Um mês do tarifaço: Brasil tem superávit de U$ 6,3 bilhões em agosto

Foto: AB

Apesar do tarifaço de Trump, que reduziu em 18,5% as vendas para os Estados Unidos, o Brasil teve um ganho de US$ 6,133 bilhões no comércio com outros países neste agosto de 2025, segundo dados oficiais divulgados hoje (4/9).

Foram US$ 29,861 bilhões exportados e US$ 23,728 bilhões em importações. Um crescimento de 3,9% na comparação com agosto do ano passado.

Nos oito meses do ano, as exportações totalizam US$ 227,583 bilhões e as importações, US$ 184,771 bilhões, com saldo positivo de US$ 42,812 bilhões, mais de 10%  numa corrente de comércio de US$ 412,354 bilhões.

Contribuiu para o superávit de agosto a queda de 2% nas importações (na comparação com agosto do ano passado).

Segundo o MDIC, as exportações, no mês de agosto, apresentaram crescimento expressivo de 11% para o Reino Unido, de 43,82% para o México; de 40,37% para a Argentina; de 31% para a China e de 58% para a Índia.

As maiores quedas registradas foram de 43,8% para a Bélgica; de 31,3% para a Espanha; de 30,44% para a Coreia do Sul e de 17,1% para Singapura.

Em relação aos Estados Unidos, o mês registrou uma queda de 18,5% no volume de exportações. Os dados chamam atenção para o minério de ferro que apresentou uma queda de 100%, com nenhuma exportação para os Estados Unidos.

A maior queda foi nas vendas de aeronaves e partes de aeronaves, que tiveram uma redução de 84,9%. Em seguida o açúcar com queda de 88,4% e motores e máquinas não elétricos que tiveram redução de 60,9%.

Já a carne bovina fresca teve queda de 46,2%; máquinas de energia elétrica com redução de 45,6%; celulose teve redução de 22,7%, produtos semiacabados de ferro e aço, com queda percentual de queda 23,4%; óleos combustíveis com queda de 37%; e madeira que registrou queda nas exportações de 39,9%.

De acordo com o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão, a queda ocorreu em razão da antecipação nas vendas, em julho, antes do início do tarifaço aplicado pelo governo de Donald Trump.

“Atribuo isso muito à antecipação que ocorreu em julho, quando houve uma carta no dia 9 de julho afirmando que as tarifas iam aumentar em 50% para o Brasil e isso gerou incerteza entre os exportadores e tivemos crescimento das exportações para os Estados Unidos de 7%”, explicou.
(Com infrmações da Agência Brasil)