Eleições 2026: Direita sai na frente com a bandeira da segurança

A operação que matou 121 no Rio, há uma semana, foi mais do que uma ação de segurança pública, foi um lance político, de longo alcance.

Com ela a extrema direita retomou o protagonisno na disputa pelo poder, que estará em jogo nas eleições presidenciais do ano que vem.

“Bandido bom é bandido morto” é um slogan que seduz tanto a classe média que vive assustada quanto o morador da periferia, que vive assediado pelo crime.

Está provado que essas operações violentas não são eficazes contra o crime organizado. Atingem os “soldadinhos” que são logo repostos. Há mão de obra abundante para o tráfico nas 1.900 favelas do Rio.

Mas as comunidades acossadas pelo medo não podem esperar por soluções de longo prazo.

O massacre do Rio e suas consequências – cresceu 10% a aprovação do governador Claudio Castro, 77% aprovaram a operação – encorajou prefeituras e governos alinhados à direita  a inundarem as redes sociais com suas “ações saneadoras”.

O prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, por exemplo, faz postagens diárias sobre seu programa de “higienização” de Florianópolis, devolvendo moradores de rua para sua  origem, triando quem entra na cidade.

O governador Jorginho Melo segue no mesmo tom mostrando os resultados de sua política de tolerância zero com a bandidagem. Nesta semana, PM catarinense “neutralizou” mais  cinco traficantes, segundo os jornais.

Na medida em que não tem solução a curto prazo, o tema da segurança, além do seu potencial de votos, representa para a extrema direita, no  caso de insucesso eleitoral, a possibilidade de um último recurso:  chamar a intervenção americana em nome do combate ao “narcoterrorismo” fora de controle.