A fraude, revelada esta semana, lesou em R$ 450 mil do Detran do Rio Grande do Sul representa 1% das perdas que o órgão teve há dez anos, quando a “Operação Rodin”, da Polícia Federal desmontou um esquema criminoso que desviou R$ 44 milhões, ao longo de quatro anos.
Quatro secretários do governo Yeda Crusius cairam e o presidente do Tribunal de Contas do Estado, João Luiz Vargas, foi afastado do cargo. No total, 39 pessoas foram denunciadas.
O caso agora envolve um ex-credenciado do Detran-RS, que estaria usando a senha de um funcionário, em horário fora de expediente, parar entrar no Sistema de Gerenciamento de Informações do Detra.
O prejuízo superior a R$ 450 mil refere-se a pagamentos que deixaram de ser efetuados, em multas de infrações, seguro DPVAT, licenciamentos e IPVA. Foram também licenciados 322 veículos ilegais.
Além do autor, cujo nome não foi divulgado, outras duas pessoas foram presas em cumprimento a mandados de prisão temporária em Porto Alegre e Santo Antônio das Missões. Uma pessoa, que não foi encontrada pelas autoridades, está foragida.
Outros 18 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Canoas, Bento Gonçalves, Flores da Cunha, São Luiz Gonzaga, Santiago, São Borja e na capital gaúcha.
A investigação aponta para diversas alterações fraudulentas, como mudanças de proprietários, alterações de endereços de entregas dos documentos veiculares, mudanças de numerações de chassis; reativações de veículos baixados, alterações de números de motor e renavam, liberações para uso de diesel, liberações de restrições administrativas, e transferências de veículos de pessoas mortas.
Detran identifica quase mil operações fraudulentas
Em nota, o Detran diz que fez a denúncia após descobrir movimentações irregulares em seu sistema. A autarquia acrescenta que foram identificadas quase mil operações fraudulentas. Abaixo, leia um trecho:
A fraude contra o Detran RS foi cometida por pessoas de fora do órgão que roubaram a senha de um servidor e a utilizavam fora do horário de expediente, sem que esse tivesse conhecimento. As operações no sistema de Gerenciamento de Informações do Detran (GID) foram apuradas a partir de uma auditoria interna, que identificou as operações irregulares e encaminhou o dossiê para a Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública e Ordem Tributária (Deat/Deic).
Um dos investigados havia sido credenciado ao Detran RS, quando atuava em um Centro de Registro de Veículos Automotores (CRVA), mas já havia sido desligado por fazer inserção de dados falsos no sistema.
Foram identificadas quase mil operações fraudulentas, dentre mudanças de proprietários, alterações de endereços de entregas dos documentos veiculares, mudanças de numerações de chassis, reativações de carros baixados, alterações de números de motor e renavam, liberações para uso de diesel, liberações de restrições administrativas e transferências de automóveis de pessoas falecidas, abarcando, até o momento, cerca de 322 veículos.