Divisão de Relações Públicas do Exército Brasileiro – CCOMSEx (faleconosco@ccomsex.eb.mil.br),
Prezados Senhores Militares,
Vejo com muita tristeza e apreensão as notícias de uma possível declaração de guerra dos EUA contra a Venezuela, com especulações de possível colaboração, e até participação, das Forças Armadas Brasileiras.
Tristeza, porque será quebrado nosso elogioso recorde humanitário de 150 anos sem guerras. Esse é o verdadeiro feito da nossa Pátria, de nossas Forças Armadas.
Tristeza, também, porque a Venezuela nunca nos fez mal, ao contrário, tem colaborado com o Brasil e, acredito, o Brasil com ela.
Apreensão porque é um privilégio ter a maior reserva de petróleo nas nossas fronteiras; ter, o Brasil, uma empresa estatal com a capacidade de exploração e refino como a Petrobras, ao lado dessa reserva, é uma vantagem incomensurável. Não há interesse algum, por parte do Brasil, em quebrar, com o vizinho país irmão, esse laço de amizade, e essa teia de oportunidades recíprocas.
Apreensão, também, porque o Brasil e seu povo vivem grandes dificuldades internas e seria um grande malefício agregar mais um.
A Venezuela tem, sim, seus problemas, como muitos países do mundo e como nós temos, em maiores ou menores proporções. Cada um deve resolver os seus problemas e, para tanto, a própria ONU estabelece cláusula de não interferência recíproca.
Governos com suas vocações doutrinárias e modelos de gestão passam céleres e são substituídos por outros, muitas vezes, bastante diferenciados. Mas, a agressão bélica recebida por um país pelo seu vizinho, principalmente numa situação crítica, deixa cicatrizes profundas e décadas podem não ser suficientes para estancar a sangria. Ademais, a história nunca inocenta agressores.
A natureza pacífica do nosso povo, com certeza, não aprovaria uma interferência do Brasil em assuntos internos de outros países, principalmente se for, apenas, para atender a exigências de outro país que sempre fez, da guerra, um instrumento de Estado para resolver os problemas do mundo, e sem conseguir resolvê-los, na maioria dos casos.
Finalmente, a morte de jovens brasileiros numa guerra sem propósito como essa, afetaria profundamente a estrutura psíquica das nossas famílias.
Contamos com um gesto verdadeiramente soberano das nossas Forças Armadas.
César Cantu
21.02.19
Carta correta, mas um tanto superficial. Destaca o óbvio. Não destaca a DESTRUIÇÃO PETROBRÁS, da rede produtiva de ciência, tecnologia e insumos, da destruição política que foi o golpe de 2016, incentivado pelo Clube Militar que chamou para manifestações contra o governo eleito de Dilma Rousseff, e a prisao do ex-presidente Lula da Silva o candidato preferencial de 2018, abrindo caminho para a eleição de um fascista para presidente. O fascismo de Jair Messias e seus apoiadores e eleitores, nos alia a Trump e sua ganância destruidora de direitos. Debates está irônico ao referir-se a tarados e taradas…e ao socialismo imaginário. Bom rever Edgar Vasques, esse grande chargista gaúcho. Uma plataforma renovada de mídia, seja benvinda.