Na noite de quarta-feira 17 de abril de 2024 foi realocada a “Banca do Clovão”, quiosque para venda de jornais e revistas que desde 1977 ocupava um espaço na calçada, ao pé do Viaduto da Borges, ponto de referência daquela região do centro histórico.
Foi deslocada 20 metros para a esquina da avenida Borges de Medeiros com a rua Fernando Machado.
A mudança foi feita por uma equipe da Concrejato, a empresa responsável pela reforma do Viaduto, que acelerou as obras e precisava liberar o espaço onde estava a banca, junto à escadaria.
A operação durou 40 minutos. Um caminhão guindaste ergueu a estrutura de ferro e assentou no novo lugar bem na esquina, com muito mais visibilidade. A mudança é temporária, enquanto durarem as obras, mas agradou: “Bem que eu podia ficar aqui, né?”, disse o proprietário da banca, Clóvis Antônio Fernandes da Silva, o conhecido Clovão, que acompanhou toda a operação. Ele tinha 27 anos quando conseguiu a concessão da banca de jornais num dos pontos mais cobiçados da cidade, na Borges, junto ao Viaduto Otávio Rocha. “Vi todas essas mudanças que transformaram o centro”, diz ele. Ali, viveu o auge das bancas de jornais e revistas impressas. “Vendia 50 Veja por semana”. Aos 77 anos, vive o ocaso desse modelo de negócios, cujo futuro é incerto: “Hoje não vendo cinco Veja por semana. Jornal, então, só pra cachorro.” Ele não desacredita de um revival dos impressos, pela saturação do digital, mesmo assim, diz ele, as bancas têm que se reinventar, como já está acontecendo. “Hoje o pessoal vive mais da venda de camiseta, boné, água mineral, acho que vai ser por aí”.
