Cais Mauá: novo controlador negocia mudança no contrato de concessão

O consórcio Cais Mauá do Brasil divulgou duas maquetes mostrando como será o primeiro espaço a ser entregue ao público na área concedida, nove anos depois do contrato assinado para a revitalização do cais central do porto de Porto Alegre.
Os empreendedores já chamaram essa primeira intervenção de “Plano Piloto” e agora chamam “Marco Zero”. Os críticos do projeto estão chamando de “puxadinho”.
A intervenção vai alcançar 2 dos mais de 80 hectares que compreendem a área concedida por 25 anos. Vai custar R$ 5 milhões que, na expectativa do Consórcio, deflagrarão um projeto estimado em R$ 550 milhões.
Será uma área de lazer e gastronomia, com instalações em containers, além de estacionamento pago com 600 vagas”.
“O ‘marco zero’ não estava na proposta original de revitalização do cais, mas é importante iniciativa para ganhar credibilidade”, disse o  presidente do consórcio Cais Mauá do Brasil, Eduardo Luzardo.
“O marco zero, na verdade, é o primeiro movimento para tentar trazer investidores”, disse ao JC o sócio-diretor de riscos e compliance da LAD Capital, Luiz Felipe Terra Favieri.
A LAD é a atual gestora do FIP, o fundo de investimento que tem 88%  do consórcio Cais Mauá do Brasil. A espanhola GSS (que antes era majoritária) detém hoje 8% e a Contern que tinha 10%, agora tem 4%.
Segundo declarou Favieri “algumas cláusulas do contrato original da revitalização possuem vícios de origem e precisam ser renegociadas com o governo do Estado”.
“O tema já está sendo tratado com representantes do poder Executivo”, disse ele.
Uma das mudanças que o consórcio quer introduzir no contrato de concessão diz respeito ao prazo.
No contrato assinado assinado em 2010, a concessão por 25 anos passaria a contar daí a dois anos, prazo estimado para a reforma.
Os empreendedores querem descontar os sete anos que decorreram entre a assinatura e a licença para o início das obras. Mas há mais de ano com a licença eles não conseguiram iniciar a obra..
Outra mudança que já foi tentada sem sucesso é na cláusula que obriga apresentar garantias de R$ 400 milhões antes de mexer nos armazéns tombados pelo patrimônio público.
Essa alteração enfrenta uma oposição decidida do Ministério Público de Contas, ante os indícios de que a condição financeira do Consórcio para arcar com as responsabilidades do projeto é incerta.
“O Cais vem de um estresse muito grande. Assumimos, implementamos um diagnóstico e verificamos falhas como falta de liquidez, de credibilidade e necessidade de ajustes contratuais”, reconheceu Favieri em entrevista ao Correio do Povo.

No “marco zero” todo o investimento será por conta das empresas que se instalarão no local. O consórcio receberá um percentual do faturamento.
Entre os parceiros estão: Safe Park, DC Set, Estapar e Tornak.
O “marco zero” foi anunciado para o aniversário de Porto Alegre, neste dia 26. Agora ficou para setembro.
O novo diretor adianta que a área do Cais Mauá não ficará fechada até lá. “Começarão a acontecer coisas pontuais, por exemplo, em um final de semana um evento de jazz ou de gastronomia”.
(Com informações do Jornal do Comércio, Correio do Povo e O Sul)
 

Um comentário em “Cais Mauá: novo controlador negocia mudança no contrato de concessão”

  1. Este consórcio não tem dinheiro algum. O “puxadinho” vai ser para capitalizá-lo. Estão arrendando esta área para arrecadar dinheiro e financiar o resto da obra. Picaretas.

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