Bolsonaro semeia confusão no momento crítico do combate à epidemia

No momento em que se prevê a aceleração da propagação da Covid 19 no Brasil, o país amanheceu nesta quarta-feira dividido entre a orientação seguida pelos governos estaduais e as autoridades médicas e a posição do presidente da República, expressa em polêmico pronunciamento na noite de terça-feira.

Alinhados às recomendações seguidas no mundo inteiro, os governadores e os especialistas da área de saúde adotam medidas para evitar a circulação de pessoas e as reuniões ou aglomerações para reduzir o ritmo do contágio.

Na direção oposta, Bolsonaro disse em rede nacional  que não faz sentido suspender aulas, restringir transportes e manter as pessoas confinadas em casa, porque isso vai agravar as consequências da epidemia, provocando uma crise econômica e social de proporções incalculáveis.

O presidente brasileiro se alinha com Donald Trump, que resiste à orientação de confinamento de toda a população como forma de conter a propagação da doença, como vem sendo adotado em todos os outros países. Trump diz que isso vai provocar uma crise econômica que pode “destruir os Estados Unidos”.

Bolsonaro recomenda que os governadores revoguem as medidas de contenção já decretadas e seu posicionamento provoca uma reação em todas as áreas.

No meio desse embate, está a população que revela perplexidade pois a posição do presidente da República contraria até a linha que vinha sendo seguida pelo Ministério da Saúde desde o início da crise.

Neste contexto, o país perde uma condição que é apontada pelos especialistas como essencial no combate à doença que é a união de esforços e a solidariedade entre todos.

A crise política que se acirra com esta situação pode ser mais danosa ao país do que a própria pandemia.

Especialistas da área médica criticam desde o início a falta de iniciativa das autoridades brasileiras.

A contenção, que é a primeira fase do combate a uma epidemia,  deve começar antes mesmo das primeiras notificações no país, com o controle de pessoas vindas de países ou regiões onde já há contaminação.

O Brasil, assim como  Europa e os Estados Unidos , se encontra na fase de mitigação, que é quando as transmissões tem forma comunitária, sem possibilidade de saber a origem da contaminação. Segundo o Ministério da Saúde, há transmissão comunitária em todo o país.

É o momento em que os infectologistas recomendam medidas que possam reduzir a transmissão: cancelamento de eventos, fechamento de locais públicos e comércio, diminuição da circulação de pessoas e quarentena.

Quando o ritmo do contágio se acelera é preciso adotar medidas de supressão, para impedir o colapso dos serviços de saúde pelo grande número de pessoas contaminadas e os casos graves e as mortes.

No Brasil, a primeira morte aconteceu no dia 17 e nesta quarta-feira, oito dias depois,  já são 48 mortes (40 em São Paulo, quatro no Rio, uma em Porto Alegre e outra em Manaus).

O posicionamento do presidente Bolsonaro, agora, dissemina a confusão, reforçando a conduta errática que se percebe no governo federal desde o início, apesar das atitudes do ministro da Saúde, Henrique Mendetta, que agora ficou sem o que dizer.

No início do mês de março, em visita aos Estados Unidos, o presidente Bolsonaro disse que o problema vinha sendo “superdimensionado”. E em nenhum momento assumiu a coordenação da estratégia de combate ao surto.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mendetta, vinha quase na contramão da posição do presidente e foi o único apoio que tiveram governadores e prefeitos que tomaram no início do mês as primeiras iniciativas.

Os próximos dias serão decisivos no desdobramento desta crise.

 

Bolsonaro é pressionado a não assinar prêmio Camões de Chico Buarque

O presidente Jair Bolsonaro pretende analisar uma questão delicada no Palácio do Planalto assim que voltar da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), da qual participa nesta terça-feira (24), em Nova York.
Bolsonaro vai decidir se assina o diploma que será concedido ao cantor e escritor Chico Buarque pelo Prêmio Camões, o principal troféu literário da língua portuguesa. O total concedido ao brasileiro é de € 100 mil, valor pago, em parcelas iguais, por Brasil e Portugal, que criaram o prêmio.
A parcela da condecoração que cabia ao governo brasileiro já foi depositada em junho, segundo informou à Folha a assessoria de imprensa da Biblioteca Nacional. O diploma do prêmio, no entanto, ainda não foi assinado por Bolsonaro.
O documento, que já foi firmado pelo governo português, está nas mãos do ministro da Cidadania, Osmar Terra, que, segundo assessores palacianos, deve tratar a questão com o presidente até o final desta semana. A cerimônia de entrega será promovida em Lisboa.
O assunto tem rachado a cúpula do governo. Para integrantes do setor moderado, como o valor já foi liberado, a assinatura do diploma seria apenas uma iniciativa protocolar e, por isso, o presidente deveria seguir a tradição, evitando criar um constrangimento com o governo português.
Na avaliação de membros do núcleo ideológico, no entanto, ao não assinar o documento, o presidente faria um gesto político, posicionando-se contra o uso de recursos públicos em ações não prioritárias e demonstrando que seu mandato representa uma ruptura em relação aos governos anteriores.
No mês passado, o ex-secretário especial de Cultura Henrique Pires disse à Folha que correu o risco de ser demitido em maio quando Chico foi anunciado como vencedor, já que ele havia escolhido os dois representantes brasileiros do júri da premiação.
Segundo ele, Terra foi convencido na época de que não havia motivação política na escolha depois de conversar diretamente com o escritor Antônio Hohlfeldt, um dos jurados brasileiros da premiação. O outro brasileiro que participou do júri foi o escritor Antonio Cícero.
Chico é crítico de Bolsonaro e apoiou a campanha do petista Fernando Haddad na eleição presidencial do ano passado. Na semana passada, o musico visitou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba e defendeu a sua liberdade.
Segundo especialistas ouvidos pela Folha, não há uma obrigatoriedade para que Bolsonaro assine o documento. Em 30 anos, no entanto, nenhum presidente brasileiro deixou de firmá-lo. O cantor pediu que a cerimônia seja feita em abril, mas o governo português ainda não deu uma resposta.
(Com informações da Folha de São Paulo)

Carlos Bolsonaro diz que país não terá transformação rápida por vias democráticas

O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), escreveu na noite desta segunda-feira (9) em rede social que, por vias democráticas, não haverá as mudanças rápidas desejadas no país.
A postagem do filho do presidente foi alvo de críticas de políticos e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que viram nela uma ofensa ao sistema democrático brasileiro.
“Por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos… e se isso acontecer. Só vejo todo dia a roda girando em torno do próprio eixo e os que sempre nos dominaram continuam nos dominando de jeitos diferentes!”, disse Carlos.
A família Bolsonaro tem um histórico de declarações de exaltação ao período da ditadura militar, que vigorou no Brasil de 1964 a 1985.
“Não há como aceitar uma família de ditadores”, reagiu Felipe Santa Cruz, presidente nacional da OAB, que chegou a ser atacado recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro, que fez referências à morte do pai dele na ditadura. “É hora dos democratas do Brasil darem um basta. Chega”, disse à Folha.
Além de afirmar que não haverá transformações rápidas no país por vias democráticas, Carlos escreveu que o atual governo tenta colocar o Brasil “nos eixos”, mas que os “avanços são ignorados, e os malfeitores esquecidos”. Após ser criticado, escreveu mais tarde: “Agora virei ditador? Pqp! Boa noite a todos!”
Apontado como responsável pela estratégia do presidente nas redes sociais, Carlos provocou turbulências no primeiro semestre após ataques a integrantes do governo do pai, mas vinha evitando polêmicas nos últimos meses.
As postagens desta segunda foram feitas enquanto seu pai, Jair Bolsonaro, está internado em um hospital de São Paulo após passar por cirurgia no domingo (8), a quarta decorrente da facada que levou há um ano durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG).
O vice-presidente, general Hamilton Mourão, alvo recorrente de ataques de Carlos, ficará no comando da Presidência da República até quinta-feira (12).
O PSDB se manifestou em repúdio às declarações do filho do presidente e afirmou que “a democracia é a única opção possível.”
Parlamentares ligados a partidos de esquerda também se manifestaram. A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) chamou a postagem de “inequívoco ataque à democracia”.
O também deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) criticou a postagem de Carlos e fez uma referência à influência dos filhos do presidente no governo. “Afirma assim a veia ditatorial da famiglia Bolsonaro”.
A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) reforçou o coro em defesa da democracia e afirmou que “o nosso avanço será pela pluralidade e não pela censura e repressão.”
Na campanha de 2018, uma declaração de outro filho do atual presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), sobre fechar o STF (Supremo Tribunal Federal) foi repudiada no meio jurídico e político.
Em vídeo gravado em julho e disponível na internet, mas que veio à tona a uma semana do segundo turno, ele respondia a pergunta sobre uma hipotética possibilidade de ação do Exército em caso de o STF impedir que Bolsonaro assuma a Presidência.
“Cara, se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Você não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo. Não é querer desmerecer o soldado e o cabo, não”, disse.
Nesta segunda, Eduardo Bolsonaro também provocou polêmica ao tirar uma foto ao lado do pai no hospital. Na imagem, ele exibe uma arma na cintura. O presidente prometeu indicar Eduardo para ser embaixador do Brasil em Washington.
Segundo pesquisa Datafolha feita no mês passado, 70% da população diz acreditar que os filhos de Jair Bolsonaro mais atrapalham do que ajudam seu governo.
Outro filho político do presidente, senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), virou alvo de investigação após movimentações atípicas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.
Em resposta às postagens de Carlos, alguns internautas aproveitaram para cobrar uma ação de Flávio a favor da CPI da Lava Toga, cujo propósito é investigar ministros de cortes superiores.
No primeiro semestre, a influência de Carlos no governo Bolsonaro foi motivo de críticas de políticos e de militares ligados à administração federal.
Em um dos episódios mais ruidosos, em meio à crise das candidatas laranjas do PSL reveladas pela Folha, Carlos divulgou em seu perfil no Twitter uma gravação de seu pai indicando que o presidente não havia conversado com o então ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, diferentemente do que este havia dito.
Chamado de mentiroso por Carlos e depois pelo próprio presidente, Bebianno acabou demitido.
Ligado ideologicamente ao escritor Olavo de Carvalho, Carlos ​também centrou ataques a Mourão e ao general Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo que foi demitido em junho.
Jair Bolsonaro chegou a defender seu filho em março, afirmando que há pessoas que querem afastá-los, mas “não conseguirão”.
Junto com a mensagem, na ocasião, publicou uma foto em que é amparado por Carlos no corredor de hospital.
“Algumas pessoas foram muito importantes em minha campanha. Porém, uma se destacou à frente das mídias sociais, com sugestões e conteúdos: Carlos Bolsonaro, meu filho. Não por acaso muitos, que nada ou nunca fizeram para o Brasil, querem afastá-lo de mim”, escreveu Bolsonaro.
“Não conseguirão: estando ou não em Brasília continuarei ouvindo suas sugestões, não por ser um filho que criei, mas por ser também alguém que aprendi a admirar e respeitar pelo seu trabalho e dedicação”, concluiu.
Dizendo-se desgostoso com a política, Carlos tem dito a aliados que desistiu de concorrer à reeleição à Câmara do Rio —está em seu quinto mandato seguido— e lançou a própria mãe, Rogéria, para a disputa.
OUTRAS POLÊMICAS DE CARLOS BOLSONARO NO TWITTER
Demissão de Bebianno
Em fevereiro, Gustavo Bebianno foi demitido da Secretaria-Geral da Presidência após uma crise desencadeada por uma postagem de Carlos. O filho do presidente postou no Twitter que o então ministro havia mentido ao jornal O Globo ao dizer que conversara com Bolsonaro três vezes na véspera, negando a turbulência política causada pelas denúncias das candidaturas laranjas no PSL. O post foi reproduzido na página de Bolsonaro.
Críticas a Mourão
Nas redes sociais, Carlos já fez diversas críticas ao vice-presidente, o general Hamilton Mourão. Em abril, quando o vice foi convidado a dar uma palestra nos EUA e foi anunciado como “uma voz de razão e moderação, capaz de orientar a direção em assuntos nacionais e internacionais”, Carlos escreveu um comentário recheado de ironias e disse que o jogo de Mourão estava muito claro.
Ele também disse que o general tinha um estranho alinhamento com políticos que detestam o presidente, em referência a um comentário de Mourão lamentando a decisão de Jean Wyllys de deixar o Brasil e não tomar posse como deputado federal.
Em outro episódio, desta vez em junho, quando Bolsonaro estava em visita oficial na Argentina Carlos escreveu que tinha saudades do presidente de verdade “pró-armamento da população e contra o aborto”.
Demissão de Santos Cruz
Carlos foi acusado pelo general Carlos Alberto Santos Cruz, então chefe da Secretaria de Governo, de ter promovido um ataque virtual ao ministro. O caso aconteceu em maio, e a hashtag #ForaSantosCruz ficou entre as mais populares do Twitter. A disputa teria sido motivada pelo descontentamento de Carlos com a estratégia de comunicação da Presidência, a cargo do general. Em junho, Santos Cruz foi demitido.

Moro resiste

Considerado ótimo ou bom por 54% dos brasileiros que dizem conhecê-lo, o titular da Justiça, em pesquisa Datafolha, supera por larga margem o segundo mais bem avaliado de seus colegas, Paulo Guedes, da Economia, com 34%. Deixa também a comer poeira o próprio mandatário, que colheu não mais de 29% de aprovação.
Tamanha popularidade, obviamente, não foi construída em oito meses nem se deve à atuação do ex-juiz de Curitiba no Executivo federal —seu desempenho até aqui não deixou marcas notáveis.
Trata-se, sem dúvida, de herança de seu trabalho à frente da Operação Lava Jato, num país em que condenar ricos e poderosos à prisão sempre foi raridade.
Após se projetar como referência nacional do combate à corrupção, Moro decidiu investir numa carreira política. Sua passagem da magistratura para o governo federal decerto se materializou antes do que muitos esperavam.
Ao aceitar a oferta para comandar um suposto superministério da Justiça, Moro assumiu riscos, que a esta altura já se transformaram, diga-se, em problemas reais.
Em pouco tempo na função, sofreu reveses contundentes em importantes bandeiras e tem sido alvo de investidas do presidente que questionam sua autoridade —caso notório das mudanças em pauta no comando da Polícia Federal.
Tanto Bolsonaro quanto membros do Legislativo e do Judiciário, não raro com motivações duvidosas, têm atuado para diminuir o protagonismo de promotores e de órgãos de investigação e controle.
Dentre as derrotas sofridas, o ministro viu frustrar-se a tentativa de transferir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) da área econômica para sua alçada, movimento que favoreceria a cruzada anticorrupção.
A novidade não passou no Congresso, e o órgão, rebatizado como Unidade de Inteligência Financeira, hoje se encontra no Banco Central.
Não avançou, até aqui, a principal incursão do ministro na seara legislativa, o pacote que busca endurecer regras contra a criminalidade, com boa dose de controvérsia.
Em meio a iniciativas do Congresso no mesmo ramo e à necessidade de colocar em primeiro plano a reforma da Previdência, o projeto perdeu urgência na agenda da Câmara. Mais recentemente, lançou-se um programa de segurança pública de modestos montantes.
Por fim, houve o vazamento de mensagens trocadas entre Moro e membros da força-tarefa da Lava Jato —obtidas pelo site The Intercept Brasil e divulgadas também por esta Folha e outros veículos.
Não deixa de ser um feito que a popularidade do ministro resista a tantos contratempos. Sinal, ao que parece, de que seu nome permanecerá no tabuleiro político. (Com informações da Folha de São Paulo)

7 de Setembro: estudantes voltam às ruas em defesa da Educação e da Amazônia

Os estudantes brasileiros voltam às ruas no próximo sábado, 7 de Setembro, para protestar contra os ataques do governo Bolsonaro à educação pública, entre eles o corte de verbas para o setor, a ingerência na autonomia universitária e a tentativa de “privatização” das universidades e institutos federais por meio do programa “Future-se”.
Em Porto Alegre o ato ocorre a partir das 15h na Redenção.
Educadores(as) da rede estadual devem se somar aos atos em suas regiões. Na data, a direção central do CPERS e mais de 1.700 delegados(as) eleitos pela categoria estarão no X Congresso Estadual do Sindicato.
Os outros protestos deste ano se desdobraram em manifestações contra a reforma da Previdência e de apoio à greve geral dos trabalhadores. No sábado, os estudantes vão incorporar à pauta educacional a bandeira do meio ambiente e da defesa da Amazônia.
Esta é a quarta manifestação contra as políticas do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e seu ministro da Educação, Abrahan Weintraub, para o setor. As anteriores, em 15 de maio, 30 de maio e 13 de agosto, levaram milhões de pessoas às ruas de todo o país.
Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), já estão definidos os locais dos atos em 19 Estados, sendo 11 capitais.
Com informações do Brasil de Fato.

Reprovação ao governo Bolsonaro cresce e chega a 39,5%, aponta pesquisa

 
O governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) é avaliado como ruim ou péssimo por 39,5% dos brasileiros, aponta pesquisa divulgada nesta segunda-feira (26) pelo instituto MDA em parceria com a CNT (Confederação Nacional do Transporte).
Em fevereiro, esse índice era de 19% —ou seja, houve uma elevação de pouco mais de 20 pontos percentuais em seis meses.
O levantamento indica ainda que 29,4% consideram o governo ótimo ou bom e 29,1%, regular. Não souberam ou não responderam 2% dos entrevistados. Em fevereiro, esses índices eram de 39%, 29% e 13%, respectivamente.
A reprovação ao desempenho pessoal de Bolsonaro também cresceu no período para 53,7% em agosto, ante 28,2% em fevereiro. Já a taxa de aprovação do mandatário caiu de 57,5% para 41%.
Foram realizadas 2.002 entrevistas entre os dias 22 e 25 de agosto, em 137 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.
Questionados se Bolsonaro tem cumprido promessas de campanha, apenas 9,5% dos entrevistados se disseram plenamente satisfeitos. Enquanto isso, 45,4% responderam que o presidente atinge em partes os compromissos firmados antes de vencer a eleição.
O estudo aponta que as áreas em que o governo está se saindo melhor são combate à corrupção (31,3%), segurança (20,8%) e redução de cargos e ministérios (18,5%).
Os percentuais se referem aos entrevistados que se disseram satisfeitos com o desempenho do presidente nos respectivos temas —cada participante tinha a possibilidade de escolher até dois itens.
Já a área com a pior avaliação, em que os entrevistados declararam sua insatisfação, foi a saúde (30,6%). Na esteira da repercussão negativa provocada pelas queimadas na região amazônica, o meio ambiente (26,5%) foi o segundo no ranking dos temas que ensejam maior preocupação por parte da população.
Em relação a agendas específicas do governo, a mais rejeitada foram os decretos de liberação de posse e porte de arma de fogo (39,1%), seguida pelo uso constante de palavras ofensivas e comentários inadequados (30,6%). O congelamento de verbas aplicadas na educação foi lembrado por 28,2%.
A pesquisa CNT/MDA mostra que a maioria dos entrevistados reprova o fato de o presidente querer indicar o seu próprio filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para a vaga de embaixador do país em Washington.
De acordo com o levantamento divulgado nesta segunda-feira, 72,7% dos entrevistados disseram considerar a postura de Bolsonaro inadequada. Já 21,8% responderam o contrário, enquanto 5,5% não emitiram opinião.
O parlamentar ainda será sabatinado na Comissão de Relações Exteriores do Senado e terá que ser aprovado pelo plenário da Casa.
Nos bastidores, ele e o pai têm negociado com os congressistas para minimizar o risco de derrota. O presidente já confirmou a indicação de Eduardo, mas só pretende oficializá-la em mensagem enviada ao Congresso quando a costura for efetivada de modo que a vitória seja certa.
“Não quero submeter o meu filho a um fracasso”, disse Bolsonaro na semana passada.
(Com informações da Folha de São Paulo)

Pesquisa mostra Bolsonaro como 3º líder mais mal avaliado da América Latina

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, é o terceiro líder mais mal avaliado da América Latina, à frente apenas dos dirigentes de Cuba e Venezuela, segundo pesquisa realizada em 14 países da região.
Os dados são do instituto Ipsos, que entrevistou 403 pessoas em levantamento realizado entre os dias 27 de junho e 24 de julho deste ano. Foram ouvidos líderes de opinião e jornalistas reconhecidos de meios de comunicação latino-americanos. ​
O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, registra a menor taxa de aprovação da região, com apenas 3% de apoio, enquanto Miguel Díaz-Canel, líder da ditadura cubana, aparece com 18%. Apesar de comandarem regimes autoritários, os dois oficialmente possuem o título de presidente.
Bolsonaro aparece como o terceiro com menor aprovação, com 29% —entre as democracias, ele é o mais mal avaliado.
No total, foram avaliados os líderes de 12 países: Brasil, Venezuela, Bolívia, Uruguai, Argentina, Equador, Chile, Peru, Colômbia, Cuba, México e Panamá.
O Chile tem o presidente com maior aprovação —Sebastian Piñera aparece com 68% na pesquisa. Em segundo lugar está Tabaré Vásquez, presidente do Uruguai, com 65%.
Na edição de 2018 da pesquisa, os dois já eram os mais bem colocados, mas apareciam em ordem invertida. Com 53% de aprovação, Iván Duque, presidente da Colômbia, é o terceiro colocado.
De novembro de 2018, quando foi divulgada a última edição do levantamento, para cá, a imagem do presidente Jair Bolsonaro melhorou. Sua aprovação à época, após ter sido eleito, era de 25%, quatro pontos abaixo do dado atual.
Se apenas 21% dos ouvidos no Brasil avaliam Bolsonaro positivamente, é na Bolívia que o presidente encontra sua maior taxa de aprovação: 44% dos entrevistados disseram apoiá-lo de maneira absoluta ou parcial.
Já entre os colombianos, 85% o desaprovam completamente ou parcialmente, o que faz da Colômbia o país com pior taxa de aprovação para presidente brasileiro.
O instituto Ipsos, que realiza estudos de mercado em mais de 90 países, destaca que os resultados apresentados não são representativos das sociedades latino-americanas. Seu objetivo é expor a opinião de cidadãos considerados mais informados e influentes para a opinião pública.
(Com informações da Folha de São Paulo)

Governo suspende edital com séries de temática LGBT criticadas por Bolsonaro

Alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro em sua última live semanal, veiculada na quinta passada (15), um edital de chamamento de projetos para TVs públicas que tinha entre as categorias de investimento séries LGBT foi suspenso. Uma portaria assinada pelo Ministro da Cidadania Osmar Terra publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta quarta (21) oficializou a decisão.
Na live, o presidente havia criticado quatro projetos de séries aprovados para a última fase do concurso e inscritos nas seções de diversidade de gênero e sexualidade. Eram eles “Afronte”, “Transversais”, “Religare Queer” e “Sexo Reverso”.
Caso aprovados por uma comissão especial, os projetos seriam contemplados com verbas de R$ 400 mil a R$ 800 mil cada um, oriundas do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).
O caso acontece depois de uma série de declarações em que Bolsonaro promete intervir no teor das produções financiadas por meio da Agência Nacional do Audiovisual, a Ancine, seja criando um “filtro” cultural ou tirando o FSA do controle da agência, entre outros. Na live, ele chegou a afirmar que se o órgão “não tivesse, em sua cabeça toda, mandatos”, ele já teria “degolado tudo”.
Com a suspensão do concurso por no mínimo seis meses, no entanto, os projetos citados pelo presidente na live não serão os únicos prejudicados. Isso porque o edital ainda previa o financiamento de cerca de outras 70 iniciativas divididas em 12 categorias, como sociedade e meio ambiente, qualidade de vida e profissões.
Com verbas de até R$ 1,5 milhão, cada uma das seções teria cinco vencedores, um para cada região do país.
O diretor de “Transversais”, série documental que pretende se debruçar sobre os sonhos e desafios de cinco pessoas transgênero que moram no Ceará, Émerson Maranhão especula que a suspensão temporária tenha sido a maneira que o Ministério da Cidadania encontrou de não pagar os recursos aos vencedores, já que não poderia modificar o edital.
“Éramos quatro realizadores, agora seremos 80”, diz o cineasta.
Ele e o produtor executivo de “Transversais” afirmam ter encaminhado ofícios questionando os pronunciamentos de Bolsonaro ao Ministério da Cidadania e à Agência Nacional de Cinema, a Ancine, que gere o Fundo Setorial de Audiovisual, no dia seguinte à live. Agora, pretendem tomar ações jurídicas em relação à suspensão do edital.
Na portaria publicada no Diário Oficial, o Ministério da Cidadania dá como justificativa para o cancelamento temporário do concurso a necessidade de recomposição dos membros do Comitê Gestor do Fundo Setorial, informação antecipada pela Folha em reportagem publicada na terça (20).
Uma vez recomposto, ainda de acordo com a portaria, o comitê revisará os critérios e diretrizes para a aplicação dos recursos do fundo, assim como os parâmetros de julgamento dos projetos e seus limites de valor. (Com informações da Folha de São Paulo)

Fora da disputa, Carlos Bolsonaro lança a mãe para eleição à Câmara do Rio

Desgostoso com a política, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC) acaba de lançar a mãe, Rogéria, para disputar uma vaga na Câmara Municipal do Rio de Janeiro nas eleições do ano que vem.
Após avisar a aliados que não pretende concorrer à reeleição, Carlos se dedica a impulsionar os perfis da mãe nas redes sociais. Além de divulgar Rogéria em suas páginas, ele orienta a assessoria dela.
Segundo interlocutores, é ele quem coordena a pré-campanha da mãe nas redes, onde a foto de Rogéria é acompanhada por inscrições em rosa e lilás. No material idealizado por Carlos, Rogéria usa o sobrenome do ex-marido e hoje presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL).
Essa seria uma maneira de reparar Rogéria: em 2000, a pedido do pai, Carlos concorreu contra a própria mãe e se elegeu vereador aos 17 anos.
Separada de Bolsonaro havia três anos, Rogéria buscava seu terceiro mandato na Câmara de Vereadores. Mas não chegou a um terço da votação de seu caçula.
Desde junho deste ano, ela ocupa um cargo na assessoria parlamentar do deputado Anderson Moraes (PSL) na Assembleia Legislativa do Rio.

Nas contas de seus aliados, Carlos poderia se eleger e garantir a eleição da mãe se estivesse disposto a concorrer no ano que vem. Mas o vereador tem repetido que não pretende se candidatar —muito menos pelo PSC.
A amigos ele tem manifestado a intenção de se mudar para Santa Catarina, afastando-se da política. Aliados torcem para que sua decisão não seja definitiva e que ele se valha de uma janela para trocar de sigla, lançando-se ao sexto mandato
Há alguns dias, Carlos afirmou, nas redes sociais, que “ser vereador não deveria se resumir somente entender sua cidade, mas o país que nos cerca para que possamos assimilar cada vez mais as pessoas que depositaram confiança em você”.
“Acredito nisso e nada me fará agir diferente”, escreveu.
Ele também elencou ações de seu mandato, sob o título “o trabalho do vereador Carlos Bolsonaro que muitos fingem não saber para somente nos desacreditar”.
Entre os itens, o voto contrário ao aumento do IPTU e à compra de carros para vereadores. Ele também exaltou o fato de ter se posicionado contra o desconto nas passagens exclusivo para estudantes com carteirinha emitida pela UNE (União Nacional dos Estudantes).

Depois de críticas, Eduardo Leite evita encontrar Bolsonaro

 
 
O governador Eduardo Leite não acompanhou à visita o residente da República, Jair Bolsonaro na manhã desta segunda-feira (12/08) ao Rio Grande do Sul. O motivo seria a sua ida a São Paulo para se encontrar com investidores. Bolsonaro veio participar da inauguração do trecho duplicado da BR 116 em Pelotas. Em nome do governador, falou o vice, Ranolfo Vieira Júnior, que se desculpou e afirmou que a presença de Leite no centro do país era inadiável.
Recentemente, Leite classificou como “lamentável”, a declaração de Bolsonaro sobre a morte do pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, durante a ditadura militar. “É de ser repudiada e é inclusive que se busque uma retratação”, afirmou o governador, após evento no Palácio Piratini.
Leite também destacou o trabalho da Comissão Nacional da Verdade, que investigou os fatos ocorridos durante o período militar. “Há uma Comissão da Verdade, há um grupo de pessoas que estudou, que analisou, e que identificou o que aconteceu naquele período. Isso precisa ser respeitado e é preciso respeitar a memória de pessoas que foram efetivamente perseguidas pelo regime militar. É um fato. Não há versões dessa história. É um fato estabelecido”, disse o governador. O presidente questionou a veracidade dos documentos produzidos pela Comissão Nacional da Verdade, criada pela ex-presidente Dilma Rousseff.