O presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, de 86 anos, fez questão de ir pessoalmente à sede do Ministério Público Estadual na tarde desta terça-feira, 18/11.
Acompanhado do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, vereador Pedro Ruas, ele protocolou uma representação, pedindo novas investigações para esclarecer a morte de Henrick Cristian da Silva Vargas. “O MP já havia aberto inquérito, mas nós fizemos questão de representar, para acompanhar e recorrer se for o caso. Esse é um fato gravíssimo, que se configura como uma execução”, disse Krischke.
O fato ocorreu em setembro de 2025, no bairro Santa Fé, zona norte de Porto Alegre. Henrick, de 29 anos, teve um surto, provocado por uma overdose de cocaína. A mãe chamou a Brigada Militar e o SAMU para contê-lo. Dois PMs atenderam a ocorrência. Foram recebidos com agressividade pelo rapaz, perderam o controle da situação e acabaram atirando e matando Herick com quatro balaços.
Os inquéritos feitos pela Brigada Militar e pela Polícia Civil concluiram que os policiais agiram em “legítima defesa”. A mãe de Herick, Evolmara Vargas, contesta essa versão e diz que não foi ouvida no inquérito, mesmo estando no local e tendo testemunhado todo o episódio.
Segundo ela, Herick estava em tratamento psiquiátrico e teve uma recaída com uso da droga. .
“A BM diz que os policiais agiram de acordo com o protocolo. Queremos saber que protocolo é esse. O rapaz não estava armado, não era criminoso. A maneira como agiram revela no mínimo despreparo”, diz o presidente do MJDH. Segundo Krischke, o uso de arma de fogo numa situação dessas não se justifica. “No mínimo, podiam ter atirado nas pernas, para não matar”.
O comandante da Brigada Militar, coronel Cláudio Feoli, justificou a ação policial: “A história do tiro na perna é muito bonita em filmes”, disse ele em entrevista.
Segundo o MJDH, esse é o terceiro caso envolvendo policiais militares em episódios letais, este ano.
