Ministros da Cultura dos países que formam o BRICS estiveram reunidos quinta e sexta feira da semana passada em Brasilia para discutir intercâmbio e projetos conjuntos.
Não houve interesse da imprensa. Nenhum dos grandes “jornais” do país sequer registrou o encontro.
A formação desse grupo de “paises emergentes”, como eles próprios se autodefinem, é o maior acontecimento geopolítico do século 21.
O grupo começou com quatro países – Brasil, Russia, India e China – e foi batizado BRIC em 2001 pelo economista britânico Jim O’Neill num artigo para investidores.
O “apelido” pegou e ganhou um “S” com a adesão de novos integrantes.
Hoje são 11 países* membros e nove “parceiros” (potenciais integrantes) que propõem uma reforma da governança econômica e financeira internacional, “de modo a refletir o aumento do peso relativo dos países emergentes na economia mundial”.
No conjunto, eles representam uma populaçâo de 4,6 bilhões de pessoas, mais de metade da população do planeta terra e a soma de seus PIBs chega a 40% de economia mundial (o G7, por exemplo, dos sete mais ricos do mundo tem 28%).
No ano passado, o crescimento médio do PIB dos Brics foi de 4% enquanto a média mundial cresceu de 3,3%. O PIB dos sete mais ricos cresceu, na média, 1,7%).
Em 1º de janeiro o Brasil assumiu a presidência do BRICS e será a sede da “Cúpula de Chefes de Estado” programada para julho, no Rio de Janeiro.
Estão previstas mais de 100 reuniões ministeriais e técnicas, que deverão ocorrer entre fevereiro e julho de 2025, em Brasília, em preparação para a Cúpula dos Chefes de Estado.
Na reunião com os ministros da cultura em Brasilia, foram abordadas as prioridades do Grupo de Trabalho de Cultura: Cultura e Economia Criativa, Direitos Autorais e Inteligência Artificial; Cultura, Mudança do Clima e Agenda de Desenvolvimento Pós-2030; Retorno de Bens Culturais; Festivais e Alianças do BRICS.
Por quê o desinteresse?
*Integrantes do BRICS e a população de cada um
Brasil: 215 milhões
Rússia: 145 milhões
Índia: 1,417 bilhão
China: 1,426 bilhão
África do Sul: 60 milhões
Arábia Saudita: 38 milhões
Egito: 114 milhões
Emirados Árabes Unidos: 10 milhões
Etiópia: 125 milhões
Indonésia: 278 milhões
Irã: 87 milhões
