Uma “unidade policial dedicada” está sendo montada para garantir a aplicação de novas leis de segurança nacional para o território semi-autônomo de Hong Kong.
As novas leis estão sendo elaboradas, depois da autorização dada por unanimidade pelo Congresso Nacional do Povo, em sua reunião anual há duas semanas.
O impacto dessa leis impostas à região diretamente de Pequim é motivo de preocupação internacional e comercial generalizada.
Uma primeira reação veio do Reino Unido que está oferecendo um visto para os ingleses que vivem em Hong Kong (o Guardian fala em milhões) se eles se sentissem desconfortáveis em ficar.
O presidente Donal Trump, por sua vez, ameaçou não mais reconhecer Hong Kong como região autônoma, retirando o status de zona preferencial de comércio com os Estados Unidos.
As agências estatais chinesas informaram, na quinta-feira, que os legisladores estão trabalhando “dia e noite” para redigir a legislação que deve ser compatível com a condição de Hong Kong, região com leis próprias, diferentes das que regem o Estado unitário chinês.
Hong Kong é uma herança do século XIX, quando a China foi retaliada pelas potências do Ocidente. Foi tomada pela Inglaterra em 1842, na Primeira Guerra do Ópio e permaneceu como concessão britânica até 1997, quando voltou ao controle da China, mas mantendo sua legislação própria.
Como colônia inglesa, Hong Kong se tornou um dos maiores centros financeiros do capitalismo mundial enquanto a China se transformou na segunda maior potência econômica do mundo, controlada pelo Partido Comunista.
Com seus 7,5 milhões de habitantes empilhados numa área de pouco mais de mil quilômetros quadrados, Hong Kong é uma das cidades mais densamente povoadas do mundo.
A população é predominantemente chinesa, com uma experiência de liberalismo capitalista que contrasta forte com o centralismo chinês dirigido pelo Partido Comunista.
A China considera que a absorção integral do território e da população de Hong Kong pelo regime chinês é questão de tempo. Poderá haver alguma margem da autonomia, mas terá que atender, antes de tudo, às leis e aos interesses do Estado chinês.
A China provavelmente sairá da crise econômica, que vem na esteira do coronavirus, como a maior potência mundial, superando os Estados Unidos, que começam a viver abalos sem precedentes, com situações que podem ser explosivas, como essa maré contra o racismo.
Se Hong Kong é o ponto onde ocidente e oriente se encontram, como diz a propaganda, neste momento caminha para ser o ponto onde um capitalismo em crise se confronta com o comunismo triunfante.
É uma pedra de toque do capitalismo, com economia desregulada, baixo nivel de impostos, livre comércio.
A expectativa é que as novas leis entrem em vigor dentro de um mês, o que deverá intensificar os protestos que se repetem há mais de ano, com confrontos violentos entre manifestantes e polícia.
Existe uma preocupação generalizada com o êxodo de corporações internacionais, o que deverá aumentar o desemprego e a agitação política.
Segundo o autor da matéria, a China é do regime “comunista triunfante”. Interessante é que a China só conseguiu superar a miséria deixada por Mao Tsé Tung, quando sua economia tornou-se capitalista de livre mercado, abrindo suas portas para que multinacionais lá se instalassem. A ditadura comunista chinesa é só no nome, nos privilégios aos membros do partido e na repressão aos direitos políticos. Lá jornalistas não podem escrever relatando os fatos , se estes não sejam do agrado do partido comunista. “Comunismo triunfante” é só na cabecinha de jornalistas formados por professores chulés que infestam as universidades brasileiras.
Mauro, nao precisas relembrar o óbvio… a China é uma ditadura, isso nao é segredo… agora queria que você me explicasse quando que a China se tornou adepta do livre mercado? Ou será que queres dizer que ela usa o livre mercado para abastecer o seu nada livre mercado?