O fotógrafo e produtor cultural Marcos Monteiro abre dia seis, terça-feira, na Galeria Escadaria, no Viaduto Otávio Rocha, onde é curador, sua nova exposição “Ir-Real 2”, que fica no local de três de setembro a 31 de outubro. A mesma mostra será levada para a Galeria de Arte Restinga, na Praça Alvorada, no bairro do mesmo nome, de dois de novembro a 10 de dezembro.

São 34 fotos, coloridas e PB. Curador da exposição, o fotógrafo e professor de Fotografia, Rogério Soares, apresenta o novo trabalho de Marcos Monteiro, no texto abaixo:

“Como era de se esperar, “Ir-Real”, em sua 2ª edição, re-surge ainda com mais força. Força essa, promovida por um olhar sempre atento, mas principalmente terno e humanista do qual Marcos Monteiro se utiliza para revelar seres anônimos, ora transmutados em autênticos personagens de sua amada cidade.

Partindo sempre de promissoras inferências sobre os lugares e pessoas a que escolhe fotografar, o autor através de brilhantes “insights” parece brincar com o que os olhos em uma 1ª mirada não conseguem ver. Assim mais uma vez, como puro passe de mágica, o fotógrafo a partir de uma técnica notadamente apurada, não somente retira do “real” o palpável e corriqueiro, como também habilmente o corrompe, tornando-o ainda mais rico, belo e instigante.

Neste sentido, o diverso conjunto de fotografias revigora um “espírito lúdico”, capaz de promover em cenas paralelas, pertinentes correspondências plásticas e semânticas. Então somos surpreendidos por imagens que se entregam a ilusão, criando assim efeitos miméticos onde contra-pontos, rastros, reflexos, sombras, sobre-posições entre outros aprontam o que deve ser “dito” .

Dotadas de alma e graça, essas fotos ouso dizer, sem esforço algum, se aproximam do olhar de fotógrafos como “Robert Dosneau” e “Frederick Sommer” por exemplo. Monteiro, como sabemos, é um sujeito que gosta de gente, e suas fotos igualmente gostam de gente. Tanto é verdade, que para produzi-las, ele seleciona não somente a melhor hora do dia ou da noite, buscando a luzideal, como pontos ou lugares conhecidos do grande público, mas de onde, e como ninguém consegue compor insólitos e únicos instantâneos.

Dessa forma, a vida diurna e noturna aparece ora repleta de amigos, desconhecidos, transeuntes e objetos que parecem ganhar “vida” ao mediarem, como sustenta Roland Barthes, a relação dos Homens com o mundo.
Concluindo, Ir-Real também se institui como autêntico “ato de linguagem” ao sustentar um discurso que além de pretender, ainda oferece uma arte verdadeiramente democrática, já que a rua que abriga a produção de tais fotos é a mesma que orgulhosamente as re-apresenta.

Então e por isso mesmo ,,, muito obrigado Marcos Monteiro.”
