MÁRCIA TURCATO/ Viva a polarização!

Márcia Turcato

Bater na polarização e defender uma opção com nomes já conhecidos significa uma forma disfarçada e covarde de defender o inominável, inelegível e apenado.

Polos opostos. Norte e Sul. Não é à toa que a geografia mostra o antagonismo natural do planeta Terra. Hemisfério Norte e Sul. Ocidente e Oriente. Porque na geopolítica seria diferente?

Alguns veículos de imprensa, e também jornalistas em seus blogs, têm usado a palavra “polarização” na política como se fosse um palavrão. Como uma coisa condenável. Mas os opostos facilitam nossa vida, mostram com qual polo nos identificamos.

Vejo no linkedin, e também em outras redes sociais, a polarização ser esmurrada até ser colocada em nocaute a favor de uma tal saída pelo meio. Essa saída se mostra liderada pelo deputado federal Aécio Neves, o mesmo que deu início ao golpe de estado legalista contra a presidenta Dilma Rousseff ao questionar no TSE o resultado das urnas, e também por Michel Temer, ex-vice presidente, que deu o empurrão para o golpe seguir em frente ao tornar pública uma carta em que se queixava do comportamento da presidenta.

Com sessões plenárias contínuas, seguindo a técnica do torturador de abalar a vítima com interrogatórios ininterruptos, o golpe contra a presidenta democraticamente eleita foi concretizado, abrindo as portas das instituições brasileiras a quatro anos de descalabros conduzidos pelo inominável, inelegível e agora apenado. Sob sua presidência, as instituições foram militarizadas, as vítimas da covid-19 foram ridicularizadas, medicamentos nocivos à saúde foram comprados e ministrados, a legislação foi mudada para facilitar a aquisição de armas de fogo, jornalistas foram perseguidos e agredidos, a ciência foi atacada, eleitores foram barrados na hora de votar e negociatas ainda sob investigação foram realizadas, algumas culminando na venda de presentes dados ao Estado. A lista é grande, acrescente aqui outras delinquências cometidas pelo apenado.

Como não louvar a polarização? Do outro lado, temos um presidente eleito pelo voto popular e que tirou novamente o país do mapa da fome, vai alterar o imposto de renda para livrar do pagamento quem ganha até R$ 5 mil, ampliou os atendimentos feitos pelo SUS, ampliou o número de pessoas empregadas, determinou a igualdade salarial para homens e mulheres na mesma função, fixou a meta de desmatamento zero para a Amazônia, elevou o PIB para 4,1%, criou vários programas para pessoas em situação de vulnerabilidade e incentiva a cultura e o esporte. Acrescente aqui outras excelentes ações do governo. A lista é grande.

É impossível admitir a crítica à polarização e a defesa de uma opção dita mais palatável. Não existe essa possibilidade no atual momento político que o Brasil vive. As tais possíveis opções mais palatáveis defendidas por parte da imprensa são Aécio Neves, Michel Temer, Eduardo Leite (governador do RS), Tarcísio de Freitas (governador de SP),  Romeu Zema (governador de MG) e Cláudio Castro (governador RJ), todos eles simpatizantes e/ou cabos eleitorais do inominável. E não sou que digo isso, são os próprios.

Bater na polarização e defender uma opção palatável com os nomes já conhecidos significa uma forma disfarçada e covarde de defender o inominável, inelegível e apenado.