte de rua através do graffiti a cerca de 60 casas, muros ou paredes do território que pertence ao Quilombo dos Machados, a VGP, maior grupo de mulheres grafiteiras do Rio Grande do Sul, promove o Festival VGP, no dia 22 de novembro. O projeto integra a Ação Artística de Recuperação do RS – Ação hip hop que tem como foco grafitar espaços atingidos pela enchente do ano passado. Durante todo o dia, ocorrem apresentações musicais, de poesia e dj na sede do Quilombo. Além disso, terá um espaço para a gurizada brincar. Cerca de 900 m² de muros e fachadas serão revitalizados pelas artistas. A programação é aberta à comunidade das 8h às 19h.
De acordo com Verte, uma das idealizadoras do evento, o tema escolhido para os graffitis é Natureza, crise ambiental e recuperação da terra. “A nossa ideia é que o festival deixe um legado, que leve a cultura urbana, mas que também revitalize o espaço quilombola que foi atingido severamente pelas enchentes de maio de 2024”, afirma. A artista divide a concepção do evento com Sandy Kyoko, ambas são integrantes do coletivo VGP, grupo de mulheres grafiteiras e pixadoras criado em 2021, em Porto Alegre. As mais de 30 integrantes se reúnem para pintar ruas, comunidades, eventos e organiza encontros de graffiti, projetos culturais e rolês de tinta em geral. Atualmente, se destacam como a maior crew de mulheres do Rio Grande do Sul.
Auryn Souza/ Divulgação
O Festival VGP é uma das ações do projeto Ação Artística de Recuperação do RS – Ação Hip Hop que surgiu como continuidade do Rolezada das Gurias, projeto de Graffiti Comunitário formado em 2023, com o objetivo de descentralizar a arte e oferecer mais espaço às mulheres artistas. Nesta edição, a ação foi contemplada pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), com isso revitalizará três bairros atingidos pelas enchentes em encontros de graffiti, música e cultura periférica.
Desde a maior catástrofe climática do RS, inundações que atingiram 2 milhões de pessoas, bairros inteiros estão deteriorados pela água, com marcas de lama que não deixam a comunidade esquecer o enorme estrago material e emocional causado em maio de 2024. “Em Porto Alegre, a maioria das comunidades atingidas são compostas por moradores que não têm recursos suficientes para recuperar tudo o que foi perdido”, destaca Kyoko.
Além do trabalho de Graffiti em espaços atingidos pelas enchentes, o projeto também prevê seis oficinas de graffiti em parceria com as redes de catadoras e catadores da cidade, levando arte para essa população.
Foto: Auryn Souza/ Divulgação
A equipe artística é formada exclusivamente por mulheres e pessoas LGBTQIAP+, com o objetivo de valorizar e dar visibilidade a essa classe de profissionais. Além das artistas convidadas e contratadas, abre-se espaço para artistas voluntários participarem da transformação das comunidades. Um dos objetivos é fortalecer vínculos com as comunidades contempladas e oferecer diversidade de ações sociais desenvolvidas para além das datas de realização do evento.
A apresentação encerra a Trilha Cultural, uma série de eventos que o grupo propõe entre 19 e 23 de novembro para celebrar o mês da Consciência Negra e seus 50 anos de existência
Um novo espetáculo, gestado com muito afeto e dedicação ao longo de quase dois anos por um dos grupos fundamentais da cultura afro-gaúcha, o Afro Sul, chega aos palcos em novembro. E vem fortalecendo o encontro, jogando luz sobre tudo o que produz há 50 anos, enraizado no coração de Porto Alegre desde os anos 1970. Abre caminho com roda de saberes, reflexões, debates, feira de empreendedorismo, atividades para crianças, festival de música e encerra em grande estilo com a apresentação de Raiz Afro-Gaúcha, sua nova criação, dia 23 de novembro, no Auditório Araújo Vianna, com entrada franca. “O espetáculo aborda a temática Sankofa, refletindo sobre o passado e projetando o futuro, inspirado na liturgia yorubá”, reflete Edjana Deodoro, diretora artística e bailarina. Raiz Afro-Gaúcha tem direção artística de Edjana Deodoro e Taila Souza, tem o Mestre Paulo Romeu como diretor musical e o maestro Marcos Farias na composição de arranjos. Este projeto está sendo realizado com recursos provenientes da Emenda Parlamentar nº 022445/2024, de autoria da Deputada Federal Maria do Rosário, e executado pelo Ministério da Cultura. O projeto também conta com recursos da Emenda Impositiva Municipal nº 553/2025, de autoria da Vereadora Karen Santos, e executada pela Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre.
A Trilha Cultural do Afro-Sul é uma proposta para o público (re)descobrir esse espaço seminal da cultura gaúcha, que se dedica a cultura, a educação, a valorização da cultura negra e ao direito de livre expressão. Ao longo desses anos de trabalhos ininterruptos, o Afro-Sul e sua instituição sociocultural atenderam mais de 1.600 crianças diretamente em seus projetos. Além disso, criaram aproximadamente 450 composições coreográficas do grupo de dança, referência na dança afro-gaúcha, que acaba de circular com sucesso pelos palcos brasileiros. Nessa caminhada, 200 educadores foram capacitados dentro da metodologia afro-centrada, 400 eventos culturais foram sediados no espaço Afro-Sul/ Odomode e o grupo de dança e música somou 750 apresentações públicas. Nada mais justo do que comemorar com quem esteve, está ou ainda vai estar presente nessa linda trajetória.
Afro -Sul. Foto Bruno Gomes/Divulgação
Entre 19 e 23 de novembro, o grupo propõe uma série de atividades abertas para o público em geral. Uma Roda de Saberes Ancestrais abre o evento, dia 19 de novembro, e pretende refletir sobre temas como o poder ancestral da beleza e a influência das questões estéticas no reconhecimento e posicionamento da população negra, bem como inspirar o autocuidado, promovendo trocas por meio da representatividade e da amplificação das vozes negras que irão compartilhar suas experiências, perspectivas e desafios. Essas conversas também podem ajudar a construir empatia, conscientização e solidariedade entre diferentes grupos sociais. Será sediada no Salão de Atos da UFRGS.
O grupo Afro-Sul tem consciência da importância das novas gerações e, por isso, realiza dentro dessa Trilha Cultural outra atividade fundamental: o Legado da Cultura Afro-Gaúcha, uma ação que promove a pintura de um mural na fachada o Instituto Sociocultural Afro-Sul/Odomode, dia 21 de novembro. E no dia 22, um grande evento ocupa o Largo Zumbi dos Palmares, com Feira de Empreendedorismo, um Festival de Música e atividades afro-referenciadas para crianças, com dança, oficina de bonecos, pintura no rosto, pintura de desenhos dos Orixás, entre outros jogos educativos. Fechando esta programação está a apresentação do novo espetáculo do Afro-Sul, o Raiz Afro-Gaúcha, que traz na essência as diretrizes e o afeto deixado por Iara Deodoro e que segue em frente através das filhas, dos netos, da equipe/família Afro-Sul. Em cena, bailarinas e bailarinos irão compor a trajetória de uma criança desde o nascimento até a velhice, traçando um paralelo com a própria história do grupo dentro do contexto histórico de Porto Alegre e do Brasil.
Afro-sul. Foto: _Bruno Gomes / Divulgação
Longevo, premiado, consolidado, o Afro-Sul é reconhecido pela excelência de seu trabalho e por seu projeto educativo, que é a cereja do bolo, formando jovens empoderados e orgulhosos de sua identidade. E toda essa trajetória foi possível graças aos seus criadores: a Mestra Iara Deodoro, com o imenso legado que nos deixou, e Paulo Romeu, seguidos por seus descendentes que conduzem o grupo através das gerações. “A Companhia Afro-Sul de Música e Dança é uma verdadeira referência na valorização da cultura negra e da liberdade de expressão. Desde 1974, nosso compromisso é dedicado a combater o racismo e promover a cultura afro-brasileira por meio da música e da dança, verdadeiras formas de expressão que nos conectam e nos permitem questionar e comunicar com a sociedade”, afirma Paulo Romeu. Mais que uma instituição sociocultural, o Afro-Sul é um movimento que ultrapassa fronteiras, levando sua mensagem para além de Porto Alegre e do Brasil, em apresentações que levam a riqueza da cultura afro-gaúcha em uma fusão vibrante de ritmos que vão desde o soul africano ao candombe, do funk ao samba, passando pelo reggae e muito mais.
TRILHA CULTURAL –Companhia Afro-Sul de Música e Dança
Entre 19 e 23 de novembro
Salão de Atos da UFRGS/ Largo Zumbi dos Palmares/ Afro-Sul Odomode /Auditório Araújo Vianna
Entrada franca
• 19 de novembro, das 10h às 12h – Roda de Saberes Ancestrais | Salão de Atos da UFRGS
• 21 de novembro / durante o dia – O Legado da Cultura Afro-Gaúcha | Sede do Afro-Sul
arte e memória em pintura de mural na fachada do espaço
• 22 de novembro / horário a confirmar – Feira de Afroempreendedorismo, Atividade Infantil Afro-referenciada e Festival de Música Raiz Afro-Gaúcha | Largo Zumbi dos Palmares
• 23 de novembro, às 19h – Espetáculo Raiz Afro-Gaúcha | Auditório Araújo Vianna
Este projeto está sendo realizado com recursos provenientes da Emenda Parlamentar nº 022445/2024, de autoria da Deputada Federal Maria do Rosário, e executado pelo Ministério da Cultura. O projeto também conta com recursos da Emenda Impositiva Municipal nº 553/2025, de autoria da Vereadora Karen Santos, e executada pela Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre.
Exposição “Quando o corpo toca a terra”, com curadoria de Paula Ramos, apresenta 30 obras
Um painel de 16 metros de largura (o equivalente a uma vez e meia a boca do palco do Theatro São Pedro), por 1m80 de altura, impressiona pelo tamanho e, sobretudo, pela exuberância da pintura que contém. A obra monumental retrata a vegetação da Mata Atlântica e integra a exposição “Quando o corpo toca a terra”, da artista visual Bea Balen Susin. Com curadoria da crítica e historiadora da arte Paula Ramos, a mostra será aberta sábado (1º/11), das 11h às 14h, na Ocre Galeria.
Bea Balen Susin, artista visual/ Divulgação
O painel é composto por 20 telas de 0,80 m de largura (e 1m80 de altura), montadas lado a lado numa grande panorâmica. “Habitadas por uma profusão de formas vegetais, em uma paleta vívida e exuberante, as pinturas parecem exibir, progressivamente, um adensamento da experiência, como se fosse possível tatear a superfície das plantas, acompanhar o transporte da seiva, sentir a absorção das raízes, pulsar no ritmo da mata”, comenta a curadora, também professora do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IA/UFRGS), no texto de apresentação da mostra.
Tela 1/ Divulgação
A exposição abriga ainda dez outras obras da artista sobre o tema da natureza. Cinco igualmente inspirados num trecho da Mata Atlântica em Santa Catarina e cinco, em papel, reproduzindo troncos de árvores de outros lugares.
Tela 2/ Divulgação
O insight que levou Bea a produzir as telas a óleo do painel revelou-se ao visitar sua filha, que mora no pé da Mata Atlântica na praia do Campeche. “Sempre tive ligação com a natureza. Cheguei lá, sentei-me fora da casa, olhei a paisagem e vi aquela mata imensa. Pensei: ‘Isso daria um quadro enorme’. Fiz mais de 40 fotos e ao retornar para casa comecei a pintar”, conta a reconhecida artista, que em breve fará 79 anos, dos quais mais de 60 dedicados ao ofício que abraçou depois de cursar Belas Artes na Universidade de Passo Fundo.
Tela 5/Divulgação
Doação física e ganho espiritual
A execução do trabalho no ateliê em Porto Alegre ocupou a artista de maio a agosto passado, de manhã e de tarde. Ela só largava o pincel quando a coluna protestava. “Foi uma grande doação do meu corpo, mas espiritualmente representou o começo de muitas coisas. Do ponto de vista mental, me sinto jovem, tanto que quero fazer outros painéis. Não esmoreço, não me entrego. Tenho essa força, não desanimo jamais”, diz.
Tela 6/ Divulgação
Ex-professora de Artes da Universidade de Caxias do Sul (UCS) – sua cidade natal -, Bea se define como expressionista. “Sou movida pela emoção. Não planejo antes. Já saio com a tinta. Se desenhasse antes, gastaria a emoção. Adoro desenhar com o pincel, com gesto largo”. A cor é um capítulo à parte na sua atividade. “Pra mim, tudo funciona na base da cor. Tanto em paisagens como em figuras as cores vão entrando e mudando durante o processo de criação. Tenho essa mania de transformar as coisas em cores”.
Divulgação
A exposição coincide com a primeira COP realizada no Brasil. A Mata Atlântica, bioma presente em 17 estados do país, será um dos temas debatidos no maior evento das Nações Unidas sobre as mudanças do clima no planeta, em Belém (PA). O desafio do Brasil é alcançar o desmatamento zero em todos seus biomas até 2030, e a Mata Atlântica, por seu histórico de resistência e recuperação, pode ser o primeiro a atingir a meta. Como pessoa e artista intrinsicamente ligada à natureza, Bea Balen Susin torce – e à sua maneira age – para que isso aconteça e todos possam conviver com a beleza da floresta preservada.
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Tela 14/ Divulgação
SERVIÇO
Exposição “Quando o corpo toca a terra”, de Beatriz Balen Susin, com curadoria de Paula Ramos
Local: Ocre Galeria, Avenida Polônia, 495, bairro São Geraldo, Porto Alegre
Abertura: 1º/11, das 11h às 14h
Visitação: de 3 a 29 de novembro. De segunda a sexta, das 10h às 18h e sábado, das 10h às 13h30
Uma noite para celebrar histórias e suas transformações através da música. Em “Encanta”, o novo show de Mari Gazen, o público será convidado a embarcar em uma viagem no tempo através da música, com fortes emoções e a força feminina que marcaram gerações. A apresentação será no dia 20 de novembro, às 21h, no Teatro do Bourbon Country (Av. Túlio de Rose, 80, Porto Alegre). Os ingressos custam a partir de R$ 55,00 e já estão no site: https://uhuu.com/evento/rs/porto-alegre/mari-gazen-encanta-15389.
“Durante muito tempo, eu vivi fases de construção, desconstrução e descobertas. A música sempre esteve comigo, mesmo quando eu precisei me afastar dela. Foi o fio que costurou todas as minhas transformações, a voz que me guiou quando eu precisei me reencontrar”, afirma Mari. Depois de anos como líder de bandas, inspirada pelas grandes divas da música mundial, Mari estreia seu show solo em um grande teatro, num momento que simboliza renascimento, coragem e plenitude. Sob a direção musical de Cristian Sperandir e direção cênica de Juliano Barreto, o show costura clássicos eternizados por Elis Regina, Tina Turner, Celine Dion, Shania Twain e Nina Simone com a própria trajetória da cantora — revelando as fases de sua vida, suas transformações e a força que nasce de cada mudança. “Para mim, o show representa muito mais do que um espetáculo musical. É o resultado de uma jornada inteira — de vida, de recomeços e de coragem”, completa.
A música sempre foi o refúgio de Mari, sua verdade e sua forma de recomeçar. Do incentivo familiar às aulas de canto, da timidez ao microfone até o inesquecível dia em que cantou “Como Nossos Pais”, cada nota foi moldando a artista — e a mulher — que hoje sobe ao palco para se revelar por completo. O show é um mergulho em sua própria história — um espetáculo que costura música e emoção para contar a trajetória de uma mulher que se reconstruiu em todos os sentidos. Após superar a obesidade e encontrar na cirurgia bariátrica o impulso para retomar a autoconfiança, Mari subiu aos palcos transformada. “Subir ao palco do Teatro Bourbon Country é, ao mesmo tempo, uma celebração e uma libertação. É olhar pra trás e ver que cada passo, cada desafio e cada lágrima me trouxeram até aqui”, diz.
CONVIDADOS ESPECIAIS
Mari receberá convidados especiais nesta jornada. Grande cantor e compositor de enorme sensibilidade artística, Juliano Barreto conquista pela autenticidade e emoção de sua voz. Sua participação especial representa uma conexão genuína entre música, sentimento e verdade. Outro nome confirmado é o de Stephanie Lii, intérprete oficial do Tributo a Adele. Em cada interpretação,transmite uma combinação única de emoção e potência. Sua versatilidade musical e carisma no palco tornam sua participação um momento especial e inesquecível. E para encerrar, um dos grandes nomes da guitarra brasileira, Frank Solari, reconhecido por sua técnica impecável e criatividade musical. Com uma carreira sólida e influente, sua presença no show promete adicionar ainda mais força e brilho à noite. Mari estará acompanhada por uma grande banda, formada por Edu Xavier (guitarra), Adriano Wigger (piano), Aretha Lima (backing), Luc Andriguetto (baixo) e Mateus Mussatto (bateria).
Um espetáculo que emociona, arrepia e convida o público a refletir sobre sua própria coragem de mudar. Uma noite para celebrar a música, a vida e todas as pessoas que um dia decidiram recomeçar — com brilho nos olhos, alma desperta e coração aberto.
O Rio Grande do Sul está mobilizado para lembrar as datas de nascimento (17 de dezembro de 1905) e morte (28 de novembro de 1975) de Erico Verissimo. Um grupo de 47 artistas visuais apresentará em Porto Alegre uma exposição em homenagem ao escritor.
Fato pouco conhecido é que na juventude, em Cruz Alta, sua terra natal, Erico sonhava com um futuro em meio a telas, pincéis e tintas. “Me lembro que naquele tempo eu ainda pensava que podia ser pintor”, recordou ele, em entrevista a Clarice Lispector publicada na revista Manchete, em 1967.
Trabalhos contemplam autor e personagens
Bailanta – por Erico Santos/ Divulgação
A mostra integra a programação da 71ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre e tem o apoio da Associação Literária Erico Verissimo e da Academia Rio-grandense de Letras. A abertura será às 15h30 de sábado (1º/11), no Espaço Força e Luz – na Galeria Incidente -, no 3º andar. A visitação é gratuita e se estenderá até 20 de dezembro. O 6º andar do prédio abriga permanentemente o Memorial Erico Verissimo.
A curadoria da exposição está a cargo da artista visual Graça Craidy e da escritora Marô Barbieri. O texto de apresentação é assinado pelo professor de Literatura Sergius Gonzaga.
Quem visitar a mostra, composta por artistas como Zoravia Bettiol, Clara Pechansky, Bea Balen Susin, Erico Santos, Magna Sperb, Lucas Strey, Claudia Stern, Liana Timm, Leandro Machado e Umbelina Barreto, apreciará retratos do romancista e de alguns dos seus principais personagens, entre eles Ana Terra, Bibiana, Capitão Rodrigo, em diferentes linguagens. Os artistas criaram obras que envolvem o universo de 25 livros escritos pelo ficcionista.
O Fuzilamento – Pena Cabreira/Divulgação
Os trabalhos abrangem pintura a óleo, em acrílica, nanquim, desenhos a carvão, esculturas em aço corten oxidado e bronze, cerâmica, bordado, colagem, instalação têxtil, pastel oleoso, pastel seco, litografia, xilogravura, arte digital e livro de artista em serigrafia.
Conforme o professor Sergius, em seu texto de apresentação, Erico Verissimo e a criação artística, “o retrato do Dr. Rodrigo Cambará, pintado pelo anarquista Pepe, e a elaboração de um registro memorialístico de dois séculos da saga familiar, iniciado pelo escritor Floriano Cambará, no final de O Tempo e o Vento, são alguns dos símbolos desse triunfo da invenção artística sobre a morte e o absurdo do nada”.
Graça Craidy diz que a exposição rende tributo “a esse imenso contador de histórias que narrou a saga da formação do Rio Grande do Sul, que desenhou a construção do gaúcho urbano, que desvelou os anseios de uma época. Nossa admiração está representada em pinturas, esculturas, gravuras, instalações, contando, com nossas obras, a história das histórias de Erico”.
Sepé Tiaraju – por Gustavo Burkhart/ Divulgação
Marô Barbieri acrescenta: “Precisamos celebrar Erico Verissimo, divulgando cada vez mais sua obra. Porque mesmo que um grande escritor morra, sua palavra permanece viva. Para sempre”.
Mesmo que não tenha realizado o sonho juvenil de se tornar pintor de quadros, Erico, de certa forma, fez arte, além da literária, no exercício de seu ofício. Isso porque ele costumava desenhar seus personagens antes de descrevê-los com palavras.
.Ana Terra e o Tempo e o Vento – por Umbelina Barreto/ Divulgação
Artistas participantes
Adriana Leiria, Adroaldo Selistre, Alexandra Eckert, Alexandre Barcelos, Alisson Affonso, Anaurelino Corrêa de Barros Neto, Bea Balen Susin, Bira Fernandes, Carla Magalhães, Clara Pechansky, Claudia Stern, Débora Irion, Deja Rosa, Emanuele de Quadros, Erico Santos, Fernando Lima, Gilmar Fraga, Giovana Hemb, Graça Craidy, Gus Bozzetti, Gustavo Burkhart, Helena Stainer, Jorge Carlet, Leandro Machado, Lena Kurtz, Liana D’ Abreu, Liana Timm, Lília S. Manfroi, Lucas Strey, Lurdi Blauth, Magna Sperb, Marcela Meirelles, Marcelo Monteiro, Marcia Baroni, Marcia Rosa, Nara Fogaça, Ondina Bonfim, Pena Cabreira, Rita Gil, Roger Monteiro, Ronaldo Mohr, Rosane Vargas, Sandra Lages, Tuchi Niederhageböck, Umbelina Barreto, Zoravia Bettiol e Zupo.
SERVIÇO
Exposição “Erico”
Curadoria – Graça Craidy e Marô Barbieri (participação de 47 artistas)
Local: Espaço Força e Luz, Rua dos Andradas, 1223. Galeria Incidente, no 3º andar
Abertura: 1º/11 (sábado), às 15h30
Visitação: de segunda a sexta-feira das 10h às 19h; sábado das 11h às 18h
Companhias do Brasil estarão representadas na mostra, que propõe um olhar aprofundado sobre a arte e contribuição de artistas negros para a cultura brasileira
Em mais um ano de realização, a Cura – Mostra de Artes Cênicas Negras promove uma rede de encontros, articulação e celebração das performatividades negras no sul do Brasil. Desde 2020 os curadores e equipe de produção vem trabalhando de modo a tornar público a vasta produção de artistas brasileiros e internacionais que compõem um grande espectro das matrizes do pensamento e dos fazeres negros no campo das artes da cena. E assim, chega em sua terceira edição fortalecida e maior, cumprindo sua função política em um país marcado pelas desigualdades, promovendo uma relação profunda com a construção, a manutenção e a contribuição de artistas negros para a cultura brasileira. A Cura ousa, e muito, ao propor um festival simultâneo em duas cidades que se encontram a uma distância de 240 quilômetros uma da outra: Porto Alegre e Pelotas.
Entre 10 e 20 de novembro, A Mostra Cura – Deslocamentos apresentará companhias e artistas de destaque no circuito de festivais, como a Cia. Heliópolis, com o espetáculo A boca que tudo come tem fome (do cárcere às ruas); o coreógrafo Mário Lopes com as três performances que integram o projeto Afrotranstopia, o espetáculo Danúbio, do Grupo Sutil Ato, do Distrito Federal, Cícera, de São Paulo, Cordão, de Malu Avellar, também de São Paulo. Do RS, destaque para a estreia do novo espetáculo da Espiralar Encruza, Molha, e importantes montagens gaúchas como Corpocidade, de Gabriel Faryas, Kiki Ball da Cura, Vozes de Dandara, Relaxamento Afro, entre tantas outras atrações. A Mostra Cura – Deslocamentos é realizada com recursos federais da Lei Aldir Blanc e conta com apoio da Casa de Cultura Mario Quintana, SESC-RS, Ieacen, Fundação Teatro São Pedro, Associação dos amigos do Theatro São Pedro, Secult Pelotas, Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, Cinemateca Paulo Amorim.
Como destaque da programação está um encontro com curadores de festivais brasileiros. ABRE-ALAS: festivais em aquilombamento é uma articulação entre o Festival de Dança Itacaré/BA, do Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo e da Mostra CURA de Artes Cênicas Negras (Porto Alegre/ Pelotas – RS). Esse encontro, que será realizado na Sala Luís Cosme da CCMQ no dia 15, às 15h, amplia a discussão das diferenças éticas e políticas, vislumbrando os devires negros nas artes da cena. Articula estratégias conjuntas para continuidade de eventos negros produzidos no Brasil, buscando o diálogo com instituições nacionais que fomentam as artes. Neste primeiro ano lançam a proposição de um corredor cultural para circulação de artistas e obras cênicas, tendo o espetáculo Danúbio, da Cia Sutil Ato (Sobradinho-DF) como sua primeira experiência. O encontro, que já foi realizado na programação do Festival Dona Ruth de São Paulo em outubro, segue para Itacaré (4/11) e no dia 15 de novembro acontece em Porto Alegre, na Cura. Estarão presentes Verusya Correia, idealizadora e diretora artística do Festival de Dança Itacaré; Gabriel Cândido, idealizador e curador do festival Dna Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo, e Soraya Martins, artista, pesquisadora, crítica de dança e curadora independente, convidada esse ano para a equipe do Dna Ruth. Além dos curadores, representantes da FUNARTE, Itau Cultural, Fundação Palmares e SESC Nacional acompanham o encontro.
“Em 2020 nos debruçamos nas urgências do período pandêmico para promover e fortalecer as redes de criação e de sobrevivência de artistas locais em perspectiva global. Em 2024, ano de enchentes no Rio Grande do Sul, nos movemos em direção ao sul do estado, na cidade de Pelotas, uma das cidades brasileiras com o maior quantitativo de pessoas negras proporcional ao número de habitantes, estabelecendo trocas e promovendo encontros entre artistas locais, da capital e de outros estados do país. Em 2025, a proposta curatorial da Mostra Cura, que se volta para sua curta, porém intensa trajetória, se ocupa em pensar a partir da noção de deslocamentos, os devires criativos negros”, afirma a equipe curatorial. Para isso, a Cura promove encontros e trocas a fim de oxigenar e espalhar esse renovado ar aos quatro cantos do país a partir do RS, um estado conservador e de notória complexidade.
Diáspora, deslocamentos pretos nas geografias, estradas e mapas, na terra, nas matas, entre realidades. Deslocamento de linguagens, no corpo, no tempo. Gesto como deslocamento. Deslocamentos da capital para interior e do interior para a capital. Entre margem e centro, reposicionando lógicas, desfazendo estruturas, criando e imaginando um novo território, que se faz pelos movimentos dos corpos em articulação”, reflete a curadoria. A programação da Mostra Cura 2025 – deslocamentos terá ainda oficinas, residência, encontro com curadores, aula magna, shows, festas, oferecidos de forma gratuita para a população das duas cidades. Artistas locais, nacionais e internacionais em celebração nas rotas do Rio Grande do Sul. “O que podem artistas negros proporem como deslocamento de linguagens consolidadas? Dança, teatro, performance e música tramados por gestos que dinamizam, e rompem limites. Queremos pensar as diferentes e plurais inteligências negras como recriadoras de modos de estar no mundo”, reafirma a curadoria.
PROGRAMAÇÃO
Porto Alegre / Espetáculos
10 de novembro
19h – Cícera, no Galpão Floresta Cultural
11 de novembro
19h – Bandele – 19h, no Teatro Sesc
21h – Afrotranstopia – Movimento I, na Sala Carlos Carvalho
12 de novembro
19h – Zaze Zaze – Uma festa para Vavó, no Galpão Floresta Cultural
21h – Afrotranstopia – Movimento II, na Sala Carlos Carvalho
13 de novembro
11h – Cordão – Travessa dos Cataventos
14h – Afrotranstopia – Movimento III Celebration (filme), na Sala Eduardo Hirtz
19h – Molha, na Zona Cultural
14 de novembro
17h – Relaxamento Afro, na Travessa dos Cataventos
19h – Molha, na Zona Cultural
21h – Danúbio, no Galpão Floresta Cultural
15 de novembro
15h – ABRE-ALAS: festivais em aquilombamento – Encontro de curadores na Sala Luís Cosme da CCMQ
19h – Molha, na Zona Cultural
21h – Danúbio, no Galpão Floresta Cultural
16 de novembro
19h – Molha, na Zona Cultural
20 de novembro
15h – Kiki Ball da Cura: Cultura Negra Brasileira, na Sala Álvaro Moreyra
18h – Vozes de Dandara, no Teatro Renascença
20h – A boca que tudo come tem fome (do cárcere às ruas), no Teatro Simões Lopes Neto
Oficinas Porto Alegre
Dia 8 de novembro
Residência Mário Lopes – 10h às 13h e das 14h às 17h / Espaço Força e Luz
Dia 9 de novembro
Residência Mário Lopes – 10h às 13h e das 14h às 17h / Espaço Força e Luz
Dia 10 de novembro
Residência Mário Lopes – 14h às 18h / Espaço Força e Luz
Dia 12 de novembro
Oficina Relaxamento Afro – 14h às 17h – Sala Sérgio Napp 1 – 2 andar CCMQ
Dia 13 de novembro
Oficina Relaxamento Afro – 14h às 17h – Sala Sérgio Napp 1 – 2 andar CCMQ
Dias 17 de novembro
Oficina Jessé Oliveira – 10h às 12h – CHC Santa Casa
Oficina Ball, das 18h às 20h – Espaço JINKA Núcleo Afro
Dias 18 de novembro
Oficina Jessé Oliveira – 10h às 12h – CHC Santa Casa
Oficina Ball, das 18h às 20h – Espaço JINKA Núcleo Afro
Dia 19
Oficina Cia Heliópolis – 9 às 12h e das 14 às 17h – Sala do Circo – Multipalco
Pelotas/ Espetáculos
10 de novembro
19h – Qual a diferença entre o Charme e o Funk, no Colégio Pelotense
11 de novembro
19h – Cícera, às 19h na sala Carmem Biasoli
12 de novembro
10h – Kuumba conta Histórias – local a confirmar
15h – Bandelli, no Colégio Pelotense
14 de novembro
15h – Katchaku Katchaka, no Céu Artes – Dunas
15 de novembro
19h – Ballroom Ndate Yalla Mbodj – 19h, no Clube Cultural Fica Ahí
16 de novembro
15h – Grão de Areia, no Céu Artes Dunas
17 de novembro
19h – Afrotranstopia – Movimento I
18 de novembro
14h – Afrotranstopia – Movimento III, às 14h no Cine UFPEL
17h – Igba Awo, no Largo do Bola
19 de novembro
19h – Corporicidade – local a confirmar
Oficinas Pelotas
12 de novembro
Oficina Contadores de Mentira, das 9h às 12h, na sala 61/ bloco 3 – Centro de Artes UFPel
Jessé Oliveira – 18h às 22h – Clube Cultural Fica Ahí
13 de novembro
Jessé Oliveira – 9h às 12h, no Clube Cultural Fica Ahí
18 de novembro
Workshop Mário Lopes – das 9h às 12h, no Clube Cultural Fica Ahí
SINOPSES
A boca que tudo come tem fome (do cárcere às ruas) – Cia Heliópolis / SP
Com encenação de Miguel Rocha e dramaturgia de Dione Carlos, o espetáculo da Cia. Heliópolis é resultado da pesquisa do projeto Do cárcere às ruas: o estigma da vida depois das grades, contemplado pela 43ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. A pesquisa partiu da premissa de que o encarceramento deflagra traumas, comportamentos e perspectivas que inevitavelmente estarão presentes na retomada da vida, buscando compreender as consequências do aprisionamento nas tentativas de adaptação fora da prisão e na reconstrução das vidas. Em cena, seis pessoas que passaram pelo sistema prisional brasileiro têm suas trajetórias entrelaçadas. Diante das dificuldades de reinserção social e reconstrução da própria vida, cada uma delas, a seu modo, tenta encontrar uma saída. As marcas do período atrás das grades permanecem na memória, no corpo e nos afetos. Exu, o orixá das encruzilhadas e destrancador dos caminhos, aparece como uma presença provocativa ao despertar naqueles sujeitos a fome de novos começos e a avidez por dignidade.
Afrotranstopia – Movimentos Coreográficos / SP
Obra em três atos complementares, que estrearam em diferentes tempos e contextos. Movimentos I, II e III derivam de uma extensa pesquisa conduzida pelo artista, coreógrafo e pesquisador Mário Lopes. A ativação desta macrodramaturgia em três atos — dois cênicos e um audiovisual, criado e encenado durante a pandemia da COVID-19 — aborda o conceito de Afrotranstopia, desenvolvido por Mário em sua dissertação de mestrado Espumas e Algoritmos Coreográficos. Este conceito explora a intersecção entre tecnologias, existências e afrotranscendências, valorizando saberes ancestrais, resistências matriarcais, indígenas e afro-diaspóricas como fundamentos essenciais. “Como articulador e coreógrafo venho pesquisando e investigando conflitos de normas sociais e corpos estranhos. Mobilidade, encontros, cruzamentos e composições, normas sociais e suas repercussões no corpo e no movimento. Busco constantemente reconhecer, apesar das distâncias e diferenças, uma outra forma de criar, uma convergência de ideias que ajude a deslocar minhas próprias ações” afirma o criador, que estará na Mostra Cura em Porto Alegre e em Pelotas.
Movimento I – Parado é Suspeito – A obra coreográfica investiga o gesto de dar som ao corpo e corpo ao instrumento, a partir de ecos do passado que ressoam no presente. Os movimentos seguem comandos que suprimem o batimento cardíaco, silenciam palavras que buscam se manifestar e revelam o poder da narrativa corporal. Inspirado na frase encontrada na Academia de Polícia Militar dos anos 1990 — Negro parado é suspeito; negro correndo é ladrão —, o espetáculo denuncia os alarmantes índices do extermínio da população negra e o racismo estrutural presente nas instituições policiais. A peça evidencia como estereótipos se perpetuam sem questionamento, sustentando a equivocada associação entre pessoas negras e criminalidade. O movimento levado ao esgotamento provoca no público sensações de angústia, dor e perplexidade, ao assistir o corpo que resiste em saltos incessantes, reconfigurando-se diante do destino que o mira. Seja como espaço de denúncia, escuta ou criação, Movimento I nos impulsiona a projetar novos caminhos de humanidade para os corpos negros.
Movimento II – Kodex_Konflikt – Nesta criação, o foco é a investigação do impacto no corpo em contextos desconhecidos: códigos sociais, processos de adaptação física e momentos de confronto com a condição de “corpo estrangeiro” — seja pela língua, pela cor da pele ou pelos modos de existir. Os que são reconhecidos como estrangeiros buscam estratégias de camuflagem que lhes permitam se adequar, atravessar e penetrar as normas estabelecidas. Movimento II articula dança e performance para revelar os conflitos e adaptações vividos por corpos deslocados e racializados, tensionando as fronteiras entre pertencimento, exclusão e sobrevivência.
Movimento III – Celebração, Espumas Pós-Tsunami (2021) Trabalho coletivo e transdisciplinar, Movimento III articula coreografia, cinema, dança, artes visuais, música, arquitetura e pensamento crítico. Concretiza-se como longa-metragem, instalação imersiva e desdobramento da pesquisa em Afrotranstopia.
As Vozes de Dandara, de Silvia Duarte / RS
No palco está a reunião das cantoras Claudia Quadros, Guaira Soares e Preta Guedes — mulheres negras de reconhecida trajetória artística no cenário musical gaúcho e porto-alegrense. Elas interpretam obras de compositoras negras e compositores de destaque no panorama musical local e nacional, acompanhadas por músicos experientes e de sólida carreira. O repertório celebra e valoriza a contribuição das mulheres negras na música, destacando a riqueza das expressões afro-brasileiras e promovendo visibilidade, representatividade e empoderamento dessas artistas no contexto cultural do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Bandele / RS
O menino nascido longe de casa – bate seu tambor contando a trajetória de sua aldeia. Ele pede ajuda para os espíritos que moram no grande Baobá e protegem todas as histórias do mundo. Inspirado nos sons, tons e imagens da Mãe África, o espetáculo livremente adaptado da obra homônima da escritora gaúcha Eleonora Medeiros, ilustrada por Camilo Martins, reúne contação de histórias, teatro de animação e teatro visual. Bandele, é um espetáculo para ver, ouvir e sentir. Criado em 2018, Bandele, dirigido pelo ator e bonequeiro Leandro Silva, foi precursor dos estudos e temáticas afrobrasileiras. Pensado para ser uma celebração à vida dos corpos pretos, a peça resgata a importância da maternidade, da juventude e do respeito aos mais velhos. De lá para cá foram diversas apresentações, nos mais variados formatos e espaços, com os mais diferentes públicos.
Cícera / SP
A alagoana Cícera traz em sua mala um punhado de farinha, quatro filhas e o sonho de uma vida melhor. Em São Paulo encontra dureza, concreto, fome e saudade. “Cícera” é a história de uma mulher, mas é o retrato da vida de centenas de mulheres retirantes que deixam suas raízes na busca de igualdade social. A anciã, a jovem, a desbravadora, a mãe, a trabalhadora, a que luta por seus direitos. Todas são Cíceras. Atravessada por cantos de trabalho, relatos e memórias a obra apresenta uma mulher nordestina em ponto de ebulição, que dança e saúda sua caminhada. Este é o primeiro monólogo do grupo Contadores de Mentira em 23 anos. Em cena, a atriz Daniele Santana vive a personagem, entre relatos, canções e áudios de senhoras de Alagoas, que colaboram para o entrelaçamento dos temas e reflexões propostos. O grupo, da cidade de Mairiporã, em SP, atua em rede com conexões em vários países. Desenvolve pesquisa e possui identidade na antropologia, história, política e sociedade. É um grupo militante que há anos descobriu que era necessário se organizar em coletivos, em redes, em fóruns, na luta por condições de trabalho aos fazedores de cultura.
Cordão, de Malu Avellar /SP – performance de rua
Malu Avelar elaborou a performance a partir da pesquisa sobre um recorte da produção de Geraldo Filme, artista, compositor, cantor e militante negro, e da presença relevante dos corpos LGBTQIA+ em bairros da cidade de São Paulo. Geraldo Filme desafiou o tempo e as limitações impostas pela sociedade e foi o guardião que cantarolou encantamentos e denúncias para que as nossas histórias não fossem apagadas, um artista cuja obra atravessou as camadas do tempo Assim Malu evoca a entidade do malandro Zé Pelintra e como um corpo sapatão e preto dança pedindo a benção ao vô Gege para dar continuidade à tradição do samba. A dança como linguagem torna-se um rito de passagem e de sensibilidade para ativar outras escutas que permeiam o campo do conhecimento ancestral e espiritual.
Corpocidade, de Gabriel Faryas / RS
O espetáculo surge de observações do artista Gabriel Faryas em diferentes municípios, suas configurações espaciais e de como as constantes mudanças impactam as subjetividades dos corpos que nas cidades se movimentam. O trabalho se inspira em elementos visuais, sonoros e corporais para construir uma encenação sensorial que traga os vestígios dessas urbanidades para uma narrativa cotidiana e humana: a procura por um objeto perdido. Na cena, Guilherme procura em Breu um pequeno objeto que mal reparou cair dos bolsos, tamanha a correria. Ao cruzar toneladas de pedras, surgem coreografias que o lembram de onde pode ter ficado. Deseja reencontrá-lo, nem que tenha que engolir a cidade para isso. Entre sutilezas e monstruosidades, o trabalho aborda, de forma especulativa, temas relacionados aos movimentos, imagens e ruídos de uma cidade-caos.
Danúbio / DF
Dois atores, um adulto e uma criança, percorrem uma jornada lírica e lúdica que brinca diálogos entre uma mesma pessoa em diferentes tempos de vida. Danúbio é o protagonista negro que busca sua própria voz, história e identidade entre as muitas vozes e memórias que habitam seu corpo. As contradições e embates entre a criança e o adulto, convidam o público a mergulhar na complexidade de sentimentos, emoções, cosmologias e ancestralidades que atravessam as memórias e subjetividades pretas. A montagem explora a ancestralidade, a memória e a construção de identidade negra. Com direção e dramaturgia original de Jonathan Andrade, nome bastante conhecido na cena teatral do Distrito Federal, o espetáculo Danúbio promete tocar profundamente o público colocando em cena debates contemporâneos acerca das identidades, memórias e ancestralidades negras. O espetáculo teve sua estreia no final de 2024 e integrou a programação da 28ª edição do Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília. Este espetáculo promove o encontro de três festivais em aquilombamento: Mostra Cura, Dona Ruth e Itacaré.
Igba Awo / RS
Performance sonora e corporal que se constrói como ativação artística em tempo real. Protagonizada por Nina Fola e dirigida por Thiago Pirajira, a obra nasce da ancestralidade negro-africana para interrogar o presente. A obra estabelece um diálogo entre cultura de terreiro e experimentação urbana, resistência e celebração, corpo e som, memória e criação. Ao se abrir ao público, afirma o processo como lugar de invenção e conhecimento, em que o fazer se torna também gesto de escuta e transformação. O projeto foi pensado para mostrar a trajetória de um grupo de artistas em torno de um tema que passa pelo sentimento sobre a resistência social e cultural negra-africana. Igba Awo exalta a importância das mulheres negras, das palavras e poesias, das músicas e sons, dos pensamentos e estratégias que construíram e que promovem espaços de ampliação da humanidade negra frente ao mundo antinegro. No centro da cena está a cabaça, e a ela é dada a importância do lugar mitológico africano como “ventre do mundo”, um objeto que guarda segredos (Awo), instrumento que possibilita o acesso à comida e à água e que pode ser uma caixa amplificadora de sons.
Katchaku Katchacka: era uma vez em Odjeidje / RS
O espetáculo narra a coragem e a esperteza do menino Gondœur, vivido por Loua Pacom, que aceita o desafio de enfrentar um grande monstro para defender a sua aldeia. O espetáculo é direcionado para crianças, jovens e adultos, com a proposta de oferecer uma abordagem da cultura africana, que tanto influencia a sociedade brasileira, de maneira lúdica e original, somando-se às diversas iniciativas no campo da educação das relações étnico-raciais. Kachaku Katchaka estreou no Centro Cultural da UFRGS, em setembro de 2023, pelo projeto Cenas Mínimas. Esteve presente no evento “Caminhos para uma Educação Antirracista” promovido pelo Itaú Cultural e a Secretaria de Educação do Estado do RS. Em 2024 realizou duas apresentações no Centro Histórico Cultural Santa Casa, selecionado no edital de espetáculos do CHC daquele ano. E por fim, também foi selecionado para o Festival Palco Giratório 2024.
Kiki Ball da CURA: Cultura Negra Brasileira / RS
Evento criado pela cultura ballroom para celebrar a vida, a arte e o talento através da dança, moda e performance. Com a presença de um mestre de cerimônias, Dj e jurados, ocorrem competições de acordo com categorias que ao longo dos anos a comunidade criou. Para cada categoria é definido um tema relacionado ao conceito geral do evento. Com o deslocamento da cultura ballroom dos EUA, onde surgiu, para o Brasil, o movimento agregou a cultura negra brasileira e sua influência, criando a Cena Ballroom Brasil. E é esse o tema para a Kiki Ball da CURA, que terá como protagonistas do espetáculo as personagens Mexe a Raba, Samba no Pé e VogueFunk.
Kuumba Conta Histórias / RS
Na montagem, o palco se transforma em portal de onde surge Kuumba — a guardiã do tempo e das palavras vivas. Com folhas nos cabelos e pele que brilha com o dourado do sol, ela caminha entre mundos para trazer histórias que carregam a sabedoria dos antigos e a força da oralidade. Nesta aventura, Kuumba nos leva a África Ocidental, onde se fala sobre Anansi, o homem-aranha e sua sábia companheira, Asò. Juntos, eles enfrentam desafios para conquistar o baú das histórias que pertence ao poderoso Deus do céu, Nyame. Uma jornada repleta de esperteza, coragem e encantamento, onde a palavra é o maior tesouro. Com direção e atuação de Mayura Matos, o espetáculo é um ato de celebração da oralidade, inspirado nos valores civilizatórios afro-brasileiros (Azoilda Loretto Trindade). Mais do que um espetáculo, é um mergulho na cultura, na ludicidade e na beleza que brota das raízes da nossa história, que reafirma o direito de aprender a riqueza do legado e da cultura afro-brasileira nas escolas e na vida.
Molha/ RS
Na estreia da companhia Espiralar Encruza na Mostra Cura, acompanhamos a história de um lugar por três janelas. Um grupo pedreiros, uma família em farrapos e uma moça solitária. Todos sabem que um buraco irá se abrir e o piso irá rachar. Somente um pulo para se salvar do estrago e conseguir jantar o peixe, com tranquilidade. A Espiralar Encruza é uma rede de artistas que trabalha com teatro, performance e audiovisual. Em 2020 e 2021 através de encontros semanais, criaram em conjunto com outros grupos a Residência Espiralar, uma residência artística que promoveu como obra final o curta-metragem intitulado Será que fica pronto a tempo?. A rede trabalhou junto ao Grupo PretaGô na produção do evento VERAFRO, que promoveu oficinas, apresentações artísticas e entrevistas com artistas nacionais durante o verão de 2021. De lá para cá, a Espiralar estreou uma série de performances como e esteve presente em festivais de teatro
Qual a Diferença entre o Charme e o Funk?/ RS
Trabalho sensorial inspirado no método de “arqueologia pessoal” dos sete atores criadores, no qual o exercício de acessar memórias em busca de relíquias se fez presente para dar corpo ao espetáculo. O resgate daquilo que está dentro de cada um e que os faz ser: identidades. É a dança entre o jovem negro e suas lembranças. Falar das memórias é também sacralizá-las, encontrando um espaço para que elas possam ser recontadas de inúmeras formas, cores, sons: memórias são processos vivos. A peça contextualiza, a partir de cenas autônomas, o movimento de uma juventude considerada a “geração da esperança”, que anseia falar de sua cultura, sua arte, seu corpo, seu cabelo e sua dança. Anseia mostrar que também ri, brinca, canta, ama, se relaciona, existe.
Relaxamento afro / RS
Residência/performance de Silvana Rodrigues. Uma estação de parada onde pessoas negras podem, ao seu modo, relaxar. A partir de uma oficina ministrada por Sandino Rafael e Silvana Rodrigues, como proposta de intercâmbio dos grupos surge a ideia desta performance. Os alunos, em conjunto com os membros dos dois coletivos, criaram imagens a partir das suas perspectivas únicas sobre relaxamento, que foram agrupadas em lambes de 6x2m e espalhados pela cidade. E foi assim que a obra entrou pela primeira vez no salão nobre de um museu. Uma das séries do Relaxamento Afro foi adquirida pelo SESC Nacional e está em circulação com Dos Brasis – Arte e pensamento Negro, já tendo passado pelos SESC Belenzinho (SP) e Quitandinha (RJ).
Zaze-Zaze – Uma festa para Vavó / RS
A trama do espetáculo gira em torno de Vavó, uma personagem negra, idosa e pobre, que está no limiar de sua vida. Vavó representa o arquétipo da mulher negra brasileira e carrega consigo uma história de vida rica em experiências e desafios. Através de uma narrativa sensível e poderosa, a peça apresenta cenas de suas memórias de juventude, momentos da com seu marido, cenas ritualísticas e recordações que expõem a condição de vida da mulher negra no Brasil. O UTA, tem uma das mais expressivas trajetórias artísticas do teatro gaúcho. Desde 1992 se dedica à pesquisa sobre o trabalho de atuação, à criação de espetáculos e à formação de artistas. Em 2025 o grupo completou 33 anos de trabalho continuado.
Afrotranstopia_Mov /Divulgação/
MOSTRA CURA – DESLOCAMENTOS
De 10 a 20 de novembro, em Pelotas e Porto Alegre
Entrada franca – ingressos distribuídos 1h antes do início, nos locais de apresentação
Oficinas com inscrições mediante formulário online
*A boca que tudo come tem fome (do cárcere às ruas), da Cia Heliópolis / SP terá venda de ingressos populares, com valores de 30,00 e meia entrada de 15,00, na plataforma de vendas do Theatro São Pedro
Endereços dos teatros/apresentações – Porto Alegre
Galpão Floresta Cultural – R. Conselheiro Travassos, 541 – Floresta
CCMQ – Sala Carlos Carvalho – R. dos Andradas, 762 – 2º Andar – Centro Histórico
Teatro do Sesc – Av. Alberto Bins, 665 – Centro Histórico
Zona Cultural Av. Alberto Bins, 900 – Centro Histórico
Teatro Renascença – Av. Erico Verissimo, 307 – Menino Deus
Teatro Simões Lopes Neto – R. Riachuelo, 1089 – Centro Histórico
CHC Santa Casa – Av. Independência, 75. Centro Histórico
Espaço JINKA Núcleo Afro – R. Andradas, 1270, sala 91. Centro Histórico
Espaço Força e Luz – R. dos Andradas, 1223 – Centro Histórico, Sala Noé de Mello Freitas
Endereços dos teatros/apresentações – Pelotas
Colégio Municipal Pelotense – R. Marcílio Dias, 1597 – Centro
Bloco 3 – Centro de Artes – Rua Alberto Rosa, 117 – Centro
CÉU das Artes – Av. Ulysses Silveira Guimarães – Dunas
Cine UFPEL – R. Lobo da Costa, 447 – Centro
Largo do Bola – UFPel – R. Cel. Alberto Rosa, 117 – Centro, Pelotas – RS, 96010-770
A Mostra Cura – Deslocamentos é realizada com recursos federais da Lei Aldir Blanc e conta com apoio da Casa de Cultura Mario Quintana, SESC-RS, Ieacen, Fundação Teatro São Pedro, Associação dos amigos do Theatro São Pedro, Secult Pelotas, Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, Cinemateca Paulo Amorim.
O internacionalmente aclamado Balé Folclórico da Bahia (BFB), que já se apresentou em mais de 30 países e 300 cidades do mundo, desembarca no Rio Grande do Sul para encerrar a turnê do espetáculo “O Balé Que Você Não Vê”. No dia 28 de outubro (terça-feira), a Companhia sobe ao palco do Teatro FIERGS, em Porto Alegre, e no dia 30, do Teatro Feevale, em Novo Hamburgo. A realização conta com o patrocínio master do will bank, por meio do estímulo da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet e Ministério da Cultura.
O espetáculo é inspirado na luta diária de uma companhia profissional para se manter ativa, tanto financeira quanto tecnicamente. Walson (Vavá) Botelho, diretor-geral e fundador da companhia, afirma que “O espetáculo O Balé Que Você Não Vê reflete a nossa resistência. Ele foi montado e teve sua estreia mundial depois de mais de dois anos sem o BFB se apresentar”. No palco, o grupo de dança afrobaiana apresenta três coreografias concebidas especialmente para esta produção: Bolero, de Carlos Durval; Okan, de Nildinha Fonseca; e 2-3-8, de Slim Mello, além de exibir o repertório clássico do grupo, com Afixirê, uma coreografia de Rosângela Silvestre, reconhecida internacionalmente.
A única companhia de dança folclórica profissional brasileira
O Balé coleciona importantes prêmios e reconhecimentos. Recentemente, em 20 de maio, foi homenageado com a Ordem do Mérito Cultural, concedida pela Presidência da República e Ministério da Cultura. Em 2013, a prefeitura de Atlanta (EUA) declarou o dia 1º de novembro como o Dia do Balé Folclórico da Bahia, e no mesmo ano, o grupo teve uma rua nomeada em sua homenagem na cidade de Aného, no Togo.
A crítica de dança do The New York Times, Anna Kisselgoff, uma voz poderosa no cenário mundial, escreveu que “O prazer dos dançarinos, músicos e cantoras em fazer o que eles fazem sobre o palco é obviamente parte da vida deles que contagia todo o teatro”. A jornalista também declarou em uma de suas críticas para o jornal norte-americano que “Eu já assisti seus maravilhosos bailarinos em diferentes países, sempre se comunicando com o público. Crianças e adultos são tomados de imediato pelos ritmos e encantos de sua arte”. Em 1994, a Associação Mundial de Críticos reconheceu o BFB como a melhor companhia de dança folclórica do mundo.
Desde 1993, sob a direção artística de José Carlos Arandiba (Zebrinha), o corpo de baile atingiu um notável nível de aprimoramento técnico-interpretativo. A Bahia, com sua efervescência de manifestações populares, é a principal fonte de inspiração para as pesquisas do grupo, que legitima o folclore baiano em suas coreografias. O diretor artístico afirma que “O nosso grande objetivo é a educação. Meu princípio é que cada pessoa faz seu caminho. No Balé, há pessoas de todas as faixas etárias e de todas as classes sociais. A partir do momento que alguém entra por nossa porta, deixa fora um monte de estigma”.
SERVIÇO
“O Balé Que Você Não Vê” – Balé Folclórico da Bahia
Porto Alegre: 28 de outubro | Terça-feira | 21h Teatro FIERGS (Avenida Assis Brasil, 8787 – Sarandi)
Ingressos: R$45 a R$160
Ingressos antecipados:https://www.diskingressos.com.br/event/824
A música de Astor Piazzolla e a poesia de Horácio Ferrer marcaram um antes e um depois na história do tango. Ambos nutriam o desejo de que sua obra — inovadora, audaz e profundamente humana — transcendesse o tempo e chegasse com força às gerações futuras.
Cred. Vittória Terman/ Divulgação
Com o intuito de celebrar esta obra, Bibiana Dulce Quarteto, tem a honra de apresentar o espetáculo Astor: Revolución Para El 3001, uma homenagem a genialidade destes dois grandes artistas, que transformaram o tango em arte universal.
SERVIÇO
Estreia 22 de Outubro 19:00hs No Museu De Arte Do Paço, Praça Montevidéu, 10, Antiga Prefeitura.
Entrada Gratuita
A antologia Mulheres Gaúchas em Prosa & Verso reúne uma pluralidade de textos representativos da diversidade das mais de trinta mulheres que a integram e que têm em comum, além da terra gaúcha (nascendo ou vivendo nela), a obsessão estética pela palavra escrita. “Recebam essa primeira antologia como se recebessem uma canção de muitas vozes, muitos timbres e tons. Lembrem-se, ela foi orquestrada nos silêncios e nos atabaques das mulheridades” afirma as editoras Cátia Castilho Simon, Dione Detanico e Liana Timm. O lançamento será dia 11 de outubro, na Cirandar.
Esta publicação saúda o Mulherio das Letras, movimento feminista de escritoras, iniciado em meados de 2016, a partir da constatação de que havia muitas mulheres escrevendo, mas publicando pouco. Isso aconteceu em um evento literário em que Maria Valeria Rezende e outras autoras constataram a discrepância da participação entre escritoras e escritores. Para estas analistas, muitas mulheres estavam escrevendo bem demais, mas as publicações continuavam sendo lideradas pelos escritores. Por essa razão, os encontros literários também privilegiavam a participação deles. Disso resultou a criação do coletivo referido acima, que prima pela horizontalidade, e que está em atividade em diversos estados, cidades e países. O produto dessas ações tem resultado na premiação e no reconhecimento de mais mulheres no contexto literário, equilibrando as representações em qualidade, gênero e etnias.
Os temas abordados na primeira antologia Mulheres Gaúchas em Prosa & Verso trazem reflexões desde a inserção da inteligência artificial na realidade imediata até o propósito da poesia. Evocam também o que foi construído na infância, o trançado do cotidiano de mulheres, alternando um lusco-fusco poético de alvoreceres e entardeceres. “O século XXI ainda oferece resistências ao lugar que a mulher quer decidir para si, aos milhares de anos de opressão que submetem muitas de nós ao silêncio e à invisibilidade. Toda vez que uma mulher escreve, publica, mostra a que veio e de onde veio, o timbre de cada voz soma-se ao de outras, e uma grande canção reverbera por todas” complementam as editoras.
Integram o livro as escritoras Adriana Bandeira, Adriana Maschmann, Andreia Schefer,
Bebê Baumgarten, Benette Bacellar, Carolina Panta, Cátia Castilho Simon, Cecilia Kemel, Conça Dornelles, Dione Detanico, Inês Lempek, Irka Barrios, Jeane Bordignon, Joselma Noal, Juliana Blasina, Liana Timm, Ligia Savio, Lilian Rocha, Lúcia Rl Rosa, Lúcia Nogueira Leiria, Luciana Konradt, Magalhe Oliveira, Maíra Baumgarten, Malu Baumgarten, Maria José Silveira, Mariam Pessah, Naia Oliveira, Neli Germano, Regina da Costa da Silveira, Rute Gusmão, Sabrina Dalbelo, Soninha Porto, Susana Vernieri, Taiasmim Ohnmacht e Vera Ione Molina.
SERVIÇO
MULHERES GAÚCHAS EM PROSA & VERSO – lançamento do livro