Eleições 2024: censura a grafite pode esquentar a campanha nas ruas

Desenho foi restaurado na fachada do Centro Cultural, na Cidade Baixa. Foto: Divulgação.

Ocorreu neste sábado, 10, a primeira reunião de grafiteiros  depois que um desenho crítico ao prefeito Sebastião Melo foi apagado do muro da Praça Argentina, junto à universidade federal, no centro de Porto Alegre.

A prefeitura nega que tenha mandado apagar o desenho.

A Santa Casa, que adota a praça, também nega o apagamento, mas o ambiente na reabertura do Centro Cultural  Casaverso, com a presença do autor Filipe Harp, era de não “aceitar a censura”.  Começou pela restauração do desenho de Melo afogando na lama, na fachada do prédio.

Hart, grafiteiro consagrado,  mora no bairro Sarandi, um dos mais populosos e dos mais atingidos pela enchente.

Desenho que foi apagado. Foto: Felipe Hart/Reprodução

O desenho do prefeito Sebastião Melo, mergulhado até o nariz na lama da enchente, foi pintado no muro da praça no início de julho, quando parte de Porto Alegre ainda estava debaixo dágua.

No início de agosto o muro amanheceu coberto de uma tinta azul. Dois dias depois, em tinta preta sobre o azul, em letras garrafais: “Melo Chinelão”.  No dia seguinte, nova pintura cobriu o muro, poucos dias depois veio a réplica: “A memória nguém apaga”.

No sábado, 10, o Centro Cultural, na Cidade Baixa, num evento chamado “Retomada” reuniu grafiteiros para uma intervenção. Felipe Hart era um deles e refez o desenho na parede do prédio.

Um ataque de grafiteiros, espalhando desenhos e slogans negativos, por toda a cidade, na arrancada da campanha, pode causar um desgaste grande ao prefeito.