“Viva o povo brasileiro” é o nome da exposição atualmente no Espaço Cultural da Brix 21, com obras de 44 artistas sobre a essência do povo brasileiro . Conta com três artistas de Belém do Pará e o fotógrafo premiado Wander Rocha, do Rio de Janeiro.
A exposição através das imagens e projetos de 44 artistas, tem como objetivo mostrar a brasilidade da cultura do país, como o folclore, festas religiosas , a sensualidade , futebol etc. Não se trata de uma exposição ufanista, mas sim de mostrar fotograficamente o Brasil. Através do texto curatorial , realiza uma breve análise da formação da nossa nação como identidade e povo.
Uma reflexão desde os primórdios da nossa miscigenação racial até o momento cultural e político que estamos vivendo no momento, enaltecer o conhecimento , educação e tudo que envolve a criação humana. Também pretende divulgar a cultura da cachaça brasileira , que é um patrimônio cultural brasileiro, através do proprietário do local, Rafael Lutgmeyer, que comercializa a tradicional bebida brasileira e transformou a parte superior de seu estabelecimento em espaço de arte.

Sobre a exposição- Texto da curadoria:
“Através das narrativas visuais dos artistas, tentamos nos desnudar e descobrir quem somos.
Onde estaria a identidade nacional?
Durante nosso processo histórico, poucos países apresentaram tantas nuances díspares, plasmada pela mestiçagem. O cunhadismo, abordado por Darcy Ribeiro, exemplifica a maneira como os índios agregavam os portugueses, ou simplesmente cediam suas mulheres. Aliado a isso, existia uma miscigenação sexual imposta pelos senhores das terras às escravas, as quais aportavam como mão de obra lucrativa. Construiu-se, sobre estes dois pilares, a base da formação do povo brasileiro.
O idioma português, imposto como língua oficial bem mais tarde por Pombal, foi fator de integração entre as regiões. Mas, através de sucessivas colonizações exógenas, não suavizou a estratificação social e econômica do país.
Ao contrário, somos frutos de uma sociedade que gera uma reprodução sistemática de desigualdades, frequentemente considerada normal. Mesmo sob tensões constantes e focos segregacionistas raciais, as diferentes camadas conviviam supostamente em harmonia.
Em pleno século XXI, entretanto, aflora o racismo, o feminicídio, a homofobia e o preconceito com as periferias urbanas. Eles não são fatores intrínsicos da Humanidade, mas decorrentes de estruturas sociais dominantes ideológica e economicamente. Como nação, estamos nos excluindo gradativamente, em guetos individualistas e prepotentes, “os do bem” e “os do mal”. Maniqueístas solitários numa bipolaridade destrutiva.
Estamos perdendo o BRASIL para o BRAZIL, talvez de forma irreversível.
Nesta exposição, os artistas nos colocam no espelho, mostrando o que nos diversifica – e que deveria nos unir. Somos o país do Carnaval, da capoeira, do samba, do futebol-arte. Tropical e malemolente. O país do afeto e da união. No entanto, estamos cedendo ao medo.
Será que estamos nos reinventando? Parece que nã.
A essência está nos escapando, fluindo entre os dedos. Justo no que sempre os tornou originais perante o mundo: a alegria, a generosidade, a arte e a cultura.
Deitados em berço esplêndido, buscamos nossa marca e destino. Desesperadamente perdidos, não sabemos para onde vamos, mas a maioria sabe para onde não almeja ir.”
Onde estaria a identidade nacional?
Durante nosso processo histórico, poucos países apresentaram tantas nuances díspares, plasmada pela mestiçagem. O cunhadismo, abordado por Darcy Ribeiro, exemplifica a maneira como os índios agregavam os portugueses, ou simplesmente cediam suas mulheres. Aliado a isso, existia uma miscigenação sexual imposta pelos senhores das terras às escravas, as quais aportavam como mão de obra lucrativa. Construiu-se, sobre estes dois pilares, a base da formação do povo brasileiro.
O idioma português, imposto como língua oficial bem mais tarde por Pombal, foi fator de integração entre as regiões. Mas, através de sucessivas colonizações exógenas, não suavizou a estratificação social e econômica do país.
Ao contrário, somos frutos de uma sociedade que gera uma reprodução sistemática de desigualdades, frequentemente considerada normal. Mesmo sob tensões constantes e focos segregacionistas raciais, as diferentes camadas conviviam supostamente em harmonia.
Em pleno século XXI, entretanto, aflora o racismo, o feminicídio, a homofobia e o preconceito com as periferias urbanas. Eles não são fatores intrínsicos da Humanidade, mas decorrentes de estruturas sociais dominantes ideológica e economicamente. Como nação, estamos nos excluindo gradativamente, em guetos individualistas e prepotentes, “os do bem” e “os do mal”. Maniqueístas solitários numa bipolaridade destrutiva.
Estamos perdendo o BRASIL para o BRAZIL, talvez de forma irreversível.
Nesta exposição, os artistas nos colocam no espelho, mostrando o que nos diversifica – e que deveria nos unir. Somos o país do Carnaval, da capoeira, do samba, do futebol-arte. Tropical e malemolente. O país do afeto e da união. No entanto, estamos cedendo ao medo.
Será que estamos nos reinventando? Parece que nã.
A essência está nos escapando, fluindo entre os dedos. Justo no que sempre os tornou originais perante o mundo: a alegria, a generosidade, a arte e a cultura.
Deitados em berço esplêndido, buscamos nossa marca e destino. Desesperadamente perdidos, não sabemos para onde vamos, mas a maioria sabe para onde não almeja ir.”

O CURADOR
Anaurelino Barros Neto cursa na UFRGS a pós-graduação em curadoria “Práticas Curatoriais”. Cursou Desenho no Instituto de Artes da UFRGS e a faculdade de Arquitetura e Urbanismo durante a década de 80. Participou de dezenas de exposiçoes coletivas pelo país , e realizou 5 individuais sendo a última Cartas para o Futuro no espaço IAB-RS sob curadoria de ARMINDO TREVISAN em 2018.
Agora realiza duas curadorias Viva o Povo Brasileiro e Sedimentos, do cineasta Muriel Paraboni, no Centro Cultural Santa Casa.
Artistas : Amo, Cho Dorneles, Flávio Wild, Fredy Vieira,Geraldo Markes, Muriel Paraboni, Zeze Carneiro, Denise Sá (Belém) e Wander Rocha (RJ)
Andrea de Barros, Antonio Gerbase, Bia Donelli, Carlos Eduardo Vaz , Clara Koury, Denise Sá de Belem, Eron Teixeira – PA, Fátima Pinto, Graça Craidy, Gutemberg Ostemberg , Helena Stiner , Hilton Lebarbechon, Iara Tonidandel, Jorge Aguiar, Isaias Klein, Jorge Leão, Julio Colcolichio, Justino Martins, Laércio de Menezes , Larissa Scaravaglione, Ondina Pozzoco, Renato Rosa, Roberta Agostini, Rogerio Franco Tarcisio Brum Thadeu Ceramics Tereza Albano, Ubirajara sanches, Ueslei Fagundes , Wesley Santos , William Clavijo , Zeze Kronbauer
Maravilhosa cobertura! Parabéns JÁ