Domingo na praça: dia de celebrar o patrono e sua obra literária

O escritor Tabajara Ruas assumiu como patrono da 69ª Feira do livro de Porto Alegre quebrando o protocolo. Considerou desnecessário citar nominalmente as autoridades presentes ao ato de abertura, com exceção ao presidente da Câmara do Livro, Maximiliano Ledur. “Sintam-se todos cumprimentados”, abreviou Taba. Já haviam sido nomeadas pela mestre de cerimônias, Tânia Carvalho.

Ele preferiu citar as duas pessoas que o ensinaram a ler: sua mãe, Irma Gutierrez, e seu pai, Napoleão Ruas, ambos leitores contumazes, na distante Uruguaiana de meados do século XIX. Tanto é, que deram à prole nomes inspirados em personagens de José de Alencar: Tabajara, Ubirajara, Potiguara, Tapejara e Paraguaçu. Fez mais três agradecimentos nominais: a Lígia Walper, companheira dos últimos 30 anos, e aos filhos do casal, Lucas e Tomás.

Então Tabajara avisou que de novo não faria o esperado, não diria palavras elegantes e acadêmicas, sobre livros e literatura, “enaltecendo esta arte que ainda faz as pessoas pensarem”. Partiu da realidade: lamentou a guerra fraticida no Oriente, a escalada da ultradireita no mundo, na América e no Brasil, o alinhamento das milícias, as mazelas locais: “A fome, que em nossa cidade está tão presente, com gente desassistida jogada em cada esquina, a parca educação oferecida às nossas crianças, a herança e os resquícios do desgoverno recente, aliado à pandemia, me faz acreditar cada vez mais que quem ler, sabe o caminho”.

“Se não sabe, pensa, intui, raciocina e acha. Para encontrar o caminho, qualquer caminho, é preciso, sim, ler, pesquisar e pensar”, resumiu o patrono, antes de ler duas antigas crônicas suas sobre a Feira do Livro de Porto Alegre.

Na abertura da Feira, Airton Ortiz, patrono em 2014 e hoje presidente da Academia Rio-Grandense de Letras, segreda a Tabajara a palavra ‘mágica’ que só os patronos conhecem e ninguém sabe qual sua utilidade | Ramiro Sanchez/@outroangulo/JÁ

Tabajara Ruas autografa às 19 horas deste domingo, 29, seu mais recente livro, Você sabe de onde eu venho, sobre a conquista brasileira de Monte Castelo, na Segunda Guerra Mundial, lançamento da AGE.

Mais cedo, às 17h30, o patrono conversa com Hilda Simões Lopes, Letícia Wierzchouwski e Sergius Gonzaga, no Auditório Barbosa Lessa, no Espaço Força e Luz (Rua dos Andradas, 1223), onde receberá amigos e leitores.

 

Resenha: “A Independência não foi uma ação de homens brancos”

Por Maria Auxiliadora Figueiredo*

Viena, 1815; Rio de Janeiro, 1820; Cidade do Porto, agosto de 1820; Cidade de Santos; Cidade do Porto; Rio de Janeiro; São Vicente. Baixada santista; Lisboa….

Diferentes cenários, com cronologias próximas ou iguais, vão introduzindo, ao longo do livro, os acontecimentos, atores, suas conversas, suas dúvidas, seus interesses e as contendas, conluios e batalhas que culminaram, em Lisboa, em 1825, com o reconhecimento da Independência do Brasil por Portugal e Inglaterra.

O grito de 7 de setembro de 1822 tem apenas uma menção fugaz, um único parágrafo, qual seja:

“O Grito do Ipiranga é um ato político e de planejado marketing (a palavra não existia, mas a encenação é antiga). No dia 2 de setembro, no Rio, a princesa Maria Leopoldina, com os poderes de regente interina, reuniu o conselho de ministros e, perante eles, com o consentimento prévio do marido, assinou o decreto de separação de Portugal. O objetivo do evento à margem do riacho é tornar pública a separação e comprometer São Paulo com a Regência e os atos do príncipe.”

Para José Antônio Severo, a pequena relevância do Grito, em que pesem seu alto valor simbólico e o vigor de sua memória, está explícita no desenrolar da obra e já se evidencia no título: “A Independência Além do Grito”. Porque é disso que se trata ou o que o autor busca provar: que a Independência do Brasil não emanou de ação volitiva de Dom Pedro I às margens do Ipiranga, mas, sim, de inúmeros fatores geopolíticos e estratégicos sendo considerados à época no Brasil e na Europa, bem como de insurreições contra o domínio português que pipocavam em diferentes regiões do país e ameaçavam a integridade do território nacional. Como bem nota o autor na contracapa do livro, a vitória dos patriotas tampouco ocorreu integralmente em 7 de setembro de 1822, mas se estendeu até o ano seguinte no Nordeste e mais outro, na Província Cisplatina.

São tantas as implicações dos acontecimentos que precederam o Grito, que Severo quase não se ocupa da experiência dos países da América hispânica que se iam tornando independentes nos moldes dos Estados Unidos e/ou conforme os ideais da Revolução Francesa. As múltiplas independências dos nossos vizinhos são, porém, lembradas na obra por protagonistas portugueses e brasileiros, como José Bonifácio de Andrada e Silva, que as têm por maus exemplos por significarem a fragmentação do antigo império espanhol nas Américas.

Severo inicia o livro no que considera o “parto de nosso personagem, o Brasil”, o Congresso de Viena, ao qual Lisboa comparece como Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e suas colônias de ultramar. A promoção de colônia a “reino unido” reflete a crescente autonomia de que o Rio de Janeiro passou a dispor desde a vinda da Família Real. Consiste, sobretudo, no motivo pelo qual o retorno do Brasil à situação colonial, estabelecido pelas Cortes Extraordinárias Constituintes da Nação Portuguesa após a Revolução do Porto, não poderia ser aceito pelo Príncipe Regente. A entrada em vigor da jurisdição do congresso constitucionalista português implicou, para Dom Pedro, o esvaziamento de todo o seu poder, reduzido à província do Rio de Janeiro, pois as demais Juntas Provisórias passaram a responder diretamente à Junta de Lisboa.

José Antônio Severo considera que foi nesse quadro que se iniciou a luta pelo poder que acarretou a independência. Esse comecinho da disputa, contudo, o leitor só o encontra no quinto capítulo do livro, quando já lhe foi dado conhecer os diferentes modos de pensar dos irmãos Andradas, de Dona Leopoldina e Dom Pedro, de Dom João VI, de seus interlocutores, dos inspiradores da revolução espanhola de 1812 (que gerou a Constituição de Cadiz), dos membros de uma sociedade secreta do Porto intitulada Sinédrio, do governador militar inglês de Portugal, William Carr Beresford, dos militares portugueses insatisfeitos com o domínio militar britânico, dos chefes militares, comerciantes, jornalistas influentes e membros da maçonaria portuguesa (insatisfeitos, por sua vez, com o governo provisório e em desacordo quanto ao formato a ser adotado pelo governo que o sucederá), dos principais integrantes da Santa Aliança e até dos integrantes das tropas portuguesas enviadas ao Brasil para pacificar grupos independentistas exaltados e manifestantes nas principais cidades brasileiras.

A densidade desses primeiros capítulos não diminui nos seguintes. Ao contrário, aumenta. O leitor continua a ser inteirado dos pensamentos dos principais atores, como de José Bonifácio, reiteradas vezes, de Dona Leopoldina e Dom Pedro, do chefe de operações na Província Cisplatina, do rei Fernando VII (que pretendia promover novamente a anexação de Portugal à Espanha), de Dona Carlota Joaquina e o príncipe Dom Miguel, de Talleyrand e Metternich no âmbito da Santa Aliança, do Duque de Wellington (Foreign Office), de diversas personalidades locais e portuguesas envolvidas nas negociações para o retorno de Dom João VI a Portugal e assim por diante.

O parágrafo do Grito acima citado e o breve relato da paixão de Dom Pedro pela paulista Domitila de Castro Canto e Melo só vão constar do décimo segundo capítulo, quando o Príncipe Regente já terá demonstrado suas habilidades políticas em Vila Rica (Minas Gerais) e em São Paulo. Mas a situação nacional “é complicada, com guerra civil na Bahia, rebeliões em Belém e São Luís, indefinição no Recife e uma dúvida em Montevidéu, onde o governador Frederico Lecor aderiu à Independência, mas o exército português, que ocupa a cidade, ficou com as Cortes”.

É na descrição das batalhas que José Antônio Severo nomeia muitos dos heróis e heroínas desconhecidos da Independência do Brasil. O ritmo denso e de múltiplos cenários dos capítulos sobre os modos de pensar dá lugar, a partir do Grito, a uma cenografia igualmente multifacetada, porém com vivacidade e velocidade redobradas na narração dos confrontos visando à pacificação do país e ao estabelecimento do Império, bem como na apresentação dos inúmeros comandantes e integrantes importantes de ambos os lados das refregas.

Sem conseguir largar o livro, ao chegar às batalhas e às exposições das táticas adotadas pelos combatentes, o leitor vai tomando ciência, quase que sem perceber, da participação, no cerco de Montevidéu, do futuro Marechal Osório, comandante do exército brasileiro na Guerra do Paraguai, então com 14 anos de idade. Nos enfrentamentos na Bahia, fica sabendo do contingente de mulheres combatentes, entre as quais se encontrava Maria Quitéria, promovida a 1º cadete por ato de bravura em seu primeiro enfrentamento. Conhece, ainda, outra figura importante da Bahia, Maria Filipa de Oliveira, denominada a Marisqueira, que liderou grupo de 80 mulheres nadadoras e mergulhadoras que lograram, em alto mar, envenenar marinheiros e incendiar barcos portugueses. Já no Piauí, entre as desavenças e combates, o leitor é apresentado à diversidade étnica de sua população, em que “brancos, mulatos e pretos, todos uns e outros, se tratam com recíproca igualdade”.

Como pretendia, José Antônio Severo demonstra, dessa forma, que a Independência não foi uma ação de homens brancos e adultos, com um único negro, espantado, assistindo, como no famoso quadro de Pedro Américo. Ao contrário, Severo alcança, na obra, seu objetivo de provar que “houve povo nessa empreitada” – e mulheres.

Por fim, cabe assinalar que o “Independência Além do Grito” se presta admiravelmente à elaboração de sua versão cinematográfica, mas não como um único filme. Seu denso conteúdo, enorme quantidade de personagens, variedade de cenários e façanhas próprias de superproduções demandariam um seriado, com múltiplos – e deliciosos – capítulos. A necessidade maior, porém, de sua divulgação decorre do objetivo mesmo da obra: corrigir uma historiografia falha e omissa, que não reflete a realidade da nação brasileira no momento de seu nascimento. O livro de José Antônio Severo revela ser imprescindível a vulgarização, o quanto antes, dos fatos, ideias e lutas que efetivamente levaram o Brasil a separar-se de Portugal.

  • *Maria Auxiliadora Figueiredo é embaixadora aposentada. Texto publicado originalmente no Bonifácio.

Zoravia Bettiol abre mostra com duas séries no seu estúdio-galeria

A artista Zoravia Bettiol abre mostra que reúne duas séries na sua galeria em Porto Alegre, neste sábado.

Quarto Círculo-Preguicosos – papa Adriano V é uma das ilustrações para o livro Divina Rima

Uma das séries foi totalmente produzida durante a pandemia: as 37 ilustrações para o livro Divina Rima – um diálogo com a Divina Comédia de Dante Alighieri,  do professor e escritor Gilberto Schwartsmann, que estará autografando na abertura da mostra.

A coleção Divina Rima tem obras em lápis de cor caran d’ache e naquim. Estão em exibição reproduções ampliadas das ilustrações. “Usei só duas cores de lápis e naquim em cada ilustração, mas fiz muitas sobreposições, o que aumentou o valor cromático delas”, explica Zoravia.

Os namorados do guarda-sol vermelho, pintura e colagem da série Criaturas Voadoras

Já na série Criaturas Voadoras, de 2016, a temática são insetos como
borboletas, libélulas, besouros e abelhas, além de pássaros integrados com
pessoas e com a natureza. O público poderá conhecer reproduções das
colagens e pinturas inspirada nos animais, uma fonte muito presente nos
trabalhos de Zoravia: “A Natureza é o tema que me mobiliza cada vez mais.
Minha abordagem varia do carinho e respeito por ela à crítica e denúncia dos problemas que a atingem”, diz ela.

Além da sessão de autógrafos de Schwartsmann, a abertura da mostra será marcada por uma apresentação do músico Hique Gomes. No sábado seguinte, dia 13, a atriz e diretora Deborah Finocchiaro, e a atriz e escritora Nora Prado farão leituras poéticas. Nas duas datas, os eventos serão presenciais, respeitando os protocolos sanitários.

O escritor conta que comprou seu primeiro exemplar da obra-prima de Dante na Livraria do Globo, em Porto Alegre, quando adolescente, por influência da professora de História. Agora, o livro Divina Rima acaba de ser confirmado como um dos selecionados pela Prefeitura de São Paulo, para distribuição nas instituições de ensino em 2022.

Neste livro, ele usou a chamada terza rima, como Dante, na esperança de motivar o leitor a mergulhar no texto original. “O prazer de escrever sobre A Divina Comédia só foi superado pela oportunidade de conviver mais de perto com Zoravia Bettiol, que elaborou as ilustrações. É difícil descrever quanto aprendi com esta grande artista brasileira. Zoravia exerceu sobre mim um efeito transformador”, diz Schwartsmann.

No estúdio, galeria com acervo da artista

A visitação à mostra é gratuita e todas as obras estarão à venda. O valor
arrecadado com o livro Divina Rima e com as obras da série Criaturas
Voadoras será doado para o Instituto Zoravia Bettiol.

 

SERVIÇO:
Mostra das séries Divina Rima e Criaturas Voadoras, de Zoravia Bettiol.
Abertura e sessão de autógrafos do livro Divina Rima – sábado, 6 de
novembro, das 16h às 19h.
Período da Mostra: 7 de novembro à 16 de dezembro de 2021.
Visitação: de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. Sábados, das 15h às 18h.
Endereço: Rua Paradiso Biacchi, 109, bairro Ipanema – Porto Alegre, RS.
Veja mais em zoraviabettiol.com.br

 

Lel Aldir Blanc triplica investimento em cultura no RS

A primeira quinzena de outubro será de grande agitação entre artistas e produtores culturais gaúchos.

Em números redondos, o Rio Grande do Sul está recebendo 155 milhões de reais via lei Aldir Blanc. É o triplo do que o Estado costuma investir em Cultura em um ano.

A parte que coube ao governo estadual, de 69,7 milhões de reais, já está na conta desde o dia 21 (são 30 milhões para auxílio emergencial a trabalhadores previamente cadastrados, mais 39,7 milhões distribuídos entre cinco editais).

Outros 85 milhões de reais são destinados aos municípios. E a regulamentação da lei diz que tem que gastar tudo até o fim deste ano. Ou o dinheiro volta para Brasília.

Do dia primeiro a 16 de outubro, estarão abertos dois dos cinco editais previstos pela Secretaria Estadual da Cultura, e as inscrições para três chamadas públicas.

Também em outubro serão pagos os auxílios emergenciais de 600 reais por mês a 2.219 trabalhadores que se cadastraram. O valor é retroativo a junho, portanto a primeira parcela será de três mil reais. Quem perdeu o prazo para se cadastrar pode recorrer às chamadas públicas, também até 16 de outubro.

Dez milhões de reais estão destinados ao edital para produções culturais, com valores de 100 mil a 350 mil reais por projeto. Um critério importante para aprovação na Sedac é a capacidade da produção de gerar trabalho e renda.

O outro edital que abre dia primeiro reserva quatro milhões de reais para aquisição de bens e materiais, como livros e equipamentos úteis ao trabalho (50 mil a 100 mil reais por proposta). Para este edital, o passado do solicitante pesa: é preciso comprovar que é do ramo, que está na área há algum tempo.

Ambos abrangem os produtores formalizados. Segundo o diretor de Fomento da Sedac, Rafael Balle, há cerca de 30 mil microempreendedores cadastrados, que poderão disputar uma fatia da verba. Para os informais, os “sem CNPJ”, sejam pessoas físicas ou coletivos informais, foram concebidos os editais a partir de chamadas públicas. São três.

O Prêmio Trajetórias contempla os veteranos (que podem ser indicados por outra pessoa). “Um reconhecimento a quem tem contribuído para o desenvolvimento da cultura”, resume Balle.

O objetivo do edital Criação e Formação é fomentar a pesquisa, montagens, grupos coletivos e até empresas. Investimento para o futuro.

O quinto edital será o mais complexo. Tem foco territorial e foi criado para financiar projetos com potencial de transformação social em locais de baixa escolaridade, baixa renda e altos índices de violência, mapeados pelo programa RS Seguro. Abrange 23 municípios onde vive mais da metade da população. Os “invisíveis”, lembra Balle, mostram que as políticas públicas são insuficientes.

Para a secretária da Cultura, Beatriz Araujo, a aplicação da lei Aldir Blanc provocou o mais amplo debate sobre políticas públicas de todos os tempos no Rio Grande do Sul. Ela ressalta que a Sedac instituiu cotas raciais, de gênero, e atenção para contemplar todas as regiões do Estado.

Situação no Interior do RS

Foram feitas 17 reuniões por videoconferência, envolvendo 38 integrantes do Conselho Estadual de Cultura e dirigentes do setor nos municípios, para debater o tema e divulgar que este dinheiro existe e está disponível. “Não é favor, nem benesse, é um direito, e depois tem que prestar contas”, disse o presidente do Conselho, escritor Airton Ortiz.

Dos 85 milhões de reais para os municípios, 35 milhões de reais já foram depositados, segundo Evandro Soares, presidente do Conselho de Dirigentes Municipais de Cultura da Famurs e secretário de Cultura de Bento Gonçalves. Até esta segunda-feira, 45% dos 497 municípios gaúchos já tiveram seus projetos aprovados e 20% aguardam aprovação, porém 35% sequer iniciaram seus planos para aplicação desses recursos.

 

 

Lancheria do Parque voltará com a Primavera

Na Lancheria do Parque, ponto tradicional na avenida Osvaldo Aranha, ninguém arrisca uma data para a reabertura. Só se sabe que será depois do inverno, provavelmente não antes de setembro.

Após três meses fechada, meia porta aberta

A popular Lanchera, que completou 38 anos dia 9 de maio, baixou a cortina metálica dia 20 de março devido às exigências sanitárias em razão da pandemia.

Para continuar funcionando dentro das novas regras de distanciamento, o extenso balcão teria que ser removido mais para o centro do salão, para aumentar o corredor atrás dele, por onde circulam vários funcionários, do caixa ao chapeiro, onde também são feitos os famosos sucos de frutas frescas.

Seria uma obra e tanto, para uso temporário, e deixaria o salão comprido mais estreito, caberiam muito menos mesas para respeitar a distância entre elas agora exigida. E sem o bufê de almoço disponível das 10 às 18 horas. Não há Lanchera sem aglomeração.

O balcão característico, de onde saem os pedidos de lanches e sucos, tornou-se um problema na pandemia 

“Se anunciarem uma vacina hoje, abrimos amanhã”, brinca Neomar José Turatti, um dos oito sócios no negócio. No início de abril, quando perceberam que seria longo e incerto o período de portas fechadas, demitiram os 20 outros funcionários. “Assim puderam receber o Fundo de Garantia e seguro-desemprego”, justifica.

Os boatos de que a Lanchera não abriria mais são desmentidos pelos preparativos para a retomada pós-pandemia

Enquanto isso, ele supervisiona a reforma do balcão, que continuará onde sempre esteve, limpeza geral e manutenção de equipamentos, preparando o retorno às atividades. Não se anunciam grandes mudanças. A Lancheria do Parque é um retalho dos anos 80 no Bom Fim – sem wi-fi, sem comida gourmet e sem embalagens personalizadas, é um clássico popular.

 

Instituições culturais públicas do Estado fecham para conter o virus

A Secretaria de Estado da Cultura informa que a partir desta quarta-feira (18/03/2020) estarão suspensas todas as atividades nas 22 instituições culturais da rede estadual, pelo período de duas semanas, que poderá ser prorrogado em caso de necessidade.

A medida foi tomada para minimizar a aglomeração de pessoas em locais públicos e contribuir para reduzir a disseminação do vírus Covid-19.

Ficam, portanto, suspensos espetáculos, visitação, pesquisas, ensaios e demais atividades e atendimentos ao público em todas as instituições abaixo:

  • Arquivo Histórico do RS

  • Biblioteca Leopoldo Boeck

  • Biblioteca Lígia Meurer

  • Biblioteca Pública do Rio Grande do Sul

  • Biblioteca Romano Reif

  • Cinemateca Paulo Amorim

  • Casa da Música da OSPA

  • Casa de Cultura Mario Quintana

  • Hub Criativa Birô

  • Instituto Estadual do Livro

  • Museu Antropológico do RS

  • Museu Arqueológico do RS (em Taquara)

  • Museu de Arte Contemporânea – MAC

  • Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS

  • Memorial do Rio Grande do Sul

  • Museu do Carvão (em Arroio dos Ratos)

  • Museu de Comunicação Hipólito José da Costa

  • Museu Histórico Farroupilha (em Piratini)

  • Museu Julio de Castilhos

  • Parque Histórico Bento Gonçalves (em Cristal)

  • Teatro de Arena

  • Theatro São Pedro