Empresários defendem políticas públicas e projeto para crescimento sustentável

O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade, disse  que o Brasil precisa de um plano de desenvolvimento para  superar a crise e construir um ciclo de crescimento com sustentabilidade ambiental.

“O Brasil tem todas as condições de liderar o mundo em energia limpa, mas precisa de uma política de médio e longo prazo para atrair investimentos”, afirmou..

Robson Andrade conduziu o segundo debate da série que a CNI está promovendo para celebrar os 200 anos de Independência do Brasil. O evento foi conjunto com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), em São Paulo.

“Temos todas as condições de liderar nas tecnologias verdes, com energia eólica, solar, hidrogênio verde. Mas, sem previsibilidade, não vamos ter investimentos. Pode-se gostar ou não da sustentabilidade, mas esse tema é obrigatório. Sem esse compromisso, as nossas empresas não conseguem competir no mercado mundial, porque a sociedade exige, o mercado exige” disse.

Políticas Públicas

Robson Andrade afirmou que está na hora de debater políticas públicas, pois o Brasil não tem planejamento nem para os próximos cinco anos. “Se não educarmos o brasileiro, não será possível transformar a economia. O Brasil deixou de planejar. Não temos uma política industrial de médio e longo prazos. É preciso pensar, programar e trabalhar em uma agenda para que possamos nos desenvolver nos próximos anos. Não conseguiremos fazer isso sem políticas públicas adequadas”, explica.

O presidente da FIESP, Josué Gomes da Silva, afirmou que sua primeira, segunda e terceira prioridades são a educação. No entanto, para ele, o país está desperdiçando a chance de protagonizar a migração para a economia verde no mundo. “É uma pena que o Brasil esteja perdendo a oportunidade de liderar o mundo na descarbonização da economia.

O Brasil tem condições de ser líder na economia verde. Não pode ter medo, tem que abraçar essa causa. Podemos exportar muitos produtos com alto valor agregado para reindustrializar a nossa economia”, defendeu.

Combate a pobreza

Josué Gomes lembrou que  nas últimas quatro décadas, a indústria de transformação do Brasil encolheu.

A participação da indústria no Produto Interno Bruto caiu de 25% para 11% em quatro décadas. “A cada real produzido na indústria, ela gera mais de R$ 2 na economia”.

Além disso, a produtividade da indústria também caiu na última década e, se antes era 50% da produtividade dos Estados Unidos, atualmente é de apenas 26%. “Não à toa estamos patinando”, avalia. Segundo ele, sem recuperar a produtividade, que passa pela educação, o Brasil dificilmente evoluirá no combate à pobreza. “O investimento em educação é uma emergência nacional”.

Economia de baixo carbono

Robson de Andrade disse que “a CNI defende um projeto nacional que consolide a economia de baixo carbono, baseada em quatro pilares: transição energética, precificação do carbono, economia circular e conservação das florestas”.

 

Wenzel reedita história da Fepam, em edição ampliada

O geólogo José Alberto Wenzel, analista da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luís Roessler (Fepam), lança nesta terça-feira (24), na Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura, a segunda edição, ampliada e revisada, do livro Fepam: Raízes, Trincheira e Farol, da Editora Gazeta.

O ex-prefeito de Santa Cruz do Sul e ex-chefe da Casa Civil do governo Yeda Crusius (PSDB) diz que a Fundação, nos seus quase 30 anos de existência, sofreu com as pulsações e descontinuidades programáticas, passou por inflexões modificatórias, porém, protegeu a natureza e não se cansou em labutar por um desenvolvimento saudável.

Não escapou de acusações, especialmente de “morosidade”, não raro, confundida com a necessária precaução. A um tempo enraizada na historicidade ambiental do Estado do Rio Grande do Sul, a outra trincheira de resistência ao desenvolvimento desenfreado e a qualquer custo.”

A obra com 580 páginas está distribuída em sete capítulos. O primeiro trata do transcurso civilizatório do Estado do Rio Grande do Sul sob o enfoque ambiental, encontrando no cenário positivista de 1900 um marco de inflexão, representado pelas “circulares” emitidas pelo governador Borges de Medeiros aos então Intendentes Municipais, atuais Prefeituras, para que fosse combatido o corte de madeiras nas florestas marginais dos rios e seus afluentes, numa faixa de 7 braças (15,4 m). Ao cuidado com as florestas “Protectoras” somaram-se esforços sanitaristas, que não excluíam o combate aos “miasmas” emanados dos pântanos, considerados fontes de doenças e epidemias. Entre 1900 e 1974 foi acentuado o enfoque sanitarista, ao tempo em que se faziam ecoar vozes dissonantes como as do Padre Rambo com sua obra “A Fisionomia do Rio Grande do Sul” de 1942, de Roessler com suas crônicas a partir de 1957, da criação da UPAN (1955) e da AGAPAN (1971), caracterizando a “cunha naturalista” que despertou vigorosa no Estado e encontrou em Lutzenberger e seus parceiros (Carneiro, Hilda Zimmermann, Magda Renner, Lewgoy,…) reconhecido porta voz. Além da surgência naturalista regional assenta-se na Conferência de Estocolmo (ONU, 1972) o nascedouro oficial do conceito da “sustentabilidade” e no ecoar da obra “Primavera Silenciosa (1962) de Rachel Carson significativas vertências modificatórias. Em termos de Brasil a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente (1973), somou-se ao desejo das pessoas por órgãos ambientais públicos. Neste cenário nasce a Coordenadoria de Controle do Equilíbrio Ecológico (1974), que daria lugar ao Departamento do Meio Ambiente (1979) e à FEPAM (1990), inicialmente vinculada à Secretaria da Saúde e, com a criação da SEMA (1999) passou a integrá-la, assim como a FZB, esta criada em 1972 (tendo passado por um processo de extinção – 2015/2017), que por sua vez agregara o Museu de Ciências Naturais, o Jardim Botânico e o Parque Zoológico.

No segundo capítulo são trabalhados importantes programas ambientais e outras iniciativas (Balneabilidade, Gerco, Mata Atlântica, Ar do Sul, Peraí, Zoneamentos, Plano de resíduos, RS Biodiversidade, SIRAM, Car, Qualiágua, Sala de Situação, Sala de Atendimento Integrado,…) desenvolvidas pelos órgãos ambientais públicos e suas parcerias com diversas entidades. Alguns destes descontinuados como o Pró Guaíba, outros de permanência como da Balneabilidade, frequentemente acessado pelos banhistas no período de verão. Os eventos balizadores (Borregaard, Pólo Petroqúímico, Hermenegildo, Agrotóxicos, Bahamas, Extração de areia do Jacuí, Operação Concutare, extinção da FZB…) de significativa influência na atuação da Fepam apresentam-se demonstrados no capítulo terceiro.

O licenciamento ambiental, face mais visível de atuação da Fepam, encontra a partir do quarto capítulo sua exposição em termos estatísticos, das ações de aceleramento e descentralização. Transparece a íntima relação entre a demanda por licenciamentos ambientais e os períodos de desenvolvimento ou de desaceleração da economia.

Fashion Black reúne nomes da moda afro-brasileira para debates, oficinas e desfile na Casa de Cultura

Entre os dias 15 e 17 de agosto ocorre na Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ) mais uma edição do Fashion Black. O objetivo é fomentar e, ao mesmo tempo, dar visibilidade ao mercado de moda afro-brasileira, discutindo formas de atuação, sustentabilidade e o fortalecimento das marcas. O evento reúne especialistas na área para dois dias de workshops e debates. No terceiro e último dia, um grande desfile encerra o projeto. Todas as atividades são gratuitas.
O encontro contará com quatro workshops e duas mesas redondas, que acontecem na quinta-feira (15/8) e sexta-feira (16/8). As oficinas envolvem temas como finanças, conteúdo, relação com a novas mídias e equipamentos digitais. As inscrições são realizadas pela internet, pelos links inseridos abaixo, junto à programação.
Os debates acontecem às 19h de quinta e sexta (15/8 e 16/8), no auditório Luiz Cosme. O primeiro dia terá como tema “Resistências plurais: ações coletivas como estratégias de mercado”; na sexta o assunto será “Singularidades: projetos autorais no mercado de moda”. A entrada é aberta ao público, sem necessidade de inscrição prévia.
O desfile de sábado reúne estilistas de moda afro-brasileira para uma apresentação do que as marcas estão trabalhando atualmente. A atividade é realizada por meio de uma parceria da CCMQ com a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), com apoio do Programa RS Criativo e do Museu de Arte Contemporânea do RS (MAC).

ATIVIDADES
QUINTA-FEIRA (15/8)
Workshops / Sala Sapato Florido
10h: “Finanças na Moda” – com Dina Prates (RS)
Inscrições no link
15h: “Tornar-se Digital Influencer” – com Lydia Goes (RS)
Inscrições no link
Bate-papo / Auditório Luiz Cosme
19h: “Resistências plurais: ações coletivas como estratégias de mercado” – com Fernanda Gonçalves, da AfroCriadoras (RJ); Cau Brasil e Carol Damazio, da Black Model (RS); e Tiago Santana da Afrotometria (SP)
SEXTA-FEIRA (16/8)
Workshops / Sala Sapato Florido
9h30 – “Eu existo? Produção de conteúdo na moda” – com Deivison Campos (RS), realizada com a equipe da Agência Experimental de Comunicação da Ulbra (Agex/Ulbra)
Inscrições no link
15h – “Produção de imagem com smartphone para o mercado de moda autoral” – com Tiago Santana (SP)
Inscrições no link
Bate-papo / Auditório Luiz Cosme
19h: “Singularidades: projetos autorais no mercado de moda” – com Renato Carneiro (BA) e Mariana Ferreira (RS)
SÁBADO (17/8)
19h: desfile de encerramento – Galeria Augusto Meyer