Queda-de-braço nas concessões: "Vai dar vazio"

“Vai dar vazio” significa que não haverá interessados nas licitações que o governo federal pretende desencadear este mês. É o aviso que o capital privado está mandando ao governo, em encontros fechados e pela imprensa, principalmente nas obras para transporte sobre trilhos, que concentram grande volume de investimentos.
A pressão é por aumento nas taxas de retorno do negócio e por revisão nos valores dos investimentos. No caso do trem-bala, o governo já adoçou a taxa de retorno, elevando-a para 8,5%. Agora, fala-se em adiamento para “discutir melhor” o projeto.
No caso das ferrovias, as concessionárias temem que o novo modelo não as remunere bem e não tenha continuidade. Ele prevê que a Valec compre toda a capacidade de carga e revenda para os usuários, tirando as concessionárias da operação.
Uma amostra do poder de fogo das empresas caiu semana passada sobre o governo paulista, com ausência de propostas para fazer a linha 6 do metrô, uma obra de R$ 8 bilhões, considerada a maior Parceria Público-Privada (PPP) do país.