Tumulto na Câmara de Porto Alegre: vereadores denunciam racismo e apologia ao nazismo

Vereadores da oposição estivem na delegacia e registraram a ocorrência. Foto: Jurema Josefa/Gab.PedroRuas

Vereadores da Oposição foram à Delegacia de Policia de combate à intolerância, nesta quinta-feira, e denunciaram atos de racismo e apologia ao nazismo,  na tumultuada sessão que manteve o veto do prefeito Sebastião Melo sobre passaporte vacinal.

Foram dois documentos entregues aos delegados. Num deles os vereadores descrevem o inicio do incidente que ocorreu devido a exposição de um cartaz com a suástica. Eles alegam que foram retirar os manifestantes já que os seguranças da casa não tomaram as devidas providências.

Os parlamentares também salientaram que os manifestantes eram supremacistas e que houve “leniência” por parte dos encarregados da segurança da Câmara. Também não houve o controle na entrada do grupo anti- passaporte vacinal.

O documento aponta cinco nomes como os principais da confusão ocorrida no legislativo. O líder da oposição, vereador Pedro Ruas se manifestou sobre as denúncias: “Precisamos identificar e punir cada um, pois a apologia ao nazismo é crime previsto na Constituição Federal. Não toleramos esse tipo de abuso, desrespeito, agressão e vergonha pelo que passa a Casa.”

Vereadoras da bancada negra denunciam racismo 

No segundo documento, assinado pelas quatro vereadoras da bancada negra da Câmara de Vereadores, foi denunciado ato de racismo sofrido pelas parlamentares.

As vereadoras Daiana Santos e Bruna Rodrigues, ambas do PCdoB, relatam que uma manifestante proferiu as seguintes frases: “vocês são lixo” e “Vocês são minhas empregadas”.

Segundo o documento, a mulher também chamou Bruna e Daiana de “sujas e fedorentas” enquanto esfregava o braço fazendo alusão à cor da pele.

Laura Sito, do PT, descreveu que ouviu de uma senhora: “eu sou linda, loira e tu é um lixo.”

Um assessor também fez um boletim de ocorrência devido à uma agressão que sofreu de um dos manifestantes.

Delegada diz que materiais analisados indicam que houve racismo 

A Policia Civil já investiga as denúncias e o que de fato ocorreu na sessão.

A delegada Andrea Mattos, encarregada do caso, foi pessoalmente à Câmara disse que um vasto material foi recolhido e já está sendo analisado.

Segundo ela, uma análise preliminar indica que os atos de racismo podem ter de fato ocorrido: “Não posso afirmar ainda que ocorreu, mas tudo indica que sim, só vou afirmar isso ao fim das investigações.”

O inquérito não tem um prazo para ser concluido mas segundo Andrea isso deve “ocorrer brevemente”.

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