Foi mantido o veto do prefeito Sebastião Melo.
Assim acabou a tumultuada sessão plenária que discutiu a obrigatoriedade da apresentação do passaporte vacinal para entrar em eventos esportivos.
Foram 18 votos a favor a derrubada do veto (eram necessários 19) contra 14 votos favoráveis a manutenção do veto.
A sessão começou já com os nervos à flor da pele com a presença de um grupo de cerca 40 pessoas contra a vacina. Os vereadores discutiam o projeto, quando manifestantes , contrários à proposta, expuseram cartazes em repúdio ao passaporte vacinal. Uma das imagens continha uma suástica, símbolo nazista. Foi neste momento que os ânimos esquentaram e a confusão começou.
O vereador Idenir Cecchim (MDB), que presidia a sessão, pediu imediatamente que se retirasse a mulher que carregava o cartaz. Houve bate-boca, empurrões e até troca de socos entre os manifestantes e alguns vereadores.
O tumulto só terminou quando os manifestantes foram embora após a ação da segurança da casa legislativa e a chegada da Guarda Municipal e Brigada Militar. Na confusão, o vereador Cláudio Janta foi mordido em um dedo da mão.
Histórico – Há pelo menos duas sessões os vereadores discutem o veto parcial do prefeito Sebastião Melo (MDB) ao projeto que autoriza a presença de público em eventos esportivos no Município de Porto Alegre durante o período em que vigorar o estado de calamidade pública.
Melo sancionou o projeto, mas vetou a emenda que obrigava o ingresso do público mediante apresentação de carteira de vacinação alegando que este era um assunto que estava sendo discutido na Câmara.
Internamente se fala que o prefeito não quis atrito com parte da base, vereadores bolsonaristas que se opõem à vacinação obrigatória contra a Covid-19. Uma hora depois do episódio a sessão foi retomada e os vereadores seguiram discutindo o veto do governo.
DECRETO ESTADUAL INVALIDA O VETO
Desde a última segunda-feira, dia 18 começou a valer o decreto Decreto nº 56.120,do governador Eduardo Leite que exige passaporte vacinal para algumas atividades classificadas como de alto risco no contexto da pandemia.
A medida atinge cinco grupos de atividades: competições esportivas; eventos infantis, sociais e de entretenimento; cinemas, teatros, shows e demais ambientes de espetáculo; feiras, exposições e congressos corporativas; e parques de diversão, temáticos, aquáticos e de aventura, jardins botânicos, zoológicos e outros atrativos turísticos.
Com o decreto em vigor a Lei Municipal fica ineficaz já que fica valendo o âmbito estadual, mas caso o decreto seja derrubado a lei municipal volta à valer.
Vereadores que votaram à favor do passaporte vacinal
Airto Ferronato (PSB)
Aldacir Oliboni (PT)
Bruna Rodrigues (PcdoB)
Cláudia Araújo (PSD)
Clàudio Janta (Solidariedade)
Daiana Santos (PCdoB)
Gilson Padeiro (PSDB)
Jonas Reis (PT)
Kaká D’Ávila (PSDB)
Karen Santos (PSOL)
Laura Sito (PT)
Leonel Radde (PT)
Matheus Gomes (PSOL)
Mauro Pinheiro (PL)
Mauro Zacher (PDT)
Moisés Barboza (PSDB)
Pedro Ruas (PSOL)
Roberto Robaina (PSOL)
Vereadores que votaram contra passaporte vacinal
Alexandre Bobadra (PSL)
Alvoni Medina (REP)
Cassiá Carpes (PP)
Comandante Nádia (DEM)
Felipe Camozzato(NOVO)
Fernanda Barth(PRTB)
Hamilton Sossmeier (PTB)
Idenir Cecchim (MDB)
José Freitas (REP)
Mari Pimentel (NOVO)
Mônica Leal (PP)
Pablo Melo (MDB)
Psicóloga Tanise Sabino (PTB)
Ramiro Rosário (PSDB)
abstenções
Giovane Byl (PTB)
Lourdes Sprenger (MDB)