Ricardo Boechat : uma voz dissidente que se cala

É irrelevante a questão da licença para transportar passageiros, que o helicóptero que caiu com Boechat não teria.
Ele estava autorizado a voar para filmagens, aeroreportagem e aerofotogrametria., Transportar um passageiro não ia interferir em nada, fere apenas a burocracia.
O piloto Ronaldo Quattrucci era experiente, extremamente cuidadoso segundo relato de colegas.
O que aconteceu? Esta é a questão que só uma investigação responderá..
A morte prematura de Ricardo Boechat, aos 66 anos, deixou perplexo o meio jornalístico que sentiu a perda de uma referência, num momento em que o governo alimenta um clima de desconfiança com a imprensa.
O vídeo de Boechat criticando o voto de Jair Bolsonaro, no impeachment de Dilma Rousseff, circulou nas redes hoje. Diz que para ganhar os holofotes, o então deputado Bolsonaro não hesitava em dizer “barbaridades”..
Bolsonaro dedicou seu voto à memória do coronel Ulstra, reconhecido torturador. “Não há o que justifique a citação ao torturador. Torturador não tem ideologia…são covardes assassinos não devem ser citados em momento algum”, disse então Boechat no jornal da Band.
As reações que a morte do jornalista provocou nas hostes bolsonaristas são mais um indicativo do ambiente hostil à imprensa, capaz de ir até não se sabe onde.
O helicóptero caiu no início da tarde na Rodovia Anhanguera, na região do Rodoanel. Os dois ocupantes da aeronave morreram no local.

 As primeiras conclusões indicam que  o piloto do helicóptero tentou fazer um pouso de emergência na rodovia e bateu num caminhão vazio, com placas de Caxias do Sul para onde retornava depois de entregar uma carga de fazinha de trigo.,

O Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) vai investigar o acidente.

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