Estudo avalia algas tóxicas em lagos de praças e parques da Capital

Gurizada tomando banho no Lago dos Pedalinhos, na Redenção/Ricardo Stricher

Cleber Dioni Tentardini

Pesquisadores do Museu de Ciências Naturais, da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, vem estudando a presença de cianobactérias nos laguinhos de parques e praças de Porto Alegre.
Já foram pesquisados quatro lagos: do Moinhos de Vento (Parcão), dos Pedalinhos (Redenção), das Tartarugas (Jardim Botânico) e da Praça Itália (Praia de Belas).
A atenção é para o fenômeno chamado de floração, que confere às águas coloração (esverdeada, amarelada, avermelhada, marrom), odor e sabor (barro, mofo, peixe, capim), que variam conforme as espécies presentes. Estas florações geralmente formam manchas na superfície da água.
Esses organismos, com características de algas e bactérias, são capazes de indicar se está ocorrendo algum desequilíbrio ambiental. Em ambientes saudáveis, as cianobactérias convivem com outros organismos de modo equilibrado. Mas, se o local está poluído, com aumento da concentração de nutrientes na água, principalmente fósforo e nitrogênio, originados de fezes de animais, de esgotos domésticos e de atividades agrícolas/industriais, elas se multiplicam excessivamente, gerando as florações.
O perigo é que várias espécies são potencialmente tóxicas. Podem provocar a mortandade de peixes e de outros animais, incluindo o homem, que consomem a água e organismos contaminados.
Dentre as cinco categorias de toxinas identificadas até o momento, as hepatotoxinas podem causar morte por hemorragia do fígado, as neurotoxinas podem atacar o sistema nervoso central e provocar morte por parada respiratória, e as dermatotoxinas, que podem provocar irritações no corpo.

A notícia da tragédia / Reprodução

Em fevereiro de 1996, hepatotoxinas produzidas por cianobactérias provocaram a morte de 50 pessoas por insuficiência hepática aguda, das cem em tratamento em uma clínica de hemodiálise em Caruaru, Pernambuco.
A partir dessa tragédia, o Ministério da Saúde tornou obrigatório o monitoramento de cianobactérias por todas as companhias de abastecimento de água do Brasil.
As pesquisas nos lagos dos parques e praças de Porto Alegre começaram em 2008. Em todos, foram identificadas florações de cianobactérias com potenciais tóxicos.
Esses importantes estudos são coordenados pela bióloga Vera Regina Werner, uma das maiores especialistas brasileiras em cianobactérias. Ela orienta estudantes de graduação e pós-graduação na Seção Botânica de Criptógamas, em uma pequena sala no segundo andar do Museu de Ciências Naturais (MCN), na FZB. Vera é co-orientadora dos trabalhos, junto com os professores universitários.
Todos os materiais coletados são devidamente etiquetados e tombados no Herbário Professor Alarich R. H. Schültz (HAS) do MCN-FZBRS.
Vera com as amostras das pesquisas catalogas no herbário do Museu /Fotos Cleber Dioni

Atualmente, a bióloga tem se dedicado a um projeto para ampliar os locais a serem estudados em Porto Alegre e dar continuidade às pesquisas em andamento. O nome é pomposo: Cianobactérias planctônicas de corpos d’água artificiais da cidade de Porto Alegre, com ênfase às espécies formadoras de florações.
“Por se tratar de lagos urbanos, localizados em área de lazer, o conhecimento da diversidade destes organismos é fundamental para subsidiar a correta manutenção desses corpos d’água”, explicou a bióloga.
As pesquisas também abrangem lagos e lagoas na Região Metropolitana, no Litoral e no interior do Estado.
Identificadas 13 espécies no Lago dos Pedalinhos
A bióloga Camila Borges pesquisou em 2008 as cianobactérias no lago dos pedalinhos na Redenção para o trabalho de conclusão do curso, sob orientação da Vera Regina Werner e do professor João Fernando Prado, da UFRGS.
Foram feitas sete coletas, abrangendo as quatro estações do ano, junto à entrada e saída e no centro do lago, onde vivem tartarugas, peixes e aves. A partir da análise de 21 amostras, foram identificadas densas florações e seis espécies de cianobactérias, todas potencialmente tóxicas.
Registro na Redenção foi foi feito em maio de 2008/Divulgação

Além do excremento dos animais, presentes no lago e no minizoo, até então aberto, uma cena muito comum de se ver nos parques são as pessoas jogando alimentos para os peixes e tartarugas. Essas comidas decompõem-se e liberam nitrogênio e fósforo, criando um ambiente propício para as florações de cianobactérias.
Densas florações tóxicas na Praça Itália
A estudante Andressa Adolfo, do 7º Semestre da Biologia da Unisinos, realiza pesquisas com bolsa de Iniciação Científica da FAPERGS (PROBIC). Andressa participa de coletas e análises de amostras obtidas mensalmente no lago da Praça Itália, próximo ao shopping Praia de Belas, onde é comum ver crianças brincando no verão.
Amostra da água esverdeada /Divulgação

 

As coletas, realizadas desde outubro de 2016, mostraram a ocorrência de florações mistas, com espécies potencialmente tóxicas, que podem afetar os neurônios (coordenação motora) e o fígado de animais e ser humano. A água é esverdeada e contêm manchas vistas a olho nu, resultantes da proliferação excessiva de cianobactérias.
 
 
 
 
As amostras já catalogadas

Lago das Tartarugas, no JB, recebia esgoto da vila
Em 2011, orientandos da bióloga Vera Regina Werner registraram a ocorrência de 16 espécies de cianobactérias no fitoplâncton do Lago das Tartarugas, do Jardim Botânico. Em 2013, novos estudos constataram outras nove espécies, num total de 25.
Há anos que a água do lago é constantemente esverdeada, com manchas na superfície, resultantes de densas florações.
Manchas verdes formam uma camada na superfície no lago do Botânico/Cleber Dioni

Foram moradores da Vila Juliano Moreira, antiga colônia agrícola do Hospital Psiquiátrico São Pedro, ao lado do Botânico, que informaram à Vera que o esgoto das casas era indiretamente despejado no lago. Não havia saneamento na vila. Por isso, as florações de cianobactérias permanentes naquele lago nos últimos anos.
Moinho no Parcão reduz florações
Em 2015, foi documentada a ocorrência de 19 espécies de cianobactérias planctônicas no lago do Parque Moinhos de Vento, incluindo florações. Uma pesquisa feita em 1992 identificou 145 espécies de algas, dentre os quais 26 cianobactérias.
Vista parcial com floração no lago do parque Moinhos de Vento /Divulgação

Naquele local, segundo Vera, há o Moinho com uma cascatinha mantendo a água em movimento e isso diminui a concentração de nutrientes que alimentam as cianobactérias, reduzindo as florações.
Ambiente saudável na APA do Ibirapuitã
A bióloga Mariê Mello Cabezudo desenvolveu pesquisas por três anos no Museu de Ciências Naturais, da FZB, com bolsa de iniciação científica da FAPERGS (PROBIC). Aproveitou um trabalho amplo de manejo na Área de Proteção Ambiental (APA) do Ibirapuitã, na Região da Campanha, que envolveu várias áreas da Fundação Zoobotânica e começou o primeiro estudo de biodiversidade de cianobactérias naquela área.
As coletas de amostras de água na APA foram feitas nos meses de março e novembro de 2011 e março de 2012. Abrangeu o rio Ibirapuitã, banhado, arroio e lagoa.
Coleta na APA do Ibirapuitã/Divulgação

Mariê e seu trabalho/Cleber Dioni

“Precisávamos conhecer a flora de cianobactérias dos sistemas aquáticos na APA. Os ambientes estavam bem diversificados. Identificamos 28 espécies de cianobactérias, nenhuma floração. Ou seja, não havia desequilíbrio naqueles ambientes”, afirma Mariê.
Agora, está sendo preparado um trabalho científico para submeter à publicação.
Atualmente, Mariê continua trabalhando com cianobactérias no seu Mestrado em Ecologia da UFRGS, sob orientação da Vera e da professora Luciane Crossetti.
 
Cultivo de espécies coletadas na APA do Ibirapuitã

Aluna encontra floração em lago de São Jorge
A estudante Vanessa Didoné, das Ciências Biológicas da Unisinos, é bolsista do CNPq (PIBIC), no MCN/FZB. Coletou no início de 2017 amostras em um lago no município gaúcho de São Jorge, que apelidou de Lago das Garças, devido à grande quantidade dos animais. Com os olhos já treinados por Vera, desconfiou do tom esverdeado da água, com uma camada na superfície de algo parecido com uma nata. Também registrou a proximidade de uma plantação de milho, onde poderiam estar sendo usados fertilizantes.
Floração no município gaúcho de São Jorge/Divulgação

Amostras do lago das Garças, em São Jorge/Cleber Dioni

“As fezes dos animais e a possibilidade de uso de fertilizantes no milharal contribui para aumentar a concentração de nitrogênio e fósforo na água e o aparecimento de floração de cianobactéria”, diz Vanessa.
Local tem grande quantidade de garças/Divulgação

A aluna ajuda Vera a manter o banco de culturas de cianofíceas, aberto em 2005. O processo consiste em isolar cada uma das espécies do material coletado,para análises moleculares, só realizadas fora do Estado. O banco de culturas visa à obtenção de populações para subsidiar outros estudos de interesse sócio-econômico
“Os estudos de cultivo de cianobactérias tem nos permitido realizar pesquisas com sistemática filogenética desse grupo de organismos, que é uma exigência atual nos estudos de diversidade e evolução”, diz Vera, orgulhosa por ver em Vanessa uma futura taxonomista.
Vanessa com as culturas de cianobactérias

Bióloga é referência em pesquisas no Brasil
Há somente cinco pesquisadores em atividade no Brasil com conhecimento suficiente para identificar e descrever espécies novas de cianobactérias, também chamadas algas azuis ou cianofíceas. Vera é uma das referências. Os outros taxonomistas estão em São Paulo.
Pesquisadores da Argentina, do Uruguai e de todo o Brasil seguidamente trocam informações e consultam a bióloga porto-alegrense, que completou no mês de abril 40 anos de trabalhos realizados no Museu de Ciências Naturais da FZB.
Bióloga recebe consultas de todo país

Quando ela ingressou como estagiária e estudante do curso de Ciências Biológicas da PUC, a atual Seção de Botânica de Criptógamas (SBC) ainda era o Núcleo de Vegetais Inferiores (NVI), coordenado pela bióloga Zulanira Meyer Rosa, sua primeira orientadora.
“Lá nas décadas de 70 e 80 a gente já reconhecia na natureza as florações, mas não eram muito estudadas as cianobactérias”, afirma.
A “bíblia”, de Lothar Geitler

Sua grande inspiração foi o livro de Lothar Geitler, de 1932, em alemão, que ela considera a bíblia para os estudos das cianobactérias. Sua descendência alemã ajudou no aprendizado da língua, mas Vera admite que não foi fácil. Recentemente, o tcheco Jirí Komárek escreveu o livro Cyanoprokaryota em três volumes, que representam uma revisão da ‘bíblia’ de Geitler.
“Tem-se que ter muito cuidado porque é um problema de saúde pública. E o pior: as cianobactérias são muito resistentes. Não adianta ferver a água porque elas podem arrebentar e liberar as toxinas na água”, ensina. “E quando atingem o solo, mesmo ali elas sobrevivem, podendo resistir por dezenas de anos em lugares secos. Elas são danadas. Não resta outra alternativa se não investir muito em educação ambiental’, insiste a bióloga.
Hoje, há profissionais habilitados para trabalhar com as cianobactérias nos órgãos responsáveis pela qualidade da água, sendo que muitos foram treinados na Fundação Zoobotânica. Antes, Vera era chamada constantemente. Prefeitos, gestores e técnicos dos departamentos de água sempre recorreram à bióloga em busca de seu conhecimento.
De São Leopoldo, por exemplo, iam técnicos toda semana à Fundação Zoobotânica para receber treinamento. Os custos eram irrisórios.
A bióloga prestou muito auxílio ao DMAE, à Corsan e a companhias municipais de abastecimento de água do interior do Estado, onde havia problemas de florações. Quando não ia coletar, Vera recebia amostras de vários locais, por exemplo, de hospitais e locais de tratamento de hemodiálise. Em muitos casos foram identificados problemas graves no tratamento de esgoto.
Cultivo de espécies encontradas em São Leopoldo, Ulbra e outros

Vera foi chamada em São Jerônimo, quando a água ficou com coloração amarelada, devido à floração da espécie Cylindrospermopsis raciborskii, que tem essa tonalidade. No laguinho do parque de Lajeado ou da Ulbra, a bióloga identificou as espécies responsáveis pelas florações.
Na Lagoa do Violão, em Torres, o tom esverdeado indicava a floração. Vera participou de uma reunião na Prefeitura. “Eu perguntei se tinha algum esgoto sendo lançado na lagoa e um silêncio dominou a reunião, mas, de repente, alguém disse que havia obras com esgotos clandestinos sendo lançados na lagoa”, resume. “Está aí a causa das florações. Basta fechar os esgotos e o problema será resolvido”, explicou.
Amostras do lago no Parque Zoológico

A bióloga diz que soube de casos de animais que tiveram que ser sacrificados naquele município do litoral por terem ficado com problemas graves. “Não cheguei a verificar se tinha a ver com as toxinas, mas uma pessoa pelo menos relatou que o seu cachorro entrava na lagoa com floração”, lembra Vera.
Cisnes com problemas no movimento de uma das patas e com o fígado deteriorado

Num laguinho do Zoológico, em Sapucaia, foram identificadas florações e animais com sintomas que podem estar relacionados às toxinas de cianobactérias.
 
No Guaíba, espécie agressiva
Em 2004, foi identificada floração de cianobactérias no Guaíba, que deu a coloração esverdeada, cheiro e gosto fortes de barro na água, características de Planktothrix, espécies potencialmente tóxicas. Segundo Vera, essas cianobactérias filamentosas, agressivas, são muito comuns no Guaíba durante o verão, porque se desenvolve mais em temperaturas quentes e quando chove menos. Nestas épocas o nível da água diminui, aumenta a concentração de nutrientes, criando o ambiente ideal pra esses organismos proliferarem-se.
O último problema com a água do Guaíba, verificado no ano passado, nada teve a ver com as florações. Vera coletou amostras e verificou que não havia proliferação de cianobactérias.
“Normalmente, se a gente sente cheiros da natureza, terra, mofo, peixe, estão presentes as cianobactérias. Por causa da geosmina, o cheiro liberado na água por esses organismos.”
 
 
 
 
Espécie Planktothrix Planktothricoides, comum no Guaíba

 
Pesquisas reúnem dados sobre as lagoas do litoral
Desde que ingressou na FZB, Vera desenvolve o projeto “Diversidade e distribuição de cianobactérias formadoras de florações, com ênfase às espécies potencialmente tóxicas, em mananciais do estado do Rio Grande do Sul.
Começou as pesquisas nas lagoas da planície costeira. Em sua tese de doutorado, as pesquisas envolveram 33 lagoas da região litorânea, de Torres ao Chuí, incluindo o banhado do Taim e a Lagoa do Peixe.
Mapa das lagoas pesquisadas por Vera em sua tese de doutorado

“Então, na Lagoa dos Quadros, onde tem estação de piscicultura, a gente já observava manchas verdes na superfície da água. Sabíamos que eram florações de cianobactérias, mas ainda não se conhecia o problema das toxinas. Hoje, se sabe que determinadas espécies são tóxicas e perigosas”, observa. A Lagoa dos Patos também apresenta muito problema de floração. Já, no mar, segundo Vera, não tem essa situação. “Aquelas algas com coloração marrom, característica do litoral gaúcho, não são potencialmente tóxicas”, tranquiliza.
Em 2003, o trabalho de mestrado de Mariéllen Martins, pelo Programa de Pós-Graduação em Microbiologia (Unesp/Ibilce), sob orientação do professor Luis Henrique Branco, com a co-orientação de Vera, envolveu áreas da lagoa do Casamento e dos butiazais de Tapes, incluindo arroios, banhados e sangradouros nos municípios de Mostardas, Capivari do Sul, Palmares do Sul, Barra do Ribeiro e Tapes.
Neste estudo foram encontradas várias espécies até então não registradas para o Rio Grande do Sul e algumas até para o Brasil, inclusive, espécies que os pesquisadores não esperavam encontrar nesses locais.
Mariéllen medindo dados abióticos do lago da ULBRA/Divulgação

‘Foi um trabalho importantíssimo, que contribuiu para conhecimento das áreas estudadas, onde vimos a importância de tais ecossistemas e a flora riquíssima encontrada ali, principalmente em regiões de banhados, que já se sabe, e não é de hoje, que são ecossistema ricos em espécies de vários grupos biológicos”, ressalta Mariéllen.
Mapa das lagoas estudadas por Mariéllen

Esse trabalho já rendeu três publicações e está saindo a quarta, todas em revistas científicas reconhecidas.
Surgiu, então, a ideia de reunir as informações das duas grandes pesquisas e lançar um só trabalho, com intuito de divulgação científica de todo conhecimento adquirido ao longo dos anos, não apenas da região da planície costeira, mas do estado do Rio Grande do Sul. Mas é um processo demorado e, portanto, sem previsão de conclusão.
Cartilha orienta população e gestores
Vera produziu uma cartilha a fim de ensinar e alertar a população para tomarem determinados cuidados em locais com floração e orientar os agentes públicos. O título é ‘Cianobactérias: Belas mas, às vezes, perigosas.’
Na cartilha, a bióloga explica que as cianofíceas foram os primeiros organismos produtores de oxigênio, apresentando ao mesmo tempo, características de bactérias e de algas. São seres bastante primitivos, com registros de documentos fósseis de cerca de 3,5 bilhões de anos. Ocorrem tanto na água como em superfícies sólidas, como solo, pedra e árvores.
“Então, a gente faz esses levantamentos e produz relatórios e cartilhas para enviar aos administradores dos parques ou diretamente às prefeituras, como forma de orientá-los”, completa.
Informações gerais 
Quais cianotoxinas elas podem produzir e quais suas consequências?
– Neurotoxinas: atuam no sistema nervoso central, inibindo  transmissão de impulsos à musculatura, provocando a morte por parada respiratória.
– Hepatotoxinas: intoxicações, morte por hemorragia do fígado.
– Dermatotoxinas: problemas na pele, irritante ao contato
Floração em São Jorge, visto ao microscópio

Quais são os sintomas provocados pelas cianotoxinas?
– Alergia, rinite, conjuntivite e dispneia, por inalação
– intoxicações agudas: diarréia, náuseas, febre, vômitos, cólicas. abdominais, anorexia, astenia, hepatomegalia, por ingestão.
– Dermtites (urticariforme), conjuntivites e rinite, pelo contato.
Quais as consequências das cianotoxinas para o ambiente e para os seres vivos?
Intoxicações, mortandades de peixes e de outros animais, inclusive seres humanos, têm sido registrados no mundo inteiro.
Espécie encontrada na Praça Itália

Como podemos saber se a água está contaminada por cianobactérias?
Pelo aspecto da água, coloração ou mancha esverdeada, avermelhada ou amarelada, pelo cheiro e sabor de barro, peixe ou mofo. A amostra da água deverá ser analisada em microscópio para confirmar a presença e mensurar a densidade de cianobactérias.
Espécie encontrada na Praça Itália

Podemos beber água com florações de cianobactérias?
Não, pois a mesma pode apresentar toxicidade.
Espécie encontrada na Praça Itália

Podemos comer peixes e carnes de outros animais que vivam nessas águas?
Não, porque as cianotoxinas podem ser acumuladas, principalmente no fígado. Além disso, o sabor e o odor podem ficar alterados.
Espécie encontrada na Praça Itália

Outros animais podem beber água com cianobactérias?
Não, pois mortandades de peixes e de outros animais têm sido registradas devido a cianotoxinas presentes na água.
Existe legislação para proteger a população?
Sim. A Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde exige o monitoramento de cianobactérias e cianotoxinas em mananciais de abastecimento público, assim como de cianotoxinas na água a ser disponibilizada à população.
Quais os aspectos positivos das cianobactérias?
Além de serem produtoras primárias (produzem oxigênio atmosférico-O2), somente as cianobactérias e certas bactérias são capazes de fixar o nitrogênio atmosférico. Assim como as de vida livre como as associadas a outros seres vivos, têm importância na fertilização do ambiente. São ainda consideradas organismos agregadores do solo, protegendo-o contra a erosão. Colaboram na produção do húmus; atuam como pioneiras na colonização dos solos.
Além de sua significativa representação na natureza e importância para estudos ecológicos e toxicológicos, atualmente, têm sido pesquisadas suas qualidades e aplicabilidades na indústria farmacêutica, têxtil e de alimentos. Na alimentação, as cianobactérias têm papel importante devido ao alto valor proteico e vitamínico de certas espécies.

2 comentários em “Estudo avalia algas tóxicas em lagos de praças e parques da Capital”

  1. Muito boa a matéria, parabens ao jornalista.
    Também merecem parabens as pesquisadoras (es) e a estudante que fez a pesquisa.
    Tanto estudos aprofundados sobre nosso meio ambiente, quanto matérias jornalisticas completas fazem falta no nosso cotidiano.

    1. Convidamos o amigo para acompanhar o especial Patrimõnio Ameaçado em nosso site, sobre as pesquisas e acervos da Fundação Zoobotânica do RS.

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