Confira o discurso realizado na Comissão de Constituição e Justiça do PLL 124/2016 Escola sem Partido, pela Frente Gaúcha Escola sem Mordaça na Câmara de Vereadores de Porto Alegre no dia 26 de setembro de 2017, através da professora doutora Russel Teresinha Dutra da Rosa.
Bom dia sr. Vereador Pablo Mendes Ribeiro, presidente da Comissão de Constituição e Justiça, demais vereadores, colegas professoras e professores, estudantes e servidores aqui presentes. Gostaria de entregar a moção da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e um abaixo assinado com mais de três mil assinaturas contrários ao projeto de lei 124/2016, intitulado Escola sem Partido.
Sou professora há vinte anos da Faculdade de Educação da UFRGS e estou aqui representando a Frente Gaúcha Escola sem Mordaça que, quando de seu lançamento no dia 31 de agosto de 2016, congregou 72 entidades e movimentos sociais representativos de diferentes setores da sociedade, além de educadores e educadoras, estudantes e demais membros da comunidade escolar, profissionais atuantes na cultura, na pesquisa, na comunicação, no direito, e em ações comunitárias.
A Frente Gaúcha Escola sem Mordaça constitui-se como um espaço coletivo suprapartidário e plural, em defesa da democracia e da justiça social tendo produzido o manifesto, que também entrego aos senhores, o qual visa resguardar as conquistas dos movimentos sociais inscritas na Constituição Federal de 1988 e na legislação subsequente, e que pretendem reparar processos históricos socialmente excludentes, bem como prevenir a violação aos direitos humanos.
Estamos aqui hoje para alertar esse parlamento para o fato de o Projeto de Lei 124/2016 censurar a liberdade de expressão e o acesso ao conhecimento, chegando no Art. 6º a prever a comunicação circular, eletrônica e por meio de cartazes fixados em salas de aula com o seu conteúdo, instaurando um ambiente de desconfiança da comunidade escolar em relação aos educadores. Vamos imaginar um comunicado dessa natureza afixado em consultórios médicos, já que existem profissionais negligentes e que cometem erros que podem levar pacientes à morte. Ou em empreiteiras, pois existem erros de cálculo e execução que levam prédios e pontes a cair. Ou em salas de diferentes empresas, como as de telecomunicações, ou em suas notas fiscais, pois existem sonegadores de impostos, ou em parlamentos, pois existem políticos que se envolvem em esquemas de corrupção. Mas não lembro de ter lido em nenhum dos recintos citados, cartazes alertando a população acerca das proibições no exercício de cargos e profissões.
O proposto nesta lei instaura um clima de desconfiança nos ambientes educacionais, contribuindo para animosidades e situações de difícil manejo pelas equipes escolares. E tais medidas não encontram sustentação científica para os motivos apresentados a título de justificativa à proposição do PLL 124, os quais configuram-se como mera opinião, sem qualquer apoio do conhecimento acumulado acerca da educação brasileira.
Ressalta-se ainda o fato de esse projeto de lei ser inconstitucional e levar ao descumprimento de acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário. O art. 1º do projeto de lei cerceia a emissão de opiniões de “funcionários, responsáveis e corpo docente de estabelecimentos de ensino” afrontando o inciso IX do artigo quinto da Constituição Federal da República, a qual afirma ser “livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. O projeto de lei cita parcialmente incisos do artigo 206 da Constituição Federal da República desconfigurando e desrespeitando os seus princípios. Portanto, citarei o referido artigo da Constituição Federal da República de 1988.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
Princípio que exige a promoção da equidade por meio da inclusão de narrativas e conhecimentos de grupos que tiveram historicamente os seus direitos subtraídos.
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
O pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas é garantido nas escolas públicas pelo acesso universal de estudantes e pelo ingresso de professores por meio de concurso público, os quais possibilitam a convivência de pessoas de variadas origens socioculturais com diferentes visões de mundo.
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V – valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII – garantia de padrão de qualidade.
VIII – piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Aqui é preciso mencionar que a precarização das condições de trabalho de educadores tem produzido a redução do interesse dos jovens pela carreira do magistério. E o PL 124/2016 no Parágrafo único do Art. 5º prevê “A responsabilização mediante processo legal, civil e administrativo, impondo-se penas disciplinares de advertência, suspensão e multa.” Um projeto de lei que pretende subtrair direitos constitucionais de uma categoria profissional já muito desprestigiada e aviltada, inclusive pelo parcelamento de salários, que muitas vezes não atingem o valor do piso nacional, coloca em risco o direito à educação de nossa população.
Cabe lembrar que o procurador da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, no parecer nº 459/17 apontou a inconstitucionalidade do PLL 124/2016. E o Supremo Tribunal Federal, em liminar de 22 de março de 2017, suspendeu a vigência de lei alagoana, análoga à proposta no projeto em tela, pelo risco de suprimir o estudo de tópicos da vida social. Tal supressão ameaça o cumprimento de outras regulamentações legais, como o inciso VIII do artigo oitavo da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) que prevê “a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia” e o inciso IX que indica “o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher”. Essa mesma perspectiva é prevista na Lei nº 10.639 que inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, complementada pelas diretrizes curriculares nacionais de 2004 (Resolução CNE/CP nº 1/2004) e pelo Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288 de 2010). E também nas diretrizes curriculares dos direitos humanos (Resolução CNE/CP nº 1/2012) e nas de educação ambiental (Resolução CNE/CP nº 2/2012). Ou ainda o Parecer nº 126/2016 do Conselho Estadual de Educação sobre direitos humanos, o qual recomenda que nas escolas haja a “liberação da palavra” para que em um ambiente seguro e de confiança seja possível conversar sobre assuntos difíceis que digam respeito a violações aos direitos humanos.
Outro aspecto destacado na liminar do Supremo Tribunal Federal e que também está previsto no PL 124/2016 é o inciso IV do artigo 2º o qual toma o “aluno como pessoa vulnerável na relação de aprendizado”, desprezando a capacidade reflexiva dos estudantes, o que indica desconhecimento da dinâmica dos processos de ensino e de aprendizagem, em que os alunos são sujeitos ativos, como demonstrado pelas pesquisas do campo educacional.
Por fim destacamos a manifestação do Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas que por meio de carta, em 13 de abril de 2017, solicitou providências ao Estado Brasileiro em relação ao Programa Escola sem Partido, com medidas indevidamente restritivas que ferem o direito internacional e acordos dos quais o país é signatário, citando especificamente o Artigo 19 do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, ratificado pelo Brasil em 1992, e que protege a todos o direito à opinião, sem interferências, e o direito a buscar, receber, e partilhar informações e ideias de todos tipos, independentemente de fronteiras ou meios.
O PL 124/2016, assim como a lei de Alagoas, no artigo 3º, proíbe toda e qualquer doutrinação política ou ideológica por parte de seus corpos docentes, administradores, funcionários e representantes, em que haja prevalência do ensino dogmático e ideológico de determinada corrente político-partidária. E no inciso I do artigo 4º coíbe toda e qualquer prática que, valendo-se de sua audiência cativa e rotineira com os alunos, vise a cooptá-los, convencê-los ou arregimentá-los para qualquer prática, ideologia ou partido político. Não são apresentadas definições que delimitem a alegada “doutrinação política ou ideológica”, ou o “ensino dogmático e ideológico” (Art. 3º), ou em que consiste o “ensino relacionado a questões sócio-políticas” (Art. 1º), ou “qualquer prática” (Art. 4º, inciso I). Esses termos genéricos são abertos à ampla interpretação, restringindo o direito de liberdade de expressão dos educadores no desempenho de sua profissão. E, de acordo com a medida cautelar do Supremo Tribunal Federal, a vedação genérica e vaga à “doutrinação” política e ideológica e à emissão de opiniões político-partidárias constitui restrição desproporcional à liberdade de expressão docente, a qual se revela excessiva e desnecessária para tutelar a liberdade de consciência de alunos. O ministro menciona ainda que é inegável o conteúdo ideológico de quaisquer temas de estudo, como as narrativas sobre o descobrimento do Brasil, que seriam produzidas com maior precisão histórica se designadas como conquista e colonização do território que hoje chamamos de Brasil, por exemplo. Portanto é parte do trabalho pedagógico formar o aluno para identificar as múltiplas ideologias ou visões de mundo que estão por trás, inclusive, dos conhecimentos científicos. E mais, o estabelecimento de limites a direitos fundamentais por meio de expressões excessivamente genéricas tem um efeito inibidor, levando as pessoas a se abster de exercer direitos por receio de sanções administrativas, havendo o risco de aplicação seletiva para beneficiar ou prejudicar certas práticas ou grupos.
Face o exposto, senhores vereadores, pedimos que arquivem o projeto de lei nº 124/2016, neste mês de setembro, para que a Câmara dos Vereadores da capital dos gaúchos demonstre um discernimento do qual possamos nos orgulhar e que nossas façanhas não nos envergonhem perante o país e a comunidade internacional.
Russel Teresinha Dutra da Rosa
Professora Faculdade de Educação UFRGS
Coordenadora da Frente Gaúcha Escola sem Mordaça
Categoria: CDD-Em Pauta
Confira a análise da FGV sobre a repercussão da greve geral na internet
A greve geral de 24 horas realizada nesta 6ª feira (28.abr.2017) pelas centrais sindicais e por movimento sociais provocou uma inflexão na disputa política. Os grevistas venceram a disputa narrativa e conseguiram colar o rótulo de perda de direitos nas reformas trabalhista e da Previdência, prioridades do governo de Michel Temer.
As afirmações são da Dapp-FGV (Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas). A instituição publicou relatório sobre as informações recolhidas por seu Monitor de Temas. Trata-se de 1 termômetro de debate político baseado em menções a temas na internet.
Parte inferior do formulário
A hashtag #BrasilemGreve esteve entre os tópicos mais comentados mundialmente no Twitter. Com 1,1 milhões de menções, teve mais repercussão na rede que os protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2015 e 2016, segundo a Dapp-FGV. Também de acordo com a instituição, trata-se do momento mais crítico para o governo de Michel Temer desde seu início.
“Na esteira da aprovação da Reforma Trabalhista na Câmara dos Deputados e do avanço da Reforma da Previdência, pela primeira vez um movimento [de oposição a Temer] de dimensões similares aos verificados nos últimos anos é bem-sucedido”, diz o relatório. Eis um gráfico com a comparação do número de menções relacionadas aos protestos desta 6ª feira com as menções registradas nas manifestações anti-Dilma:
Não houve grandes novidades nos “atores de destaque” desta disputa. O ex-presidente Lula continuou como principal liderança dos opositores das reformas. No outro grupo, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e, principalmente, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), tiveram destaque. Com Temer em silêncio e seus ministro intimidados, Doria foi o principal porta-voz dos críticos do movimento.
A pesquisa também apontou pouca mediação da mídia tradicional no debate em torno da greve.
JOGO SE REEQUILIBRA
O relatório aponta que os grupos mobilizados pelo impeachment de Dilma Rousseff –denominados “azuis”– e os defensores da ex-presidente –”vermelhos”– continuaram dominando as discussões nas redes após a ascensão de Michel Temer. Enquanto os azuis tiveram crescimento exponencial, os vermelhos estavam acuados.
A mobilização em torno da greve, porém, “mostra uma inflexão na relação entre Azuis e Vermelhos”, diz o documento. Essa mudança foi possível por dois motivos. A lista de Fachin citou políticos com imagem fortemente ligados aos grupos apoiadores do impeachment, como Aécio Neves. Isso tirou a força do discurso anticorrupção dos azuis. Por fim, esse grupo está desorganizado e não foi capaz de apontar à opinião pública vantagens das propostas das reformas trabalhista e da Previdência.
DOSSIÊ SÍRIA: Risco de escala de guerra no mundo
Paulo Timm
Abril, 07
O anúncio de que os Estados Unidos bombardearam uma base aérea do Governo Sírio está chocando o mundo, justo quando o Presidente norte-americano prometera deixar o Presidente daquele país em paz e dar prioridade aos assuntos internos dos Estados Unidos. A desculpa é a mesma da época da invasão do Iraque: a posse e uso de armas químicas de destruição em massa colocam em cheque a segurança americana.
O ataque é condenável por inúmeras razões:
- Retoma o caráter belicoso da intervenção americana nos assuntos internacionais, cuja memória ainda nos reporta à Guerra Suja do Vietname nos anos 60-70.
- Antecipa-se às investigações internacionais sobre a verdadeira responsabilidade sobre o ataque com o gás sarin no íncio da semana numa cidade síria.
- Não responde à nenhuma determinação das Nações Unidas, consistindo numa ação de responsabilidade exclusiva do Governo dos Estados Unidos.
- Desconhece o fato de que as Nações Unidas em relatório de 2015 reconheceu que tanto o Governo de Baschar Al Assad como os rebeldes possuíam armas químicas e que ambos deveriam ser responsabilizados pelos ataques com armas químicas em 2013
- Ignora o fato de que seria estupidez do governo sírio usar armas químicas numa conjuntura de sucessivas vitórias sobre forças rebeldes no terreno e de que teve seu arsenal com estas armas neutralizado em 2015 por ação do Presidente Obama.
O ataque norte-americano confronta não só o Governo Sírio, mas a estabilidade mundial, ao se converter numa ação unilateral de alto poder ofensivo contra uma nação organizada, com o agravante de que pode trazer uma irritação adicional pela presença dos russos na região. Corremos o risco de ver as duas maiores potências nucleares do globo se confrontarem, sem qualquer possibilidade de mediação.
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Declaração do Ministério das Relações Exteriores da Síria . 1
7 abr 2017 |
Os grupos terroristas armados em atividade na região de Khan Shaikoun, as partes ocidentais que utilizam estes grupos como instrumentos e a mídia que trabalha a seu serviço espalharam aos quatro ventos as notícias sobre o ataque com gás tóxico contra a cidade de Khan Shaikhoun, localizada na província de Idleb. E como sempre ocorre, estas partes fizeram falsas acusações, como o fizeram nos últimos quatro anos, contra as Forças Armadas da República Árabe da Síria.
A República Árabe da Síria nega, categoricamente, o uso de gases tóxicos contra Khan Shaikhoun ou qualquer outro vilarejo ou cidade da Síria. E reafirma que o Exército Árabe Sírio não possui quaisquer tipos de armas químicas, não fez uso delas no passado, não pretende usa-las no futuro e sequer busca obtê-las. Já foi provado que o Exército Árabe Sírio não fez uso deste tipo de armas, nem nas priores batalhas travadas contra os grupos terroristas armados.
A República Árabe da Síria afirma que cumpriu com todos os seus compromissos assumidos perante o Tratado para a Proibição de Armas Químicas, desde a sua adesão no ano de 2013. A Síria esclarece que os grupos terroristas armados e seus patrocinadores foram os responsáveis por promover tais ataques e outros, com o objetivo de acusar, posteriormente, o Estado sírio pela autoria, mesmo tendo em vista que a República Árabe da Síria forneceu à Organização para a Proibição de Armas Químicas, ao Conselho de Segurança e à alguns países amigos informações detalhadas e precisas, durante os últimos anos e, especificamente, através das notas apresentadas pela Síria, nas últimas semanas, sobre a ação de grupos terroristas armados para a entrada de materiais tóxicos na Síria, incluindo a província de Idleb, através dos países vizinhos, especialmente a Turquia, para que estes produtos fossem usados posteriormente.
Esta mobilização massiva e imediata dos países patrocinadores dos terroristas, para promover uma nova campanha contra a Síria, que inclui o presidente do regime turco, os ministros de relações exteriores de alguns países europeus inimigos da Síria e os meios midiáticos que servem aos propósitos destas partes, provam a existência de um plano premeditado destes para voltar no tempo, reativar o chamado ‘arquivo químico da Síria’ e recomeçar do zero. Tudo isso para encobrir os crimes dos grupos terroristas armados e mostrar a ausência de seriedade frente às discussões de Astana e Genebra, que mostraram, de antemão, não haver qualquer vontade verdadeira de se alcançar uma solução pacífica para a crise na Síria. Esta nova campanha ocorre em sequência às conquistas alcançadas pelo Exército Árabe Sírio e pelas forças amigas, em sua guerra contra o terrorismo, nos últimos dias e semanas. Além disso, estas calúnias ocorrem às vésperas da realização da reunião da União Europeia, prevista para amanhã de manhã, sobre a Síria, que tem como objetivo perpetrar um ataque contra a Síria e justificar as decisões, que serão tomadas durante esta reunião, sobre tal agressão.
A República Árabe da Síria reitera sua mais veemente condenação ao crime cometido pelos grupos terroristas armados em Khan Shaikoun, que se soma, também, aos ganhos políticos baratos às custas das vidas de crianças, mulheres e filhos do povo sírio. E afirma que rejeita o uso destes materiais tóxicos por parte de quem quer que seja, seja qual for o local, em quaisquer circunstâncias e seja qual for o motivo. A República Árabe da Síria salienta que todas estas alegações fabricadas não a impedirão de continuar a sua luta contra o terrorismo e suas organizações, seus apoiadores na Turquia, na Arábia Saudita, no Qatar e em alguns países da União Europeia. E continuará atuando para alcançar uma solução política para a crise na Síria. A Síria conclama, ainda, a comunidade internacional a apoiar os seus esforços para combater o terrorismo e a rejeitar as novas, falsas e fabricadas justificativas divulgadas pelas partes que não desejam o bem da Síria e de seu povo.
Damasco, em 04/04/2017.
http://www.orientemidia.org/declaracao-do-ministerio-das-relacoes-exteriores-da-siria/?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook&utm_campaign=declaracao-do-ministerio-das-relacoes-exteriores-da-siria
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Acusações infundadas: quem realmente utiliza armas químicas na Síria?
5 abr 2017 | “Mudança de Regime”
Oposicionistas sírios acusaram o exército nacional da utilização de armas químicas não apresentando nenhumas provas disso. Mas será que os países ocidentais não necessitam de provas?
O exército nacional sírio nunca utilizou e não vai utilizar substâncias tóxicas, segundo diz o texto do comunicado do comando militar sobre as acusações por parte da oposição armada de utilização das armas químicas na província de Idlib. O comando do exército sírio lembrou que os grupos terroristas armados acusam Damasco da utilização de armas químicas quando não conseguem alcançar objetivos “no terreno”.
Mas será que existe alguém que acredita na informação de Damasco no Ocidente? Paris, logo após ter ouvido sobre o ataque da oposição síria, começou exigindo uma reunião urgente do Conselho da Segurança da ONU, que foi como resultado marcada para o dia 5 de abril. O secretariado da organização internacional expressou inquietação, mas eles ainda não conseguiram verificar a informação e perceber se houve realmente um ataque, comunicou sobre isso o representante do secretário-geral.
Fonte Sputnik
http://www.orientemidia.org/acusacoes-infundadas-quem-realmente-utiliza-armas-quimicas-na-siria/?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook&utm_campaign=acusacoes-infundadas-quem-realmente-utiliza-armas-quimicas-na-siria
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PREOCUPAÇÃO Cesar Benjamin
Entro na internet e vejo a notícia de que os Estados Unidos lançaram hoje cinquenta mísseis contra a Síria. A acusação de que o governo sirio teria usado armas químicas conta a população é pateticamente inverossímil. A Síria desativou há tempos seus arsenais de armas químicas e está vencendo a guerra no terreno, com amplo apoio de seu povo. Por isso, aliás, essa guerra saiu do noticiário.
O governo sírio afirma que atacou posições do chamado Estado Islâmico. Lá, além de armas convencionais, já identificadas, havia depósitos secretos de armas químicas, que vazaram.
O importante, agora, é saber como o Estado Islâmico obtém armas químicas.
Uma nova escalada na guerra da Síria, com Trump na presidência dos Estados Unidos, será um desastre.
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Economia de guerra de Tio Sam se impõe sobre falso pacifismo enganador de Trump
http://independenciasulamericana.com.br/ – 07/04/2017
Durou pouco, quase nada, o blá-blá-blá falso pacifista de Donald Trump. Ele vendeu o discurso vazio, mentiroso e furado de que havia chegado o tempo de os Estados Unidos pararem de fazer guerra contra os outros. São mais de 800 bases militares espalhadas pelos cinco continentes. O olho de Tio Sam precisa estar em todo o canto do mundo. Não apenas para olhar, mas escutar, espionar e, principalmente, assaltar. César chegava em Roma com seus exércitos e suas presas, vindos das missões do império romano e distribuía os dotes aos generais que o acompanhavam, para preservar o poder no império. Santa ingenuidade de Trump, querendo acabar com a lógica imperial para inaugurar outra era, a da cooperação, da pluralidade etc e tal. Disse, para ganhar eleição, que Obama estava de sacanagem com a Síria. Claro, estava, mesmo. Hilary, que ajudou a construir o estado terrorista islâmico, se preparava, caso fosse eleita, para criar espaço aéreo restrito sobre a Síria. Iria provocar a Rússia e desafiá-la para a guerra. Perdeu a eleição com seu discurso guerreiro contra Putin. Trump concluíra que os americanos queriam paz e desenvolvimento. Ganhou a parada, elogiando Putin. Rasga, agora, o discurso. Não percebeu ou fingiu não perceber que o desenvolvimento dos Estados Unidos depende da guerra? Não leu Keynes? “Penso ser incompatível com a democracia capitalista que o governo eleve seus gastos na escala necessária capaz de fazer valer a minha tese – a do pleno emprego -, salvo em condições de guerra. Se os Estados Unidos se INSENSIBILIZAREM para a preparação das armas, aprenderão a conhecer sua força.”. Esse foi o recado keynesiano que Roosevelt adotou, a partir de 1936, para vencer os estragos provocados pela crise de 1929. Ou seja, elevar os gastos do governo na produção de não-mercadorias(produtos bélicos e espaciais), como diz Lauro Campos, em “A crise da ideologia keynesiana”, para tirar o capitalismo da crise do lassair faire. O capitalismo americano deixara de ser dinamizado pela produção das mercadorias sujeitas ao jogo da concorrência que produz deflação, o inferno do capital. Trump teria imaginado que seria suficiente, para dinamizar o capitalismo, apenas, trazer de volta aos Estados Unidos as empresas que emigraram para a China, para, de lá, exportar barato para os americanos, produzindo desemprego na América? Esqueceu do mais importante, o alimento constante do que o keynesianismo de guerra construiu: o ESTADO INDUSTRIAL MILITAR NORTE-AMERICANO, assim denominado por Eisenhower, em 1960. Como desarmar esse colosso guerreiro que puxa a demanda global capitalista, para evitar as crises de realização do capital, se deixado ao livre jogo do mercado? Os generais do Pentágono enquadraram Trump, bonitinho. Exigiram a guerra. Certamente, fizeram com ele o que haviam aprontado com W. Bush, obrigando-o a aceitar a mentira, espalhada pela mídia, dependente desse status quo, de que Saddam, no Iraque, acumulava armas químicas. Depois de destruí-lo, viu que não existia arma alguma. Inventam, agora, que Assad, presidente da Síria, utiliza armas químicas para bombardear populações inocentes. Onde estão as provas? Não precisam. Bastam motivações falsas. Por trás das aparências está a realidade. Os terroristas islâmicos foram armados pelos Estados Unidos para aprontarem as motivações que justificaram os ataques de ontem. Putin foi avisado com antecedência ou esse papo é construído pelo status guerreiro para dar a entender que o líder russo sabe que o poder está na ponta do fuzil e contra ele não há o que dizer? As verdades são as primeiras vítimas das guerras. Não se vê o que ocorre, agora, no Brasil, nessa guerra econômica neoliberal contra o povo brasileiro, em que os donos do poder, que deram o golpe, dizem que há um tremendo déficit na previdência social para justificar seu desmonte, a fim de que seja dominado o SUS pelo sistema financeiro usurário, tendo a propagandear a favor da tese a grande mídia golpista? Eles constroem os argumentos e os vendem como verdade, a verdade do capital. O capital, agora, vai à guerra, com Trump, porque sem a guerra, que é o oxigênio do capitalismo americano, o império desaba.
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What The Media Isn’t Telling You About Yesterday’s Chemical Attack In Syria
ByTrue Activist
Posted on April 6, 2017
There may be more to the story than we are being told.
By: Darius Shahtahmasebi / AntiMedia On Tuesday, yet another chemical weapons attack occurred in Syria. This particular attack took place in the Idlib province, and dozens have reportedly died as a result.
Syria is no stranger to chemical weapons attacks. In 2013, there were two notably devastating attacks, both of which the Obama administration used to try to justify a direct strike on the Assad government.
The U.N. thoroughly investigated the first 2013 attack. The U.N Commission of Inquiry’s Carla Del Ponte ultimately said the evidence indicated the attack was carried out by the Syrian rebels — not the Syrian government. Despite this, support for the Syrian rebels from the U.S. and its allies only increased, raising serious questions about Obama’s sincerity when condemning chemical attacks.
Pulitzer-Prize winning journalist Seymour Hersh found the second major attack was committed in a similar manner. Hersh found that the U.S. quite deliberately attempted to frame the evidence to justify a strike on Assad without even considering al-Nusra, a terror group with access to nerve agents that should have been a prime suspect.
In 2016, the U.N. concluded that the Syrian government had, indeed, used chemical weapons during the years-long conflict, but that ISIS had, too. This is in light of the fact that in 2013, the U.N. also declared that the regime no longer possessed chemical weapons.
These facts are largely missing from any serious commentary on the most recent attack in Syria. Despite these reports being accessible and available, the world has instead decided to blatantly ignore them and rush to blame Assad once again. It is also worth noting that one of the sources blaming Syria and/or Russia for this attack is the so-called Syrian Observatory for Human Rights (SOHR), an organization run by a single anti-Assad dissident in Coventry, England. Having these claims bolstered by the White Helmets does nothing to aid its credibility given the group’s leadership is reportedly driven by a “pro-interventionist agenda conceived by the Western governments and public relations groups that back them,” according to Alternet.
Yet without directly confirming any of the intelligence, the media and politicians are out in full force condemning the Assad government. As of this article’s publication, the Guardian has three top headlines: one reporting on the attack and the next two condemning Assad directly (see here and here).
Even a New Zealand newspaper, the New Zealand Herald, ran an ambitious article entitled “Donald Trump is the only leader who can stop Syrian atrocities.” No – it is not The Onion.
In the article, the writer ignores all of the aforementioned reports regarding attacks in 2013, claiming that in that year, “the Syrian regime used sarin.” She also claims “Obama did nothing” in response.
The claim that Obama “did nothing” makes no sense. In 2016 alone, Obama dropped over 26,000 bombs — almost half of which landed in Syria. These bombs also rained on Syrian troops in direct violation of international law. As president, Obama also oversaw the CIA’s expenditures of about $1 billion a year training Syrian rebels.
As fears of “fake news” perpetuated by both the mainstream media and the president threaten our democratic institutions, how else can we describe these biased reports on Syria, if not “fake news?” News should be based on evidence, not molded around a foreign policy agenda of regime change.
Perhaps the Syrian government did use chemical weapons in a stupid move that would immediately attract international condemnation and calls for war just days after the U.S. openly acknowledged they would consider leaving Assad alone. But what if the Syrian government wasn’t responsible, and the attack was, once again, committed by the Syrian rebels? Will the world unite and join Congresswoman Tulsi Gabbard in her calls to stop arming terror groups in Syria?
Or is it that we only care about chemical weapons attacks if there is an indication that the Syrian government was behind it?
One should bear in mind that if the rebels did commit the attack, the U.S. could actually do something about it considering America and its allies actively support them. Withdrawing support for groups that resort to these tactics would contribute to Syria’s safety and security. This is not a concern, however, because it appears the media’s ultimate focus on this story is to garner support for further war and bloodshed in the Middle East — not less of it.
Creative Commons / True Activist / Report a typo
Read More: http://www.trueactivist.com/what-the-media-isnt-telling-you-about-yesterdays-chemical-attack-in-syria/
"The Intercept" fulmina matéria da Folha de SP
Se pairava alguma sombra de dúvida a respeito da manipulação dos dados da pesquisa dataFolha feita pelo jornal Folha de SP, agora, não há mais o que ser negado.
Em novo artigo publicado no The Intercept, Glenn Greenwald e Erick Dau terminam de desmontar a farsa do jornal paulista.
O encontro de perguntas que foram suprimidas da análise da matéria desvendou o plano para favorecer a imagem do presidente interino, tentando influenciar a votação do impeachment no Parlamento.
Confira o artigo aqui.
Folha escondeu que 62% querem novas eleições por não ver "relevância"
Jornal GGN – Ontem o GGN publicou uma informação que consta no relatório da última pesquisa Datafolha, indicando que o instituto nunca usou as pedaladas fiscais para saber do povo se Dilma Rousseff merecia sofrer o impeachment. O que o Datafolha usava como justa causa era a Lava Jato: perguntava se a corrupção entre empresários, agentes públicos e políticos era motivo para afastar a atual presidente. Esse dado nunca foi explicitado por Folha e talvez justifique o desinteresse do jornal quanto à fragilidade da tese de que Dilma cometeu crime fiscal [leia maisaqui].
Agora, descobre-se que a Folha escondeu mais uma pergunta importante de seus eleitores, cujo resultado renderia a seguinte manchete: 62% dos brasileiros apoiam novas eleições. Ao invés disso, Folha reportou, no domingo (17), que 50% preferem Michel Temer no poder.
Como se já não bastasse a manipulação da pergunta que foi escolhida por Folha para legitimar Temer (o entrevistado do Datafolha só teve duas alternativas à pergunta “O que é melhor para o País: Dilma voltar ou Temer ficar”), o relatório divulgado ontem também havia passado por censura. Não constavam as perguntas que retratavam com menos parcialidade a atual crise política. O conteúdo só veio à tona após o Tijolaço encontrar os dados no servidor do Datafolha e o jornal ser pressionado pela imprensa a explicar a fraude.
O que a Folha escondeu dos leitores?
O Datafolha perguntou, a pedido da Folha (foi o jornal que selecionou as perguntas): “Uma situação em que poderia haver novas eleições presidenciais no Brasil seria em caso de renúncia de Dilma e Temer a seus cargos. Você é a favor ou contra Temer e Dilma renunciaem para a convocação de novas eleições para a Presidência ainda neste ano?”
Aqui, 62% disseram ser a favor, 30% contra, 4% indiferente e 4%, que não sabem.
Segundo o El País, Sérgio D’ávila, editor-executivo da Folha, disse que deixou de publicar essa informação porque não exergou relevância nela. “(…) é prerrogativa da Redação escolher o que acha jornalisticamente mais relevante no momento em que decide publicar a pesquisa. O resultado da questão sobre a dupla renúncia de Dilma e Temer não nos pareceu especialmente noticioso, por praticamente repetir a tendência de pesquisa anterior e pela mudança no atual cenário político, em que essa possibilidade não é mais levada em conta.”
Se a renúncia de Temer e Dilma não é mais levada em conta, por que a Folha inseriu essa pergunta no questionário levado às ruas entre 14 e 15 de julho?
Outra dúvida foi levantada por Fernando Brito, do Tijolaço: “Sérgio D’Ávila não diz, porém, que este arquivo [o relatório do Datafolha] está sendo linkado somente agora, depois que veio a público, no início da noite [de quarta, 20], por este blog e por outros, o arquivo escondido nos servidores do Datafolha. Mais de duas horas depois de revelado o escândalo é que isso foi feito”.
Segundo o novo relatório, a realização de uma nova eleição tem mais apelo entre os jovens de 16 a 24 anos (68% favoráveis) e na faixa de 25 a 34 anos (também 68%). Entre aqueles que consideram o governo Temer ótimo ou bom, 50% são a favor de nova eleição, e 44%, contra.
Sobre o impeachment
O Datafolha também aferiu, sem o interesse noticioso do jornal, se o processo de impeachment de Dilma corria, na visão dos entrevistados, respeitando as regras democráticas e a Constituição. Aqui, 49% disseram que sim, outra parcela de 37% disse que não, e 14% não souberam avaliar.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa, disse que é “evidente que esses dados divulgados em pesquisas de opinião estão distorcidos, manipulados, com a finalidade de favorecer Temer e os setores que o apoiam. (…) É uma forma de tentar convencer os senadores de que a opinião pública está com o golpista e que, em razão disso, seus votos devem ser contra Dilma. Mas, a partir dessas denúncias, estamos vendo que nada é mais irreal do que essa tese.”
Dilma precisa do apoio de 28 senadores para vencer o impeachment na votação final, que deve ocorrer na segunda quinzena de agosto. O Planalto e a equipe da presidente afastada trabalham para conquistar o apoio dos senadores. Pela primeira votação (admissibilidade do impeachment) no Senado, Dilma precisa conquistar seis votos além dos 22 que já tinha. O senador Randolfe Rodigues (Rede) disse, na semana passada, que Dilma tem um universo de 9 senadores indecisos para trabalhar, e que 6 deles já estariam “inclinados” a ajudá-la. Mas a vitória da presidente está associada justamente à ideia de voltar ao poder e propôr, com consentimento do Congresso e do povo, novas eleições.
Greenwald acusa Folha de SP de fraude em pesquisa
O premiado jornalista norte-americano Glenn Greenwald, que mora no Rio de Janeiro, publicou em sua coluna no site The Intercept uma análise fria e sem filtros dos dados da pesquisa divulgada pela Folha de São Paulo neste final de semana, referentes a opinião dos brasileiros em relação à situação política e econômica brasileira.
Greenwald acusa a Folha de SP de distorcer os dados e critica a manipulação editorial dos resultados.
Confira o artigo completo aqui.
Desmonte do Estado ameaça as próximas gerações
Eduardo Maretti
Da RBA
A Plataforma Política Social e o Le Monde Diplomatique Brasil promoveram na noite de segunda (18), em São Paulo, o seminário “Austeridade Contra a Cidadania: O Desmonte do Estado Social”, em que se discutiu a conjuntura política do país com o governo interino de Michel Temer e as implicações de sua política na sociedade. Participaram do debate o ex-ministro da Saúde (2007 a 2010) José Gomes Temporão e os economistas Sérgio Gobetti, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e Sérgio Haddad. A mediação foi do também economista Eduardo Fagnani, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Segundo os analistas, o país passa por grave momento político-institucional e a supressão de direitos e conquistas ameaça seriamente as próximas gerações. Temporão falou da gravidade do cenário a partir da visão do governo interino, segundo a qual é preciso diminuir os gastos com saúde, de acordo com o princípio de que “não cabe no orçamento”. No Brasil, 52% dos gastos com saúde são de origem privada, enquanto 48% vêm do setor público. Na Inglaterra, 85% dos gastos são públicos.
“Deveríamos estar como a Inglaterra. Para isso, deveríamos ampliar os gastos públicos, mas vai-se diminuir. O setor conservador vê a saúde como um gasto. A distorção que já existe vai ser ampliada se as propostas do governo forem implementadas”, disse Temporão.
Ele lembrou que o ministro interino, Ricardo Barros, propõe “planos de saúde baratinhos para desafogar o SUS”. “Não satisfeito, disse que a maioria dos pacientes imaginam que estão doentes. Enquanto isso, para usufruir de um plano de saúde do Senado, basta exercer o mandato por 180 dias. O país vive um sistema de castas.”
Na sexta-feira (15), Barros disse que o brasileiro tem uma cultura de fazer exames desnecessariamente e que a maioria dos pacientes “imagina” doenças, aumentando os gastos públicos.
Temporão destacou ainda a agenda liderada por parlamentares da bancada BBB (bala, boi e bíblia) no Congresso. Hoje, há cerca de cinco dezenas de projetos de lei que buscam destruir os direitos alcançados e impedir a conquista de novos. Ele citou propostas “pelo porte de armas, restrições ainda maiores sobre a legislação medieval que temos sobre o aborto, aniquilação do SUS, revisão da Lei Maria da Penha, aprovação de ‘Escola sem Partido’”, entre outras. “É uma agenda muito preocupante da direita ou extrema-direita”, afirmou.
Na educação, as perspectivas não são menos sombrias, segundo a palestra de Sérgio Haddad. Segundo ele, o país volta a uma aliança já conhecida no Ministério da Educação, formada pelo PSDB e DEM.
A privatização volta a ser uma diretriz de Estado, o que pode ser observado em textos publicados pela imprensa. Ele mencionou artigo de Alexandre Schneider, ex-secretário municipal de Educação de São Paulo, na gestão de Gilberto Kassab, que, na semana passada afirmou no jornal Folha de S. Paulo: “Chegou o momento de discutir com a sociedade brasileira a cobrança de mensalidade nas universidades públicas”.
Por trás dessa sugestão, a ideia é desmontar um sistema educacional sistêmico e universal, “focando” em uma área em detrimento do todo. No caso, a justificativa de cobrar mensalidades na universidade pública seria a de que o Estado precisa ter dinheiro para o ensino básico. “Essa lógica que predominou no governo Fernando Henrique Cardoso deve se impor em época de restrição orçamentária. Vamos viver um tempo de ‘focalização’ e se pode ver isso nos debates colocados na mídia” disse Haddad. “Estamos vendo uma crescente presença do setor privado nas estruturas que definem as políticas de educação.”
Ao lado das questões econômicas, há hoje no país a preocupante escalada censória e ideológica, simbolizada pela proposta Escola sem Partido, que se alastra por legislativos municipais, estaduais e federal. Fora todas as consequências na educação, “o ministério e as secretarias contarão com organismos de delação”, disse Haddad, em referência ao artigo 8° do PLS 193/2016, que tramita no Senado, e prevê: “O ministério e as secretarias de Educação contarão com um canal de comunicação destinado ao recebimento de reclamações relacionadas ao descumprimento desta lei, assegurado o anonimato”.
Economia
Já Sérgio Gobetti, do Ipea, teceu uma série de críticas à condução da política econômica não apenas pelo governo Dilma Rousseff, mas também pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, o Brasil é um dos poucos países do mundo que não tributam dividendos para acionistas que recebem transferências de lucros, e os governos petistas não enfrentaram a situação. “Passamos 12 anos de governo sem enfrentar isso e nem mesmo colocar no debate.”
De acordo com Gobetti, o grupo dos muito ricos do país é formado por 70 mil pessoas que receberam, em média, R$ 4 milhões, cada um, por ano, e pagaram 6% sobre esse valor. O grupo de pessoas da alta classe média, formado por quem ganha de R$ 200 mil a R$ 300 mil por ano, desembolsa 12% em média. “A alta classe média vive de salários, que é tributado pelo Imposto de Renda, enquanto os muito ricos vivem de aplicações financeiras ou de dividendos. Isso é algo escandaloso.”
Segundo os dados disponíveis, esses 70 mil contribuintes concentram pouco menos de 25% da riqueza no país. “Não existe paralelo no mundo de países que disponibilizam estatísticas como essas”, disse Gobetti.
Ele criticou também algumas políticas econômicas e opções dos governos petistas, como “a obsessão em não fazer nada que contrariasse o mercado”. Um dos equívocos, segundo ele, foi a desoneração da folha, pela qual o governo pretendeu incentivar o crescimento. “A desoneração começou na indústria, se estendeu para o turismo, aos hotéis, bares e restaurantes, comércio varejista e construção civil. A cereja do bolo foram os meios de comunicação. A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV), comandada pela Rede Globo, foi lá, pediu e levou.”
Segundo Gobetti, a desoneração da folha, que o governo decidiu fazer em 2011, quando a indústria estava muito fragilizada, principalmente pela concorrência chinesa, custou R$ 25 bilhões por ano para o governo.
Carta aberta a Gilmar Mendes: o senhor deveria aprender com a juíza americana que pediu desculpas por se meter em política.
por: Paulo Nogueira, jornalista. Editor do site Diário do Centro do Mundo.
Ela falou sobre política e teve que pedir desculpas para a sociedade.
Esta é mais uma da série de cartas abertas aos golpistas. No futuro, é possível que elas sejam reunidas num livro.
Caro ministro Gilmar:
O senhor desonra a Justiça. É a pior espécie de juiz que pode existir: aquele que se move por razões políticas. Sabemos antecipadamente qual será seu voto quando se trata de um tema político. Isto, em si, é uma afronta à dignidade da Justiça.
O senhor sabe, ou deveria saber, que no mundo civilizado sua conduta é intolerável.
Há um caso exemplar em curso nos Estados Unidos. Uma juíza da Suprema Corte, Ruth Bader Ginsburg, fez alguns comentários sobre o candidato à presidência Donald Trump.
Chamou-o de “enganador”, e acusou-o de ter um ego enorme.
Caro Gilmar: são elogios perto das coisas que o senhor fala de Lula e do PT sem nenhuma cerimônia e nenhum pudor.
Pois as palavras da ministra geraram uma tempestade política entre os americanos. Trump disse que ela deveria renunciar. Especialistas em ética se ergueram contra a ministra. Editoriais de jornais condenaram-na energicamente.
Repare, aqui, a diferença, caro Gilmar: nenhum jornal jamais publicou um editorial que reprovasse as barbaridades que o senhor pronuncia sistematicamente contra o PT.
Isso mostra a aliança que existe entre as grandes companhias de mídia e alguns juízes do STF. Eu diria: as duas partes se merecem.
A juíza americana, diante da repercussão de suas afirmações, recuou humildemente. Lamentou ter-se pronunciado em algo que não lhe cabe — política. “Juízes devem evitar falar sobre política. No futuro, terei mais cuidado.”
Juízes que atuam como políticos rebaixam, ao mesmo tempo, a política e a Justiça. É o seu caso, ministro Gilmar.
A péssima imagem do Poder Judiciário perante a sociedade deriva, em boa parte, do senhor. Mais recentemente, é verdade, outro juiz deu uma contribuição milionária para a desmoralização da Justiça, Sérgio Moro, com sua fixação em punir petistas e apenas petistas.
E antes de vocês dois, não podemos esquecer, tivemos Joaquim Barbosa, a quem a mídia proporcionou holofotes em doses extraordinárias em troca do massacre do PT no julgamento do Mensalão.
Caro Gilmar: insisto no ponto de que as declarações da ministra Rute foram nada perto do que o senhor fala todos os dias.
Nos Estados Unidos, um juiz como o senhor não existiria. A opinião pública não tolera a intromissão de juízes nos debates políticos.
Caro Gilmar: o senhor não é apenas um mau juiz. É também um golpista.
Confio que, no futuro, comentários políticos de juízes provoquem no Brasil o mesmo tipo de indignação que existe nos Estados Unidos e em outros países socialmente avançados. Quem quer fazer política deve se submeter às urnas.
O senhor é o retrato togado de um país explorado abjetamente por um plutocracia sem limites em sua ganância portentosa.
Sinceramente.
Paulo
Artigo publicado originalmente no site http://www.diariodocentrodomundo.com.br/
Cunha e Temer vencem mais uma
Rodrigo Maia (DEM-RJ), com 120 votos, e Rodrigo Rosso (PSD-DF), com 108 votos, foram ao segundo turno da eleição para a Presidência da Câmara dos Deputados, derrotando outros 11 candidatos, inclusive dois ligados aos partidos de esquerda, Luiza Erundina (PSOL-SP), com 22 votos, e Orlando Silva (PCdoB-SP), com 16 votos.
O PT, que não apresentou candidato próprio, orientou o voto em Marcelo Castro (PMDB-PI), ex-ministro do governo Dilma Rousseff e candidato independente, que obteve 70 votos. Somados os votos de Castro, Erundina e Silva, as candidaturas de esquerda e independente somariam 108 votos, o mesmo total obtido pelo candidato do oficial do PMDB, apoiado por Michel Temer.
A divisão das esquerdas, mais uma vez, permitiu que Michel Temer e Eduardo Cunha, que tem Rosso como seu representante e defensor, levassem seus candidatos ao segundo turno permitindo que, qualquer que fosse o resultado final, o governo interino e seus aliados se tornassem os grandes vencedores da noite e dos próximos meses ou anos.
Para coroar, na votação em segundo turno, Maia venceu arrasadoramente, alcançando 285 votos contra os 170 obtidos por Rosso. Cunha continuará dando as carta.
João Pedro Stédile: “Os capitalistas sequestraram o sistema eleitoral no Brasil e elegem quem eles querem”
Do site Bafafá
O coordenador nacional do MST, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, João Pedro Stédile faz uma consistente análise do quadro político brasileiro. Em palestra no Sindicato dos Engenheiros do Rio e em entrevista ao Bafafá, ele afirma que a conciliação com a burguesia é um casamento desfeito que não adianta insistir. “Nós, como forças progressistas da sociedade, temos que debater e pensar em um novo projeto. O carro de som como forma de mobilização não serve mais”, garante.
Para Stédile, o neodesenvolvimentismo da era Lula e Dilma esgotou. Caso o impeachment seja rejeitado, ele defende que Dilma venha a público com uma carta compromisso com a sociedade. “Não basta ela voltar. Tem de voltar com outro programa, outro ministério e esquecer esses partidos de merda do Congresso”, fuzila.
Sobre o papel do parlamento, Stédile fuzila: “Os capitalistas sequestraram o sistema eleitoral no Brasil e elegem quem eles querem. Essa história de que todo poder emana do povo é uma falácia”.
Como está vendo o momento que estamos vivendo?
A classe dominante brasileira, ao longo de nossa história, sempre recorre a esses golpes militares ou institucionais para recompor o seu projeto. Nós fazemos uma leitura que a sociedade brasileira está vivendo uma grave crise nesse período de sua história. Uma crise que não é de corrupção, não é apenas uma crise política. Ela eclodiu em meio a uma crise econômica, em meio a uma crise política de gestão do estado e uma crise social com os problemas se agravando. Temos ainda uma crise ambiental fruto da ganância do capital como nunca vimos em outros períodos de nossa história. Isso é decorrência da vários fatores: da crise do capitalismo internacional, da dominação do capital sobre o estado e a produção, da falência da democracia representativa. Os capitalistas sequestraram o sistema eleitoral no Brasil e elegem quem eles querem. Essa história de que todo poder emana do povo é uma falácia! O povo nem sequer lembra em quem votou. Na votação do impeachment da Dilma só 36 deputados tinham votos próprios para se eleger, o resto entrou de carona. A crise é mais ampla do que apenas possíveis erros do governo Dilma.
O MST foi crítico ao governo Dilma?
Nós criticamos e denunciamos o governo Dilma porque ele foi eleito com um programa em 2014 e imediatamente montou uma equipe que nada tinha a ver com este programa, com o Levy à frente. Em 2015, foi um desastre porque ela adotou um programa neoliberal que tirou o apoio popular dela. Nós sempre fomos críticos, sobretudo no segundo mandato. Porém, temos que entender que a causa principal não são os erros do governo. Diante dessa crise histórica, que só aconteceu antes em 1930, 1960, 1964 e 1980. Para sairmos da atual precisamos de um novo projeto com nova hegemonia na sociedade. A burguesia, diante da crise, soltou seus cachorrinhos na rua. Embalados pela Globo com a fantasia que o problema era a corrupção, fizeram todo aquele latido nas ruas. Ai veio o golpe e agora estão envergonhados. Nunca se viu tanta corrupção num só governo como o atual. Três ministros já caíram e tem mais sete arrolados em processos de corrupção. Como disse o Ciro Gomes, o governo Temer é um sindicato de ladrões.
O impeachment é golpe?
A burguesia deu um golpe institucional porque quer aplicar um plano neoliberal que atenda o capital financeiro e as grandes corporações internacionais. Esse governo provisório já prega o realinhamento com os Estados Unidos, a flexibilização da CLT e liberação da terceirização. Vai ser um ataque frontal ao direito dos trabalhadores. O pior vai ser a apropriação de R$ 220 bilhões em recursos que eram destinados às camadas populares, em todas as áreas, saúde, educação, moradia, reforma agrária. Isso para recompor o seu processo de acumulação. Tem ainda a apropriação dos bens da natureza. No Brasil ainda temos em oferta a energia elétrica e o petróleo. O minério de ferro não falo, pois já é deles! Eles precisam se apropriar do Pré Sal, a nossa grande riqueza natural. Eles precisam se apropriar, pois é a maior reserva conhecida do mundo. O Temer, em nome da burguesia, quer fazer esse trabalho. Seu governo golpista tem muitas contradições. O projeto neoliberal dele não é um projeto de nação, ao contrário. É um programa antinacional e antipopular. Os problemas só irão se agravar.
Quem afinal comanda o golpe?
A direita brasileira está desunida, não tem um núcleo. Tem o bloco de interesse do poder econômico representado pelo Meirelles, o bloco dos partidos conservadores como PMDB, PP, PPS, tucanos e o bloco ideológico comandado pela Globo, o Moro e o Ministério Público. Contradições destes três blocos, por falta de unidade política, podem nos ajudar.
E a classe trabalhadora no meio disso?
A classe trabalhadora tem enfrentado diversos desafios diante da crise. Apenas os setores organizados estão nas ruas, as manifestações não tem o povão que está atônito diante da luta de classes. Por que isso? Pelo fracasso ideológico dos partidos que pararam de fazer formação política, na incompetência dos governos Lula e Dilma de fazer aliança com a Globo ao invés de enfrentar o poder econômico. Hoje nós temos uma massa amorfa que está em casa vendo televisão. Nós temos que cutucar essa massa. O nosso desafio agora é trabalhar firmemente não só nos sindicatos, mas também nos movimentos populares, no sentido de uma greve geral. Se a classe trabalhadora não parar não terá força para sinalizar para a burguesia que é contra o arrocho. Esse é o desafio: a classe trabalhadora que produz sinalizar para o Temer que ela é um ator importante para o futuro da sociedade. Ai cabe uma autocrítica da esquerda de reconhecer que desaprendeu de fazer trabalho de base e de conscientização.
E os militares, são legalistas ou golpistas?
Os militares golpistas estão de pijama embora circulem nas redes sociais com discursos fascistóides. Os militares da ativa estão atônitos e receosos de ter um protagonismo maior. Cabe nos criarmos pontes com eles na defesa da democracia.
E qual é o desafio para as forças progressistas?
Temos que pensar num novo projeto para o país. O neodesenvolvimentismo da era Lula e Dilma esgotou. Não adianta achar que Lula 2018 vai resolver o problema apesar dele ainda ser o maior líder popular que nós temos. Se não tivermos um programa por trás não avançaremos. A conciliação com a burguesia é um casamento desfeito, não adianta insistir. Nós, como forças progressistas da sociedade, temos que debater e pensar em um novo projeto. O carro de som como forma de mobilização não serve mais.
É possível barrar o golpe?
Sim, temos chance. Tudo é possível diante do caráter golpista e antinacional do governo Temer. É preciso um intenso trabalho de mobilização em diferentes setores da sociedade como da saúde, da educação, da moradia, do campo. Temos ainda a perspectiva de uma greve geral como necessidade de mobilizar as massas. Nos dias 19 e 20 de julho vamos realizar um Tribunal Internacional para julgar os golpistas no Teatro Casagrande. O júri será formado por sete personalidades do mundo, entre eles Andrés Peres Ezquivel. O veredito será levado ao STF e aos senadores. Queremos ainda organizar uma grande marcha no dia 05 de agosto na abertura das Olimpíadas aproveitando que estarão na cidade mais de 20 mil jornalistas. Vamos ainda imprimir milhões de folhetos didáticos explicando a natureza do golpe. Existe também a possibilidade de entrarmos com um recurso no STF questionando o mérito do impeachment se vier a ser aprovado. Temos que associar o golpe ao STF para mostrar à sociedade que ele é conivente com o golpe.
E Dilma nisso tudo?
Ela tem de vir a público e divulgar uma carta compromisso com a sociedade. Não basta ela voltar. Tem de voltar com outro programa, outro ministério e esquecer esses partidos de merda do Congresso. Isso é urgente. É besteira ela sinalizar a direita com um plebiscito sobre a continuidade ou não de seu mandato. Até porque juridicamente é inviável.
E se o impeachment for aprovado?
Se for aprovado temos duas alternativas: recorrer ao STF para julgar o mérito da questão e paralelamente a isso lutar por um plebiscito que convoque uma Assembleia Constituinte para fazermos uma reforma política. Sem mudar o sistema eleitoral não teremos democracia representativa no país.
E um eventual governo Temer como será?
Não conseguirá governar uma semana do ponto de vista de ação política porque vai ser contra os trabalhadores. Vai aprofundar a crise e será instável.
Junho de 2016