Rafael Guimaraens vai aos anos 50 e resgata o incrível Major Aragon

Rafael Guimaraens. Foto Clô Barcellos/ Divulgação

Os teóricos se encarregarão de enquadrar Rafael Guimaraens neste ou naquele gênero literário.  Por cacoete profissional, talvez,  vejo-o como um repórter, de olho certeiro para encontrar seus temas e personagens e sutil na habilidade para narrá-los. 

Jornalismo, literatura e história se misturam nos seus relatos precisos. 

Seu último livro, o décimo nono, tem como epicentro dois incêndios suspeitos no centro de Porto Alegre – do Tribunal de Justiça do Estado  e da Repartição Central de Polícia.

No meio de milhares de processos e inquéritos incinerados sumiram escândalos financeiros e um rumoroso processo em que 53 policiais eram acusados de extorquir famílias  alemãs durante a 2ª Guerra. Incêndios criminosos, é a dedução imediata.

O crime não é esclarecido, mas o que se desenrola no entorno dele é um vivo painel de uma época, os anos 50, em Porto Alegre. Corrupção e o corporativismo policial, imprensa manipulada, autoridades lenientes e os personagens do submundo, usados no jogo. Dentre eles emerge o incrível Major Aragon, um espanhol trapaceiro e sedutor, forçado a assumir a autoria dos crimes e cujas peripécias atravessam toda a história.

O Incendiário é o título, da Libretos.Recomendo. É um livro  que se lê num fôlego.

PS: É da Libretos.

 

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