Macron recebe Lula como chefe de Estado

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi recebido nesta quarta-feira, 17, pelo presidente da França, Emmanuel Macron, com recepção de chefe de Estado, no Palácio dos Elísios, residência oficial do governo francês, em Paris.

Na pauta, a urgência climática e questões globais como a fome e a pobreza. Também conversaram sobre o futuro da União Europeia e a integração da América Latina.  O encontro acontece no momento em que a relação do governo de Jair Bolsonaro e França está abalada.

O governo de Macron não dá qualquer validação à política ambiental de Bolsonaro. Ele chegou a vetar o acordo comercial com o Mercosul, falando em ‘crime de ecocídio’ por parte do Brasil.

Além disso, existe o contencioso pessoal entre os dois presidentes, principalmente pelas grosserias de Bolsonaro à estética da esposa do presidente Macron, professora e primeira-dama da França, Brigitte Marie-Claude Macron.

Na terça-feira, 16, primeiro dia na França, Lula almoçou com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo. À noite, ele discursou no renomado Instituto de Estudos Políticos de Paris. Lá, ele falou sobre sua visão sobre o papel do Brasil “no mundo de amanhã”.

Lula recebeu o prêmio Coragem Política, da revista Politique Internationale, em Paris. Mais do que um reconhecimento pessoal, essa é uma homenagem a coragem do povo brasileiro, que ao longo séculos enfrentou com grande determinação a opressão e as injustiças.

A viagem do ex-presidente pela Europa prevê ainda uma passagem pela Espanha, onde participará de uma conferência e se reunirá com lideranças políticas.

Fotos de Ricardo Stuckert

Lula recebe em Paris o prêmio Coragem Política 2021 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em Paris nesta terça-feira, 16, para participar como palestrante durante a conferência sobre o Brasil no Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po). A conferência “Qual o lugar do Brasil no mundo de amanhã?” marca os dez anos do título de Doutor Honoris Causa que Lula recebeu da Sciences Po. O ex-presidente foi o primeiro líder latino-americano a receber esse título de uma das instituições mais respeitadas do mundo na área de ciência política e social.

Na quarta-feira, 17, pela manhã, Lula receberá o prêmio Coragem Política 2021, concedido pela revista Politique Internationale, por sua gestão na Presidência da República, “marcada pelo desejo de promover a igualdade”. A premiação é concedida apenas em ocasiões extraordinárias e entregue quando o conselho da publicação, uma das principais do mundo na área das relações internacionais, reconhece que alguma personalidade se destaca globalmente por sua coragem de pensamento e ação na política.

Além de premiar sua atuação contra a desigualdade social e racial como presidente do Brasil, a revista aponta a tenacidade do ex-presidente ao enfrentar a perseguição política e judicial, “esforços recompensados com a decisão do Supremo Tribunal Federal de anular as suas condenações”.

Parlamento Europeu

Na segunda-feira, 15, Lula da Silva falou em Bruxelas, na Bélgica, que Jair Bolsonaro “representa uma peça importante da extrema direita mundial”. Acrescentou que as forças progressistas e sociais-democratas do mundo precisam se unir para derrotar a extrema direita. “O mundo precisa de democracia, de paz e não de guerra, precisa de livros e não de armas.”

Líder nas pesquisas para as eleições de 2022, Lula participou no Parlamento Europeu de um evento organizado pela Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D), grupo que reúne eurodeputados sociais-democratas e que controla a segunda maior bancada da Casa.

Segundo ele, Bolsonaro é uma cópia malfeita de Trump, representa hoje uma peça importante na extrema direita fascista e nazista mundial. “O Brasil não merecia passar pelo que está passando”, disse Lula durante a coletiva, ao lado da eurodeputada espanhola Iratxe García Pérez, que lidera o grupo S&D no Parlamento Europeu.

“Hoje estou inocente e livre”, continuou Lula. Ele também direcionou críticas ao ex-juiz Sergio Moro, que recentemente também sinalizou que pretende concorrer à Presidência em 2022. Lula afirmou que o ex-magistrado e ex-aliado de Bolsonaro conduziu um “julgamento político” e que Moro já tinha ambições políticas à época dos procedimentos judiciais.

O ex-presidente Lula chegou dia 11 à Europa, com uma série de eventos e manteve diálogos sobre o cenário atual no mundo e na América Latina. Ele começou sua viagem pela Alemanha e em seguida teve agendas na Bélgica. Hoje está na França e depois vai para Espanha.

Além dos eventos, o ex-presidente está tendo uma série de reuniões e encontros. Em Berlim, Lula se reuniu com Martin Schulz, ex-líder do Partido Social Democrata (SPD) da Alemanha e ex-presidente do Parlamento Europeu. Já em Paris, Lula se reunirá com a prefeita Anne Hidalgo.

Crédito foto: Ricardo Stuckert/PT