Estudo diz que dívida “é dreno na economia dos países mais pobres”

Gráfico mostra (em amarelo) que juros e amortizações da dívida externa representam quase metade de tudo o que o governo gasta.

Um estudo feito na Inglaterra pela Debt Relief International, divulgado neste domingo pelo Guardian, alerta para o alto grau de endividamento dos paises mais pobres.

O estudo constata que 144 países “em desenvolvimento” comprometem com quase metade de seu orçamento e mais de 8% de seu PIB com o pagamento de juros e amortizações da dívida, anualmente.

“É a pior crise da história”, segundo Mathiew Martin, um dos três autores do trabalho.

O Brasil está na lista. Em 2023 pagou aos credores externos R$ 1,89 trilhões, o equivalente a 46% do orçamento federal, conforme os cálculos (gráfico) da Auditoria Cidadã da Dívida, ong que defende uma revisão ampla da dívida externa brasileira e uma redução do percentual do pagamento de juros.

Segundo Mathiew Martin, “a dívida é um dreno na economia dos países mais pobres, obrigando a corte de gastos com saúde, educação e programas sociais, para pagar juros”.

O estudo concluí que esta é a pior crise e que pode ser “perturbadora para os mercados financeiros internacionais”, inclusive com implicações geopolíticas, pois a China é um dos grandes credores dos países em desenvolvimento.

O estudo aponta uma série de medidas que deveriam ser tomadas pelos organismos internacionais para aliviar os países mais pobre, inclusive com  “paralisações de pagamentos”.