Siemens troca comando depois das denúncias

Assume hoje o novo presidente mundial da Siemens. Joe Haeser, o vice-presidente financeiro, funcionário de carreira da multinacional alemã, é o novo titular.
O austríaco Peter Löscher, CEO desde 2007, foi afastado por decisão do Conselho tomada ontem, quatro anos antes do final do seu contrato.
Löscher havia prometido que a Siemens, um dos maiores grupos do mundo que produz de equipamentos médicos a trens, cresceria acima dos concorrentes, mas na semana passada jogou a toalha.
Kaeser assume com a tarefa de reestruturar a segunda maior empresa da Alemanha em valor de mercado e um símbolo da estrutura industrial do país.
Envolvida em fraudes em vários países, com episódios inclusive no Rio Grande do Sul, a Siemens tornou-se delatora dos cartéis que acabou integrando. Em 2011, alegando “grave contravenção das diretrizes da companhia”, afastou seu presidente no Brasil, onde a empresa cresceu apoiada em contratos públicos.
Agora em julho, denunciou formação de cartel entre empresas para superfaturar licitações do metrô paulista.
Na Europa, tanto a Siemens como outra multinacional, a Alstom, foram investigadas por distribuir propinas de mais de US$ 850 milhões na última década, especialmente na América Latina.
A própria Siemens divulga agora no seu site recente pesquisa do World Bank Institute, mostrando que a corrupção global aumenta de 20 a 25 por cento os custos dos suprimentos públicos, mas muitas empresas ainda estão enfrentando o dilema de pagar propinas e conseguir negócios ou retirar-se dos mercados de alto risco.
O World Bank Institute divulgou “Combatendo a Corrupção Mediante Ação Coletiva – Um Guia para os Negócios”. Criado para ajudar as empresas a combater os impactos insidiosos da corrupção, o guia e o portal que o acompanha na internet,www.fightingcorruption.org resumem os métodos comprovados para combater a corrupção no mercado pela ação coletiva entre os negócios e outros stakeholders.
Organizada pelo World Bank Institute, a coalizão consiste de ONGs e organizações multilaterais inclusive as empresas do grupo Grant Thorton no Canadá, Reino Unido e EUA, Siemens, Compacto Global das Nações Unidas (United Nations Global Compact), Centro para Empresas Privadas Internacionais (Center for International Private Enterprise – CIPE), Transparency International e Global Advice Network.