Bolsonaro desfere duro golpe na mídia tradicional e libera publicidade legal na internet

Jair Bolsonaro está acabando com a exigência de publicação de balanços em jornais impressos. Segundo Medida Provisória que circulou no Diário Oficial da União no último dia 6, as empresas brasileiras deixam de ser obrigadas a veicular publicidade em jornais como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, e outros.
Decisão acaba com o Valor Econômico, que é da Globo e tem 40% de sua receita na publicidade legal.
O presidente Jair Bolsonaro, que no domingo, em culto, instalou a chamada grande imprensa no campo da oposição, acertou um tiro no bolso dos empresários da mídia tradicional – especialmente os jornais de grande circulação.
A MP estabelece que a publicidade legal, a partir de agora, pode ser publicada apenas nos sites da CVM, da Bolsa de Valores e da própria empresa.

Moro mantém popularidade maior que a de Bolsonaro, mostram pesquisas de siglas

As fraturas acumuladas por Sergio Moro (Justiça) entre integrantes dos três Poderes nos últimos dois meses não foram suficientes para corroer o apoio que ele tem em diversos setores da sociedade. Sob forte pressão desde o início da publicação de mensagens pelo The Intercept, em 9 de junho, a força do ministro foi testada em pesquisas internas de partidos. Ele não ostenta a aprovação de outrora —perdeu pontos na casa das dezenas—, mas “mesmo fraco é forte, maior do que Jair Bolsonaro”.
Partidos de centro e centro-direita fizeram nos últimos dias levantamentos municipais e nacionais. A popularidade de Moro foi testada na segunda categoria.
Aliados do ministro da Justiça reconhecem que ele está sob fogo cerrado, uma peça central no que chamam de “crise de confiança entre a Lava Jato e Brasília”, mas dizem que seu trabalho na segurança pública, os índices que tem apresentado, lhe dão sustentação no cargo para além da espuma política.
Apesar de o presidente ter exibido Moro no início de sua live desta quinta (8), são vastos os relatos da crescente desconfiança entre Bolsonaro e seu auxiliar.
No Planalto, prolifera a versão de que o ministro, para se eximir da posição de subscritor de propostas polêmicas, municia a imprensa com informações que o distanciem de casos como o dos decretos que facilitaram porte e posse de armas.
O desconforto entre Bolsonaro e Moro é tema de conversas no Congresso e no Supremo. Em ambos os Poderes, os relatos indicam que o presidente não vê o auxiliar como alguém disposto a segurar rojões que não sejam do próprio interesse.
Ao dizer que Moro precisava dar uma “segurada” na tramitação de seu pacote anticrime, Bolsonaro desagradou parte da bancada da bala. O coordenador da Frente Parlamentar de Segurança Pública, deputado Capitão Augusto (PL-SP), diz que faltou diálogo com o grupo para avisar que a causa deixaria de ser prioridade.
Para Augusto, é compreensível que o governo queira direcionar sua força para a reforma tributária, mas ele afirma que o pacote de Moro precisa apenas de maioria simples para ser aprovado e poderia ser tratado em paralelo.

(Com informações do Painel, Folha de São Paulo)

Bolsonaro vai receber viúva de torturador da ditadura nesta quinta

 
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) programa-se para receber, nesta quinta (8) ao meio-dia no Palácio do Planalto, Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra, viúva do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra — torturador da ditadura militar, cujos crimes foram reconhecidos pela Justiça. Ustra morreu em 15 de outubro de 2015 por falência múltipla dos órgãos. O encontro entrou ontem à noite na agenda oficial do presidente da República. Questionado sobre o encontro nesta manhã, Bolsonaro disse que a viúva “tem histórias maravilhosas para contar” e chamou Ustra de “herói nacional”.
“Tem um coração enorme, sou apaixonado por ela. Não tive muito contato, mas tive alguns contatos com o marido dela enquanto estava vivo. Um herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer”, afirmou o presidente. Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra estará com o presidente poucos dias após Bolsonaro contrariar documentos históricos e afirmar que Fernando Augusto Santa Cruz, desaparecido durante o regime militar, foi assassinado por militantes de esquerda.
A Comissão Nacional da Verdade, grupo criado pelo governo federal, apurou que Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira foi “preso e morto por agentes do Estado brasileiro”. Segundo a comissão, Santa Cruz “permanece desaparecido, sem que os seus restos mortais tenham sido entregues à sua família”. O reconhecimento dessa situação foi oficializado por meio de retificação do atestado de óbito, realizada pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, também vinculada ao governo federal, apenas cinco dias antes de Bolsonaro se referir ao caso.
Simpatia por Ustra
Ao longo de sua carreira em cargos públicos, Bolsonaro nunca escondeu sua simpatia pela ditadura e por Ustra. Durante votação do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, Bolsonaro dedicou seu voto à “memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma.”
A despeito da Justiça de São Paulo ter extinguido, em 2018, a condenação de Ustra para pagar indenização de R$ 100 mil à família do jornalista Luiz Eduardo Merlino, assassinado em 1971 durante a ditadura, o militar já havia sido responsabilizado pelo Superior Tribunal de Justiça no final 2014 pela prática de tortura. À época, a corte negou um recurso de Ustra que se amparava na Lei de Anistia e decidiu que ex-presos políticos que foram torturados podem entrar com ações de indenização por danos morais. O STJ seguiu a interpretação das instâncias anteriores, que reconheceram que os autores da ação foram torturados por Ustra. (Com informações do UOL)

Jornada Lula Livre reúne multidão na UFRGS

Nesta sexta-feira, 5, ocorreu em Porto Alegre a inauguração da “Jornada Internacional Lula Livre”, movimento que se levanta para protestar, mais uma vez, contra a prisão do ex-presidente Lula, que completa um ano no domingo, 7.
Lideranças políticas e militantes do PT consideram que a prisão de Lula possui “caráter político” e exigem sua libertação imediata.
O ato, que reuniu uma multidão de militantes, foi organizado no campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e contou com a presença do ex-presidenciável Fernando Haddad (PT), e a ex-deputada Manuela D’Avila (PCdoB).
Manifestantes exigem a libertação do ex-presidente Lula, que seria “preso político” (Foto: Ricardo Stricher)

Os políticos não pouparam críticas ao governo de Jair Bolsonaro, que completa, hoje, 100 dias. O Ministro da Justiça e Segurança pública, Sergio Moro, na época juiz responsável pela condenação em primeira instância de Lula, também foi criticado: “ele sempre quis entrar para a história às custas da história grandiosa de Lula”, opinou Manuela sobre Moro.
“Ele tem medo de tudo que não se parece com ele. Por isso que ele exalta a ditadura militar: porque é a negação da diferença. Ele tem uma dificuldade de exercer a presidência em ambiente democrático, por isso que todo dia solta uma ameaça”, disse Haddad sobre Bolsonaro.
A militância prosseguiu para o largo Glênio Peres onde protestaram contra a reforma da Previdência.
“É um retrocesso de mais de 100 anos”, declarou Haddad.

Amanhã, 6, a Jornada estará em Florianópolis (SC). Domingo é a vez de Curitiba (PR). A organização estima atos em outros 20 Estados e em 15 países.