Eduardo San Martin, de Nova York
A criação da CNN Brasil parece ter impressionado a mídia nacional mais pelo anúncio de futuros 400 empregos e maior concorrência numa atividade em franca retração econômica, do que pelo que realmente significa politicamente.
A CNN vendeu uma franquia para atuar no Brasil.
Não é uma filial da Cable News Network dos Estados Unidos, como a BBC Brasil
é parte, material e editorial, da British Broadcasting Corporation.
Seria uma espécie de “emissora associada”.
O comprador é Rubens Menin Teixeira de Souza, um magnata da construção civil de Belo Horizonte, conhecido por dois motivos: aparece na revista Forbes com uma fortuna pessoal de $ 1,12 bilhões (em 2018) e ´é apoiador entusiasta de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro.
Assim, a CNN Brasil deve ter ampla autonomia editorial em relação à matriz, já que dificilmente chamará o presidente do Brasil de “político de extrema direita” ou de “Trump dos Trópicos”, como faz a coirmã norte-americana.
O modelo editorial da franquia brasileira seria o da concorrência da CNN nos EUA, a Fox News, do também bilionário Rupert Murdoch. Isto é, um canal ostensiva e
exaltadamente conservador.
Na Fox News, os comentaristas não poupam opositores a suas ideias,
batem boca (quando não cortam a palavra) de todo liberal ou personalidade
mais à esquerda, que se arrisque a enfrentar a feras.
Os entrevistados tendem a ser políticos ou porta vozes da direita americana. É o canal preferido (e mais amigo) de Donald Trump e seus seguidores.
A notícia da CNN no Brasil é música nos ouvidos de Steve Bannon, o orquestrador do que ele chamou de Movimento, uma confederação informal de grupos de extrema direita de diversos países.
Steve Bannon, o fundador da agência de notícias falsas contra a esquerda Breitbart, é tido como o estrategista responsável pela vitória de Donald Trump no Estados Unidos, em 2016.
Dali, ele partiu para criar o “movimento” de renovação da direita, escolhendo atuar em 13 democracias mais vulneráveis.
Desde então, orientou a vitória nas urnas e ascenção ao poder de correligionários na Itália, Austria, Espanha, Hungria, Polônia, Ucrânia e, agora, na presidência do Brasil, o filé mignon da América do Sul.
Em todas estas campanhas eleitorais, a arma de Bannon foi a mesma: excelente
entendimento técnico e capacidade de manipulação da opinião pública nas mídias digitais (e convencionais), pela criação e difusão de fake news, calúnias abjetas e mentiras descaradas.
A primeira vitória desta onda neoconservadora representada pela CNN Brasil é que Jair Bolsonaro, a atual menina dos olhos do movimento de Bannon, deve contar com o apoio de um canal de comunicação de massa com credibilidade internacional e sem bagagem política ou culpa no cartório no Brasil, como a Globo, Record, SBT.
Esta CNN Brasil – isenta de passado – já deve fazer sentir sua presença nas eleições municipais de 2020.
A outra vitória da direita é de ordem ideológica. Será uma CNN conservadora, pró “Tropical Trump”, a primeira do gênero.
Nos Estados Unidos e países onde atua, a CNN é um canal de notícias considerado
“liberal” pelos moderados e de esquerda pela direita linha dura.
Esta percepção talvez decorra do fato de ser um canal de TV mais recente (criada
em 1980) e historicamente mais independente, com linha editorial relativamente mais equilibrada, inquisitiva, abrangente, inclusiva.
Ou seja, com várias das características daquilo os Olavos de Carvalho e ideológos da
nova direita condenam como “marxismo cultural”.
Autor: da Redação
Cancelamento da entrevista em Davos revela que crise chegou ao presidente
Ainda não estão claras as razões que levaram o presidente Jair Bolsonaro a cancelar, sem aviso prévio entrevista com a imprensa internacional em Davos, nesta quarta-feira. Um dos ministros disse que o motivo foi “cansaço”.
Mesmo que seja, é inevitável a conclusão: os últimos episódios envolvendo o filho mais velho do Presidente, o senador Flávio Bolsonaro, inclusive com suspeita de ligações com as milícias do Rio de Janeiro, estão gerando uma crise que já bate no palácio do Planalto. Ou em Davos, aonde está o presidente nestes dias.
Depois do frustrante discurso de seis minutos e meio, não falta mais nada para que a primeira missão internacional do novo presidente brasileiro seja considerada um fracasso.
As consequências disso e dos episódios internos que contribuiram para o fracasso externo, ainda são imprevisíveis.
Ex-PM foragido é dos mais temidos no mundo violento das milícias
Do Jornal Extra:
Principal alvo da operação Os Intocáveis, o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega foi expulso da Polícia Militar por suspeita de envolvimento com a contravenção.
Ele teria se tornado homem de confiança de um bicheiro que provocou guerras pelo controle de territórios no Rio.
Essas ligações perigosas com o crime organizado lhe renderam um conselho de justificação na Polícia Militar, que resultou em sua exoneração em 2014.
Em 2005, Adriano recebeu a Medalha Tiradentes na Alerj, por indicação do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). A mãe e a mulher do ex-policial trabalhavam até o fim do ano passado no gabiente de Flávio.
Adriano era acusado de ser segurança de José Luiz de Barros Lopes, o Zé Personal, integrante da máfia dos caça-níqueis que acabou sendo assassinado em um centro espírita na Praça Seca, em 16 de setembro de 2011.
O ex-policial apresentou vários recursos na Justiça para tentar ser reintegrado à PM, mas não obteve êxito.
Antes de sua explusão, Adriano já havia passado por outros conselhos de justificação na PM. Chegou a ser preso, em 2011, como um dos alvos da operação Tempestade no Deserto, que desarticulou uma quadrilha acusada de vários crimes, inclusive homicídios, relacionados a uma disputa pelo patrimônio do contraventor Waldomiro Paes Garcia, o Maninho.
Hoje, dentro da PM, são poucos os que falam sobre Adriano, que está com 42 anos. E os que falam evitam pronunciar o seu nome.
Segundo investigações, depois que saiu da corporação, ele passou a chefiar não apenas o grupo de extermínio Escritório do Crime, mas também esquemas ilegais de construção nas comunidades de Rio das Pedras e da Muzema.
Virou, nas palavras da promotora Simone Sibilio, do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, “um homem extremamente perigoso”.
— É um dos chefes da quadrilha. É muito violento e temido até por seus comparsas. Exerce seu poder impondo o terror e precisa ser retirado rapidamente de circulação — afirma a promotora.
Adriano entrou na PM em 1995. Depois de três anos de preparação, inscreveu-se no curso de operações especiais e passou entre os primeiros colocados para o Bope.
Adriano até hoje é reconhecido como um dos mais qualificados policiais que já passaram pelo Bope. E também se revelou um dos mais cruéis. Um colega de turma conta que, como instrutor, ele fazia da vida dos aspirantes um inferno.
Criava situações de humilhação ao extremo e tinha o hábito de não deixar os alunos dormirem.
GM apresenta seu plano: redução de salários, fim de estabilidade e terceirização
Depois das ameaças, de que pode deixar o país se não equilibrar suas contas, a General Motors (GM) apresentou as bases de seu plano de reestruturação:
-redução do piso salarial,
-fim da estabilidade de emprego para lesionados
-liberação da terceirização em todos os setores.
A pauta de exigências foi apresentada aos trabalhadores nesta quarta-feira (23) em assembleia na fábrica de São José dos Campos (SP).
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, a pauta apresentada pela GM conta com 28 itens.
Entre as exigências está a redução do piso salarial de R$ 2,3 mil para R$ 1,6 mil.
A empresa ainda quer tirar a estabilidade de emprego dos trabalhadores com lesão ocupacional ou acidente de trabalho – em São José dos Campos são 1,3 mil funcionários nesta situação.
A GM também quer a mudança no sistema de banco de horas, flexibilização da jornada de trabalho – com a implantação da categoria 12×36 – e abertura para terceirização para todos os setores.
De acordo com o vice-presidente do sindicato da categoria em São José dos Campos, Renato Almeida, as negociações estão apenas crescendo.
“Nós não sabemos qual a contrapartida dessas propostas, não sabemos o que vamos receber de investimento em produção ou aporte. Queremos saber claramente quais as intenções dela antes de aceitar qualquer exigência”, informou.
De acordo com a entidade, a assembleia na planta de São José dos Campos para o primeiro turno foi apenas para apresentar as propostas e devem acontecer novas assembleias nos próximos turnos.
A empresa e os trabalhadores devem se reunir novamente nesta quarta-feira (23) às 14h.
O sindicato estima que a decisão final sobre a reestruturação aconteça em 20 dias, quando uma proposta deve ser apresentada aos trabalhadores para votação.
A GM não se manifestou sobre a reunião.
A pauta foi entregue pela empresa depois do anúncio de que a montadora passa por um período crítico e que precisaria de uma reestruturação.
No exterior, o plano de reestruturação da empresa propôs o o fechamento de cinco plantas nos Estados Unidos e demissão de mais de 14 mil trabalhadores.
No Brasil, a presidência da GM afirmou que “não vai continuar empregando capital para perder dinheiro” e apresentou as medidas como contrapartida para investimentos.
Para os representantes dos metalúrgicos, o anúncio leva “apreensão” aos trabalhadores que, no entanto, ressaltam que a empresa anunciou lucro global de US$ 2,5 bilhões – equivalente a cerca de R$ 10 bilhões – no terceiro trimestre de 2018, e é líder de vendas no continente. No Brasil, lidera o mercado de automóveis desde 2016, e detém 20% das vendas de automóveis no país.
“Repudiamos esta possibilidade de paralisação da produção no Brasil e na América Latina, e também que nos seja exigido mais sacrifícios, como diz o comunicado da empresa”, diz a nota conjunta, que é assinada pelos presidentes dos sindicatos dos metalúrgicos do ABC (filiado à CUT), de São Caetano do Sul (Força Sindical) e São José dos Campos (CSP-Conlutas) e pelas confederações nacionais do ramo metalúrgico (CNM/CUT e CNTM/Força).
Segundo os sindicalistas, essa ameaça tem a ver com um trabalho de reorganização global da GM, que incluiria o fechamento de fábricas nos Estados Unidos e no Canadá. “Não aceitamos que a situação seja utilizada para reduzir mais direitos, nem demissões ou o fechamento de fábricas. Defendemos os empregos e queremos estabilidade!”, afirmam.
O presidente da GM Mercosul diz que empresa pode encerrar atividades
Funcionários da General Motors no Brasil receberam na sexta-feira (18) um e-mail no qual a diretoria da empresa falava sobre a possibilidade de fechar suas operações na América do Sul.
Diz o texto: “A GM no Brasil teve um prejuízo agregado signicativo no período de 2016 a 2018, que NÃO PODE SE REPETIR. 2019 será um ano decisivo para nossa história. O Comitê Executivo do Mercosul está fortemente comprometido para reverter esta situação de forma imediata e definitiva. Vivemos um momento crítico que vai exigir importantes sacrifícios de TODOS. O Comitê Executivo do Mercosul desenvolveu um plano de viabilidade que foi apresentado para nossa liderança global em Detroit. Esse plano requer apoio do governo, concessionários, empregados, sindicatos e fornecedores. Do sucesso deste plano dependem os investimentos da GM e o nosso futuro.”
Ele não se alonga sobre o assunto, mas afirma que o Brasil vive um momento “muito crítico”. Em seguida, cita entrevista concedida pela presidente global da montadora, Mary Barra, a um site de Detroit, no último dia 11.
Barra afirmou que a empresa considera deixar a América do Sul. Brasil e Argentina, os maiores mercados sul-americanos da GM, continuam se mostrando “desafiadores”, segundo o comunicado.
Ela também afirmou que a companhia conversa com figuras chave dos mercados locais para tomar medidas para melhorar os negócios “ou considerar outras opções”. “Não vamos continuar investindo para perder dinheiro”.
No final do ano passado, o então presidente Michel Temer (MDB) sancionou o novo programa de incentivos para montadoras no Brasil, batizado de Rota 2030.
Na ocasião, ele vetou artigos que concediam isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para componentes, chassis, partes e peças e outras matérias primas da indústria automobilística que fossem importados por terceiros sob encomenda das fábricas.
Prefeitura faz licitação para suprir "déficit de comunicação"
A respeito da licitação para escolher as agências de publicidade que vão atender a Prefeitura de Porto Alegre em 2019, recebemos a seguinte nota da Assessoria de Imprensa:
“Desde que assumiu a administração municipal o prefeito Nelson Marchezan Junior está sem agência de propaganda.
Para suprir o déficit de comunicação, essencial para a divulgação de serviços de utilidade pública, a prefeitura lançou no dia 17 de outubro de 2018 a concorrência pública para contratação de duas agências de publicidade pelo prazo de 12 meses.
A dotaçãoorçamentária do edital é de 34,9 milhões e será distribuido conforme a Lei Orçamentária de 2019.
Em 24 meses a gestão de Marchezan investiu R$ 8,6 milhões em verba publicitária o que equivale a 0,06% do orçamento total da prefeitura.
A média aplicada nos últimos 15 anos é de 0,33% do orçamento geral do município e o governo atual planeja fazer uso de 0,27% do orçamento até 2010.
Na última terça-feira, 22 foram sorteados os três profissionais que integram a subcomissão técnica que irá julgar as propostas da concorrência pública.
Foram escolhidos os jornalistas Maria Emilia Portella, Paulo Sérgio da Rosa Beccon e a publicitária Maria Regina Venturini de Azevedo, sendo os dois primeiros com vínculo com o município e o último sem vínculo com o município, conforme a lei 12.232/2010.
Acompanharam a sessão representantes do Sindicato das Agências de Propaganda do Rio Grande do Sul (Sinapro RS) e de agências.
Doze empresas disputam a concorrência. A sessão pública para abertura dos envelopes ocorrerá dia 25 de janeiro, às 14h30, na rua Siqueira Campos, 1.300, 3o. andar, Centro Histórico”.
Nova administração já recolheu 2.300 celulares dos presídios no Ceará
Oposição questiona licitação para a publicidade municipal em Porto Alegre
César Elenir Lopes, fotógrafo do gabinete de comunicação social. Trabalhou em campanha eleitoral e foi levado para a Prefeitura pela ex-secretária.
(Com informações da Assessoria de Imprensa )
O "caso Queiroz" e os negócios imobiliários de Flávio Bolsonaro
O deputado e agora senador eleito Flávio Bolsonaro escolheu a Record e a Rede TV para dar suas explicações sobre as “movimentações atípicas” em sua conta bancária, reveladas pelo Jornal Nacional, da Globo.
As duas entrevistas, que Flávio Bolsonaro deu na noite de domingo, ainda estavam nas manchetes às seis da manhã desta segunda feira quando o G1 lançou mais combustível na crise – que começou há um mês envolvendo um ex-motorista de Flávio e já atinge a imagem do presidente da República, Jair Bolsonaro.
O novo lance traz de volta à cena o ex-policial militar Fabrício Queiroz, ex-segurança e motorista de Flávio Bolsonaro na Assembléia do Rio e amigo íntimo da familia.
Segundo a nova denúncia, em reportagem do G1, Queiroz recebeu irregularmente R$ 16,8 mil de auxílio-educação, entre 2007 e 2011, quando trabalhava para o deputado estadual agora senador eleito Flávio Bolsonaro.
O montante foi recebido por Queiroz como auxílio-educação da filha Nathália Melo de Queiroz. Ela, no entanto, não tinha direito ao benefício porque trabalhava — e trabalhava na Alerj, e indicada pelo pai.
Queiroz teve de ressarcir o valor, com parcelas que foram pagas até 2015, após um inquérito concluído em 2012 na Assembleia.
“Nathália também era empregada no gabinete de Flávio, depois passou ao setor de taquigrafia da Alerj e voltou ao gabinete do filho do atual presidente da República. Na época, ela estudava Educação Física na Universidade Castelo Branco no turno vespertino”, segundo a reportagem.
“Eu sou um cara de negócios. Eu faço dinheiro. Eu faço, assim, eu compro, revendo, compro, revendo. Compro carro, revendo carro. Eu sempre fui assim. Sempre”.
O procurador-geral Eduardo Gussem disse na semana passada que o Ministério Público não precisa ouvir os depoimentos do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e de seu ex-assessor Fabrício Queiroz para apresentar uma denúncia no caso das movimentações financeiras suspeitas.
Gussen foi reconduzido ao cargo no dia 14 de janeiro. Ele disse que a investigação é baseada em “provas documentais consistentes” e os depoimentos seriam para apresentar versões das defesas dos acusados.
As investigações estão suspensas desde quinta-feira (17), quando Flávio Bolsonaro recorreu ao STF para pedir a suspensão das investigações, pedido aceito pelo ministro do STF Luiz Fux, no plantão. A decisão final será do ministro Marco Aurélio Melo no dia 1º de fevereiro.
No sábado, novos detalhes dos relatórios do Coaf vazados para a Globo, foram divulgados no JN agora revelando “movimentações atípicas” na conta de Flávio Bolsonaro.
O pagamento de um título de mais de R$ 1 milhão, sem credor identificado e uma série de depósitos de R$ 2 mil totalizando R$ 96 mil reais em apenas cinco dias, sem depositante identificado.
No mesmo dia a Folha de São Paulo revelou, com base em pesquisa nos cartórios, que entre 2014 e 2017 Flávio Bolsonaro comprou R$ 4,2 milhões em imóveis, exatamente no período em que o Coaf identificou movimentações financeiras que chegaram a R$ 7 milhões, na conta de Queiroz.
Sua explicação, porém, é vaga:
“É um apartamento que eu comprei na planta. Quando você compra um apartamento na planta, o financiamento fica com a construtora. Quando sai o Habite-se, que é quando a Caixa pode fazer o financiamento… A Caixa paga a dívida com a construtora e deixo de ser devedor da construtora e passo a ser devedor da Caixa. Quem fez essa operação foi a Caixa Econômica, não foi dinheiro meu”, afirmou ele à Record. “Aparece porque o CPF é meu, mas não é o meu dinheiro”, diz.
Sobre a série de 48 depósitos, ele diz que a origem do dinheiro vem de lucros da empresa dele e de parte de um imóvel que vendeu no valor 2,4 milhões de reais. “Se colocava de 2.000 em 2.000 reais porque era o limite do caixa eletrônico. Se fosse dinheiro ilícito eu depositaria na minha conta?”, questionou na Rede TV.
O filho do presidente afirmou ainda que em seu gabinete não existia a prática de funcionários contratados passarem parte do que ganham para o responsável pela contratação. “No meu gabinete não, todo mundo sabe que comigo não tem sacanagem”
Ele diz que não recorreu ao foro privilegiado para paralisar as investigações. Apenas pediu para que o STF determinasse qual a instância correta para a investigação prosseguir. “Não tenho nada a esconder, só quero isenção do tratamento comigo”, afirmou.
As entrevistas de Flávio aconteceram após um encontro dele com Jair Bolsonaro. “Meu pai me dá a estratégia. Ele diz: a estratégia é a verdade”, disse à Rede TV.
“É preciso dizer que o caso Flávio Bolsonaro não tem nada a ver com o governo”, declarou Mourão.
Polícia já prendeu 400 no Ceará, ataques continuam
Um ônibus foi queimado no bairro Conjunto Palmeiras, em Fortaleza, na noite de sábado, 19.
Segundo moradores, o veículo, que fazia a linha 629 – Conjunto Palmeiras/Perimetral, foi incendiado na rua Modesta, próximo à uma escola.
Foi o primeiro de pelo menos cinco atentados no fim de semana. O último, no inicio da noite de domingo, foi frustrado. Homens arremessaram garrafas com gasolina num micro-ônibus, mas elas não incendiaram.
A onda de violência que atinge o Ceará completa 20 dias. Mais de 400 já foram presas por suspeita de participaram dos atentados, deflagrados pelas mudanças na administração dos presídios no Estado.
(Com informações de O Povo)
Nenhum dos Estados tem condições de assinar o acordo com União
Com exceção do Rio de Janeiro, que já assinou o acordo com o governo Federal em 2016, nenhum dos seis estados, que já decretaram calamidade financeira, atende as exigências para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, que suspende por três anos (prorrogáveis por mais três) o pagamento da dívida com a União.
Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Roraima, Rio Grande do Norte e Mato Grosso são os Estados em situação de calamidade financeira. Goiás ainda não entrou no grupo mas a previsão é de que siga o mesmo caminho nas próximas semanas.
Com o decreto de calamidade, os governos estaduais podem parcelar dívidas com fornecedores, atrasar a execução de despesas e ficam até mesmo dispensados de realizar algumas licitações.
Mas o objetivo principal dos governadores é pressionar governo federal para obter uma renegociação das dívidas com a União.
O Regime de Recuperação Fiscal foi aprovado em 2017, ainda no governo Michel Temer. Mas apenas o Rio de Janeiro conseguiu aderir à medida, que suspende o pagamento de parcelas da dívida estadual com a União, em troca de contrapartidas como privatizações, proibição de contratação e de reajuste de salários, adoção de regras previdenciárias específicas, entre outras.
Para se enquadrar nas regras do RRF, o Estado precisa de três condições:
1) Dívida Consolidada maior do que a Receita Corrente Líquida (RCL); 2) gastos correntes obrigatórios – como folha de pessoal e serviço de dívida – acima de 70% da RCL; 3) ter obrigações contratadas que ultrapassem às disponibilidades de caixa de recursos não vinculados.
O Rio Grande do Sul negocia desde 2017 para aderir ao RRF, mas o governador Ivo Sartori, apesar da proximidade com o governo Temer, não conseguiu assinar o acordo.
Os governadores que assumiram no início do ano começam a articular um movimento – encabeçado pelo chefe de governo goiano Ronaldo Caiado – para tentar criar um novo Regime de Recuperação que atenda às necessidades de Estados que ainda não chegaram a um nível de crise fiscal como a do Rio de Janeiro.
O RRF atual foi aprovado em menos de três meses pelo Congresso em 2017, e o governador aposta que terá a mesma rapidez em um novo projeto.