Casa de Cultura Mario Quintana recebe a Exposição “La Marche”, de Paulo Henrique Lange 

A Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), recebe a partir desta sexta-feira, 22, a exposição “La Marche”, do artista visual Paulo Henrique Lange.

Abertura às 18h, na Sala Radamés Gnatalli, no 4º andar da CCMQ (Andradas, 736 – Centro Histórico).

Graduado em Artes Visuais pela UFRGS, em 2018, Paulo H. Lange pesquisa linguagens do desenho, pintura, vídeo e fotografia analógica.

La Marche é uma série de desenhos iniciada em 2018, realizada em nanquim preto e laranja sobre diversas folhas envelhecidas de cadernos de partituras.

O artista descreve que o processo de criação foi disparado como que por brincadeira.

“Fiquei fascinado por um cavalinho de brinquedo, que se desmontava em duas partes, separando em uma delas a cabeça e membros anteriores e, na outra, as patas traseiras e a cauda. Girei meia volta numa das peças e a seguir encaixei-a novamente com as metades invertidas. Quando esta figura do cavalinho invertido ganhou meu interesse como tema de desenho, decidi desenhá-lo sobre um material ‘contaminado’: folhas de cadernos de partituras. Elas guardavam sons latentes e um senso de ritmo progressivo, que imaginei que evocariam também o trotar ritmado do animal”, explica Paulo Henrique.

Ao imaginar usos hipotéticos do cavalinho invertido, o símbolo pareceu simples o bastante para se tornar uma logomarca ou um brasão, algo que a concepção artística pudesse aderir a cenas de atividades coletivas ou íntimas. “A insígnia de um time de atletas ou de um partido político, uma estampa em um uniforme de banda marcial, uma tatuagem no corpo de alguém, etc. Estas associações provinham do acervo de referências visuais que se acumula no ateliê: recortes de ilustrações de livros, enciclopédias e fotos encontradas em briques. São imagens que me fascinam, nas quais reconheço o potencial de disparadoras de processos de criação e por isso as coleciono”, detalha.

As inserções do cavalinho de La Marche em diferentes contextos dificulta conclusões sobre o real significado do símbolo e se torna um jogo de lançar pistas para tornar o mistério mais insolúvel a cada novo desenho. “Mais especificamente, interessa-me apresentar um trabalho que propõe um questionamento empático por parte do observador: que tipo de relação aquelas figuras desenhadas desenvolvem como signo? Em torno de quais ideias se unem estes grupos?”, instiga Paulo Henrique Lange.

O artista expõe em Porto Alegre desde 2018. Em 2019, La Marche esteve em exposição individual em Blumenau, Santa Catarina. Em 2021, foi premiado no 7º Salão de Artes de Mogi das Cruzes, em São Paulo, e participou da residência artística Tórus, em Garibaldi, no Rio Grande do Sul.

 

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