UTA e Pretagô apresentam Mesa Farta e Zaze Zaze: uma festa para Vavó, em Porto Alegre

A troca e o encontro de dois grandes grupos de teatro do sul do Brasil, o UTA e o Pretagô, está sendo celebrada com uma circulação de seus mais recentes espetáculos pelo RS. As cidades de Canoas, Pelotas, Porto Alegre e Santa Maria estão vendo ou revendo as montagens de Mesa Farta, do Pretagô e Zaze-Zaze: uma festa para Vavó, do UTA.
Os dois grupos desenvolvem com maestria as dramaturgias com temáticas negras. Intitulado UTA e Pretagô: encontro e circulação de temáticas negras, o projeto iniciou sua circulação em Canoas, passa por Pelotas dias 18 e 19 de julho e chega a Porto Alegre nos dias 24 e 25, onde se apresenta no Teatro de Câmara Túlio Piva, além de realizar uma oficina. Este projeto é realizado com recursos do edital 26/2024 – SEDAC PNAB RS com financiamento Pró-Cultura do Governo do Estado do RS e realização do Ministério da Cultura do Governo Federal.
Zaze Zaze – Foto: Fabio Zambom / Divulgação
O espetáculo Zaze-zaze: uma festa para Vavó, do UTA, estreou em 2023, após ser aprovado no edital FAC-RS das Artes de Espetáculo, pelo qual recebeu um financiamento para a montagem da obra. Realizou dez apresentações em bairros periféricos e áreas centrais da cidade de Porto Alegre, e, além disso, oportunizou workshops para grupos de teatro periféricos.
ZAZE ZAZE . credito Fábio Zambom/ Divulgação
Em 2024, foi um dos espetáculos convidados a participar do Festival Porto Verão Alegre, pelo qual realizou duas apresentações. Foi selecionado como uma das montagens locais a participar do 18º Palco Giratório, em 2024. Mesa Farta, do Pretagô retrata o cotidiano da vida de pessoas negras. A metáfora da mesa alude ao fato de que comemos, bebemos, rimos, sonhamos, divagamos, decidimos, celebramos a vida e choramos a morte. Nela são feitos acordos sobre o mundo. Na mesa, o grupo Pretagô se lança a pensar sobre as possibilidades de mudanças a partir de escolhas, confissões, compartilhamentos, celebrações e decisões que se observam na atualidade.
Mesa Farta- Foto: Anelise de Carli/ Divulgação

Os dois espetáculos abordam temáticas negras em suas concepções dramatúrgicas de modos distintos. O encontro entre os dois grupos se mostra potente justamente por isso. “Acreditamos que tal encontro justifica-se tanto pela troca artística entre os grupos na elaboração da oficina a ser ministrada em conjunto, quanto pela oportunidade do público de assistir aos espetáculos e entrar em contato com estéticas diversificadas, ainda que o foco de discussão encontre pontos de contato no que se refere à temática negra”, afirma Thiago Pirajira, professor da Universidade Federal de Pelotas e artista da UTA e Pretagô.

movimenta cena sul_mesa- farta. Foto: laura testa/ Divulgação
Ao todo, na circulação, serão três apresentações de cada grupo e quatro oficinas ministradas pelos dois grupos em conjunto. As oficinas tem como público alvo artistas, professores e estudantes de artes cênicas, visto que três das cidades escolhidas para a circulação, Santa Maria, Pelotas e Porto Alegre, têm cursos de graduação que formam tanto professores de artes cênicas quanto artistas da cena. “Embora exista a previsão de ensino da história e da cultura negra nos currículos escolares, ainda há uma grande lacuna na formação de artistas e professores nas universidades. Desse modo, o projeto contribui para a formação de professores, artistas e o público em geral, seja por meio das apresentações, seja por meio das oficinas”, reflete Pirajira.
Mesa_Farta- credito Laura_Testa./ Divulgação
Sobre os espetáculos:
Mesa Farta
O título Mesa Farta traz em si uma metáfora que se faz de forma encruzilhada, nas ondas simultâneas e ambíguas. Inicialmente corresponde ao objeto mesa, repleto de alimentos. Metaforicamente a mesa farta é uma imagem que representa o desejo de fartura de vida, de prosperidade, de experiências positivas, de axé – a potência vital. Por outro lado, pode ser entendida também como um local, um tempo, ou ainda, um espaço que está inconformado, rebelado, em aspecto de recusa. A mesa, objeto real, imaginário e imaginado, elemento cênico e arranjador metafórico da narrativa do espetáculo, toma a própria dimensão de mundo, operando como o lugar que pertence àqueles que detêm o poder. A mesa assume o sentido metafórico de poder, sendo ela mesma destinatária dos papéis e documentos que organizam o tempo e as condutas sob as quais vivemos. Ao tomar a mesa como este lugar emblemático, limítrofe, as cenas que se apresentam ao longo do espetáculo se referenciam a este objeto e o tornam material e imaterial. A mesa, em Mesa Farta, possui a ambivalência e o movimento do orixá Exu, por ser ela mesma encruzilhada, morada, e o princípio causador destes movimentos / deslocamentos.
            A dramaturgia é composta por cenas coletivas autorais, cenas individuais e coletivas, intercaladas ao longo do roteiro por monólogos extraídos de textos clássicos da dramaturgia euro-ocidental como Medeia de Eurípedes; Dona Rosita, a Solteira, de Frederico Garcia Lorca; A vida é sonho, de Pedro Calderón de La Barca; Medeamaterial, de Heiner Müller. Desde seu início o grupo constrói suas dramaturgias a partir de relatos pessoais, experiências individuais e coletivas, misturadas a outras histórias, textos e memórias. No caso de Mesa Farta, foram trabalhados textos clássicos euro referenciados.  A trilha sonora é embalada por mixagens eletrônicas, beats sonoros misturados com ritmos como funk carioca, rap, rhythm and blues, hip hop e distorções nos microfones.
Zaze-Zaze: uma festa para Vavó
O espetáculo de rua Zaze-Zaze: uma festa para Vavó, inspirado no texto dramático Zaze-Zaze, de Hermes Mancilha, comemorou os 30 anos do UTA, de um dos mais importantes grupos teatrais do sul do Brasil. Mancilha foi uma personalidade do teatro na cena sulista. Autor, ator, iluminador, dramaturgo, diretor e professor de teatro, foi coautor de “Bailei na curva”, espetáculo tão importante na história que continua em cartaz até os nossos dias. Muitos de seus textos não foram ainda publicados, quase trinta anos depois de sua morte e este espetáculo dá visibilidade à herança desse dramaturgo tão importante na constituição do teatro negro gaúcho. A montagem conta e canta a história da vida de Vavó, uma mulher negra e pobre, símbolo da resistência negra brasileira. Em cena figuram seus percalços e conquistas até seu final, quando se torna uma árvore.  A linha do tempo de sua vida, suas memórias, as conversas com seu companheiro, as cenas ritualísticas e recordações expõem a condição de vida da mulher negra no Brasil. O espetáculo explora sua caminhada, os sonhos, as relações familiares, oscilando entre cenas rituais, líricas e cômicas.
          Os espetáculos da UTA têm sua identidade bem marcada. O grupo não utiliza o texto dramático tradicional como ponto de partida, e sim um processo criativo de improvisações, que resultam em narrativas diversas até chegar ao espetáculo final.  Trabalhos de destaque como O Ronco do Bugio (1996) mostram a força criativa desse conjunto de atores e atrizes. Nesse espetáculo de rua o grupo fundia a figura do bugio – macaco típico do sul do Brasil que com seu ronco deu origem ao ritmo gauchesco – e o bufão europeu, figura grotesca que originou uma técnica específica de atuação na qual o ator usa sua própria força bizarra para fazer rir. Esse tipo de mescla esteve também em Mundéu o segredo da Noite (1998), no qual o grupo misturou a técnica de dança-teatro do sul da Índia, conhecida como Bharata Natyam e os personagens das Lendas do Sul, de Simões Lopes Neto. A temática sulista, bastante recorrente nos trabalhos, aparecia, também, de forma não estereotipada em Nos meses da corticeira florir (2001), espetáculo em que o público era convidado a entrar na casa de uma costureira e ali experimentar histórias antigas.
 
 
FICHA TÉCNICA:
 
ZAZE-ZAZE: uma festa para Vavó
Inspirado na obra de Hermes Mancilha
Direção: Gilberto Icle
Assistência de direção: Shirley Rosário
Elenco: Álvaro RosaCosta, Celina Alcântara, Ciça Reckziegel, Dedy Ricardo, Gilberto Icle, Gisela Habeyche, Lauro Fagundes (Juliano Barros em substituição), Nina Fola e Thiago Pirajira
Músicas: Flávio Oliveira, Luciana Prass, Simone Rasslan, Álvaro Rosacosta, Nina Fola, Thiago Pirajira, Dedy Ricardo, Gisela Habeyche, Lauro Fagundes, Celina Alcântara, Gilberto Icle, Ciça Reckziegel e o cancioneiro popular
Arranjos e direção musical: Simone Rasslan e Luciana Prass
Preparação vocal: Simone Rasslan
Preparação para percussão: Luciana Prass
Contrarregragem: Shirley Rosário e Miguel Rosa
Figurinos: Mari Falcão e Camila Falcão
Acessórios cênicos e assessoria figurinos: Luiz Augusto Lacerda
Projeto cenográfico: Gonzalo Callejas (Teatro de Los Andes, Bolívia)
Cenografia: Alex Limberger
Criação e confecção pássaro: Roberto Marques e Luiz Augusto Lacerda
Arte: Mitti Mendonça
Design gráfico: Aline da Silva Gonçalves
Fotos: Fábio Zambom
Produção: UTA Produções Artísticas e Culturais
Realização: UTA
Duração: 50 minutos
Classificação etária: livre
MESA FARTA
Elenco: Bruno Fernandes, Fernanda Fiuza, Laura Lima e Silvana Rodrigues
Direção: Thiago Pirajira
Dramaturgia: Grupo Pretagô
Trilha sonora original: João Pedro Cé e Thiago Pirajira
Técnico de som e operador:  Wagner Menezes
Figurinos: Camila Falcão e Mari Falcão
Maquiagem: Camila Falcão
Projeções: Jana Castoldi
Operação de projeções: Gabi João
Vídeos: Thiago Lazeri
Iluminação: Bruna Casali
Cenografia: Rodrigo Shalako e Thiago Pirajira
Cenotécnico: Rodrigo Shalako
Contrarregra: Miguel Rosa
Fotos: Anelise De Carli e Laura Testa
Produção e Realização: Grupo Pretagô
Duração: 70 minutos
SERVIÇO:
UTA e Pretagô: encontro e circulação de temáticas negras
Pelotas – UFPel / Campus Porto
18 de julho às 16h – Zaze-Zaze ( Largo do Bola, em frente ao ICH – Rua Alberto Rosa, 117, Centro)
19 de julho às 10h – Oficina ( Bloco 3 Centro de Artes – Rua Alberto Rosa, 117, Centro)
Porto Alegre – Teatro de Câmara Túlio Piva / Rua da República, 575
24 de julho às 19h – Mesa Farta
25 de julho às 10h – Oficina
25 de julho às 19h – Zaze-Zaze
Santa Maria – Teatro Caixa Preta UFSM /Teatro Caixa Preta – Espaço Cultural Rozane Cardoso/
Avenida Roraima, 1000, Camobi
08 de agosto às 19h – Mesa Farta
09 de agosto às 10h – Oficina
Este projeto é realizado com recursos do edital 26/2024 – SEDAC PNAB RS com financiamento Pró-Cultura do Governo do Estado do RS e realização do Ministério da Cultura do Governo Federal
 
 

Fernando Lima costura arte, memórias e poesia na exposição “A Pele do Bordado”

Um artista que transforma o tecido em pele que recobre a alma com poesia. A exposição “A Pele do Bordado”, de Fernando Lima, apresenta produções que transcendem as telas em pinturas com linhas, cores e retalhos. A exposição, que tem curadoria de Alexandra Eckert, será inaugurada no sábado, 19 de julho, das 14h às 16h30, na Galeria Duque. A mostra segue no local até o dia 19 de setembro, com entrada franca.

Fernando Lima  – Acervo Pessoal/ Divulgação

“‘A Pele do Bordado’ apresenta uma produção autobiográfica que evoca lembranças de uma vida, narradas em coloridas, vibrantes e preciosas camadas de tecido”, sintetiza a curadora. “As sobras de tecido e tiras que Fernando costura criam camadas e revelam transparências e texturas, capazes de contar as histórias nelas contidas. Utilizando a costura e os pontos do bordado como uma delicada ferramenta de apresentação de sua sensibilidade e de seu universo simbólico, Fernando nos oferece suas obras como possibilidade de partilha. Aqui, o nosso corpo pode aceitar o convite do artista de vestir os seus panôs como uma segunda pele e se impregnar de calor e proteção”, observa Alexandra.

Fernando Lima  – Manto de feltros – Foto: Rosana Almendares/ Divulgação

“Minha produção é eclética e uso diversas técnicas. Assim tenho circulado pela pintura, desenho, tecelagem, cerâmica e vidro. A mostra ‘A Pele do Bordado’ traz um conjunto de panôs de parede e panôs vestíveis. Minha inspiração para o trabalho com os tecidos vem da memória, das manifestações artísticas vistas na infância, minha relação com a natureza, com as pessoas”, conta Fernando.

Fernando Lima  -Flameo – Rosana Almendares/ DivulgaçãoDivulgação

A obra visceral é traduzida pelo próprio artista: “A pele do bordado é minha própria pele, se atravesso agulhas nesses tecidos, também sangro de dor…, mas ao ver nascendo do nada, uma imagem quase sagrada, minha dor já não é nada mais que um registro de tudo que sou”.

Fernando Lima  – Acervo Pessoal/ Divulgação

Fernando Lima Lima é artista visual e poeta. Sua trajetória na arte inicia no Atelier Livre da prefeitura de Porto Alegre, nos anos 70, onde estudou desenho e litografia. No local, nos anos 80, foi aluno de Danúbio Gonçalves. Com graduação em Letras e pós-graduação em Poéticas Visuais, desenvolve pesquisas artísticas e diversas experimentações em seu ateliê, na cidade de Canoas/RS.

Fernando Lima -Vestido de Noiva – Foto: Rosana Almendares/ Divulgação

Atuou como gerente de artes na Secretaria Municipal de Cultura – Canoas, onde realizou projetos de artes visando à inserção dos artistas contemporâneos nos mais diversos eventos ligados à área cultural. Sua atual produção tem como principal suporte os tecidos, onde são reproduzidas imagens de um repertório vindo de revistas, jornais e outras imagens de domínio público. As técnicas vindas da costura estão presentes nesta atual fase, que tem como principais referências José Leonilson, Leda Catunda, Andy Warhol, Sigmar Polke, Torres Garcia, Vik Muniz e Arthur Bispo do Rosário

Fernando Lima  – A Floresta – Rosana Almendares/ Divulgação

 A Pele do Bordado

Artista: Fernando Lima

Local: Galeria Duque
Endereço: Duque de Caxias, 649 – Porto Alegre
Vernissage: 
sábado, 19 de julho, das 14h às 16h30
Período da exposição: de 19 de julho a 19 de setembro
Horário de funcionamento: Seg/Sex: 10h às 18h | Sáb: 10h às 17h
Entrada Franca

Parada de Luta LGBTQIAPN+ de Porto Alegre no próximo domingo, na Redenção

 

A 18º edição da Parada de Luta LGBTQIAPN+ espera mais de 150 mil pessoas, e reforça a causa com homenagens, música e performances de arte drag e transformista
Organizada pelo ativista, advogado e apresentador Roberto Seintenfus a Parada de Luta afirma a importância da reflexão sobre a causa LGBTQIAPN+ e vai além:  aborda assuntos como a redução da jornada de trabalho, diversidade, saúde e moradia, educação e o combate a LGBTfobia, num dos países com maior índice de mortes por preconceito de gênero.
Imagem Mythago Produções/ Divulgação
Na concentração, às 12h no Parque da Redenção, uma homenagem em memória da apresentadora da Parada, Sylvinha Brasil, cujo troféu será dado aos apoiadores da diversidade sexual. A premiação será entregue pelos ativistas e apresentadores Gaio Fontella, psicanalista, e Vagner Oliveira, advogado especialista em direito homoafetivo. Recebem o Troféu Sylvinha Brasil Marcely Malta, da Ong Igualdade; Álvaro Machado, da Coordenação de Turismo-RS; Liliana Gonçalves, Secretária Municipal de Cultura de Porto Alegre; Giovani Culau, vereador; Ilse Lampert, cantora; Tatiana Bastos, titular da delegacia de combate à intolerância sexual e de gênero de Porto Alegre; Kamilly Bitencourt, Miss Curvy Universe Brasil 2024; Érika Hilton, deputada e as jornalistas Isabel Ferrari e Bebê Baumgarten.
Imagem Mythago Produções/ Divulgação
A partir das 15h, A Parada de Luta segue a caminhada com trios, ao som do DJ Tutty Drag Queen, até o pôr-do-sol do Guaíba, onde a arte drag e transformista é valorizada com performances ao longo do trajeto.
Parada de Luta LGBTQIAPN+
Dia 13 de julho
Concentração às 12h / Entrega dos troféus às 14h / saída em cortejo às 15h
Parque da Redenção

“Corte e Costura”, um fanzine feito em dupla, de Jaca e Fabio Zimbres

 

Um livro que era para ser um fanzine produzido entre Porto Alegre e São Paulo no final de 2022, mas só teve os desenhos finalizados em 2023, sofreu com as
inundações de 2024 e sobreviveu à perda de um HD um pouco antes das enchentes de 2024 é finalmente impresso em maio de 2025.

Mais um projeto da Desenhomatic Ltda e mais uma oportunidade de colocar dois desenhistas lado
a lado e ver o que acontece.

Desenho da dupla de cartunistas gaúchos / Divulgação

Os desenhistas em questão são ninguém mais ninguém menos que os consagrados desenhistas Jaca, gaúchos e Fabio Zimbres, paulista, e o resultado dessa epopeia gráfica é CORTE E COSTURA, o novo lançamento da MMarte.

Fanzine 3

A coisa foi mais ou menos assim: Jaca enviou uma série de 30 desenhos horizontais para Fabio Zimbres, que os dividia ao meio e completava cada metade. Dessa forma, nasceram 60 obras feitas em parceria, estabelecendo uma meta-narrativa visual com todas as idiossincrasias típicas da dupla.

A necessidade de um encaixe exato na junção entre as partes de Jaca e Zimbres levou a uma delicada encadernação com costura aparente, de modo
que CORTE E COSTURA possa ser inteiramente aberto em ângulo de 180º. A sobrecapa, por sua vez, se transforma num pôster de 50 x 36,3 cm – implorando para ir para a parede.

Desenho a cor de Jaca e Fábio Zimbres/ Divulgação

CORTE E COSTURA já se encontra tanto nas melhores comic shops do país quanto no site da MMarte Produções – www.mmarteproducoes.com/shop

SOBRE OS AUTORES:
JACA
Jaca (Paulo Carvalho Jr.), nasceu em 1957, em Porto Alegre e mora em São Paulo. Artista multimídia, transita com muita facilidade pelo desenho, pintura,
design gráfico, caligrafia, colagem, gravura e HQs. Seu universo visual representa espaços urbanos e arquitetônicos nos quais acontecem cenas/situações inusitadas das quais emergem personagens diversos,
fantásticos e mundanos. Entra tantas outras, Jaca publicou nas revistas Animal, Geraldão, Front, Ragu e Coleção Minitonto. É artista representado pela
galeria Choque Cultural, de São Paulo, onde realizou há pouco tempo mostra a individual Poppoor.

FABIO ZIMBRES
Nascido em São Paulo, 1960, Fabio Zimbres é autor de quadrinhos, ilustrador, designer e editor. Colaborou com vários veículos no Brasil e exterior, como Chiclete com Banana, Dundum, Ragu, Now (Fantagraphics, EUA), Lapin (França), Gagarin (Bélgica), Strapazin (Suíça) e outros. Publicou a tira Vida Boa na Folha de São Paulo, desenvolvida em livro em 2009 pela editora Zarabatana. Autor do livro Música para Antropomorfos junto com a banda Mechanics. Ilustrou o poema Panamá de Blaise Cendrars, em edição da editora Media Vaca, de Valencia, Espanha.  Representado pela galeria Bolsa de Arte de Porto Alegre.

SERVIÇO

CORTE E COSTURA
– Autores: Jaca e Fabio Zimbres
– 128 páginas PB sobre papel de alta gramatura (offset 120 g)
– Sobrecapa em cores sobre papel offset 90 g que aberta se torna um pôster de 50 x 36,3 cm.
– Lombada com costura aparente
– Formato: 18 x 25,2 cm
– Editora: MMarte
– Ano: 2025

Contatos:
Márcio Jr.: (62) 98117-3345
producoesmmarte@gmail.com
www.mmarteproducoes.com

Lançamento do Livro Corte e Costura, de Jaca e Fábio Zimbres;

Na Escadaria da Brasa, dia 12 de julho, a partir das 17 horas.

 

 

Primeira exposição “Memorial das Águas” abre na Praça da Alfândega em Porto Alegre

Coletiva aborda o tema “Voluntariado” e reúne 40 imagens em grandes formatos de 26 fotógrafos selecionados

Após seis meses em elaboração, o projeto “Memorial das Águas – Solidariedade e Reconstrução”, que vai promover cinco exposições ao ar livre em Porto Alegre e Pelotas sobre a enchente que devastou o Rio Grande do Sul em 2024, tem abertura no dia 12 de julho (sábado), a partir das 15h, na Praça da Alfândega. Voluntariado” é o tema da coletiva que reunirá o trabalho de 26 fotógrafos selecionados durante 35 dias de convocatória pública, que poderá ser conferida até o dia 7 de agosto de 2025. A curadoria, o design expositivo e a coordenação geral são assinados por Marcos Monteiro.

Título: Um Cais de Náufragos.
Autor: Claudia Bento Alves/ Divulgação

Nas proximidades do Museu de Arte do RS (MARGS), na capital gaúcha, 16 estruturas de ferro inspiradas na obra do artista neerlandês Piet Mondrian exibirão 40 fotografias em grandes formatos.

Memorial das Aguas – Homem na agua – Ale Freitas/ Divulgação

Os critérios na escolha das imagens selecionadas englobam as imagens que cumpram o tema proposto, domínio técnico, originalidade, composição, narrativa e subjetividade. Ao considera-los, é possível selecionar fotografias que vão além do registro técnico e se tornam verdadeiras obras de arte.

Memorial das Aguas – Jane Cassol- Divulgação

Participam: Alexandre Freitas, Álvaro Sanguinetti, Amanda Agostini, Cláudia Bento Alves, Eloi de Farias, Fábio Mariot, Flávio Wild, Gerson Turelly, Guilherme Tavares, Heloiza Averbuck, Jane Cassol, Jo Folha, Jorge Lansarin, Juliano Verardi, Laura Yang, Leandro Lopes, Luis Wagner, Nely Alves, Nilton Santolin, Paulo Paim, Priscilla Ramos, Renan Lemos, Renata Zanardi, Rogério Franco, Selmar Medeiros e William Clavijo.

Memorial das Aguas – Ong All Hands limpando lares na Matias – Eloi de Farias/ Divulgação

A proposta do projeto é provocar reflexão, inspirar ações futuras e fomentar uma consciência social capaz de fortalecer a preparação e a união diante de novos desafios climáticos. As imagens revelam memórias, histórias e os impactos das águas em nossas realidades, destacando o espírito solidário e humanitário que emergiu durante as enchentes de maio de 2024. São registros autorais que provocam reflexões e inspiram, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência social que nos prepare melhor para os desafios futuros — com mais organização, união e empatia.

Memorial das Aguas – Reflexos da enchente -Flávio Wild/ Divulgação

Interessados em participar das próximas mostras podem se inscrever, gratuitamente, mediante o preenchimento do formulário (https://forms.gle./gaBDqGSmWpoRbo5s9). A exigência é que sejam maiores de 18 anos e tenham registrado o lado humano, a solidariedade e o recomeço, na catástrofe que assolou a maior parte do Estado no ano passado. Cada autor poderá realizar mais de uma inscrição, podendo ser selecionado com mais de uma imagem. Todas as informações estão no site https://memorialdasaguas.my.canva.site/memorial-das-aguas.

Memorial das Aguas -Cenas de uma cidade afogada -Fabio Mariot/ Divulgação

A segunda exposição terá como foco a “Resiliência”, de 9 de agosto a 11 de setembro, com inscrições até 15 de julho (divulgação dos selecionados dia 22 de julho). E a terceira, a “Conscientização” de 13 de setembro a 9 de outubro, com – inscrições de 16 a 31 de julho (divulgação dos selecionados em 20 de agosto). Ambas serão realizadas na Praça da Alfândega, no Centro Histórico de Porto Alegre, que ficou submersa pelas águas das cheias. Já em Pelotas, o cenário escolhido foi o Largo do Mercado: de 25 de outubro a 20 novembro, na exposição cujo tema é a “Gratidão” (inscrições de 1º a 31 de agosto e divulgação dos selecionados dia 25 de outubro) e de 22 novembro a 20 dezembro, “Retomada” (inscrições de 1º a 30 de setembro e resultado no dia 22 de novembro).

Memorial das Aguas -Solidariedade – Álvaro Sanguinetti/ Divulgacão

A promoção é da Galeria Escadaria, idealizada e coordenada pelo fotógrafo, designer e produtor Marcos Monteiro, que surgiu em 2021 com a proposta de levar arte de qualidade e acessível para a população, ocupou inicialmente o Viaduto da Borges de Medeiros e com as obras de restauração, migrou para o Pier do Gasômetro, ambos cartões postais de Porto Alegre. Viabilizada através da Lei Rouanet, do Ministério da Cultura (MinC), a iniciativa tem apoio das Prefeituras Municipais de Porto Alegre e Pelotas, através de suas respectivas Secretarias da Cultura; Valorize Projetos, Gestão de Recursos e Patrocínios Ltda e CDF Locações de Materiais Cenográficos e Culturais Ltda. O patrocínio é do Grupo RBS, Paraflu do Brasil Indústria e Produtos Químicos Ltda, Nutrire Indústria de Alimentos Ltda e Soma Sul Equipamentos Ltda.

Ficha Técnica:

Realização: Ministério da Cultura – Lei Rouanet, Galeria Escadaria e Clube Arte Para Todos

Direção e Curadoria: Marcos Monteiro

Administração e Produção: Edison Nunes

Assistente de Produção: Iessa Medeiros

Comunicação Visual: Edison Nunes e Marcos Monteiro

Execução e Logística: Acontece Eventos

Apoio: Secretaria de Cultura da Prefeitura de Porto Alegre, Secretaria de Cultura da Prefeitura de Pelotas, Valorize Projetos, Gestão de Recursos e Patrocínios Ltda e CDF Locações de Materiais Cenográficos e Culturais Ltda.

Patrocínio: Grupo RBS, Paraflu do Brasil Indústria e Produtos Químicos Ltda, Nutrire Indústria de Alimentos Ltda e Soma Sul Equipamentos Ltda

Servico:
Memorial das Águas – Solidariedade e Reconstrução
Abertura: 12 de julho (sábado) de 2025, a partir das 15h.
Local: Praça da Alfândega – imediações do Margs – Centro Histórico de Porto Alegre
Encerramento: 7 de de agosto de 2025.
Visitação: Diária, ao longo de 24h.
Entrada franca

Exposição “Sinfonia Visual” mostra a música sendo homenageada por artistas visuais

Até 1ºde agosto o Atelier Burk’Arte apresenta a exposição Sinfonia Visual, uma homenagem à música.

Graça Craidy, artista convidada e homenageada, expõe retratos de Elis Regina, Caetano Veloso e Amy Winehouse. Na mesma parede, Pena Cabreira exibe músicos de jazz, violeiros e bateristas.

Obras de Graça Craidy/ Divulgação

Na parede em frente estão as divas Ella Fitzgerald e Nina Simone, por Carmen Cecília Magalhães. Na mesma roda, Deja Rosa junta Pepeu Gomes e Baden Powell.

Chat Baker – obra de Gustavo Burkhart/ Divulgação

Na segunda sala, Gustavo Burkhart mostra Chat Baker em um óleo sobre tela e Hermeto Pascoal e Cartola a nanquim.

Obra de Anaurelino Corrêa de Barros Neto/Divulgação

Dança do Kuarup é a obra de Anaurelino Corrêa Barros Neto, mista com acrílica e pastel sobre papel queimado.

Obra de Milton Caselani/Divulgação

Dois quadros com colagens envolvendo música clássica e rock ficam por conta de Milton Caselani.

Leandro Machado e sua obra/ Divulgação

A arte conceitual faz-se representada por Leandro Machado, que uniu por meio de solda dois instrumentos de sopro, um cornetão e um trompete piccolo. A obra está ligada ao fato de o artista ter tido covid na época da pandemia e experimentado problemas de falta de ar.

Também participam da exposição, que foi inaugurada na noite do dia 1º/7, com um pocket show musical, como não poderia deixar de ser, as artistas Eliane Abreu, Emanuele Quadros, Inez Pagnoncelli, Rosa Groisman e Suzana Albano e o artista Darllan Luz.

.Obra de Gustavo Burkhart/Divulgação

O Ateliê Burk’Art fica na Rua Dr. Timóteo, 901, 2º piso, bairro Moinhos de Vento.

Obra de Carmen Cecília Magalhães/Divulgação

Visitação: de segunda a sexta, das 9h às 13h e das 14h às 18h; aos sábados, das 9h às 13h. Entrada gratuita.

Obra de Deja Rosa/Divulgação

Sempre atenta às possibilidades múltiplas da fotografia com celular, a exposição “Mob BR” chega à sua 4ª edição, com curadoria e coordenação do fotógrafo, designer e produtor cultural Marcos Monteiro. A abertura ocorrerá no sábado, dia 5 de julho, a partir das 15h, na Galeria Escadaria, situada no Pier do Gasômetro.

A coletiva presta homenagem a Luiz Carlos Felizardo (1949-2025), representante maior da fotografia gaúcha e nacional, falecido no último dia 11 de junho e reunirá 100 fotógrafos brasileiros, entre gaúchos, paulistas, pernambucanos, baianos, cariocas e catarinenses. A visitação ocorre diariamente, ao longo de 24h, até o dia 31 de agosto.

Flavio Wild /Divulgação

As imagens serão distribuídas entre 20 grandes painéis a céu aberto, trazendo   uma mescla de diversos estilos e consolidando a coletiva, cada vez mais, como um dos maiores projetos expositivos de Mobgrafia ao ar livre do país. Pela sua localização, tem garantido um acesso amplamente democrático, ampliado o conhecimento e incentivado o uso do celular como ferramenta de inclusão e interação social. A iniciativa se configura em um grande mosaico da diversidade da fotografia com celular, na sua representação regional, no seu aspecto criativo, nos seus relatos cotidianos, na fotografia de rua ou de paisagem e na sua concepção minimalista ou abstrata. Esta pluralidade é capaz de gerar identificação, encontro, despertar emoções e significados, trazendo inúmeras inspirações, livres de dogmas ou preconceitos, abrindo caminhos e incentivando o público a também usar a Mobgrafia para criar suas narrativas e contar novas histórias.

Alexandre Eckert/Divulgação

A fotografia com celular ou Mobgrafia, como é mais conhecida, segue evoluindo vertiginosamente, conquistando cada vez mais adeptos ao redor do planeta, atraídos pela sua facilidade e possibilidade inclusiva. A técnica permite a qualquer pessoa expressar-se e comunicar-se socialmente, através de imagens publicadas nas redes sociais – pelo aprimoramento técnico e estético que amplia a sua utilização por usuários mais experientes ou até mesmo profissionais – gerando trabalho e renda na criação de fotos e filmes de alta qualidade. Assim, esta ferramenta de captação de imagens multiplica cada vez mais sua popularidade.

Henrique Picarelli/ Divulgação

A utilização da câmera do celular configura um comportamento social amplamente aceito, não provocando, na maioria das vezes, reações de rejeição ou constrangimento, o que possibilita ao fotógrafo um acesso quase ilimitado a tudo que se passa ao seu redor. Desta forma, o fotógrafo interage com as imagens quase como um espectador despercebido do contexto das cenas que presencia. Isto possibilita a captação de reações muito mais espontâneas, que trazem resultados muitas vezes belos, inesperados e originais para as cenas obtidas. Nunca a imagem foi tão significativa como forma de expressão e nunca o celular foi tão usado na produção de imagens como nos tempos atuais. As fotos diariamente publicadas nas redes sociais superam 5,5 bilhões e deste significativo número, mais de 80% provêm de smartphones.

Yago Farias/ Divulgação

Serviço:

Abertura: 5 de julho (sábado) de 2025, a partir das 15h.
Local: Pier da Usina do Gasômetro (João Goulart, 551) – Centro Histórico de Porto Alegre
Encerramento: 31 de de agosto de 2025.
Visitação: Diária, ao longo de 24h.
Entrada franca.

Em reforma, Museu Julio de Castilhos vai ao público com exposições itinerantes

Mesmo com o prédio-sede fechado para obras de restauro e ampliação, o Museu de História Júlio de Castilhos (MHJC), mantém plena atividade no segundo semestre de 2025.
De julho a setembro, a agenda itinerante inclui exposições, ações educativas em escolas e parcerias institucionais, reafirmando seu compromisso com a preservação, a pesquisa e a difusão da história e da memória do Rio Grande do Sul.
De 4 de julho a 1º de agosto, o MHJC participa da mostra “Povos Indígenas do Rio Grande do Sul: Passado e Presente”, em parceria com o Museu Universitário de Arqueologia e Etnologia da UFRGS, o Atelier Livre,  e o Memorial do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS).
A exposição, que apresenta peças do acervo etnológico do museu como cerâmicas e cestarias indígenas, estará aberta ao público no Memorial do MP-RS.
O Núcleo Educativo do MHJC oferece visitas mediadas à exposição mediante agendamento prévio. Com duração de 40 a 60 minutos, as atividades são destinadas a grupos de 10 a 40 pessoas, nos turnos da manhã e da tarde: às 9h30, 11h, 14h e 15h30. Os agendamentos podem ser feitos pelo e-mail museu_juliodecastilhos@sedac.rs.gov.br.
Entre 12 de agosto e 19 de setembro, também no Memorial do MP-RS, o público poderá visitar a exposição “De Julio a Getúlio – O Rio Grande do Sul e a República”. A mostra aborda a trajetória política do Estado por meio de armas, uniformes, pinturas de época, fotografias e objetos de uso cotidiano.
A iniciativa tem o apoio do Castelo Assis Brasil, do Instituto Histórico e Geográfico do RS, do Memorial da Assembleia Legislativa e do Ministério Público e integra as comemorações do Dia Estadual do Patrimônio Cultural.
O museu também participa das comemorações da Semana Farroupilha.
De 16 a 26 de setembro, a Assembleia Legislativa sedia a exposição “Heroísmo Farroupilha: Outro Olhar sobre a História dos Lanceiros Negros”, com obras do artista Zé Darci. A mostra propõe uma leitura crítica sobre o protagonismo negro na Revolução Farroupilha e o Massacre de Porongos, destacando narrativas historicamente silenciadas.
Em paralelo, de 2 a 28 de setembro, o Complexo Multipalco do Theatro São Pedro recebe a exposição “Entre Silêncios: Imagens da Guerra Farroupilha”, com peças emblemáticas do acervo do museu como lanças e ilustrações do período, em uma homenagem conjunta à memória histórica do Rio Grande do Sul.
Durante o período de obras, o museu também leva suas ações educativas às escolas, com duas propostas principais: “Artefatos e Ancestralidade: História Indígena do Rio Grande do Sul” e “Memória e Reconhecimento: Personalidades Negras”. As atividades utilizam peças e materiais do acervo para promover o diálogo entre o patrimônio e as novas gerações.
(Com informações da Assessoria de Imprensa)

Ruy Ostermann, o professor de todos nós

Como sempre acontece com as personalidades realmente grandes, será necessário transcorrer um tempo para que se tenha a verdadeira dimensão de Ruy Carlos Ostermann – para além da popularidade que em pouco se apaga.

No jornalismo posso testemunhar que pelo menos duas gerações de profissionais foram visivelmente marcadas ele – por sua inteligência límpida, pelo seu estilo elegante e preciso, seu entusiasmo, seu comportamento ético.

Quando entrei como “foca” na Folha da Tarde, em 1968, Ostermann já era um nome.  Internamente, mobilizava ciúmes e preconceitos – um cara com nome alemão  que dava aulas de filosofia e…cagando regras no futebol!

Mas logo todos perceberam – mesmo seus detratores e principalmente o público – que estavam diante de algo novo. O professor sabia o que estava falando.

Esporte, então, era uma editoria secundária nas redações, ganhava espaço porque vendia jornal, mas o que dava prestígio era a política, a economia e a novidade que surgia, meio ambiente.  . A cobertura esportiva nos jornais impressos, então, era uma ladainha de mesmice e lugares comuns.

Ruy enxergava uma partida de futebol por outras lentes, via o jogo em todos os seus níveis e tinha um vocabulário e uma linguagem para descrever o que via. Ele deu régua e compasso ao jornalismo esportivo.

Fui reencontrá-lo, com José Antonio Severo,  naquele projeto insano da Folha da Manhã, em 1972.  Um diário independente num regime de ditadura militar!  O esporte era o melhor caminho para ter leitores sem ter atritos com as autoridades.

Ruy montou a editoria de esportes, que era quase metade do jornal: Roberto Appel, Pinheiro Machado, Cláudio Dienstmann, Mário Marcos de Souza, Gilberto Pauletti, Paulo Antunes de Oliveira, jovens impulsivos…que temperou com alguns veteranos- Ivo Correa Pires, Aparício Viana e Silva.

Por sua indicação entraram na equipe José Onofre, Jefferson Barros, Luiz Fernando Veríssimo.

O jornal foi um sucesso. Saltou de 7 mil para 35 mil exemplares de venda. Mas o  projeto que apostava na abertura política, bateu no muro do regime, quando ele endureceu em 1975.

A semente do jornalismo independente, porém, sobreviveu em muitas iniciativas e, em todas elas, do Pato Macho ao Coojornal e ao JÁ, enquanto pode, Ruy Carlos Ostermann esteve presente.

 

 

 

Sopaporiki e Girafa da Cerquinha, um projeto de Richard Serraria, estará na capital e região metropolitana

Palcos Amefricanos RS – Circulação Sopaporiki e Girafa da Cerquinha promove a circulação dos espetáculos cênico-musicais Sopaporiki e Girafa da Cerquinha, com perfomance do poeta e músico Richard Serraria e direção do diretor teatral Leandro Silva. O projeto esteve em diversos municípios do RS, como Cachoeira do Sul, Pelotas, Santa Maria, Caxias do Sul, organizado em circuitos que contemplam locais atingidos pela tragédia climática de maio de 2024.
Além dos espetáculos, cada cidade recebe as oficinas de tamboralituras para crianças e adultos. Aqui na capital e na região metropolitana, acontece entre 1 e 4 de julho, nas cidades de São Leopoldo, Canoas, Guaíba e Porto Alegre, em escolas públicas.
O Sopapo, tambor tradicional negro-gaúcho, está na centralidade das obras em circulação, contribuindo para a valorização do patrimônio cultural e a contribuição do povo negro para a construção da identidade cultural do Rio Grande do Sul. Palcos Amefricanos RS – Circulação Sopaporiki e Girafa da Cerquinha está sendo realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, através do Edital SEDAC nº 26/2024 – ARTES CÊNICAS, o que reforça a importância das políticas públicas para artistas, realizadores e para as comunidades onde os projetos circulam. Um videodocumentário e um blog de processo complementam a experiência do projeto, com o registro sistemático do conjunto da experiência em suas passagens por cada lugar. As atividades e estratégias de divulgação contam com medidas de acessibilidade.
Sopaporiki é um espetáculo musical tambor centrado, criado e performado por Richard Serraria com direção cênica de Leandro Silva, em que a presença do Sopapo, instrumento musical e também artefato político ligado ao povo negro do Rio Grande do Sul, costura a narrativa, exigindo adequação do performer e poeta às diferentes linguagens artísticas mobilizadas para a materialização do espetáculo. Com seu conteúdo amefricano, afirma a potência das epistemologias negras no Brasil atual, num acúmulo de pesquisas e atuações em torno do tambor de sopapo e a contribuição negra na literatura e na música, ou ainda junto ao encontro com a poesia dos orikis da matriz iorubá da África. Em 2020 nasceu o livro Sopaporiki, em que o eu lírico é o tambor sopapo que conta e canta a trajetória dos 12 orixás do Batuque de Nação Oyó Idjexá e o surgimento da cosmogonia iorubá no Rio Grande do Sul e Bacia do Prata, base do espetáculo musical homônimo criado e estreado em 2022. A obra integrou, desde então, importantes eventos, como a FILIGRAM 2022 (Gramado, RS), o Sarau do Solar 2022 (Porto Alegre, RS) e o 29º Festival Porto Alegre em Cena, em 2023 (Porto Alegre).
Girafa da Cerquinha é um reconto de uma história entoada originalmente pela mestra griô Sirley Amaro. Conta a fábula da girafa, animal que teria vindo da África num navio e que escolhe ir para Pelotas no bairro da Cerquinha, cidade em que havia um carnaval burlesco com nomes de bichos. Uma recontação de história infantil com o tambor sopapo sendo tocado de maneira continuada envolvendo a criançada numa vivência lúdica com as batidas características do grande tambor negro gaúcho (Ijexá, Adarun, Aré do Bará, Congadas RS, Samba Cabobu, Candombe uruguaio gaúcho e Milongón). Cada batida negra sonoriza um nome de bicho, personagens da narrativa. O projeto contempla ainda a apresentação de um Caderno de Situações Didáticas disponibilizado na internet através do Link.tree para livre acesso docente, visando a implementação da Lei 11.645/2008, que trata da abordagem de conteúdos afro-brasileiros e originários.
Rodas de Tamboralitura são atividades formativas (oficinas) no formato de vivências lúdicas relacionadas a cada um dos espetáculos (SOPAPORIKI e Girafa da Cerquinha) e seus respectivos públicos, e promovem um espaço de contato com o tambor no qual os participantes são convidados a passar a textualidade poética dos espetáculos para o plano da oralidade e do corpo.
Girafa da Cerquinha-Serraria – Jeff Granja /Divulgação
Richard Serraria, graduado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestre e doutor desde 2017 em Literatura Brasileira pela mesma universidade, ex-professor universitário e agitador cultural na cena de Porto Alegre, é fundador e diretor da empresa cultural Tarrafa. Com a banda Bataclã FC, ganhou quatro Prêmios Açorianos de Música, o prêmio mais importante da música gaúcha: Melhor grupo pop rock em 2001 e 2002 e Melhor Compositor pop rock em 2002 e 2006. Em 2005 e 2006, ganhou o prêmio de melhor letrista no Festival de Música de Porto Alegre. Em 2009, dividiu o prêmio de melhor letrista do Prêmio Uirapuru de Música Brasileira com Tom Zé. Em 2011, ganhou o Prêmio Açorianos de Música como Melhor Arranjador MPB em virtude do disco Pampa Esquema Novo. Em 2018 ganhou o Prêmio Açorianos de Música como Melhor Arranjador MPB, Melhor Compositor MPB e Melhor Projeto Gráfico pelo disco Mais Tambor Menos Motor. Autor do premiado livro Sopaporiki (2020) e do espetáculo homônimo, integrante da Programação do 29ª Edição do Festival Internacional Porto Alegre em Cena, em 2023. Vencedor do Kikito em Gramado 2021 pela trilha sonora do filme Cavalo de Santo.  Criador da contação de histórias Girafa da Cerquinha – Cênico Musical, baseada em obra autoral de Mestra Griô Sirley Amaro.
Sobre o Tambor Sopapo
Ficha técnica
Performer, contador de histórias e coordenador geral: Richard Serraria
Direção cênica e assistente administrativo: Leandro Silva
Operação de som e apoio logístico: Tuti Rodrigues
Assessoria de comunicação: Náthaly Weber/ Saia Rodada Comunicação
Identidade visual: Tielle Bossoni/ Studio Visto
Produção local: Náthaly Weber (Cachoeira do Sul e Rio Pardo), Renata Pinhatti (Pelotas, Rio Grande e São José do Norte), Fernando Gomes (Caxias, Canela e Gramado), Lu Bitello (São Leopoldo, Canoas, Guaíba e Porto Alegre)
Assessoria de Imprensa nos circuitos: Náthaly Weber (Cachoeira do Sul e Rio Pardo), Patrícia Viale (Gramado e Canela), Carlinhos Santos (Caxias do Sul), Joana Bendjouya (Pelotas) e Bebê Baumgarten (Porto Alegre)
Entrada franca
SERVIÇO
1 de julho, terça-feira / São Leopoldo
Girafa da Cerquinha – às 10h30min
Instituto Estadual Professor Pedro Schneider / R. São Caetano, 616 – Centro, São Leopoldo
Sopaporiki – às 19h30min
Escola Estadual de Ensino Médio Polisinos / R. Dom Pedro I, 462 – Bairro Rio Branco – São Leopoldo
2 de julho, quarta-feira/ Canoas
Girafa da Cerquinha, às 15h30min
Instituto Estadual de Educação Dr. Carlos Chagas / Rua Santa Cruz, s/n, Bairro Niterói – Canoas
Sopaporiki, às 19h30min
Instituto Estadual de Educação Dr. Carlos Chagas / Rua Santa Cruz, s/n, Bairro Niterói – Canoas
3 de julho, quinta-feira / Guaíba
Girafa da Cerquinha, às 15h
Colégio Estadual Augusto Meyer / Rua Pantaleão Telles, 431 – Guaíba
Sopaporiki, às 19h30min
Colégio Estadual Augusto Meyer  / Rua Pantaleão Telles, 431 – Guaíba
4 de julho, sexta-feira / Porto Alegre
Girafa da Cerquinha, às 10h
EMEF José Loureiro da Silva – Av. Capivari 1999 – Porto Alegre
Sopaporiki, às 19h
Biblioteca do Instituto de Psicologia, Serviço Social, Saúde e Comunicação Humana – IPSSCH/UFRGS
R. Ramiro Barcelos, 2600 – Porto Alegre
Nas redes:
Acesse os canais relacionados ao Palcos Amefricanos – Circulação RS:
No Instagram: @richardserraria @girafadacerquinha_
O projeto “Palcos Amefricanos RS – Circulação Sopaporiki e Girafa da Cerquinha” está sendo realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, através do Edital SEDAC nº 26/2024 – ARTES CÊNICAS