Balanço do Ibama aponta 720 praias atingidas por mancha de óleo

As manchas de óleo que contaminam o litoral brasileiro desde o final de agosto chegaram a 720 localidades.
É o que revela o último levantamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), divulgado nesta quinta-feira (21).
Esse número indica que mais de 70% dos municípios do litoral nordestino foram contaminados desde o início do desastre ambiental.
Das 117 cidades afetadas, 112 estão no Nordeste e 5 no Espírito Santo, primeiro estado do Sudeste atingido pelas manchas. Segundo o IBGE, existem 156 municípios no litoral nordestino.
O óleo já afetou 141 animais na costa, de acordo com outro balanço do Ibama, publicado na quarta (20).
Desses, 100 foram localizados mortos e apenas 41 sobreviveram. As tartarugas marinhas são as mais atingidas: 96 tartarugas, de diferentes espécies, foram contaminadas.
A investigação para determinar a origem do óleo que contamina as praias brasileiras ainda não foi concluída. Até o momento, ninguém foi indiciado pela Polícia Federal, que acompanha o caso.
A busca pela origem do material que contamina a costa foi alvo de críticas de ambientalistas, que avaliam que o governo demorou a agir.
As primeiras manchas de óleo foram localizadas na Paraíba no dia 30 de agosto.
O levantamento mostra que a substância é a mesma em todos os locais: petróleo cru.
O fenômeno tem afetado a vida de animais marinhos e causado impactos nas cidades litorâneas.
Uma investigação da Polícia Federal aponta que o navio grego Bouboulina é o principal suspeito pelo vazamento.
A embarcação carregou 1 milhão de barris de petróleo Merey 16 cru no Porto José, na Venezuela, no dia 15 de julho e zarpou em direção à Malásia, passando pelo litoral da Paraíba no dia 28 de julho.
A empresa Delta Tankers, responsável pelo navio, afirma ter provas de que o Bouboulina não tem relação com o incidente.
A Delta foi notificada pela Marinha brasileira junto com responsáveis por outras quatro embarcações de bandeira grega.
Dentre os cinco navios gregos notificados pela Marinha do Brasil na investigação sobre o vazamento de óleo, dois não transportaram petróleo da Venezuela no período de julho até setembro.
A Petrobras disse, no último dia 25, que o material encontrado nas praias nordestinas é petróleo bruto originário de três diferentes campos da Venezuela.
(com informações da EBC e G1)

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