O mercado editorial brasileiro cresceu 6,4% em 2007 e seu faturamento anual foi de R$ 2,28 bilhões, ante R$ 2,14 bilhões no ano anterior. As editoras venderam no período um total de 200.257.845 exemplares, 8,2% a mais que em 2006, quando foram comercializados 185.061.646 exemplares. O número de livros produzidos no País, um dos oito maiores produtores de livros no mundo, cresceu ainda mais: 9,5% (351.396.288 exemplares, ante os 320.636.824 de um ano antes). Os dados foram anunciados hoje (1/10), em São Paulo, pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel) e fazem parte da pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro 2007, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Já a quantidade de novos títulos editados no País caiu: foram lançados 18.356 obras, enquanto que no ano anterior esse número chegou a 20.177. A quantidade de livros impressos em 1ª edição supera, no entanto, em 37,9% a de 2006: foram produzidos 112.248.282, ante 81.374.917. O total de títulos editados no ano, o que inclui as reedições, também foi menor. De acordo com o levantamento, 45.092 títulos foram editados em 2007 (26.736 eram reedições), contra 46.025 (25.848 reeditados) de 2006.
Religiosos e infantis – O maior aumento foi registrado na categoria de religiosos. Em 2007, foram editados 5.570 títulos desse gênero no País, 27% mais que em 2006, quando foram editados 4.383 títulos. Na outra ponta, a maior queda se deu no setor de Científicos, Técnicos e Profissionais. Em 2007, foram editados 9.780 títulos desse gênero no País, 19% menos que os 12.081 de 2006. Os religiosos também foram responsáveis pelo maior aumento percentual no faturamento das editoras. Em 2007, a venda desses livros pelas editoras foi de R$ 273,1 milhões, 12,8% maior que os R$ 242,1 milhões de 2006.
O levantamento também mostrou que o maior aumento na produção de livros se deu na literatura infantil. Em 2007, foram produzidos 14.753.213 de exemplares em 3.491 títulos, contra 12.808.625 e 3.031, respectivamente, um ano antes, o que significa um aumento de 15,1%.
Livrarias – As livrarias continuam sendo o canal mais importante para o escoamento da produção, com quase metade dos negócios, mas houve um pequeno recuo na sua participação: 49,1% para 47,6%. O maior aumento se deu nas vendas para a internet, que saltaram de 0,4% para 1,7%. Embora pequeno em números absolutos, o crescimento na participação foi de 285%. Outro aumento significativo se deu nos segmento de venda de livros porta a porta. Em 2007, a participação do setor foi de 9,6% no total de livros vendidos pelas editoras, o que representa uma evolução de 91,3%. Em tempos de internet, quase 20 milhões de exemplares foram vendidos pelas editoras a vendedores porta a porta, o que faz dele o terceiro canal de vendas mais importante para as editoras, ficando atrás apenas das livrarias e dos próprios distribuidores (21,5% de participação).
Participação – A pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro 2007 consultou 545 editoras, mas apenas 59 delas responderam. Uma das razões apontadas pelos realizadores da pesquisa para a pouca disposição das empresas está no temor com relação à divulgação de dados. Entretanto, segundo os coordenadores do estudo, o baixo número de respondentes não comprometeu a representatividade da amostra se levado em conta o faturamento. Isso porque a tabulação dos dados dos questionários foi feita a partir de uma classificação das empresas de acordo com intervalos de faturamento. Para se ter uma idéia, no grupo A, onde foram classificadas 417 editoras com faturamento de até R$ 1 milhão por ano, apenas 11 empresas responderam. Por sua vez, no grupo D, onde foram enquadradas 13 editoras com faturamento superior a R$ 50 milhões anuais, 10 enviaram suas respostas.
Por Alexandre Malvestio, da agência Brasil Que Lê