Eleções 2024: porque Sebastião Melo estava inseguro no último debate

Grafite de Filipe Harp. Foto: Divulgação

Sebastião Melo, candidato à reeleição em Porto Alegre, estava irreconhecível no último debate na RBS, nesta quinta-feira, a quatro dias da eleição.

Gaguejou, se mostrou inseguro, o que é surpreendente num político experiente como ele.

Um sinal de que algo inesperado está acontecendo, é a evolução das pesquisas.

Em levantamento realizado nos dias 14/16 de setembro, a Quaest registrou 41% para Melo, 24% para Maria do Rosário e 17% para Juliana Brizola.

Já a Futura, em pesquisa feitas nos dias 18 a 23/09, deu 52,9% para Melo e 21,2% para a segunda colocada, Maria do Rosário.  Melo ganharia no primeiro turno, nesse caso.

A pesquisa da Real Big Data, realizada entre os dias 27/28 de setembro, dava 44% de intenções de voto para Melo e 23% para Maria do Rosário.

Outra da Atlas Intel, feita entre os dias 26/29 de setembro, deu 32,4% para Melo e 28,9 para Maria, em virtual empate técnico.  Melo tentou impedir a divulgação desta pesquisa, mas teve seu pedido negado pela justiça eleitoral.

Mas a causa principal do mau desempenho do prefeito no ultimo debate pode ter sido a reportagem publicada na véspera pelo Matinal, revelando um fato que o “jornalismo profissional” ignorou: as investigações da Polícia Federal sobre fraudes na gestão terceirizada do Hospital da Restinga. As irregularidades implicariam num desvio de mais de R$ 173 milhões, segundo a reportagem ( a Secretaria da Saúde informou que desconhece qualquer inquérito e Melo no debate tentou desqualificar o jornal dizendo que “é financiado pelo PT”.

Depois dos escândalo com as compras de livros sem licitação pela secretaria de Educação, que resultou na demissão da secretária e numa CPI… depois do incêndio na Pousada Garoa, com 10 mortes e a revelação de irregularidades nas terceirizações na área da assistência social… esse inquérito para averiguar irregularidades na área da Saúde pode ser fatal para a candidatura do prefeito.

Melo, com sua verve populista, pode ter conseguido minimizar suas responsabilidades pelas graves consequência da enchente de maio.

Mas estas ocorrências em áreas vitais como Educação, Assistência Social e Saúde podem levar sua candidatura ao naufrágio.