A 4ª edição do POA Jazz Festival – que vai acontecer de sexta-feira a domingo, nos dias 9, 10 e 11, no Centro de Eventos do BarraShoppingSul, em Porto Alegre/RS – trará nove grandes atrações do jazz nacional e internacional. A programação completa já foi divulgada e os ingressos estão à venda pelo site www.blueticket.com.br e pontos de venda fixos. Além dos shows, a 4ª edição do Festival terá outras atividades paralelas, como lançamento de livros, masterclasses e oficinas musicais. O jornalista e crítico musical Zuza Homem de Mello é o homenageado desta edição.

Entre os grandes nomes do jazz internacional que farão parte do Festival, estão o prestigiado saxofonista italiano de origem indiana Rudresh Mahanthappa– eleito sete vezes como o Sax Alto do ano pela crítica internacional (Downbeat Magazine 2018), as argentinas do grupo Bourbon Sweethearts e o Mariano Loiácono Quinteto. Do Rio de Janeiro, apresentam-se Gilson Peranzzetta Trio, além de outro trio formado por Maurício Einhorn, Nelson Faria e Guto Wirtti. De São Paulo, dois destacados grupos estarão presentes: Edu Ribeiro Quinteto e Vítor Arantes Quarteto– vencedor do Concurso Novos Talentos do Jazz, uma parceria entre os festivais Savassi/PoaJazz Festival. A música do Rio Grande do Sul está presente com a apresentação do grupo Instrumental Picumã e do grupo Marmota Jazz, que abre o festival e terá o cantor Pedro Veríssimo como convidado.
Higino Barros O idealizador e curador do Poa Jazz Festival, o músico Carlos Badia, falou ao JÁ Porto Alegre sobre o evento, em sua quarta edição. E destacou a importância de uma iniciativa dessa magnitude bem sucedida, em tempos de crise. Pergunta: O que caracteriza o festival desse ano? Carlos Badia: Creio que o grande desafio de colocar em pé um evento de grande magnitude como o Poa Jazz Festival, em uma época de várias crises que o país vem enfrentando, caracteriza este ano enormemente. Então, a despeito das considerações artísticas, esse esforço de produção, com a colaboração de vários parceiros e fornecedores diante de uma realidade de menos verba de realização tem sido significativo, vale o destaque e vem nos desafiando. Mas, este ano, particularmente, a grande novidade é a entrada de Carlos Branco (Branco Produções) e Rafael Rhoden (FlyÁudio) na sociedade com Carlos Badia, idealizador do Festival. Esta nova parceria acontece com grandes perspectivas. O Poa Jazz é uma marca que, a partir de agora vira uma empresa que terá várias atividades durante o ano todo, não só quando ocorre o Festival. Já trouxemos o John Pizzarelli em março e agora realizamos a primeira edição do Poa Jazz São Paulo. É só o começo de uma série de novidades que serão anunciadas em breve. Pergunta: Qual o balanço que se pode fazer do primeiro festival até agora? Carlos Badia: O Festival vai acontecer garantindo os mesmos princípios que o norteiam desde sua criação, mantendo compromissos básicos originais: ir além da simples mostra musical, manter qualidade de programação e produção e ter continuidade no tempo. E sempre com a educação fazendo parte do alcance do Festival, com a realização de masterclasses, lançamento de livros e debates sobre o cenário cultural. O festival está consolidado no país e, em 2017, ganhamos o Prêmio Profissionais da Música de melhor festival de música do Brasil, e também já faz parte do calendário oficial de eventos da cidade de Porto Alegre. Agora, desbrava outras possibilidades para além do próprio festival. Pergunta: Porto Alegre tem na atualidade uma cena de jazz, tanto de músicos, como de público, consolidada. Como o festival se insere nesse processo? Qual a contribuição dele para o fortalecimento desse cenário ? Carlos Badia: É uma cena que existe faz muito tempo. Parou uma certa época e na primeira década dos anos 2000 voltou com um vigor diferente: nunca tivemos tantos jovens querendo formar bandas instrumentais, de jazz, de choro. O Festival ajudou a dar visibilidade pra esta cena, tanto quanto para os PUBs que são vitais para esta cena a existir durante o ano. Temos também uma parceria com o Savassi Festival (MG) e Sampa Jazz Fest (SP) e criamos o Novos Talentos do Jazz, que qualquer artista ou grupo com até 30 anos de idade de todo o país pode se inscrever. As masterclasses com artistas consagrados da música instrumental e do Jazz também impulsiona este fortalecimento da cena. E creio que todos ajudam e se engajam para construir algo cada vez mais consistente para a música instrumental. Não é fácil. Mas somos teimosos nesta área. Pergunta: O Festival procura mesclar nomes consagrados e emergentes. Como se dá esse processo? Carlos Badia: É da natureza do Festival desde seu início mesclar talentos locais, nacionais e internacionais. Creio que isto fomenta intercâmbios e dá ao público uma visibilidade importante sobre os músicos, os projetos artísticos, novidades, e até artistas brasileiros consagrados fora do Brasil que aqui não são tão conhecidos. Este é um papel importante que o Festival tem, precisa ter e mantém até hoje. Pergunta: O que mais dá para se dito para o público? Carlos Badia: Creio que o público precisa cada vez ser convidado a conhecer a música instrumental, o jazz e a cena musical efervescente do país e do mundo que passa por Porto Alegre. Também é nossa responsabilidade apresentar as opções. As pessoas não tem como gostar do que elas não conhecem. Mas, a mágica acontece mesmo é quando o público comparece em peso a um evento como um festival e participa atento e receptivo à música e ao clima de festival. Um festival é uma experiência diferente, única. Não é como um show. São três shows por noite em três noites de imersão no que de melhor é produzido em música hoje no mundo. O público do Poa Jazz Festival tem sido muito generoso e tem sido fiel ano após ano. Esperamos corresponder a estas expectativas convidando cada vez mais gente a vir conosco nesta aventura musical e artística.
|