A segurança e os heróis por acaso

Dispositivos contra a violência e a criminalidade nem sempre vão ao encontro dos inte-resses da sociedade.
A segurança pública, por ser nervo exposto e vivo de todos os governos, centraliza interesses financeiros, econômicos e políticos partidários nem sempre dirigidos aos interesses maiores da sociedade. Não sem raridade, os projetos lançados nesta área têm por objetivo contemplar grupos ou até mesmo indivíduos isolados de forma episódica. Esse fenômeno tem ocorri-do através de algumas décadas. Exatamente por isso que, hoje, os organis-mos policiais chegaram ao sucateamento tanto de equipamentos como do material humano. Não existe, quer em nível federal e, muito menos, esta-dual, uma política de segurança plena, com etapas a serem cumpridas den-tro de traçados técnicos e científicos e que independam dos heróis por aca-so. Hoje, por exemplo, há uma badalação patrocinada pelo Ministério da Justiça em torno do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania). O nome é bonito e populista e mais populista que bonito.
É valido o Pronasci? Este humilde marquês entende que a sua validade é indiscutível. No entanto, este programa, que deveria ser um dos instrumen-tos da política de segurança pública – apenas um dos instrumentos – está sendo cantado e plasmado como a base dessa política. Mais do que isso, chega a ser dado como a própria política de segurança pública. No caso do RS se festeja a entrega de viaturas novas que, por falta de manutenção e peças de reposição em breve terão de ser remendadas pelas prefeituras ou por empresários e não se fala numa projeção para repor os efetivos da Bri-gada Militar e da Polícia Civil. Sistema de vigilância eletrônica, de eficiên-cia altamente discutível, e cursinhos no entorno de programas sociais e de prevenção, claramente eleitoreiros, têm preferência em relação à aquisição e instalação de um complexo de comunicação absolutamente obrigatório em qualquer estrutura de segurança do mundo. Seguindo nesta esteira, che-go a concordar com o titular da Segurança Pública do RS, Edson de Olivei-ra Goularte, que diante das carências que enfrenta, diz que a saída é ser mais esperto do que os bandidos.
Tráfico
Agentes do Denarc efetuaram diligencias na Vila Bom Jesus, na manhã de ontem, em duas residências que guardavam drogas. Um mulher, com 25 anos de idade, que apresentava antecedentes como traficante, foi presa em flagrante.
Posse
Os delegados Adalberto Abreu de Oliveira, Sérgio Abib e César Danck-wardt foram empossados, ontem, respectivamente, no Departamento de Administração Policial e como diretores do Sistema de Interceptação de Sinais e da Divisão de Assessoramento Jurídico, órgãos ligados diretamen-te à chefia da Polícia Civil.
Homicídios
Um grupo de 15 PMs deverá atuar de forma permanente, por tempo inde-terminado, no bairro Rubem Berta, zona Norte da capital. Dos 11 homicí-dios registrados em Porto Alegre, de sexta-feira até o dia de ontem, cinco foram neste bairro. No mesmo período, em todo o Estado, pelo menos 30 pessoas foram vítimas de assassinato. No bairro Rubem Berta, somente este ano, já ocorreram cerca de 50 homicídios.
Desmache
Policiais do Deic localizaram ontem um desmanche de veículos no Beco da Rosa, em Viamão. Foram encontrados três automóveis roubados nesse fim de semana, além de quatro veículos inteiros ouparcialmente desmonta-dos, peças e uma luneta de arma de fogo de longo alcance.
Prisão
Dois bandidos, um com 26 e outro com 34 anos, foram presos pela Bri-gada Militar depois de roubarem um caminhonete D 20. A vítima avisou os policiais momentos depois de ser libertada o que facilitou o cerco aos cri-minosos que estavam armados com um revólver de calibre 38. Os dois ra-pazes tinham antecedentes criminais.

Sigilo

A Ajuris realizará hoje, a partir das 14h, o encontro “O Sigilo e o Exercí-cio Profissional.” O evento, gratuito e aberto ao público, acontecerá no au-ditório da Escola Superior da Magistratura (Rua Celeste Gobbato, 229, bairro Praia de Belas). Por que o segredo de confessionário não pode ser revelado? Por que o jornalista tem o direito assegurado de não revelar a sua fonte? Por que o psiquiatra está impedido de tecer comentários sobre o comportamento de seu paciente? Por que o advogado não pode falar sobre o que lhe conta um cliente? Por que um juiz precisa manter em segredo o teor de um processo até que lhe dê uma sentença? A importância de se res-peitar a independência da decisão judicial. Esses serão alguns dos questio-namentos elucidados no encontro promovida pela associação dos magistra-dos gaúchos.

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