Os servidores da Carris entregaram na tarde desta segunda-feira ao governo municipal um documento com alternativas e propostas para a empresa pública e para o transporte público de Porto Alegre.
O ato ocorreu durante uma reunião entre membros da Comissão em defesa da Carris e os secretários de governo Cassio Trogildo (Governança Local) e Luiz Fernando Záchia ( Mobilidade Urbana)além do Diretor-presidente da Carris Maurício Gomes da Cunha.
O prefeito Sebastião Melo não estava presente.
Os servidores da empresa que está em greve parcial, faziam mobilização desde cedo pela manhã e estavam em frente ao Paço, pediram uma reunião com o governo que os recebeu.
“ Enviamos ao governo um projeto que foi estudado e que apresenta não só soluções para a Carris mas como para o transporte público de Porto Alegre” explicou a integrante da Comissão em defesa da Carris, Rosângela Machado.
Segundo ela, os representantes do governo disseram que examinariam o documento mas não deram prazo para a resposta.
A proposta foi elaborada por um grupo técnico e contou com a participação do ex-secretário dos transportes e Professor de Pós Graduação em Direito à Cidade e Mobilidade Urbana, Mauri Cruz.
São ao todo doze itens que visam reestruturar o sistema de transporte público da cidade que segundo o próprio prefeito está falido.
Segundo Rosangela não foi dado um prazo de quando o governo vai responder sobre as medidas propostas. Os rodoviários pediram de seis meses até um ano para que sejam implementadas as propostas.
“Foi uma reunião conquistada pela mobilização da categoria e que entregou alternativas mas não tivemos garantias de que os projetos que estão na Câmara não seguirão em tramitação. O diálogo se restringe a sermos recebidos, não há uma construção por parte do governo” avalia a vereadora Karen Santos (PSOL) que esteve no encontro.
Projeto pode ser votado nesta quara-feira
Para o secretário Cassio Trogildo não há nada de novo no documento. Ele considera algumas propostas parecidas com as que a prefeitura vem defendendo e que outras são inviáveis.
Segundo o secretário, o documento não impede a votação do projeto que desestatização da Carris na próxima quarta-feira: “ele poderia ter sido votado hoje, não houve nenhum compromisso nesse sentido, houve no primeiro encontro quando o prefeito prometeu que não votaria em dez dias, já passaram quinze. Agora é o tempo do legislativo”.
O documento está sendo analisado pela pasta de Mobilidade Urbana e também repassado ao prefeito Sebastião Melo.
Segundo a Comissão em defesa da Carris a greve será mantida para os próximos dias.
Confira as propostas dos servidores da Carris para o transporte público de Porto Alegre entregue ao governo:
1 – EPTC assumir a gestão da bilhetagem eletrônica e da CCT criando mecanismos de remuneração das empresas pelos serviços prestados tendo indicadores de desempenho operacional, custos, qualidade e de avaliação dos serviços pela população usuária
2 – Criação do Cartão Mobilidade comercializado pela EPTC e que poderá ser utilizado no transporte coletivo, por lotação, na Área Azul, nos estacionamentos públicos e privados e que poderá ser oferecido como produto para o forma de capitalizar o sistema em parcerias com o sistema financeiro;
3 – Criação do Fundo Municipal de Transportes composto por fontes de recursos não tarifários – saldos da CCT, taxa transportes, parcela do IPVA, superávit da receita da Área Azul, receitas da comercialização da bandeira do cartão mobilidade – gerido pela EPTC
4 – A EPTC assumir a reestruturação das linhas, itinerários, tabelas horárias e frota de cada consórcio e da Cia. Carris de forma a otimizar os custos e oferecer um serviço confiável, em diálogo com as regionais do Orçamento Participativo;
5- Manter as isenções de idosos, estudantes e PCDs com fontes de receitas extra tarifária, em especial, recursos do Fundo Municipal de Transportes
6- Regulamentação dos demais sistemas de mobilidade – lotação, fretamento, aplicativos, estacionamentos – de forma a gerar um subsídio cruzado priorizando o transporte coletivo;
7 – Reestruturar o COMTU ampliando a sua composição para incluir as regiões do OP e demais segmentos que atuam nos temas da mobilidade em Porto Alegre
8 – Fazer todos os esforços possíveis para efetivar uma integração física, operacional e tarifária com o Sistema de Transportes Metropolitano
9 – Carris ser tratada da mesma forma que as empresas privadas, sem privilégios mas também sem prejuízos causados por acordos políticos e financeiros da PMPA com a ATP;
10 – Carris receber da CCT o equivalente aos serviços prestados não limitada ao percentual de 22% acordados pela EPTC com a ATP;
11 – Carris ajustar o percentual de despesas em recursos humanos ao limite da média do sistema eliminando cargos desnecessários e indicações políticas
12 – Carris reestabelecer as Unidades Focalizadas (UF) com metas de desempenho – passageiros transportados, receita por veículo, assiduidade do pessoal de operação, regularidade no cumprimento de viagens, índice de acidentes, média de consumo de combustível por quilometro e índice de veículos em manutenção – vinculando os resultados a prêmios por produtividade;