STF publica acórdão do julgamento que manteve condenação; Bolsonaro ainda tem cinco dias para recorrer

Está publicado no “Diário de Justiça Eletrônico” desta terça-feira, 18,  o acórdão do julgamento em que o STF rejeitou os recursos do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais seis réus condenados pela tentativa de golpe de Estados.

Com a publicação do acórdão (o resultado do julgamento), correm os prazos para a execução das penas.

A defesa dos ex-presidente tem agora um prazo de cinco dias, a partir desta quarta (19), para  apresentarem segundos embargos de declaração. Esse prazo termina na noite do domingo (23).

Nesse caso, Moraes poderá analisar os recursos ou considerá-los meramente protelatórios, sem conteúdo jurídico, a não ser a intenção de postergar a execução da pena.

Se Moraes rejeitar os recursos, poderá declarar o julgamento encerrado (transitado em julgado, no linguajar jurídico) e determinar a execução da pena. Cabe ao ministro notificar a Vara de Execuções Penais para a condução dos condenados à prisão.

A praxe no STF tem sido que a execução da pena e o trânsito em julgado sejam determinados após os segundos embargos de declaração.

O processo penal tem um segundo tipo de embargo: os embargos infringentes, mas esse tipo de recurso só cabe quando o réu tem dois votos favoráveis pela absolvição.

Bolsonaro e os demais réus não chegaram a dois votos pela absolvição. Por isso, há um entendimento no STF de que Moraes pode declarar o caso encerrado antes desses embargos.

Uma vez apresentados os infringentes, o relator decide se os acata ou não. Depois há novo prazo para as defesas apresentarem agravos regimentais, que também seriam julgados. Esses prazos se encerrariam em dezembro.

Como há réu preso, os prazos são contados em dias corridos, mesmo em feriado e fim de semana. Contudo, se o último dia cair num sábado ou domingo, o fim do prazo fica adiado para o primeiro dia útil subsequente. Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão. O tenente-coronel Mauro Cid, delator, vai cumprir 2 anos de regime domiciliar. Os demais seis réus, que cumprirão pena em cadeia, são:
  • Alexandre Ramagem (deputado e ex-diretor da Abin);
  • Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública)
  • Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional);
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
  • Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).

(Com Agência Brasil e G1)