Higino Barros



Cerca de 100 pessoas participaram do Dia do Leitor nesta terça-feira, junto às estátuas dos poetas Mário Quintana e Carlos Drummond de Andrade, na praça da Alfândega. O evento aconteceu das 11h às 17h e teve presenças de vários intelectuais gaúchos, autoridades da Secretaria de Cultura de Porto Alegre e pessoas que estavam transitando pelo local no horário e pararam desfrutando a função, absolutamente encantadas com o que estava acontecendo. Entre eles dois estrangeiros, visitando a capital gaúcha – um irlandês e um argentino – e que acabaram declamando poemas em seus idiomas de origem.



Uma das organizadoras do evento, a artista visual Graça Craidy, ao lado dos jornalistas Ayres Cerutti e Higino Barros, fez uma descrição assim em suas redes sociais:
“Teve psicanalista se rendendo à poesia: Abrão Slavutzky diz que o poeta cura mais que o psicanalista. Paulo Raymundo Gasparotto: que o último grande prazer da vida é a leitura.





E teve também vertentes dos próprios autores, elas e eles, em pessoa: Rafael Guimaraens, Lilian Rocha Eira eira eira!, Taiasmin Ohnmacht , Catia Simon, Ana dos Santos, Alcy Cheuiche e Alice Urbim, em nome do querido Carlos Urbim, já falecido.
Professor Sérgius Gonzaga ostentou um Drummond exclusivo praticamente inédito dedicado a Guilhermino César.
Cheuiche contou causos hilários do Quintana, seu mestre e conterrâneo do Alegrete. Diz que inventaram uma lenda do poeta: certa madrugada, voltando pra casa já meio alto, ele teria sido visto batendo na “porta” dum poste. Ao que o guarda noturno, brincalhão, teria alertado: – Não adianta bater que não tem ninguém em casa! Contestado, incontinente, por Quintana: – Tem, sim, não tá vendo que a luz tá acesa?
Teve garotinha lendo redação do colégio. Teve um rapaz que me mostrou no celular dele mensagem em inglês em que dizia ser da Irlanda, não sabia português, mas queria muito dizer um poema, respondi Why not? E também outro muchacho argentino que declamou em espanhol.
Teve inclusive uma cidadã do povo, engraxate na Praça da Alfândega, que recitou versos que ela decorou do Poesia no Ônibus, veja a importância. E que tentou se desculpar dizendo “eu sou uma mera engraxate”, ao que devolvi na horita: aqui ninguém é mero!




Teve presenças da Secretária da Cultura e seus assessores e do diretor do IEL – Instituto Estadual do Livro.
E teve, também, denúncia grave da deputada Sofia Cavedon: todas as bibliotecas de escolas públicas do Estado – inclusive a do Instituto de Educação! – foram fechadas pelo Governo Leite e, by the way, não existem mais bibliotecárias. E o vereador Adeli Sell reforçou: as bibliotecas de escolas municipais ainda estão fechadas por conta da enchente e do descaso público.
Teve pertinente observação feminista de que o dia era do leitor e também da leitora.
Teve a revoada amorosa dos fotógrafos do Fotoclube Porto-alegrense cobrindo o evento.
Graça ainda fez outras observações sobre o ocorrido. A reação de quem participou do evento foi de absoluto encantamento. As pessoas foram pegas de surpresa e não esperavam o acontecido. Assim todos eram elogios e sentimento de felicidade no final. Com isso o 7 de Janeiro, Dia do Leitor, que na edição de 2025 teve o slogan “Leio, logo existo”, passa a forte candidato de efeméride a ser incorporada ao calendário cultural de Porto Alegre.