Aberto Caminho das Artes está de mudança para a zona Sul de Porto Alegre

Higino Barros
O Espaço Cultural Aberto Caminho de Artes deixará o Centro Histórico de Porto Alegre/RS para o novo endereço na Zona Sul da cidade, e passará a fazer parte do bairro Tristeza, na rua Dr. Armando Barbedo, 356. A inauguração acontece no sábado dia 01, das 11h às 15h, com a exposição “O Voo da Pedra” do artista visual e fotógrafo Bebeto Alves, com curadoria de Antônio Augusto Bueno.
Para esta mostra Bebeto Alves, conhecido também por sua trajetória musical, tendo como ponto de partida a fotografia, apresenta um ensaio visual em diferentes suportes e linguagens, como objetos, vídeo, sobreposições de imagens em diferentes materiais utilizando distintas técnicas de impressão. Inclusive a transferência de uma fotografia de uma gravura rupestre do litoral Catarinense para uma pedra litográfica.
O JÁ Porto Alegre fez uma série de perguntas aos responsáveis pelo o espaço cultural. As respostas são de Marla Trevisan, Gestora Cultural Aberto Caminho de Artes, ao lado de Ricardo Giuliani.

Pergunta: Quanto tempo a Aberto Caminho das Artes ficou no Centro Histórico?Resposta: Ficamos 4 anos no caminho dos antiquários;
Pergunta: O que caracteriza a galeria?
Resposta: Em verdade não é uma galeria, é um simples espaço cultural, e isso porque não temos a “qualificação” para ostentarmos esse “título” de galeria. A característica básica do espaço é a abertura de oportunidades de integração e alternativas para novos artistas. A PLURALIDADE e a arte aberta é o nosso foco fundamental.

Pergunta: Qual o balanço que pode ser feito desse período?
Resposta: O principal “feito” do período, além da qualidade dos artistas e curadores que estiveram conosco, foi a fixação da pluralidade e do convívio democrático entre todas as “tribos” que formam o mundo cultural porto-alegrense e gaúcho.  A participação de artistas de fora do Estado e do País também representaram o reconhecimento do espaço como ambiente de referência na cidade.
Outro ponto relevante é o financiamento totalmente privado do ambiente de arte e uma prática comercial sustentada no interesse do artista e nos seus ganhos com seus trabalhos;

Pergunta: O que representa a nova fase?
Resposta: A ideia é continuar com o mesmo conceito. É fato que o lugar, a Zona Sul de Porto Alegre, apresenta características especiais para o “mercado” de arte. Além do mais, permite-nos abrir um diálogo mais efetivo com um público “consumidor de arte” mais expressivo. Ainda, haverá no espaço um ambiente dedicado ao trabalho do Ricardo, que ainda é pouco mostrado no nosso espaço.

Pergunta: A exposição do Bebeto Alves, que encerra um ciclo e abre outro, tem qual significado?
Resposta: A experimentalidade do trabalho do Bebeto e a sua capacidade criativa terminam por concentrar, em certa medida, as características do próprio espaço. Então, o “encerramento”, que não encerra, e a “abertura”, que é continuidade, pode ser expressa pela trajetória do Bebeto que, vindo da música, se abre para o mundo com novos voos criativos. A curadoria de Antônio Augusto Bueno, artista consagrado e diferenciado, confere a “certificação” da qualidade que o ABERTO sempre pede e procura entregar aos seus parceiros de caminhada.
 Pergunta: O que mais dá para se dizer do espaço?
Resposta:Outra característica do espaço é ter consigo o nosso escritório de advocacia (na verdade, o mecenas do ABERTO). Ali, no segundo andar, seguiremos com nossas atividades profissionais, o único meio que temos para financiar e sustentar o espaço cultural sem qualquer interferência de “dinheiros” públicos ou interferências oficiais. O “consumo” dos bens culturais deve, em primeiro lugar, dar satisfações ao artista e ao público que o quer consigo. Nossa contribuição para a construção de um público “consumidor” de arte, parte das nossas possibilidades reais de, com o escritório, assegurar os meios objetivos para a manutenção e financiamento do espaço.
 
 
 

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