Edegar Pretto debate programa de governo com representantes da Região Metropolitana

A Assembleia Popular Regional da pré-campanha de Edegar Pretto chegou à capital gaúcha nesta quinta-feira (07) e reuniu cerca de 300 pessoas.

O encontro, que ocorreu na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, é o espaço de debate, onde a população pode indicar as prioridades para investimentos públicos na região. O objetivo é elencar os temas mais urgentes e aqueles que abrangem uma maior parcela da população para incluí-los no plano de governo do petista. Acabar com a fome e a extrema pobreza, fomentar as empresas para a geração de emprego e renda e investir em mobilidade urbana foram alguns dos temas mais recorrentes durante a assembleia.

Para Edegar Pretto, o Estado precisa investir pesado para melhorar a vida das pessoas. “Não vamos conviver com a vergonha da fome. Tem muito a ser feito. Vamos criar o Conselho das Cidades, porque nenhuma política vai ser colocada em prática sem discussão com a população. Isso não é promessa, é um acúmulo de práticas que há muito tempo nós já fazemos”, ressaltou.

Disse que o apoio dos aliados fortalece a ideia de reconstrução do estado. “Eu nunca estive só. Estamos com o PCdoB, com o PV, com os movimentos sociais do campo e da cidade, e cada um e cada uma que acreditam que o Brasil e o Rio Grande podem ser melhor.”

O evento de Porto Alegre reuniu representações dos municípios que integram os Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) Metropolitano Delta do Jacuí e Centro-Sul.

Esta é a quinta edição, de um total de 10 assembleias, que estão sendo realizadas nas macrorregiões do Rio Grande do Sul, de forma que todas as localidades tenham a oportunidade de participar. Além dos encontros presenciais, os gaúchos também têm à disposição a Decidim Povo, uma plataforma virtual, pela qual podem ser enviadas opiniões e sugestões para a coordenação responsável pela formatação do plano do pré-candidato.

O modelo de participação popular adotado nas assembleias é o de ouvir um representante de cada segmento que predomina na região, além de abrir espaço para manifestações de diversas lideranças de entidades e movimentos sociais, que apresentaram reivindicações através de documentos e depoimentos.

Mara Nunes, da ONG Mistura Aí, falou sobre o trabalho de combate à fome e destacou que a população enfrenta uma piora das condições de vida. “Mesmo com o recuo da pandemia, há uma sequela da fome, do desemprego e da violência. Os governos precisam ter um olhar para gerar emprego e matar a fome das pessoas.”

Lucimar Siqueira, geógrafa e pesquisadora do núcleo gaúcho do Observatório das Metrópoles, defendeu a integração de políticas públicas para enfrentar os desafios das cidades e das regiões metropolitanas. “Precisamos criar espaços que dialoguem com todas as instâncias de participação. É preciso atenção especial e um olhar na relação entre o campo e a cidade. É preciso entender que planejar é evitar improvisos.”

MC Gangster alertou para o alto índice de mortes de jovens negros, e acrescentou que a cultura pode contribuir com a formação da juventude. Disse ainda que faltam oportunidades de estudo, de conhecimento e de cultura. Neste sentido, cobrou que os governos constituam políticas públicas que sejam capazes de mudar essa realidade, “mas uma política compartilhada que corra com interesse das pessoas”.

Fernando Lindner argumentou que a mobilidade urbana também é um direito, assim como saúde e educação, mas que, infelizmente, ela não é pensada. “Transporte coletivo é fundamental, mas precisamos pensar em conceitos e políticas públicas permanentes. O empresário precisa oferecer mais oportunidades, e não pensar em ter lucro em somente encher o ônibus. É preciso repensarmos o sistema, com mais qualidade de vida e dignidade. Isso é para ontem”.

A pesquisadora e crítica teatral, Michele Rolim, denunciou que no RS o Plano Nacional de Cultura não está sendo cumprido, assim como as demandas da sociedade civil não estão sendo acolhidas pelo governo. “Lamentavelmente, temos a constatação de que não há diálogo. A Secretaria de Cultura nunca esteve disposta a dialogar com a comunidade cultural. A disposição do poder público ficou apenas no papel”.

Entre os participantes, estiveram presentes lideranças e militantes do PT, PV e PCdoB, partidos que integram a Federação no Rio Grande do Sul; vereadores,  vereadoras, deputados, deputadas, pré-candidatos e pré-candidatas ao parlamento estadual e federal.

Além de Porto Alegre, já foram realizadas assembleias populares regionais em São Leopoldo, Pelotas e Sant’Ana do Livramento e Santo Ângelo. Confira o calendário das próximas:

09.07 – Passo Fundo, 9h

15.07 – Osório, 19h

16.07 – Santa Cruz, 9h

16.07 – Santa Maria, 15h

23.07 – Caxias do Sul, 9h

(Com informações da Assessoria de Imprensa)

Mal súbito em prova de natação: vereador Mauro Zacher morre aos 46 anos

O vereador de  Mauro  Zacher morreu aos 46 anos, na manhã deste domingo (26), em Fortaleza.

Ele participava de uma prova de natação quando teve um mal súbito.

Levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Praia do Futuro, as tentativas de reanimação não surtiram efeito.

Segundo nota da Federação Cearense de Desportos Aquáticos, Zacher sofreu o mal súbito enquanto finalizava travessia durante a prova dos 1.500 metros da etapa em Fortaleza do Campeonato Brasileiro e Copa Brasil de Águas Abertas.

Ainda segundo o comunicado, os salva-vidas observaram Mauro Zacher parando de nadar e o resgataram de imediato, levando-o ao píer de chegada. Lá, ele foi atendido pela equipe da ambulância e recebeu os primeiros socorros.

O vereador estava em seu quinto mandato na Câmara Municipal de Porto Alegre. Mauro Zacher deixa a esposa, dois filhos, mãe e dois irmãos.

De acordo com a assessoria da Câmara de Vereadores, o velório deve ocorrer nesta segunda-feira, na sede do legislativo municipal, em horário ainda não definido.

O prefeito Sebastião Melo decretou luto oficial de três dias.

Perfil

Mauro Zacher era economista formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), onde foi presidente do diretório estudantil. Eleito vereador pela primeira vez em 2004, foi reeleito em 2008, 2012, 2016 e 2020 — sempre pelo PDT.

Em 2012, o vereador presidiu a Câmara Municipal. Foi foi secretário da Juventude e secretário de Obras e Viação em Porto Alegre.

 

Um dia de luta para a imprensa e a cultura

Por Márcia Turcato, de Brasília

A segurança dos jornalistas e a liberdade de imprensa durante o processo eleitoral de 2022 será tema de audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados. A proposta da deputada Luíza Erundina (PSOL/SP) e do deputado Gustavo Fruet (PDT/PR) foi aprovada nesta terça-feira (01/06).

Para justificar o pedido de audiência, os  autores do requerimento apresentaram dados de agressão a jornalistas e a veículos de imprensa da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), da Associação Nacional de Jornalistas Investigativos (Abraji) e da associação internacional Repórteres sem Fronteiras.

De acordo com a deputada Luiza Erundina, as eleições de 2022 no Brasil serão realizadas em um contexto de crescentes ataques a jornalistas, comunicadores e violações da liberdade de imprensa, que tendem a se agravar durante a campanha. Ela citou o levantamento feito pela Fenaj, entre 2019 e 2021, apontando que a violência contra jornalistas no Brasil somou 1.066 ocorrências – total superior à soma de todos os episódios já registrados pela entidade.

A Abraji, que realizou pesquisa semelhante em 2021, registrou 453 ataques contra comunicadores e meios de comunicação. Em 69% dos casos, a agressão foi provocada por agentes públicos, como ministros e o próprio presidente da República. Já o levantamento da associação Repórteres Sem Fronteiras, em parceria com o Instituto Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, registrou, somente entre março e junho de 2021, meio milhão de tweets contendo hashtags com ataques à imprensa nesta rede social.

Serão convidados para participar da audiência pública, que deve ocorrer ainda em junho, representantes da Fenaj, da Abraji, do Repórteres sem Fronteira, do Tribunal Superior Eleitoral, do Ministério Público Federal, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos e do Twitter Brasil.

Comissão de Cultura

Logo após a reunião da CCTCI, foi a vez do setor cultural ter voz na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados.

Em audiência pública conduzida pela deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ), artistas, cineastas, diretores, poetas e produtores discutiram a derrubada dos vetos do presidente da República às leis Aldir Blanc 2 e Paulo Gustavo.

A apreciação dos vetos pela Câmara e Senado deve ocorrer na próxima semana. Segundo a deputada Jandira Feghali, os dois vetos devem ser derrubados porque o entendimento da maioria é que o setor cultural necessita de auxílio financeiro e que existe recurso para isto.

A lei Aldir Balnc 2 amplia o número de  beneficiados pelo auxílio federal frente aos prejuízos impostos pela pandemia de covid-19, fixando um repasse de três bilhões de Reais para o setor cultural em todas as Unidades da Federação durante cinco anos. A segunda lei destina 3,86 bilhões de Reais a estados e municípios, sendo que 1,06 bilhão de Reais são para ações emergenciais.

A produtora cultural Rita Andrade, de Brasília, e que integra o Conselho Nacional de Cultura, participou da reunião e destacou que a cultura é o mais democrático dos setores produtivos porque todos têm acesso a acesso a ela, sendo quando assistem um filme na TV ou cinema, quando compram um livro ou vão a um show, por exemplo.

Participaram da audiência pública, entre outros, Fabrício Noronha, presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura; Ana Castro, presidente do Fórum Nacional de Gestores de Cultura; Eduardo Barata, da Associação de Produtores de Teatro; Bianca de Felippes, da Gávea Filmes; Fred Maia, da Mídia Ninja; Célio Turino, criador dos Pontos de Cultura; e as atrizes Julia Lemmertz e Rose Campos.

 

Drag Queens do Distrito Federal querem eleger representante para a Câmara

Coletivo Distrito Drag, de Brasilia,  decidiu  apoiar a candidtura de Ruth Venceremos, para  “levar a demanda dos artistas transformistas e LGBTQI+ para  a pauta do Congresso Nacional”. Ela é pré-candidata a deputada federal pelo PT.

Por Márcia Turcato, de Brasília

Depois de cinco anos ocupando uma salinha discreta onde não cabiam todos os sonhos, o Distrito Drag inaugurou nova sede em Brasília no mês de abril.

Apesar do espaço de ter mais de 300 metros quadrados, ainda é acanhado para acolher todos os projetos da organização. Entre as grandes ações promovidas pelo coletivo destacam-se o Bloco das Montadas, o Calendário Drag, Festival Nacional de Arte Transformista, Performática Drag e de capacitação artística.

“Nossa estratégia, enquanto ação coletiva, é que nossa arte vá para além da noite, que discuta questões sociais e trabalhistas, que nosso trabalho possa ir para o teatro, que possa ser espetáculo de música ou de capacitação das manas em maquiagem ou costura. Não podemos ficar restritas ao gueto da noite e da vulnerabilidade social e econômica que é imposta para os artistas transformistas e LGBTQI+”, explica uma das fundadoras do espaço, a drag queen Rojava, 28 anos.

Mary Gambiarra, 33 anos, também fundadora do espaço, acrescenta: “queremos acesso ao trabalho formal. Ser artista transformista não é caminho marginal, queremos que nosso trabalho seja reconhecido como uma opção formal de geração de renda. Podemos trabalhar de dia, em festas, aniversários, despedida de solteira, chá de lingerie, festa de casamento, fazendo performance, teatro, show musical ou
imitação. Não há limite para a nossa arte”.

Essa não é uma agenda exclusiva do Distrito Federal, ela tem a dimensão do Brasil porque a condição do trabalho dos artistas transformistas é precarizada e o espaço da noite é muito perigoso, observa Mary, que defende as bandeiras de luta do Distrito junto a nomes conhecidos da cena de Brasília e nacional como Abigail, Amenda, Kelly Queen, Nágila GoldStar, Mozilla FireFox, Raykka Rica e Ruth Venceremos.

O grupo, que promove muita discussão sobre protagonismo no cenário político, decidiu apoiar candidtura própria nas próximas eleições. Ruth Venceremos carrega a responsabilidade de levar a demanda dos artistas transformistas e LGBTQI+ para  a pauta do Congresso Nacional, ela é pré-candidata a deputada federal pelo PT.

Ruth ainda acolhe as demandas do MST- Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, de onde é originária.

Na agenda do Distrito Drag está o enfrentamento à violência por meio do
empoderamento. “Nós precisamos ter orgulho do que fazemos, não podemos nos esconder. Saímos do armário e não vamos voltar. No futuro, queremos que o Distrito Drag também possa se tornar um espaço de acolhimento para vítimas de violência na comunidade LGBTQI+. Por enquanto, damos suporte jurídico e na área da saúde para as vítimas”, explica Rojava, que fora do espaço drag também faz a assessoria de comunicação da Apib- Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.

Não reproduzir os preconceitos do mundo é outra meta importante do coletivo. De acordo com Mary Gambiarra, “em todo o nosso trabalho buscamos garantir espaço de participação para pessoas negras e/ou da periferia para não reproduzir atitudes do racismo estrutural. Estamos em luta constante para mudar essa realidade a partir do nosso comportamento e atitudes aqui no coletivo”.

Sobre o cenário político nacional, Rojava diz que “somos artistas transformistas, nosso corpo, o modo como nos colocamos na sociedade, é um dos principais inimigos desse desgoverno. Somos contra o atual presidente da República e fazemos campanha política para mudar completamente essa situação”.

A maioria das transformistas é de cidades periféricas do Distrito Federal ou da região do entorno, área de baixa renda, e o trabalho de artista transformista se coloca como única opção de renda para as manas que não se encaixam no padrão de comportamento e aparência para conseguir um trabalho convencional.

“A maioria das manas é da periferia”, diz Rojava.

Como forma de manter viva a história e a memória de pessoas que foram
precursoras e deixaram um legado importante para comunidade LGBTQI+, cada sala da nova sede é em homenagem a uma personalidade.

A sala de convivência recebeu o nome Marielle Franco (vereadora assassinada no Rio de Janeiro); o camarim é uma homenagem à pioneira Miss Biá e a sala multiuso recebeu o nome da atriz transformista Vera Verão.

O Distrito Drag, iniciativa inédita no Brasil, oferece suporte às artistas transformistas, acolhe a comunidade LGBTQI+ e mulheres para promover oficinas de teatro, costura, maquiagem, qualificação profissional, rodas de conversa e participar de todos os editais da área de cultura. Enfim, ocupar o espaço.

O Distrito conta com uma rede de apoio formada por advogados e profissionais da saúde, entre outros segmentos profissionais, além do suporte financeiro obtido em parcerias diversas e em emendas parlamentares. O Distrito Drag tem perfil no Instagram:@Distrito Drag

Cais Mauá: projeto prevê seis prédios residenciais e três comerciais na área das docas

As entidades que integram o movimento em defesa do Cais Mauá se debruçam esta semana sobre os detalhes do projeto de revitalização apresentado na audiência pública de quinta-feira, 28.

O projeto é considerado um avanço em relação ao anterior, mas a solução apontada para os terrenos das docas, que representam mais de um terço do total da área do Cais, provoca muita polêmica.

A proposta é que esses terrenos, que somam 65 mil metros quadrados, sejam vendidos para financiar a recuperação dos armazéns e dos bens tombados e a urbanização de todo o cais.

Avaliada em R$ 94,3 milhões,  a área das docas seria destinada a um megaempreendimento imobiliário, com a construção de nove edifícios – um hotel, dois prédios corporativos e seis prédios residenciais.

Na apresentação não foi informada a altura que terão estes prédios, mas consta do Masterplan que serão construídos  900 apartamentos, de tamanhos variados, para uma estimativa de 2.700 moradores.

Pelas maquetes apresentadas, são prédios com 20 andares ou mais.

O Plano Diretor de Porto Alegre limitava em 18 andares a altura máxima na região central, mas com a mudança proposta pelo Executivo e aprovada na Câmara Municipal no final do ano passado, não há mais restrições.

Na apresentação desta quinta-feira, os autores do projeto tiveram o cuidado de mostrar imagens menos impactantes do que as que foram mostradas na prévia apresentada no Palácio Piratini, em novembro do ano passado.

Veja aqui a apresentação na audiência pública:

Estas foram as imagens apresentadas na audiência de quinta-feira, 28

As imagens abaixo foram mostradas na apresentação preliminar no Palácio Piratini, no ano passado: 

Fórum Social: “Direito é mercadoria cara, comprada por quem tem poder”

“O direito no Brasil é mercadoria cara, comprada por quem tem poder”, disse Ana Paula Oliveira, líder do movimento “Mães de Manguinhos” formado por mulheres da favela que tiveram seus filhos assassinados pela polícia militar, no Rio de Janeiro.

Seu depoimento abriu o painel “Vítimas do Sistema de Justiça” no auditório da Assembleia Legislativa do RS, na noite desta quarta-feira, 27. promovido pelo Fórum Justiça e Democracia, dentro da programação preparatória para o Fórum Social Mundial, marcado para maio, no México.

O Fórum Justiça e Democracia é formado por vários coletivos de operadores do direito (juízes, promotores, advogados, defensores públicos) que defendem uma reforma no sistema de justiça do Brasil, considerado elitista e excludente.

Ana Paula teve seu filho Jonatan, de 19 anos, morto com um tiro nas costas por um policial militar em 2014. “Agora em maio, completa oito anos e o homem que matou meu filho continua solto, mesmo sendo acusado de outras três mortes”, afirmou, chorando. “Não é fácil falar dessa dor, mas eu sei que é necessário”.

Ela lembrou a “chacina do Jacarezinho”, favela ao lado de Manguinhos, na Zona Norte do Rio, onde 28 jovens foram assassinados numa operação policial. “Desses 28 crimes, 15 já foram arquivados e a mensagem que essa impunidade passa é de que, tratando-se de pretos e pobres, a polícia pode matar”, disse Ana Paula.

“Esse sistema de Justiça não é para nós”, completou Marineti da Silva, mãe da vereadora Marielle Franco, assassinada numa emboscada em março de 2018 no Rio de Janeiro, junto com o motorista Anderson Gomes. “A investigação do crime já passou por cinco delegados e até agora não se esclareceu. Minha família é ameaçada todos os dias, até as crianças são ameaçadas”.

O jornalista Luis Nassif, do jornal GGN, único homem da mesa, lembrou a outra face da Justiça, a que assedia e condena aqueles denunciam as impunidades. Além de enfrentar vários processos por dano moral,  seu jornal está com três matérias sob censura.

O auditório riu quando Nassif contou que foi condenado “por difamar Eduardo Cunha”, o ex-presidente da Câmara, que está preso por corrupção. Ele citou também o caso do governador de São Paulo que o processou por danos morais. “Dória pediu 50 mil de indenização e o juiz aumentou para 100 mil.” Para Nassif, os grandes  veículos de imprensa são coniventes com a censura aos jornalistas independentes, silenciando mesmo diante dos fatos mais escabrosos.

A líder indígena Fernanda Kaingang fez o depoimento mais candente. Ela é a primeira da etnia kaigang a se formar em Direito e disse se considerar uma refugiada por conta das ameaças que sofre em sua terra. “Os indígenas estão sendo exterminados. Eram mais de mil povos, hoje não passam de 300. As terras indígenas estão tomadas pelas madei.eiras, pelos garimpeiros e pelas plantações de soja transgênica, tudo com a chancela do governo”.

A ex-presidente Dilma Rousseff foi a última a falar. Recebida com aclamação (“Dilma guerreira/do povo brasileiro”) disse que casos como o assassinato de Marielle Franco são “revoltantes”. “Estão escancaradas as razões desse crime, os mandantes são conhecidos, mas não se esclarece.”

Disse que a “vergonhosa desigualdade no Brasil tem caráter estrutural” e está ligada a dois fatores históricos que marcam até hoje a realidade do País: a escravidão e o colonialismo. “Todo esse sistema de injustiças deriva daí.”  Falou que uma das razões da situação atual decorre da maneira como se deu a transição ao fim da ditadura de 1964. “Perdemos o trem da história ao não fazer justiça na hora devida. Tentamos fazer justiça atrasada e agora pagamos o preço”, disse, referindo-se à Comissão da Verdade, instalada em seu governo, mais de 20 anos depois da queda dos militares. “Uma Justiça que tarda, é uma Justiça que falha.”

Afirmou que o impeachment que a derrubou foi um “ataque à Constituição” e “um crime contra uma presidente eleita”.

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Porto Alegre 250 Anos: Acampamento Farroupilha terá mais de 300 piquetes

A Secretaria Municipal da Cultura recebeu 329 inscrições de piquetes interessados em participar do Acampamento Farroupilha dos 250 anos da Capital. O prazo foi encerrado na sexta-feira, 22.

Entre os inscritos, alguns piquetes que não acamparam em 2019, último encontro presencial. A partir do dia 26 de abril, a Comissão Municipal passa a se reunir para ajustar os nomes das entidades que serão autorizadas a acampar no Parque Harmonia respeitando o limite estabelecido pela concessionária.

Em relação ao último formato presencial, em 2019, há mudanças no tamanho e disposição dos lotes. A metragem será de 10m x 10m. Essa adequação da área uniforme de 100 metros quadrados é necessária para atender ao edital de concessão do parque e às normas de segurança exigidas pelos Bombeiros quanto ao PPCI e circulação interna das ruas. Para a presidente da Comissão dos Festejos Farroupilhas, Liliana Cardoso, esta edição do acampamento traz identidade igualitária. “Todos os piquetes serão iguais no seu formato de metragem para apresentarem seus projetos culturais”, explica.

A comissão é formada por representantes do Executivo Municipal, da Câmara de Vereadores e do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore da Secretaria de Estado da Cultura. Conta ainda com indicados do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), da 1ª Região do MTG, da Associação dos Piquetes, da Ordem dos Advogados do Brasil, da Polícia Civil, Associação dos Acampados, Conselho Regional de Contabilidade e representantes da Brigada Militar e da Associação do Ministério Público do RS.

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A Secretaria Municipal da Cultura recebeu 329 inscrições de piquetes interessados em participar do Acampamento Farroupilha dos 250 anos da Capital. O prazo foi encerrado na sexta-feira, 22. Entre os inscritos, alguns piquetes que não acamparam em 2019, último encontro presencial. A partir do dia 26 de abril, a Comissão Municipal passa a se reunir para ajustar os nomes das entidades que serão autorizadas a acampar no Parque Harmonia respeitando o limite estabelecido pela concessionária.

Em relação ao último formato presencial, em 2019, há mudanças no tamanho e disposição dos lotes. A metragem será de 10m x 10m. Essa adequação da área uniforme de 100 metros quadrados é necessária para atender ao edital de concessão do parque e às normas de segurança exigidas pelos Bombeiros quanto ao PPCI e circulação interna das ruas. Para a presidente da Comissão dos Festejos Farroupilhas, Liliana Cardoso, esta edição do acampamento traz identidade igualitária. “Todos os piquetes serão iguais no seu formato de metragem para apresentarem seus projetos culturais”, explica.

A comissão é formada por representantes do Executivo Municipal, da Câmara de Vereadores e do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore da Secretaria de Estado da Cultura. Conta ainda com indicados do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), da 1ª Região do MTG, da Associação dos Piquetes, da Ordem dos Advogados do Brasil, da Polícia Civil, Associação dos Acampados, Conselho Regional de Contabilidade e representantes da Brigada Militar e da Associação do Ministério Público do RS.

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Plano para o 4º Distrito será apresentado em audiência pública virtual nesta segunda

A prefeitura  promove audiência pública virtual nesta segunda-feira, 11, para apresentação do Programa Urbanístico +4D,  de revitalização do 4º Distrito, antiga zona industrial de Porto Alegre,  que engloba os bairros Floresta, São Geraldo, Navegantes, Humaitá e Farrapos.

A audiência antecede o envio do projeto de lei à Câmara Municipal.

“Aquela região da cidade vem sendo estudada ao longo dos anos. Nos sentimos maduros para trabalhar um programa específico para o 4º Distrito, alinhado com o Plano Diretor e aberto às contribuições da comunidade para qualificarmos ainda mais a proposta”, enfatiza o secretário da Smamus, Germano Bremm.

A audiência ocorre a partir das 19h e será virtual, realizada na plataforma Zoom.

A manifestação dos interessados ocorrerá de acordo com a inscrição em campo próprio na plataforma. O acesso à audiência pública deve ser feito neste link.

A reunião também será transmitida ao vivo pelo canal da Smamus no Youtube, onde pode ser acompanhada sem direito à manifestação.

“As participações nas reuniões e as contribuições feitas pela consulta pública on-line são nosso ponto de partida para as revisões das estratégias. Vamos continuar monitorando e coletando dados até o fim do projeto”, explica a diretora de Planejamento Urbano e Sustentável da Smamus, Patrícia Tschoepke.

Confira as principais propostas do Programa +4D:

– Prioridade para empreendimentos focados na preservação do patrimônio histórico, práticas sustentáveis e valorização da paisagem urbana

– Descontos de até 75% a 100% do valor de compra do solo criado;

– Possibilidade de isenção de IPTU ou ITBI para empreendimentos que aderirem ao programa nos primeiros anos;

– Sem limite de altura para determinadas regiões do 4º Distrito

– Incentivo à diversidade arquitetônica, à qualificação das esquinas e ao uso misto dos empreendimentos (residencial e não residencial);

– Melhorias e obras viárias, de drenagem e saneamento, além de ampliação da segurança pública.

Para mais informações e contribuições envie e-mail para planodiretor@portoalegre.rs.gov.br

Serviço:

Para participar da audiência acesse o link
ID da reunião: 844 2158 0081 e Senha de acesso: 856733

Para acompanhar a audiência pelo canal da Smamus no Youtube, como espectador e sem direito à manifestação, acesse aqui.

Projeto promove formação e comunicação política para mulheres

✓ O RS é o segundo Estado com menor percentual de mulheres à frente de administrações municipais. Dos 497 municípios gaúchos, somente 34 são governados por mulheres, representando apenas 6,8%.
✓ Além das rodas de conversa serão realizadas oficinas sobre a participação e representação política das mulheres, sobre ativismo digital e seminários regionais.

Fortalecer a participação e representação política das mulheres e das mulheres negras no Rio Grande do Sul é o objetivo do Projeto Elas Por Elas – Nunca Mais Sem Nós, lançado em fevereiro deste ano, numa parceria das secretarias municipais e Estadual de mulheres do PT, no RS e Secretaria Nacional de Mulheres.
O programa prevê até o final do mês de abril, a realização de inúmeras atividades de formação política feminista e antirracista e capacitação em comunicação e ativismo digital para mulheres filiadas e simpatizantes do PT, visando estimular também habilidades de liderança e o fortalecimento de sua posição junto ao partido, aos movimentos sociais e populares e à comunidade. Neste mês de março estão ocorrendo rodas de conversa, por todo o Estado, com o propósito de apresentar e divulgar o projeto e oficializar o convite às mulheres. 

Sub-representação

A conquista do direito ao voto e dos direitos políticos para as mulheres não resolveu por si só a questão da representação política das mulheres e da sua presença em espaços de poder político e de decisão. Durante todo o século XX e nessas mais de duas décadas do século XXI esse tema permanece presente para as mulheres ao redor do mundo, e no Brasil não é diferente. Apesar de todos os avanços e conquistas alcançadas em prol dos direitos políticos das mulheres no Brasil, com destaque para as políticas de ação afirmativa iniciadas na década de 1990 do século passado, e de forma mais significativa nas duas últimas eleições (2018 e 2020), garantindo percentual mínimo de 30% de vagas em chapas de candidaturas e financiamento destacado para candidaturas femininas, e de mulheres negras (2020), ainda assim, persiste uma sub-representação feminina nos espaços de poder político no país.

As brasileiras representam 52% da população geral mas, nos espaços de poder político, a sua presença ainda é bastante tímida. Atualmente, ocupadas hoje no Congresso Nacional, as mulheres representam somente 15%. Destas, apenas 2% são mulheres negras. Mesmo após a lei que garante cotas nas listas partidárias e, recentemente, o financiamento para as mulheres, as dificuldades se mantiveram.

As razões são inúmeras, desde as desigualdades socioeconômicas, que impactam de forma mais aguda sobre o gênero feminino e sobre a raça, passando pelas desigualdades estruturantes de gênero que alimentam uma cultura conservadora, ainda presente nos partidos políticos e na sociedade como um todo,  onde a participação política das mulheres precisa disputar e/ou ser conciliada com um conjunto de atribuições marcadas pelo machismo estrutural expressa entre outros pela divisão sexual do trabalho, os cuidados com filhos e família e com a profissão.

Sem falar da violência de gênero e doméstica, e recentemente com o crescimento de uma cultura neofascista no país, da violência política de gênero que tenta constranger, limitar ou mesmo silenciar lideranças femininas, feministas, negras e LGBTS.

No Rio Grande do Sul

De acordo com um estudo coordenado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pela ONU Mulheres, com o apoio da organização IDEA Internacional, o Brasil é um dos últimos países na América Latina em relação aos direitos e representação feminina – ficando em 9º lugar entre 11 países. Em 2018, 4.908 prefeituras eram ocupadas por homens e 662 por mulheres. Ou seja, as prefeitas representavam 11,9% do total.

O levantamento também aponta que o Rio Grande do Sul é o segundo Estado com menor percentual de mulheres à frente de administrações municipais. Dos 497 municípios gaúchos, somente 34 são governados por mulheres, representando apenas 6,8%.

Com relação a eleição de vereadoras, segundo matéria publicada no Portal da Câmara dos Deputados em novembro de 2020, houve um crescimento tímido no número de eleitas comparado à eleição anterior de 2016. As mulheres passaram de 13,5% para 16%, e as mulheres negras representam 6,3% do total de eleitos, um aumento de 22,84%.

No Rio Grande do Sul este crescimento foi sentido em todo o Estado, só na região metropolitana de Porto Alegre passamos de 16 para 26 vereadoras. E Porto Alegre é a capital brasileira com a maior representação feminina, 11 vereadoras de um total de 36, representando 30,55%.

O Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores tem contribuído para estes resultados, foram 453 eleitas no país, destas 220 mulheres negras, muitas jovens e LGBTs, sendo que o Rio Grande do Sul é o Estado que desponta em primeiro lugar com 97 vereadoras eleitas, resultado de uma política focada na formação e no apoio estrutural às candidaturas feministas.

Apesar dos números apontarem crescimento nas representações, elas estão longe de serem proporcionais ao percentual populacional que as mulheres representam.

Para além das eleições

Portanto, combater as desigualdades políticas que impedem às mulheres e em especial as mulheres negras de ocupar o espaço público e de poder é uma tarefa urgente para o maior partido da América Latina.

Este desafio não pode se encerrar com a eleição de mais mulheres, se faz necessário garantir que estas representações possam exercer de forma plena seus mandatos, por meio da constituição de redes de fortalecimento e sustentação destas lideranças, bem como de empoderamento de outras mulheres para que surjam novas lideranças nesse processo. Além disso, é fundamental que esses novos mandatos e representações tenham compromisso firme com uma agenda feminista e de esquerda.

Para tanto, o desenvolvimento de uma base formativa com projetos como o Nunca Mais Sem Nós, visando empoderar, fortalecer e preparar este segmento, se torna fundamental.

Além das rodas de conversa, que já ocorreram em Porto Alegre, em vários bairros como Lomba do Pinheiro, Partenon e Santa Rosa, Cachoeirinha, Imbé, Charqueadas, Itatiba do Sul, Passo Fundo e Vacaria, entre outros, serão organizadas oficinas sobre participação e representação política das mulheres e mulheres negras e oficinas sobre redes sociais.

No final do projeto, ainda ocorrerão seminários regionais contemplando o Histórico da Participação política das Mulheres no Mundo e no Brasil, Igualdade de Gênero e de Raça – Os desafios sobre a participação de mulheres e mulheres negras nos espaços de poder no Brasil e Iniciativas voltadas ao fortalecimento da participação das mulheres na política (painel de experiências municipais, estaduais e nacional), além do grande seminário de encerramento que tratará ainda do papel do ativismo digital feminista no fortalecimento da representação política das mulheres.

“‘Nossos passos vêm de longe’. Essa frase clássica da Jurema Werneck vem reforçar a luta das mulheres por uma sociedade mais justa. Mas quantas de nós ficamos pelo caminho? Para que as mulheres tenham seus direitos garantidos é necessário que elas tenham protagonismo, em especial as mulheres negras, que são as que mais sofrem com o machismo e o racismo estrutural. A política é um espaço de poder fundamental e é através dela que podemos mudar a vida das mulheres”, destaca a vereadora de Porto Alegre, Laura Sito, primeira mulher negra a ocupar uma cadeira na Câmara da capital gaúcha e apoiadora do projeto Nunca Mais Sem Nós.

5 anexos

Ônibus em Porto Alegre: Melo diz que sem subsídio federal vai “atualizar” a tarifa

O prefeito Sebastião Melo assumiu nesta quinta-feira, 24, a vice-presidência de mobilidade urbana da Frente Nacional de Prefeitos (FNP).

“Fui convidado pelo presidente Edvaldo Nogueira (prefeito de Aracaju) e aceitei o desafio de liderar a construção de soluções conjuntas para o transporte público”, afirma Melo.

Na campanha eleitoral, o prefeito acenava com a “repactuação dos contratos”,  como o caminho para  a crise do transporte coletivo, que se agravou com a pandemia.

Depois que assumiu, e desde que a Câmara de Vereadores aprovou todos os projetos de interesse das concessionárias – da extinção de isenções à retirada do cobrador – sem resolver o problema, o prefeito  diz que sem subsídio federal o transporte coletivo em Porto Alegre vai continuar caro e ruim.

A peregrinação da FNP tem ido seguidamente em Brasília em busca de subsídio Federal, começou no ano passado. Os prefeitos querem a aprovação do projeto de lei 4392/2021, que tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados.

A proposta destina R$ 5 bilhões para financiar isenção de idosos acima de 65 anos nos ônibus. Deste montante, Porto Alegre precisaria de R$ 80 milhões.

“Quero convidar todos os prefeitos do Brasil para que convençam o seu deputado a votar favoravelmente. Com a aprovação da lei e confirmação do subsídio federal, nosso compromisso fica garantido de não subir a passagem em Porto Alegre”, afirmou Melo.

Se a matéria for aprovada pela Câmara e sancionada pelo presidente, acrescenta Melo, a prefeitura terá condições de não aumentar a passagem mesmo que precise aportar recursos próprios para manter a tarifa, nos atuais R$ 4,80.

Estudos das empresas indicam que o reajuste, para compensar a elevação de custos, deveria ser de 38,5%, o que elevaria a passagem dos atuais R$ 4,80 para R$ 6,65. A prefeitura tem acenado com 5,05 ou 5,20, se houver subsídios.